My imprinting escrita por L Chavez


Capítulo 9
Primeira Temporada - 01X08


Notas iniciais do capítulo

Músicas do capítulo : Break The Cycle do You+Me

Galera, desculpem a demora para postar, estou super atolada, agora trabalhando e resolvendo as papeladas da facu, então peço que tenham paciência, pois não sei ao certo quando serão postados os próximos capítulos, mas juro, farei o possível para que continuem sendo toda semana.
Bom, quero agradecer novamente aos novos leitores e a cada comentário que recebo me incentivando a continuar a fanfic



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Eu estava sufocada com o calor, e estranhei a sensação, pois em Forks, dias ensolarados eram mesmo raros.

Abri os olhos, e só então percebi o motivo de estar suando tanto: Seth estava dormindo ao meu lado.

Ele estava tão sossegado e aconchegado em minha cama, que tive dó de acordá-lo. Sua boca estava aberta em um pequeno "O" , e seu nariz estava colado em meu pescoço, me fazendo cócegas quando soltava o ar.

Me senti decepcionada ao perceber o motivo no qual o fez ficar em meu quarto na noite passada. Como se não bastasse atormentar todos os Cullen, agora eu estava colocando Seth no meio de minha vida confusa.

Alisei seu rosto com delicadeza enquanto pensava, depois passei a mão em seus cabelos negros. Ele se remexeu, retirando o braço de minha cintura, e abrindo os olhos em seguida.

Ao me ver, abriu um largo sorriso, no qual iluminou seu belo rosto.

— Bom dia!

Eu sorri com o seu entusiasmo.

— Bom dia — respondi, depois me lembrei da cena constrangedora que ele havia visto na madrugada passada, e senti minhas bochechas queimarem com tamanha vergonha — Seth, sobre ontem a...

Ele colocou o dedo indicador em meus lábios, me fazendo fechar o bico, e olhou seriamente para mim.

— Não precisa ter vergonha, mas se prefere assim — ele se sentou na cama — Não aconteceu nada na noite passada — piscou.

Olhei admirada para ele. Era tão fácil conversar com Seth! Ele me compreendia melhor do que eu mesma.

Concordei.

— Bom, quais são seus planos hoje?

Meus lábios se esticaram, dando vida a um largo sorriso, e mexi os ombros indicando que não haviam planos.

— Bom, você ficou com meu violão, podemos treinar algumas músicas, o que acha ? — me olhou com expectativa.

— Perfeito!

Ele riu.

— Tudo bem, só vou dar um pulo em La Push, minha mãe deve estar preocupada — fez careta — e também, preciso de um banho — disse sem jeito, passando a mão pelos cabelos, e percebi, que ele repetia o mesmo gesto todas as vezes em que se sentia sem graça.

— Está usando a roupa de Edward ? — gargalhei. O leitor de mentes da família era realmente formal, e as roupas dele, sem dúvidas, não faziam o estilo de Seth.

Ele corou com vergonha e gaguejou, ao explicar que Alice havia dado as roupas assim que chegou.

— Não precisa explicar, eu não disse por mal.

Seth me deu um beijo no rosto, antes de responder :

— Sei disso...

Nos encaramos em silêncio por um tempo, até ele se levantar e oferecer sua mão para mim. Descemos as escadas juntos, e senti o alívio percorrer meu corpo ao ver somente Esme na sala.

— Finalmente! São duas da tarde — reclamou, mas eu podia ver o sorriso escondido em seu rosto.

— A culpa foi minha, eu acho — murmurei, erguendo as mãos em um gesto de redenção.

— Tudo bem... — mordeu os lábios — Preparei o café de vocês, se bem que há essa hora já acredito que seja almoço — riu.

— Han, eu preciso ir Esme, minha mãe deve estar preocupada, e Leah sem dúvidas não disse onde eu estava — Seth se desculpou.

— Tudo bem, acho melhor não preocupar Sue — concordou.

— Te vejo mais tarde ? — se virou para mim com expectativa.

Eu concordei com um sorriso bobo no rosto, e após me dar um abraço carinhoso, Seth partiu.

Esme me observava com os lábios repuxados em um sorriso.

— O quê ? — perguntei.

— Você parece gostar dele... — acusou.

Meus olhos se arregalaram com sua acusação, e senti o sangue fluir para minhas bochechas.

— Seth é legal — tentei desconversar.

— Querida — ela se aproximou de mim, me puxando com delicadeza para o sofá — Eu sei que deve estar com medo, depois de tudo que aconteceu — seus olhos dourados percorreram meu rosto, procurando indícios de alguma raiva, eu acho. Mas eu estava me sentindo leve, pois era assim que me sentia após ficar um tempo com Seth Clearwater — Acho que deveria dar uma chance ao Seth...

Eu ri, me sentia nervosa com o assunto, mas não conseguia entender o motivo,

— Esme, ele já teve um... — coloquei as mãos na boca, não querendo tocar no assunto do "imprinting" — Ele já gosta de alguém — disse, escolhendo bem as palavras — Aliás, somos amigos — fiz uma careta ao pronunciar a última palavra.

Es assentiu, soltando um risinho, e logo ficando mais séria.

— Seu pai ligou... — Fiquei tensa, e automaticamente meus punhos fecharam. Embora, Carlisle e Esme se considerassem meus pais agora, David ligava as vezes. Ele fazia isso uma vez ou outra, depois que descobriu, é claro, que a família que pedira minha guarda, tinha uma certa fortuna.

Lembro de que há alguns anos atrás, ele foi me procurar em Atlanta, o primeiro lugar em que morei oficialmente com os Cullen, e tentou bancar o bom pai com Carlisle, fazendo uma cena no hospital no qual ele trabalhava e implorando para que eu voltasse para casa, em uma típica encenação de novela mexicana. É claro que Carlisle negou devolver minha custódia para ele, mas não proibiu que ele me fizesse visitas ou ligasse, e também me recordo, de ter ficado furiosa com Carlisle por isso, mas ele não tinha culpa, pois sempre teve compaixão, e acreditava que toda pessoa poderia mudar.

— Ashley ? — Esme me tirou de meus devaneios, e eu a encarei — Não vai retornar a ligação ?

Neguei, mas Esme não demonstrou surpresa.

Suspirei, frustrada.

— Carlisle não deveria ter disponibilizado o nosso novo número de telefone... vai começar o mesmo inferno de sempre — massageei as têmporas.

— Bom, dessa vez ele não ligou pedindo dinheiro.

Levantei a cabeça, esperando que Esme contasse de uma vez o que David queria.

— Ele está com um câncer, e bom tem pouco tempo de vida — ela encarava o nada — Pediu que eu lhe avisasse sobre a sua herança — sua testa se enrugou, quando finalmente me olhou.

— Bom, ele pode muito bem pegar tudo e enfiar no ra...

— ASHLEY! — exclamou, horrorizada.

Bufei.

— Desculpe... Eu não quero nada que venha de David.

— Sei disso, querida, mas não são coisas somente de David, há coisas de Elizabeth também... ele mencionou uma carta, e achei que você se interessaria pelas coisas de sua mãe — continuou ela com doçura, alisando meus longos fios.

Pensei por um minuto. Talvez David estivesse mentindo, afinal, minha mãe nunca mencionou nenhuma carta antes de sua morte, mas David não seria capaz de brincar com uma coisa séria assim,ou seria ?

— Tudo bem, eu vou pensar no assunto, ok ?

Esme assentiu.

— Bom, agora a notícia boa.

— Finalmente ! — ri, mas Esme permaneceu calada — Vamos, Esme, desembuche!

— Brad foi preso.

Todo meu corpo relaxou imediatamente, e as lágrimas brotaram em meus olhos, mas dessa vez, eu chorava de alívio, pois finalmente me sentia livre das ameaças de Brad.

Levantei rapidamente do sofá, e tive vontade de correr até Seth para lhe contar a novidade, mas me lembrei que ele voltaria em alguns horas.

— Isso é ótimo! — exclamei, sem ter mais o quê falar.

Esme também sorriu com a notícia e me abraçou, me dando um beijo no topo de minha cabeça.

— Agora vamos, mocinha! Café da manhã! — ordenou.

Sem questioná-la, seguimos para a cozinha.

Seth irrompeu a porta, e pulei da cadeira, indo ao seu encontro, como se não nos víssemos há anos.

Dessa vez, ele estava preparado para me receber, e me rodou no ar ao me abraçar.

Escutei a risada de sinos ,de Esme ,e me soltei dos braços de meu novo amigo, envergonhada.

— Vamos ?! — eu podia ver a empolgação em seus olhos.

Mordi os lábios e olhei para Esme, duvidosa. Ela abriu um largo sorriso, ao dizer:

— Podem ir, só não fiquem muito longe, ok ?

— Ficaremos no lago — respondi, e pedi alguns minutos para trocar de roupa.

Corri para meu quarto e escovei meus dentes, me perguntando como Seth não reclamara de meu hálito pela manhã. Revirei os olhos com tal pensamento, afinal, éramos amigos, só isso, não é mesmo ?

Balancei a cabeça minimamente, tentando fazer com que minha consciência parasse de inventar assuntos sem nexos, então me vesti rapidamente com uma blusa de manga comprida e calças jeans.

Prendi meus cabelos em um rabo desajeitado, e peguei o violão de Seth, descendo as escadas correndo.

— Estamos indo! — gritei, sabendo que Esme escutaria, e puxei Seth pela mão.

Por alguma razão, Seth estava mesmo com pressa, e quis se transformar para chegarmos mais rápido ao lago.

Montada nas costas do enorme lobo cor de areia, segurando com carinho seus longos pelos, eu me sentia livre como nunca me sentira antes. O vento batia em meus cabelos, e soltei de vez os longos fios para deixá-los balançarem como vento. Tive vontade de abrir meus braços e imitar a cena de Rose no Titanic, mas somente ri de minhas loucuras e desci do enorme lobo quando chegamos ao lago.

Seth voltou minutos depois, agora sem a camisa, somente com seu jeans e seus tênis, e eu sabia que estava assim por conta de sua facilidade para se transmutar.

— Você parece feliz hoje — observou ao se aproximar e sentar ao meu lado.

— Brad foi preso! — anunciei sem fazer mistério.

— Eu sabia! Charlie não deixaria isso barato. Bom, ainda bem que ele foi parar atrás das grades, ou eu mesmo o mata... — sua face foi se transformando enquanto falava, indo de alegria a raiva em poucos segundos, e o interrompi.

— Não, Seth! Não discutimos sobre isso! Você não é um assassino, nem sujo como Bra...ele — evitei pronunciar o nome.

Ele bufou, mas assentiu, sorrindo para mim.

— Bom, tenho uma coisa para cantar para você — ri de sua mudança de humor repentina.

— Tudo bem, o quê é ? — perguntei, aguçando meus sentidos para detectar alguma dica em seu rosto.

— Bom, você sabe que minha voz é desafinada, mas achei essa música perfeita para você — Ele passo a mão nos cabelos e riu nervosamente, sabia que estava acanhado.

— Você não é tão ruim assim. Mas vamos, não me enrole, eu posso acompanhá-lo, se conhecer a canção — sugeri.

— O.K

Ele começou a tocar Break The Cycle do You+Me, e nos primeiro acordes, já senti meus olhos lacrimejarem de emoção.

Meu amigo da escola de música Will, havia cantado para mim algumas vezes, além dele, Edward e Esme, é claro, mas bom, com Seth a sensação era totalmente diferente e um tanto...inexplicável. Ali, era como se só existisse o nosso mundo, e estivéssemos em uma bolha criada por nós mesmos.

Seus olhos estavam fechados, mas se abriram levemente quando cantou a segunda estrofe da canção.

" Ninguém nunca te abraçou

Sem momentos sinceros

Mas se você fosse meu

Eu teria olhado em seus olhos

E diria "

Seth voltou a se concentrar na música, olhando para seus dedos que dedilhavam o violão marfim, e compreendi que ele estava se sentindo tímido, então, mesmo chorando pela bela canção que ele escolhera cantar para mim, comecei a cantá-la, com a voz embargada.

" Diga as palavras que você deseja ouvir

E eu as cantarei em alto e bom som

Deixe que eu cure as feridas que você carrega

Por todos esses anos

 

Quebre o ciclo, quebre as correntes

Pois o amor é mais forte do que toda essa dor

Do que toda a sua dor "

Ao terminar a canção, ele deixou o violão de lado. Com prudência, Seth secou minhas lágrimas com seus longos polegares.

Com a aproximação dele, minha respiração ficou ofegante, de um jeito meio constrangedor, fazendo com quê eu abrisse os lábios um pouco.

Ele deslizou um de seus dedos para minha boca, a acariciando, enquanto sua outra mão, estava colocando uma mexa de meus cabelos atrás de minha orelha.

A situação me pareceu estranha no começo, pois antes, eu não me permitiria ser tocada por ninguém, nem mesmo por Carlisle ou Esme, meus pais adotivos, mas com Seth era diferente. Era como se ele, e somente ele, pudesse me fazer esquecer todos os meus demônios.

Seus olhos negros, pareceram ficar em um tom líquido e suplicavam por minha atenção, fazendo com que fosse impossível desviar a atenção dele.

Hesitantemente, Clearwater se aproximou de mim, e encostou delicadamente seus lábios quentes e finos nos meus.

Pensei em recuar, mas era como se meu corpo não obedecesse meu cérebro, e quando finalmente sua língua encostou em meu lábio inferior, timidamente. Deixei o meu lado racional de lado ao enlaçar seu pescoço com meus braços, deixando-o aprofundar o beijo quente. Meus dedos se perderam em seus cabelos desgrenhados, e Seth me puxou para mais perto de seu corpo, fazendo com quê eu encostasse em seu peitoral definido ao cair em seu colo.

Rimos quando isso aconteceu, mas logo, seus lábios estavam sedentos pelos meus, e logo estávamos nos beijando novamente.

Eu me sentia nervosa, de um jeito engraçado, e pela primeira vez, aquela sensação, que todos comentavam, de borboletas flutuando no estômago, pareceu finalmente fazer sentido, uma vez de quê ela só havia vindo agora, quando eu estava beijando Seth Clearwater. Nem mesmo Matt Collins, o cara que eu pensei que estava apaixonada no período de High School, havia me trazido essa sensação que era descrita nos livros de romance. Somente Clearwater conseguira isso.

Ali, nos braços de Seth, eu tinha sensação de segurança. Era como se ele fosse o meu porto seguro, e eu não queria soltá-lo jamais, pois assim que o fizesse e ele fosse embora, aquela sensação iria com ele. Seu perfume era aconchegante, em um cheiro amadeirado misturado com um perfume cítrico, e era o mesmo de quê me lembrava do dia anterior.

Segundos depois, cedo demais, Seth me soltou, e parecia sem graça por ter me beijado, fazendo com quê eu me perguntasse se ele tinha se arrependido de tê-lo feito, mas logo, ele abriu um largo sorriso e me deu um beijo estalado em minha bochecha, me aconchegando em seus braços carinhosamente.

— Eu queria ter esperado, mas não aguentei, desculpe — sussurrou em meu ouvido, me fazendo cócegas.

— Ainda bem que você foi precipitado — disse sorrindo, depois me lembrei de algo que ele havia me contado, e me virei em seu colo — Seth, você não havia tido um imprintig por uma garota, como assim me beijou?! Ah, droga! Você me enganou com essa lenda, dizendo que era como encontrar a alma gêmea e... — eu me levantei conforme ia tagarelando, andado de um lado para o outro e passando a mão em meus fios, frustrada. No final, todos os homens eram iguais...

— E eu tive um! — ele se levantou rapidamente ao ver que o encarei com os olhos arregalados e riu, me deixando ainda mais incrédula.

— Meu imprintig foi por você, Ashley Cullen.

Fiquei estática por alguns segundos, e me senti tonta minutos depois. Agarrei os braços de Seth, fechando os olhos com força e abrindo segundos depois.

— Você, está falando sério? — gaguejei

— Eu jamais brincaria com você — disse ao alisar meu rosto com carinho — Se quiser, podemos pedir para Edward ler meus pensamentos e...

— Não! Confio em você — era realmente verdade. Seth me passara confiança desde o momento em que entrou pela porta dos fundos da mansão Cullen me assustando. — Só estou meio chocada com a ideia...

— Ashley, olha eu não deveria ter te beijado assim, é só que eu não sabia como lhe contar tudo isso, e bom, Edward me disse que você estava passando por um momento delicado, então...

— Edward sabia ?! — o interrompi.

Seth somente assentiu, sem graça.

— Mas que safado! — ri — Não estou aborrecida com você, Seth. Gostei...do que aconteceu — admiti — Só acho que Edward é um espertinho, e seu cúmplice. Ele me convenceu a ir na fogueira ontem — ri.

Seth também pareceu surpreso ao me abraçar com carinho e beijar meus cabelos.

— Bom, me lembre de agradecê-lo depois.

Não foi surpresa para os Cullen quando Seth e eu entramos de mãos dadas na mansão. Rosalie, que chegara de viagem, fez uma careta, mas ela não tinha uma relação com Seth, diferentemente com Jacob, cujo ela repudiava.

Quando chegamos, Renesmee estava em uma pequena discussão com a família.

— Mas Claire tem um, eu quero um também ! — como uma criança mimada, ela batia os pés no chão, exigindo o que quer que fosse da família.

Edward abaixou perto da filha, ficando em sua altura e a olhando com doçura ao dizer:

— Querida, não podemos ter um cachorro aqui, entenda que a nossa alimentação é... — ele deixou as palavras no ar ao ver os olhos da pequena Nessie lacrimejarem.

— Por favor — suplicou — Vovô! — ela correu para Carlisle, segurando em suas pernas.

Eu sabia que Edward não rejeitaria o pedido da filha.

— Um cachorro grande como o Jacob não basta, maninho — Emmett provocou.

Rosalie o acompanhou nas gargalhadas.

— Tudo bem, mas um cachorro de porte pequeno, e você e Jacob — Edward apontou para o grandalhão — Se responsabilizaram pelo coitado.

Renesmee vibrou, feito Alice, dando pulinhos na sala, e indo abraçar o pai. Depois, ela começou a puxar Jacob pelas mãos, que a encarou confusa.

— Anda, vamos pegar meu cachorrinho!

A sala explodiu em gargalhadas com a empolgação da garota.

— Nessie, acho que já está um pouco tarde... — Jacob começou

— Não, a Claire disse que a cadela deu filhotes, o Chase está esperando por mim, e...

— Você já tinha tudo planejado? — Eu perguntei, olhando para Edward e me perguntando se ele não havia lido os pensamentos da filha.

Renesmee corou, ao me encarar.

— É que o Chase era tão lindinho, e... — Seus olhos chocolates brilhavam com paixão.

Concordei, deixando-a livre de explicações, e então, Jacob e ela saíram para buscar o tal filhote.

Os olhares então caíram sobre Seth e eu, que estávamos abraçados no canto da sala.

— Então, acho que tem algo para ser explicado — Emmett cruzou os braços, deixando seus músculos definidos sobresaltarem.

Prendi o sorriso que quis escapar de meus lábios com a atitude de meu irmão protetor, e de relance, olhei para Jasper. O loiro parecia interessado, embora estivesse um pouco tenso, eu podia jurar que via um pouco de curiosidade em seus olhos.

Alice sorria sem parar, e imaginei que logo ela daria suas crises de gritinhos estéticos com a notícia que Seth estava prestes a dar.

Rosalie...bom, ela não parecia empolgada com a ideia, mas sorriu para mim levemente, e imaginei que ela estivesse me incentivando a contar a notícia.

Ao olhar para Carlisle e Esme, vi os dois abraçados, sorrindo um para o outro, e percebi que era aquilo que eu queria para mim : o amor eterno. Eu sabia que Seth era o único que poderia me proporcionar isso, e então, finalmente olhei para Edward. Diferentemente de como foi quando eu namorei, se é que posso chamar de um namoro, Matt, Edward não parecia bravo. Ele e Alice, eram meus únicos irmãos ali que se mantinham calmos e relaxados.

— Bom... — Seth começou sem jeito, e me soltou ao ir ao centro da sala, encarando cada um ali, e finalmente se voltando para Carlisle e Esme — Acho que não é surpresa pra nenhum de vocês, mas eu queria fazer isso do jeito certo — e lá estava ele, passando a mão nos cabelos, todo nervoso e sem jeito. Ah, como eu amava isso nele!

Edward revirou os olhos com meus pensamentos juvenis, e o desafiei perguntando se não era exatamente assim entre ele e Bella. O vi assentir levemente com a cabeça e esconder um sorriso.

— Carlisle, eu gostaria de sua permissão para namorar sua filha, Ashley.

Senti minhas bochechas corarem quando Seth pronunciou meu nome, e então, todos os olhares se voltaram para mim.

— O que acha, querida ? — vi Carlisle olhar para Esme, que prendeu o riso.

— Não vejo problema nenhum.

As sobrancelhas de meu pai adotivo quase se uniram quando ele enrugou seu rosto de anjo, antes de dizer:

— Também não vejo problema nos dois ficarem juntos, com duas condições — alertou

Pensei que Carlisle não implicaria dessa vez, e percebi que estava errada.

— Ashley tem toque de recolher durante os dias de semana — soltei uma risada nervosa, ele estava exagerando, tentando manter as aparências em uma família onde ninguém era normal — E por último, ela tem que começar a faculdade, ou nada feito.

— COMO É QUE É ?! — me peguei gritando.

Todos os olhares pousaram em mim, fazendo com que Seth estivesse imediatamente ao meu lado, me abraçando.Ele alisou meus bracos, tentando meu acalmar, e ouvi o suspiro pesado de Carlisle.

— Filha, você não pode ficar o tempo todo trancafiada em casa e...

— Já falamos sobre isso, hoje pela manhã — respondi secamente.

— Sim... — hesitou

— Carlisle, ela tem razão. Seria prudente que alguém estivesse com ela, depois de tudo o que houve. Ashley ainda não está preparada...para a faculdade — interviu Jasper.

— Seth poderia ir com ela — Edward propos.

Mordi os lábios pensando na ideia. Não seria tão ruim assim, se Seth estivesse comigo, afinal, nos demos tão bem em pouco tempo, e ele era um lobo, poderia muito bem me proteger de qualquer perigo humano idiota, ou até mesmo de vampiros...

Revirei os olhos com minhas ideias loucas.

— Acha que Sam aceitaria isso ? — Perguntou Esme, olhando de relance para mim.

Seth apoiou seu queixo em meu ombro ao responder.

— Bom, eles realmente me excluem da matilha, de toda forma, não temos nenhum perigo por perto, acho que alguns anos longe não seriam problemas, de qualquer forma, Seattle não é tão longe assim... — ele olhou para mim duvidoso.

Soltei um suspiro pesado, e assenti lentamente.

— Ashley ? — Carlisle perguntou com cautela.

— Tudo bem... faculdade — concordei, dando um sorriso amarelo.

Não me surpreendi ao saber que Edward já havia mandando algumas papeladas para as universidades. Harverd era minha primeira opção, mas isso muito antes de conhecer Seth e muito antes de...Brad. Agora, minhas opções estavam restritas, então eu iria junto com Seth para Seattle University no bairro de Capitol. Seth, diferentemente de mim, era bom com contas, e então cursaria contabilidade, enquanto eu ficaria com a a escola de enfermagem. Carlisle concordou em me deixar cursar medicina em Harverd quando eu estivesse pronta. No momento, eu poderia me sacrificar próximo a mansão Cullen, por eles e por Seth, mas ir para Harverd era um passo muito grande que eu não estava preparada para dar algora.

Somente no próximo semestre, Seth e eu começaríamos na faculdade, então, disse à Carlisle que eu queria resolver as pendências que faltavam, como vender minha antiga casa em Ketchikan e pegar a tal carta que David mencionara para Esme.

Seth insistiu em ir comigo, mas eu queria ser corajosa para encarar o mundo sozinha e lhe prometi que seria uma viagem rápida, de no máximo dois dias.

Meus irmãos não concordaram com a ideia,as Carlisle entendeu meu lado, e intercedeu por mim.

Certa noite, Seth insistiu que deveríamos ir ao cinema, e depois de muita insistência, concordei, e pedi ajuda a Alice que imediatamente arrumou um vestido rendado verde água para mim. Ele tinha um enorme decote em V nos seios, o que me deixava meio constrangida, ainda sim era lindo. Alice também me deu um par de Louboutin preto, com saltos enormes, e quando finalmente desci as escadas, ganhei os olhares de reprovação dos meus irmãos.

— Pode indo trocar de roupa, agora! — Emmett falou furioso, já cruzando os braços no peito e rosnando.

— De jeito nenhum, você não vai deixá-la sair assim, Alice! — Edward concordou com Emmett.

— Nem pensem nisso! Esse vestido é de Yeves Saint, acham mesmo que vou deixá-la trocar de roupa ? — perguntou Alice irritada.

— Alice tem razão, e de qualquer forma, você está um arraso, Ashley ! — Rose me abraçou carinhosamente.

Sorri ao encontrar o olhar de Seth Clearwater me avaliando. Ele mantinha a boca levemente aberta, e seus olhos iam de meu vestido para meu rosto a cada dez segundos.

— Não cheguem tarde, tudo bom ? — Esme pediu sorrindo.

— E Seth, cuidado com minha menina, por favor. — Carlisle disse ao me dar um beijo no topo de minha cabeça, me fazendo revirar os olhos.

— Pai! — Reclamei, constrangida.

— Sem problemas, ás onze em casa — Seth concordou, e logo veio me abraçando pela cintura, me conduzindo para fora da mansão Cullen.

— UOU! Você comprou essa máquina possante ? — Perguntei ao olhar para o Audi R8 branco.

Seth passou a mão nos cabelos nervosamente e riu sem jeito.

— Bom, isso na verdade, é um presente de Edward pra você...

— PRA MIM ?! — exclamei confusa

— Ele queria fazer uma surpresa, mas concordou que deveríamos ir de carro, e achou mais confortável se você fosse no seu...

— Mas por quê Edward me daria um carro ? — perguntei após entrar no banco do carona do R8.

O estofamento do carro era todo em vermelho escarlate, minha cor favorita.

— Bom, ele achou que você deveria ter um carro para ir e voltar de Seattle quando quisesse... — disse Seth, girando a chave na ignição do carro.

— Uff... — bufei — Então vocês, já estavam planejando tudo ? — apontei para Seth, como se ele também fosse responsável por tudo isso.

— Eu só concordei com seu pai, sabe bem disso. Você precisa de uma vida amor. Sabe, faculdade, trabalho...

— Você me chamou de quê ? — eu o interrompi rapidamente.

Seth parou em um semáforo, e olhou para mim, do jeito que só ele sabia fazer.

— Amor — disse seriamente, e sem pensar em mais nada, me inclinei no banco e lhe beijei os lábios carinhosamente, perdendo o fôlego em segundos.

Ouvimos buzinas tocarem constantemente, e rimos dos motoristas estressados atrás de nós.

Chegamos em poucas horas, e fomos caminhando pelo estacionamento de Uptown, abraçados, como um casal comum.

O vento chicoteou, batendo em meus cabelos e me fazendo estremecer com o frio.

— Você não deveria ter vindo com esse vestido, além de curto, está realmente frio para utilizar roupas assim — advertiu ele.

— Eu sei... só achei que você iria gostar de me ver...bonita — senti minhas bochechas corarem ao sussurrar.

Seth parou bruscamente, já na calçada do Uptown, e me segurou, puxando meu queixo levemente para olhá-lo nos olhos.

— Eu já te acho bonita, independentemente da roupa que estiver vestido.

— Mas eu...

— Ashley! Estou com você pelo que é , não pela família rica, ou pelas roupas de marca, sabe disso, não sabe ?! — ele ergueu as sobrancelhas definidas, esperando uma resposta minha.

Sorri, e assenti.

— Eu sei, por isso te amo!

Seth me beijou calmamente ali na calçada, me abraçando em seguida e colando nossas testas, uma na outra.

Perdi o ar, e fiquei alguns minutos sem saber como respirar.

Ele me deu sua jaqueta de couro preta, e me aconchegou em seus braços, enquanto íamos para a bilheteria.

Seth não reclamou quando escolhi um romance meloso para assistirmos, e ri mentalmente por isso, pois tinha certeza de quê ele não reclamaria de nada.

Assistimos ao filme abraçados, e trocávamos alguns carinhos e beijos uma vez ou outra, depois, fomos até uma lanchonete, e não foi surpresa nenhuma quando Seth comeu dois hamburgeres enormes, e eu apenas uma porção de batatas frita.

Como combinado, chegamos cedo em casa, um pouco antes das onze e meia, e avistamos Bella, Edward, Jacob e Renesmee correndo pelo enorme jardim da mansão Cullen.

Eu sorri com a cena, pois Edward havia formado uma família linda, e estava feliz. Depois de anos enfrentando seus próprios demônios, Edward encontrara finalmente o caminho para a felicidade junto de sua esposa e sua filha.

— Em breve seremos nós — meus olhos voltaram para o rosto de Seth. A lua o iluminava com uma luz prateada, no meio da escuridão, e tudo que eu podia ver, eram seus olhos brilhantes e alucinados.

— Como assim, casar ? — perguntei rindo um pouco, jamais havia pensado em casamento ou algo parecido.

— Não só casar. Ter filhos, construir uma família e nossa própria casa em La Push... — me respondeu, parecendo empolgado com a ideia toda.

Mordi os lábios, e naquele momento não soube o que responder, pois havia combinado com Carlisle que me transformaria depois da faculdade, e não poderia ter filhos depois disso, e muito menos antes. Imagina, uma vampira mãe de um filho humano/ lobo ! Era bizarro demais, além de claro, ter riscos enormes.

— Seth... — hesitei — Não posso ter filhos — olhei para ele, mas Seth não pareceu abalado com a ideia.

— Podemos adotar, como Esme e Carlisle — propôs.

— Claro, daqui há uns trinta anos — ri — Não posso pensar em ter uma família agora, eu posso desejar o sangue do meu próprio filho e...

— O QUÊ?! — ele me olhou sem compreender sobre o quê eu falava, e logo seus olhos escureceram, de um jeito que nunca havia visto — Você está pensando em se tornar uma deles! — exclamou, alto demais para que eu pudesse sentir os olhares da família Cullen sobre o R8.

— Mas é claro! Você, eles...todos aqui tem a eternidade, eu não vou deixar minha família e muito menos você ! — enfatizei as últimas palavras.

— Mas eu envelheço...

— Seth, você só vai envelhecer quando parar de se transformar, e sabemos bem que isso não vai acontecer tão cedo! Acha que vou ficar velha gagá ao lado de um cara sarado e bonito ?! — revidei.

— Uff! — bufou, depois encostou no banco, se dando por vencido.

— Tivemos uma noite ótima, por favor, não vamos brigar — pedi, delicadamente.

Ele olhou para mim, seus olhos ganhando vida novamente.

— Não vou brigar, Ashley. — ele alisou meu rosto com o dorso da mão — Só não quero que se torne uma deles. Não tenho nada contra os Cullen, mas Sam e Jacob não irão aceitar isso...

— Aceitaram com Jacob — respondi

— Renesmee é uma híbrida, é diferente...

Ficamos nos encarando na escuridão por um tempo, até que suspirei e decidi que era hora de entrar.

— Bom, vou entrar, amanhã tenho o voo para Ketchikan...

— Eu podia ir com você...

— Não vamos discutir esse assunto novamente, ok ?! Eu vou e volto, será rápido, juro!

Seth revirou os olhos, e não respondeu mais nada, me puxando para um beijo longo, e me abraçando apertado.

— Sinto que vou lhe perder, não quero que vá — sussurrou em meu ouvido.

Alisei seu rosto e lhe dei um selinho nos lábios.

— Você nunca vai me perder , Clearwater.

Depois de outro beijo, eu finalmente entrei na mansão Cullen, indo para meu quarto, e caindo em um sono profundo.


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Notas finais do capítulo

PS: como me pediram, estou postando as músicas no capítulo já com a tradução, espero que gostem assim...
Bom, comentários são bem vindos! Obrigada por lerem MI, beijos da Lih



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