My imprinting escrita por L Chavez


Capítulo 8
Primeira Temporada - 01X07


Notas iniciais do capítulo

Músicas do capítulo : Frére Jacques /Breathe Me - Sia / My Skin – Natalie Merchant


NOVOS LEITORES!
Não sabem o como essa notícia é ótima, só tenho que agradecer há vocês, pois o que é uma estória sem leitores, não é mesmo?
Bom, tenho que confessar que ando sem inspirações... eu meio que tenho ideia sobre o que irá acontecer na fanfic, mas, é claro que não pode desenrolar tudo assim de cara, não é mesmo? Por isso estou relendo Eclipse ( HAHA, NÃO É PIADA, E SIM, SOU TEAM EDWARD :* ), e também buscando inspirações em filmes e tudo mais, então por favor, não se assustem se os capítulos demorarem a ser postados...
Também fiz um vídeo da fanfic ( pretendo fazer mais SE tiver bastante acessos ), e está no Youtube ( link : https://www.youtube.com/watch?v=i_0L812w12I&feature=youtu.be )
PS: mudei meu nome no Nyah, mas pretendo mudá-lo novamente KKKK, não me perguntem o motivo, sou retardada, ou não...
Enfim, é isso, tenham uma ótima leitura ;)



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Livro I : Ashley

Jacob e Renesmee desceram do carro animados, eu somente os segui tranquilamente. Um arrepio me atravessou a espinha, e senti um frio enorme na barriga, o que sem dúvidas não se devia ao frio, pois Forks estava em uma temperatura mais quente agora.

Uma enorme fogueira iluminava a pequena campina, e uma roda de pessoas estavam envolta dela. Poucos eu conhecia ali, e me senti acanhada após receber alguns olhares de reprovação.

Continuei olhando o local, agora dando passos minúsculos no chão de terra molhada. Procurava por alguém que eu conhecesse ali, e pensei em ir embora, até ver um Seth tristonho sentado em uma pedra enorme, com o olhar perdido. Ele estava afastado de todos, e se não fosse pela luz das chamas da fogueira refletindo em sua pele, eu não o teria visto ali.

Olhei para os outros e percebi que estavam concentrados na conversa, em breve, pelo que Renesmee me contara no caminho, eles começariam a contar lendas quileutes, mas eu agora não estava interessada nelas.

Caminhei lentamente até Seth, que pareceu não notar minha presença, e me sentei ao seu lado.

— Hey —Disse baixinho, de algum modo, ele me deixava sem graça.

Seth se virou para mim, e imediatamente, seus olhos negros ganharam um leve brilho ao encontrar os meus olhos castanhos. Ele sorriu levemente, mas não era o sorriso no qual eu esperava, pois ele sequer exibiu seus lindos e brilhantes dentes.

— Oi — Respondeu, e voltou a olhar para alguma coisa que eu não identifiquei.

— Não quer ouvir as histórias ? — Tentei puxar assunto, afinal, se eu iria ficar até tarde em um lugar que eu não conhecia ninguém por causa de Renesmee, ao menos eu poderia conversar com Seth, não é ?

Seth suspirou, e depois respondeu:

— Já ouvi essas histórias milhões de vezes, não estou interessado — sua voz saiu rouca e cansada.

— Hum... — murmurei, sem saber o que falar, ficando quieta em seguida.

Comecei a balançar meus pés, em um ritmo que eu havia acabado de criar, estava sem saber o quê fazer.

— Ashley — Seth disse tão baixo, que se eu não tivesse acostumada a escutar as conversas dos vampiros da família Cullen, jamais teria escutado.

Me virei para ele, e fiz sinal com a cabeça para que ele continuasse.

— Eu não quis causar má impressão, só achei que seria legal você vir a fogueira...hum... – hesitou —Eu sou desajeitado, não sei como fazer isso ! - Seth socou o ar frustrado e pulou da pedra com raiva. Pude ver seus olhos brilharem, e imaginei que estivesse a ponto de chorar.

Ele fez menção de fugir de mim, mas rapidamente saltei da pedra, e segurei levemente seus pulsos, não queria que ele fosse embora, mesmo ainda tendo certa desconfiança dele.

— Seth! - Chamei.

— Vá embora, Ashley —Respondeu firme, sem olhar para mim.

— Eu vim aqui escutar histórias da sua tribo —Disse ao perder a paciência.

— Então sente lá e escute, o Sr.Black pode lhe explicar tudo o que quer saber — Ele respondeu irritado, o quê me fez rir.

— Não, quero que você me conte as histórias, será que pode fazer isso ? - Pedi.

Seth se virou para mim sem acreditar no que eu havia pedido.

— Está me gozando ? — Arregalou os olhos.

Mordi os lábios e respondi :

— Não, claro que não. — Me vi dizendo.

Seth pareceu pensar por alguns segundos. Seus olhos se estreitando em tamanha confusão, até finalmente sorrir.

— Tudo bem, eu sou um dos mais novos no grupo, mas tenho experiências e conheço todas as histórias — ele pareceu se animar — Quer um Hot Dog antes ? Posso pegá-lo para você e... — Seth começou a tagarelar.

Sorri ao dizer :

— Um Hot Dog seria ótimo.

Seth abriu um largo sorriso saiu por alguns minutos, voltando com um prato com quatro Hot Dogs, e duas latinhas de refrigerante ainda lacradas.

Depois do que acontecera com Brad, eu sempre verificava tudo o quê me ofereciam, mas dessa vez, sabia que não teriam riscos.

— Quatro ?! - Exclamei

— Pensei que estivesse com fome - Ele disse, me entregando a latinha de refrigerante.

— E estou, mas não como isso tudo - Ri

—Melhor assim, posso comer por você.

Gargalhei.

— Isso é algum mal de lobo ? Quer dizer, Jacob come como um leão, e agora você...

— Não sei, nunca tinha pensado nisso — disse ele, com a boca cheia.

—Credo , Seth! Coma devagar — Ri.

—Desculpe, é que isso está muito bom — Disse após engolir um pedaço da salsicha.

—Tenho que concordar - Disse com a boca um pouco cheia—Estão ótimos.

— Emily geralmente cozinha muito bem, você tem que provar os Cookies que ela faz, geralmente não sobram nem as migalhas.

— Oh, devem ser maravilhosos, você tem que me levar para prová-los um dia —Concordei.

Seth me contou algumas história da tribo, e mencionou ter ajudado Edward na luta contra Victoria. Segundo ele, os outros o achavam jovem e desastrado demais para lutar, e ao que parecia, ele provou que sabia muito bem se defender contra Riley Biers, poucos meses atrás. Foi Seth quem arrancara o braço de Riley, e depois o matara.

Seth também me contou do tal tratado, e disse que ele agora quase não existia, após Jacob ter sofrido um imprinting por Nessie.

— Um o quê? — me peguei perguntando.

Seth soltou uma risada sem humor e respondeu que era como uma amor a primeira vista, só que mil vezes mais forte. Não existiam regras quando eles encontravam sua cara metade, e era quase que impossível explicar tal coisa.

— Mas Nessie é uma criança... - Refleti.

— Não é bem assim, é como se Jacob e Renesmee estivessem destinados um ao outro, mas acredite, Edward o mataria se ele machucasse sua filha.

— Tenho certeza que sim.

Rimos juntos, e o silêncio preencheu o ambiente.

— Já teve...um imprinting por alguém? - Agora estávamos admirando a fogueira, ainda sentados na pedra, afastados de todos. Muitos já tinham se dispensado, e a maioria que ainda conversava eram casais.

Seth soltou um gemido tristonho me fazendo encara-lo.

— No final, acho que isso tudo não passa de uma lenda idiota.Não deu certi comigo. - Ele atirou o prato, agora sem hot dogs, com força, fazendo o plástico derreter rapidamente ao encontrar as chamas da enorme fogueira.

— Por quê diz isso ? - Senti minhas sobrancelhas se unirem ao perguntar.

— Ela me acha sem jeito - Ele pulou da pedra e começou a caminhar tristonho.

Demorei alguns minutos para segui-lo, sentindo meu coração se apertar com sua confissão, e quis entender o motivo de minha frustração.

Acabamos parando em uma varanda de uma casa de madeira, ainda em construção. Seth estava sentado nos pequenos degraus, as mãos apoiando seu queixo.

— Se quer saber, ela é uma boba por não perceber o cara legal que está louco por ela - disse ao me encostar na casa.

— Você acha? - Seus olhos se iluminaram, e ele sorriu um pouco.

Me sentei ao seu lado.

— Gosto do seu jeitinho desajeitado Seth, além disso, você já provou que pode ser um lutador muito bom - Sorri - Só a faça perceber que você pode ser um cara legal e determinado a fazer o que quer- pisquei.

— É, acho que farei isso - suspirou - Ashley, eu...só queria te convidar para vir a fogueira, você sabe, mais cedo, não quis... causar aquela impressão, é que as vezes não sei como reagir e...

— Está tudo bem Seth — Eu o calei, surpreendendo a ele e a mim mesma ao beija-lo no rosto - Você não fez por mal.

Seth corou, e eu também me vi sem jeito, mas geralmente reagia sem pensar quando estava perto dele.

— Eu queria ser menos desajeitado... — murmurou

Sorri.

— Acredite, isso não é um problema.

Senti seus olhos em mim, enquanto meus olhos marejavam.

— Desculpe, não quis...

— Não - Virei para encará-lo — A culpa é minha, nos últimos dias tudo o que sei fazer é chorar e preocupar as pessoas que me cercam - Ri sem humor - Não quis ser irônica com você, desculpe.

— Isso está parecendo até aquelas séries de tevê com garotinhas se lamentando o tempo todo.

Rimos.

— Vamos recomeçar ? — propôs.

Concordei sorrindo,afinal, era justamente o quê eu precisava agora : rir e me distrair um pouco.

— Então, Ashley Cullen — Seth demorou ao pronunciar o meu nome, era como se ele gostasse do som que saia de sua boca ao pronunciar meu nome - O quê faz em seu tempo livre?

— Eu toco, e canto. — Disse sem pensar.

— É sério ?! Você vai ter que cantar algo para mim! — Exclamou empolgado com a ideia.

— O quê? ! Não mesmo — senti minhas bochechas corarem.

— Ah não, não vou deixar essa passar tão fácil, me dê um minuto.

Seth saiu correndo e voltou em exatos dois minutos com um violão na mão.

— Você toca? — Perguntei incrédula.

— Parece que não tenho talento só para devorar Hot Dogs.

Rimos juntos.

— Então...?

Suspirei, eu tinha certeza de que Seth não me deixaria ir embora sem se quer cantar alguma coisa, então, me lembrei de uma música boba que minha mãe, Elizabeth,cantava para mim quando eu deveria ter meus cinco anos de idade e tinha insônia.

Frère Jacques

Frère Jacques

Dormez-vous?

Dormez-vous?



Sonnez les matines,

Sonnez les matines.

Ding, dang, dong.

Ding, dang, dong ”

Seth parecia admirado ao meu observar cantar. Eu já me sentia envergonhada, principalmente por estar cantando uma canção infantil idiota, porém, ele não pareceu se preocupar com isso.

— Nossa, você canta muito bem !

Escondi meu rosto entre as mãos e ri um pouco, a vergonha me dominando. Na School Of Music havia sido bem diferente. Eu tinha uma platéia, mas quando fiz aquela “prova” no palco cantando Ordinary de Train, eu foquei meus olhos em Peter em um desafio que o meu ex professor havia me proposto : conseguir encarar as pessoas após o que Brad fizera comigo, mas não saí intacta do palco, eu sequer terminei a apresentação, e saí do palco aos planto. Poucos entenderam minha reação, e dei sorte de Will e Annie terem sido os próximos a se apresentarem, fazendo os outros alunos esqueceram de minha apresentação desastrosa, e Mily vir me consolar minutos depois na cochia.

Encarei Seth, mesmo sabendo que meu rosto ainda deveria estar vermelho feito uma pimenta.

— Tudo bem, agora quero ver você tocando – Desafiei.

Seth dedilhou o violão afinando-o com delicadeza, depois voltou a se sentar ao meu lado e começou a tocar Flightless Bird, American Mouth de Iron & Wine.

Ao reconhecer a canção, comecei a cantá-la baixinho, logo, Seth se virou para mim sorrindo e assentindo, me incentivando a continuar enquanto ele dedilhava as cordas, por fim, nós dois estávamos cantando juntos, ele era um pouco desafinado, mas sua voz rouca me encantava de qualquer forma. Seus olhos escuros encontraram os meus olhos castanhos claros, e naquele momento, soube que ele tentava ler minha alma, assim como eu tentava decifrá-lo.

— Uau, deveríamos fazer isso mais vezes — disse ele após terminar a canção.

— Foi incrível, nunca tinha feito um dueto com alguém além de Edward.

De alguma forma, eu não parava mais de sorrir, e me sentia uma boba por isso, ao mesmo tempo estava feliz, porque finalmente estava dando um sorriso sincero depois de meses e agradeci Edward mentalmente por ter me convencido a vir a tal fogueira.

— Bom, podemos fazer isso mais vezes... —Seth hesitou, como se pensasse que eu pudesse recusar seu convite.

— Tenho certeza que podemos, talvez na próxima vez que você for acordar a princesa do Jacob lá em casa.

Demos umas risadas, pois ultimamente, Seth estava sempre rondando a mansão Cullen para lembrar Jacob de seus compromissos.

Soltei um bocejo enorme, o dia tinha sido longo, afinal eu tinha dado o depoimento na delegacia, o que havia me deixado exausta.

— Você está cansada — Observou Seth.

— Só um pouco, tive que dar um depoimento na delegacia pro pai de Bella — Revirei os olhos e estremeci com a lembrança de Brad vagando por aí.

Seth deixou o violão de lado e me puxou, meio que com receio, para mais perto, colocando um de seus braços musculosos em torno de meus ombros.

— Está com frio ?

Eu ri um pouco de sua inocência, e desejei por um minuto que eu tivesse estremecido por esse motivo, mas logo me distraí ao sentir a temperatura quente de Seth.

— Você está bem ? — Olhei para ele, que estreitou os olhos sem entender minha pergunta — Está quente, parece estar com febre...

Coloquei a mão em sua testa, fazendo-o gargalhar. E dessa vez, quem estava confusa era eu.

— Bom, os vampiros são frios demais, e os lobos quentes demais — Explicou.

Senti uma empolgação ao falar :

— Sério ?! Isso é demais! Então, vocês não sentem frio ? Agora dá pra entender o motivo do Jacob andar semi nu por aí.

Seth se mexeu desconfortável com a ideia.

— Disse algo de errado ? — Analisei seu rosto, seu maxilar havia trincado.

— É só que...você parece observar muito o Jacob – Ele passou a mão livre em seus cabelos desgrenhados, e eu gargalhei.

— Bom, estou sem sair de casa há um bom tempo, e tudo que faço é ler, tem horas que isso me cansa e acabo observando as pessoas da casa, e Jacob agora parece da família... Você poderia pedir a ele para que evitasse roncar no sofá nas madrugadas, sabe, os roncos realmente são altos.

Seth riu, e meu bocejo estava lá novamente, dessa vez, meus olhos lacrimejaram também, sinal de quê meu corpo estava mesmo exaurido, mas eu não queria dormir, não depois de finalmente me sentir mais leve ao me distrair com Seth, pois eu sabia que assim que fechasse os olhos, um pesadelo me atormentaria, fazendo com que logo eu esquecesse dessa paz que Seth havia me trazido.

— Acho melhor ir, já está tarde.

Seth assentiu e se levantou rapidamente, estendendo a mão para me ajudar a fazer o mesmo.

— Vai deixar seu violão aqui ?

— Eu volto para buscar depois — Piscou.

Caminhamos juntos até a fogueira, e pude ver Renesmee se divertindo brincando com Jacob, uma garota loira de deveria ter seus seis ou sete anos e mais um moreno da estatura mais ou menos de Jacob.

— Eu posso chamá-los se você quiser...

— Não, Nessie está se divertindo, acho que aguento esperar mais um pouco — olhei para Seth — Se importa em me aguentar mais alguns minutos ? — Perguntei sem graça.

— Não mesmo — ele respondeu com um sorriso enorme no rosto.

Nos sentamos em volta da fogueira e encostrei a cabeça em seu ombro largo. Ele não pareceu se incomodar, e me perguntei o motivo de não me sentir acanhada perto de Seth.

— Quem são ? — Tentei quebrar o silêncio.

— Aquele é Quil Ateara, meu primo, e a garotinha é Claire Young, sobrinha de Emily — Explicou Seth.

— Quil também sofreu um umprintig ?

Imprinting — corrigiu — Sim, ele também foi atacado por esse troço — Seth riu sem humor.

— Você não acredita mesmo nisso ? — Perguntei, e me aconcheguei mais em seus ombros, até Seth me abraçar e me puxar para seu peito. Mesmo estando de moletom, eu podia sentir a quentura de seu corpo.

— É difícil acreditar quando as coisas não dão certo para você...

Ficamos em silêncio observando os quatro correrem e rirem pela campina.

— Ashley — alguém sussurrou baixinho.

Gemi, e apertei mais meu cobertor querendo dormir mais um pouco.

— Hey, acorda! — a pessoa insistia.

Bufei e abri os olhos ainda sonolenta, dando de cara com Seth Clearwater, e me perguntei onde estava meu cobertor, até perceber que estávamos na Merceder de Bella, e o moletom de Seth era o que me cobria. Ele estava somente com uma camiseta branca, brincava com meus cabelos delicadamente, enquanto eu tentava adaptar meus olhos a claridade.

Me perguntei em qual momento havia dormido e como não havia tido pesadelos, nem acordado durante o trajeto de La Push até a mansão dos Cullen.

As portas do Mercedes foram abertas, e Bella desceu com Renesmee adormecida em seu colo. Levantei rapidamente do colo de Seth, que saiu e segurou a porta para que eu fizesse o mesmo.

Entreguei seu moletom sem graça, e constrangida por ter adormecido em seu colo, porém, esse havia sido o melhor cochilo que havia tido em meses.

— Desculpe, eu não deveria ter...

— Está tudo bem, você estava cansada — deu de ombros.

Um vento frio bateu, fazendo meus pelos dos braços se arrepiarem.

— É melhor eu entrar...

Seth concordou balançando a cabeça.

— Nos vemos amanhã, então ?

— Claro — Sorri — Traga seu violão.

Seth abriu um sorriso torto, exibindo seus dentes brilhantes e seus caninos afiados e concordou, feliz com a ideia.

— Boa noite, Ashley.

— Boa noite, Seth.

Lhe dei um beijo na bochecha, e ele me surpreendeu com me abraçar delicadamente com carinho e me dar um beijo no topo de minha cabeça, depois entrei, mas ainda pude ver por entre as vidraças da mansão, Seth explodir em um enorme lobo cor de areia.

Edward e Bella chegariam em poucos minutos com Nessie, eles haviam ido para o chalé pela madrugada. Rosalie e Emmett estavam em uma vigésima lua de mel em Roma, e Alice e Jasper estavam caçando alguns leões da montanha por aí, então, eu estava sendo mimada, literalmente por Esme enquanto Carlisle estava em seu escritório perdido em algum livro de medicina.

Eu degustava o chocolate quente que Esme havia preparado com pedacinhos de marshmallow, enquanto assistia a maratona de Revenge na tevê tranquilamente, aquecida por minha manta bege e fofa, até o telefone tocar, o que era incomum.

Estiquei meu braço e atendi sem tirar os olhos da tevê, admirando Daniel e seu bumbum enorme.

— Alô ?

— Finalmente! — reconheci a voz de imediato.

— Mily! Como conseguiu meu número ?

— Acredite, não foi fácil, ainda mais depois que você quebrou seu celular e deixou o chip aqui,eu o encontrei nas suas coisas assim que você foi embora deixando aquele bilhete estranho, mas você sabe, quando tenho que conseguir algo posso fazer coisas que ninguém congitaria em fazer, então foi moleza ir até os arquivos e achar sua ficha com o número de sua residência.

Revirei os olhos ao notar o óbvel.

— Tudo bem, então...?

Ela suspirou e disse de uma maneira calma:

— Bom, William e eu estávamos tentando entender seu comportamento estranho quando você estava estudando aqui na School Of Music, e bem, depois que você foi embora sem ao menos se dispedir resolvi fazer uma investigação sozinha no estilo FBI.

Ri com sua atitude, mas não a interrompi.

— Não foi fácil, tenho que admitir, você me deixou poucas pistas. Um celular quebrado, roupas rasgadas no cesto de lixo...mas essa semana finalmente entendi o motivo, e tenho certeza de quê Brad estava envolvido.

Puff!

Me engasguei com o chocolate quente, e deixei sem querer derramar um pouco no cobertor, queimando minhas pernas sem querer, mas não me importei com a dor.

— Estamos falando do que, exatamente ? — perguntei irritada após Mily ter tocado no “assunto proibido “

— Você sabe claramente sobre o que estamos falando... — Ela bufou — O fato é que um : eu estava esperando a oportunidade de colocá-lo atrás das grades depois do quê esse infeliz fez não só comigo, mas com outras garotas daqui que não tiveram a capacidade de denunciá-lo e essa foi a oportunidadeperfeita que encontrei e dois, essa você vai odiar — hesitou — Brad postou um vídeo seu no Youtube...

— COMO É QUE É ? — Eu berrei, sem conseguir controlar minha voz e o choro irrefreável que veio logo em seguida. Carlisle e Esme estavam perto de mim dois segundos depois, e senti seus olhos preocupados.

— Não dá pra ver seu rosto, se é isso que quer saber, mas bom...eu reconheci a cicatriz que você tem no braço esquerdo, aquela com um “C” enorme sabe ?

Ha sim, a cicatriz que eu tinha próxima ao cotovelo após uma das discussões com meu “paiotário”. Eu tentara defender minha mãe de um de seus tapas, quando ele me cortou com um facão, uns dois dias antes de minha mãe falecer...

— Você ainda está aí ? — Ouvi Mily perguntar.

Carlisle rapidamente pegou o telefone de minhas mãos ao ver que eu havia congelado feito uma estátuda.

— Querida — Esme tomou o copo de minhas mãos e alisou meus cabelos, mas levantei rapidamente e corri para o escritório de Carlisle, ligando um dos notebooks e fazendo a pesquisa na internet, desejando que tudo não se passasse de outro pesadelo, mas logo encontrei uma enorme manchete envolvendo o nome da escola de música em quê eu estudara, e haviam fotos não só minhas, mas de outras garotas que também haviam sofrido o mesmo nas mãos de Brad Miller.

Soltei um gemido agudo, e me encolhi, sem perceber que já chorava, ao encarar a tela do notebook.

— Ashley não, não precisa se torturar assim meu bem — Esme fechou rapidamente o aparelho e me puxou para seu colo, me ninando feito uma criança — Shiu, está tudo bem meu anjo — ela sussurrava com carinho alisando meus cabelos.

Nas fotos, realmente não dava para ver meu rosto, mas meu moletom me denunciava, pois era um dos que eu mais utilizava quando estudava na instituição, além disso, como Camily havia dito, a enorme cicatriz estava presente na maior parte das fotos.

Escutei a porta se abrir, e logo vi Carlisle se abaixar ao meu encontro. Seus olhos eram de um dourado líquido e eu sentia que ele estava com medo de quê eu tivesse outra crise, como a que tive quando retornei a Forks a poucos dias atrás.

— Eu acabei de ligar para Charlie, ele já está entrando em contato com os detetives responsáveis pelo caso, e já tomaram as providências para tirar as imagens da internet...

Concordei e me livrei do colo de Esme, limpando as lágrimas com as costas de meu casaco. Andei de um lado para o outro no pequeno escritório, sem saber o que fazer. Eles observaram cada passo meu com cuidado.

— Está tudo bem — Encarei os dois, não queria que ficassem loucos de preocupação comigo novamente, eles já estavam me mimando demais nos últimos dias, e eu sabia que isso teria que acabar.

— Ashley... — Começou Carlisle e pude ouvir o som de alguém tocando a campainha, e essa foi minha deixa para descer correndo as escadas e me livrar dos olhares preocupados de meus pais adotivos.

— Cheguei muito cedo, desculpe, eu estava ancioso para cantarmos juntos novamente. Você estava dormindo...?

Seth se calou quando me atirei em seus braços e o abracei com força. Ele quase se desequilibrou com a surpresa, mas logo me abraçou com a mão livre, já que a outra estava segurando o violão.

— Vou trocar de roupa, podemos fazer isso em outro lugar ? — Pedi, precisava espairecer a cabeça, e sem dúvidas, longe daqui.

— Claro, claro —Seth respondeu automaticamente.

Rapidamente peguei uma calça jeans e uma blusa lisa verde, colocando uma jaqueta jeans e minhas botas de caminhada pretas.

Nem Carlisle nem Esme se surpreenderam ao ver que eu iria sair com Seth, então fomos tranquilamente caminhando pela floresta que ele parecia conhecer bem o suficiente para que não nos perdêssemos, logo, paramos em frente a um lado no qual eu reconhecia bem, pois Edward as vezes me levava no mesmo local quando eu queria conversar a sós com ele.

Seth começou a tocar alguma coisa no violão que não identifiquei, enquanto eu encarava o lago sem ao menos prestar atenão nele.

— Tudo bem, o que aconteceu ? — ele perguntou depois de suspirar, e só então notei que havia deixado o violão de lado.

— Nada... — disse seca.

— E você está muda por nada? — ergueu a sobrancelha —Pode me contar o quê aconteceu, sabe disso não é ?

— Eu tenho vergonha só de saber que Edward pode ler essas coisas em minha mente, imagine se eu te contasse — pigarreei sem humor algum.

Seth pegou meu queixo com delicadeza, me fazendo olhá-lo, e novamento, seus olhos tentavam me decifrar, me fazendo ficar sem fôlego ao encontrar aqueles pequenos e lindos olhos negros.

— Pode me contar qualquer coisa, eu não irei lhe julgar, ou rir de você Ashley.

Suspirei e me levantei, ficando de costas para ele ao falar:

— Eu sofri abusos, e... agora tem um bando de imagens pela internet — Disse em um tom de voz baixo, era constrangedor só de imaginar, e quis entender o motivo de estar conversando sobre isso com um estranho que eu conhecera há poucos dias, mas não existiam regras quando eu estava perto de Seth, muito menos limites.

— Oh! — Ele exclamou surpreso.

Seus braços fortes me abraçaram com carinho, enquanto as lágrimas rolaram em minha face. Lágrimas de frustração, raiva, ódio e dor.

— Eu sinto muito — Ele sussurrou em meu ouvido, e senti uma sensação boa quando todos os pelos de meu corpo se enriçaram.

— Eu também — Confessei.

— Se eu estivesse por perto, isso não teria acontecido — Cogitou.

— Não nos conhecíamos, você não poderia ter evitado isso...

Ele bufou e senti seu corpo tremer sem cessar.

— Seth ? — Me virei em seus braços. Nossos corpos se encaixaram de um jeito estranho e bizarro, e coloquei minhas mãos em seu rosto.

Seus olhos estavam enfurecidos, de uma maneira que eu nunca havia visto antes.

— Tenho vontade de matá-lo só por tê-la feito sofrer — ele disse entridentes.

— Lembra que disse que fui a delegacia ontem ? — Seth assentiu, então continuei :

— Eu dei parte dele, e finalmente vão investigá-lo, ao que parece Brad fugiu, mas tenho certeza de quê não demorará muito para que a polícia o encontre.

— Se eles não o encontrarem, eu mesmo posso farejá-lo e cuidar dele —Disse em um tom ameaçador, que soou um pouco engraçado em sua voz infantil, mas eu não duvidava de sua capacidade.

— Você não é sujo como ele para matar uma pessoa Seth, deixei isso com a polícia, ok ? — soltei o ar pela boca pesadamente — Acho que já deveria estar acostumada com essa má sorte. — me soltei de seus braços e sentei na beira do lago — Meu pai biológico era o babaca viciado, vivia bebendo e chegava em casa toda noite violento, brigava com minha mãe, Elizabeth todas as madrugadas e a acusava de não fazer nada, enquanto ele trabalhava para sustentar a mim e há ela... — limpei as lágrimas com as costas das mãos — Minha mãe faleceu em um acidente de carro quando o infeliz bateu porque estava discutindo com ela... Carlisle tentou salvá-la, mas o seu estado estava avançado demais e ele não pôde fazer nada, além de me adotar — sorri minimamente — Os Cullen sempre foram uma ótima família, e meus irmãos adotivos são super-protetores até demais, mas não foi o bastante para Brad, e me pergunto se a má sorte é culpa minha...

Seth me puxou para seu colo e brincou com meus cabelos, depois, começou a cantarolar baixinho em meu ouvido.

“ Be my friend

Hold me, wrap me up

Unfold me, I am small and needy

Warm me up and breathe me ”

Após me acalmar um pouco, me lembrei de uma canção que poderia expressar o que eu estava sentindo, pelo menos uma parte dela.

— Pode me acompanhar com o violão ? — Minha voz saiu trêmula.

Seth pegou rapidamente o instrumento, então comecei a cantar a música na qual virara trilha sonora de minha vida nos últimos dias:

I'm a slow-dying flower

In the frost-killing hour

Sweet turning sour and untouchable”

Não tive coragem de encarar os olhos analíticos de Seth, então, somente observei seus dedos deslizando pelo velho violão cor de marfim.

I need the darkness, the sweetness, the sadness, the weakness

Oh I need this

I need a lullaby, a kiss goodnight

Angel, sweet love of my life

Oh I need this

 

I'm a slow-dying flower

Frost-killing hour

The sweet turning sour and untouchable


Do you remember the way that you touched me before

All the trembling sweetness I loved and adored “



Me peguei sorrindo, e encarei seus olhos negros. Suas sobrancelhas estavam unidas em preocupação, e ele parecia concentrado demais no que fazia, então, me arrisquei alisar seus rosto com uma de minhas mãos, e Seth inclinou o rosto no mesmo instante, como quê implorando pelo meu toque.

“Your face-saving promises

Whispered liked prayers”

As duas frases da canção pareciam que não me descreviam, mas se encaixaram perfeitamente na descição do quê eu encontrava ao olhar para Seth.

Quando a canção terminou, e ele dedilhou os últimos acordes, colou sua testa na minha, e me encarou com seus olhos pretos cheios de compaixão.

— Não posso mudar o passado, mas eu prometo, nunca mais vou deixar ninguém machucá-la.

Seus olhos estavam mesmo cheios de promessas que iriam além do que eu poderia imaginar, mas não pude responder, pois não haviam palavras em minha boca. Eu estava ofegante, perdida, analisando seu rosto, até Seth se mexer, parecia desconfortável com a situação, e senti meu rosto se contorcer em uma careta de decepção. Então, um som entridentes nos fez saltar rapidamente, colocando Seth em um súbito de pé.

— Preciso ir... — Ele disse alguns minutos depois, eu me mexi, desconfortável com a ideia de deixá-lo partir.

— Você volta, certo ? — Me levantei, ficando ao seu lado em segundos, procurando algum indício que indicasse que ele estaria me deixando.

Seth sorriu, e respondeu rapidamente:

— Já disse, não vou deixá-la em perigo, nunca mais!

Revirei os olhos.

— Moro com vampiros — alertei.

— Sei disso...só estou querendo dizer que não se verá livre de mim tão cedo, Miss Cullen — ele pôs o dedo indicador rapidamente na ponta de meu nariz, me fazendo sorrir.

— É bom saber disso...

Seth se moveu, estava inquieto.

— Preciso mesmo ir...

O uivo de um lobo preencheu a floresta, que antes estava silenciosa.

— É minha vez de patrulhar — bufou.

Levantei rapidamente e enlacei sua cintura, aconchegando minha cabeça em seus peito, uma forma de tentar impedí-lo de ir.

— Acredite, voltarei em breve, e você nem notará que estive longe por algumas horas.

Suspirei.

— Está querendo se ver livro de mim, Clewarter ? — estreitei os olhos, fazendo-o soltar uma gargalhada.

— Jamais.

Seth me robou um beijo rápido, no rosto, no qual eu gostaria de ter prolongado, e logo exclamou animado:

— Tenho uma ideia, voltou em alguns segundos!

Esperei pouco tempo, e logo um enorme lobo cor de areia estava a minha frente.

— Seth ?!

Fiz a pergunta idiota, mesmo sabendo que era ele. O lobo então soltou uma bufada, e eu sabia que estava rindo de minha confusão. Logo, ele se abaixou, e me olhou em expectativa, foi então que compreendi, ele queria me levar para casa montada nele.

— Isso é sério ? — perguntei rindo, mas peguei seu violão, encaixando de modo estratégico em meus braços e subindo no lobo, que trotou com cautela, mas ainda sim velozmente, até parar na trilha que dava para a mansão Cullen.

Desci de suas costas e senti um aperto no peito por deixá-lo.

— Obrigada pela carona — fiz biquinho — Eu te vejo em breve, não é ?

O lobo soltou um som esquisito, quase como um latido, e lambeu meu rosto.

— Que nojo Seth! — Reclamei, mas logo soltei uma risada.

Acariciei seus longos pelos e deu um beijo em seu focinho. Esssa foi a forma que encontrei de me despedir, e seguir a trilha, voltando para casa.

Os olhos analíticos de Carlisle estavam sobre mim assim que entrei em casa, mas não me importei, pois me sentia leve, finalmente!

Propus uma aposta com Alice e Jasper no xadrez, e desejei que Emmett estivesse aqui para poder ver isso, sem dúvidas seria mais engraçado com ele.

Jasper sorriu ao ver minha animação, e soube que ele poderia sentir tudo em minhas emoções.

Edward também pareceu feliz por me ver finalmente esboçar alguma animação, e veio se juntar para a partida de xadrez, então formamos duplas, Jasper e Alice contra Edward e eu.

É claro que Edward jogava a maior parte das vezes, com o seu dom de ler mentes a nosso favor, acabamos vencendo de Alice, isso tudo em apenas quatro minutos.

A expressão de Alice tomou um esgar de decepção, mas logo seus olhos ganharam vida, quando Nessie apareceu com dois vestidos de uma de suas bonecas nas mãos lhe pedindo conselhos de moda.

Revirei os olhos, e olhei para Bella que estava sentada perto de Edward com um olhar de desaprovação a atitude da filha.

— Acho melhor você não deixá-la tão perto de Alice assim — zombei.

— Hey, não posso fazer nada se Renesmee tem senso de moda — respondeu a pequena fada, me lançando um olhar de reprovação, me deixando constrangida, ao analisar minhas roupas.

— Deixa-as em paz Alice — Jasper a puxou em seus braços e lhe deu um beijo no rosto, franzendo-a franzir o rosto e rir. Depois, Alice apontou para o vestido lilás da boneca de Nessie.

— É sério, o preto está fora de moda — disse

— Desde quando ?! — perguntei com ceticismo — Pelo que eu sei Nessie — disse, voltando minha atenção para a pequena menina de cabelos acobreados e olhos chocolates — O preto além de dar impressão de magreza, nunca sai de moda. Além disso, combina com tudo!

Olhei para Alice em desafio, que bufou.

— Vamos visitar Charlie, Nessie, ou essas duas irão te deixar louca antes de chegarmos lá — Bela puxou a menina para seus braços, fazendo com que todos nós ríssemos da situação, mas logo minha expressão ficou séria.

— Vão ver Charlie...? — deixei a pergunta no ar, e logo todos pareceram enrigecer — Ah...hum...

Bella pareceu captar a pergunta na qual eu queria fazer, e assentiu.

— Não se preocupe, aviso se tiver notícias — piscou.

Para o meu alívio, depois de Edward seguí-las, Jasper e Alice decidiram criar uma revanche, agora, comigo sozinha, e obviamente eu perdi feio para os dois.

No almoço, Esme me preparou um frango xadrez no qual eu amava. Enquanto eu degustava a comida, ela se sentou e ficou me observando, uma atitude nada típica de Esme Cullen.

— Como foi com Seth ?

Ah, sim! Agora entendia perfeitamente onde a Sra.Cullen queria chegar, e não pude esconder o sorriso.

— Esme! — mesmo sem motivos, senti minhas bochechas corarem — Sabemos que não precisa fazer esse tipo de coisa para me fazer abrir o bico.

— Coisa ? — perguntou, seu rosto angelical em formato de coração se contorceu em uma careta, então, apontei para o prato com a comida, e ela soltou uma risada, o que para mim, foi como o som de sinos ecoando pela cozinha — Não fiz a comida para que me contasse algo, fiz porque sei que é um dos seus pratos favoritos, mas nada supera...

— O macarrão com queijo de Edward! — exclamei, porque era verdade. Mesmo Esme me mimando, o que eu amava, Edward era meu cozinheiro favorito.

— Tudo bem, um dia vou me acostumar com isso...

— Eu adoro sua comida, mãe — ainda me acostumava com a ideia de chamá-la assim, mesmo depois de anos.

Esme sorriu calorosamente.

— E então, pare de me enrolar, mocinha!

Ri e decidi que era melhor abrir o jogo, se é que estávamos fazendo um.

— Foi bom. Seth toca violão, e cantamos algumas músicas juntos — Disse de boca cheia.

Esme me reprevou por minha atitude, mas me desculpe com um dar de ombros e engoli o restante da comida.

— Ele prometeu voltar, só não sei se o fará ainda hoje... — de repente me peguei ansiosa com a ideia e quis que ele entrasse pela porta da cozinha naquele minuto.

— Tenho certeza de quê irá — Esme retirou o prato e beijou carinhosamente o topo de minha cabeça. Eu ia reclamar e ajudar a cuidar da cozinha, mas sabia que ela reclamaria, então, tudo que fiz foi ir para o escritório de Carlisle, onde o encontrei lendo um livro de pisicologia. Não era muito a praia dele, mas preferi não comentar a respeito.

— Seth pareceu animá-la — disse ele, ainda com os olhos no livro.

— Seth é o assunto do momento ? Todos os Cullen parecem tocar na mesma tecla — ri.

— Desculpe — ele largou o livro, me analisando, então me aproximei, sentando ao seu lado.

Ficamos em silêncio por alguns segundos, quando Carlisle suspirou, e começou a falar com cautela :

— Ashley, você já pensou o quê fará...no seu futuro?

Estreitei os olhos e o encarei sem entender.

— Serei uma Cullen, já discutimos isso, a não ser que esteja mudando de ideia... — meu coração se acelerou, batendo como asas de um beija-flor só de pensar na hipótese de Carlisle ter mudado de ideia e me deixar sozinha em Forks...

— Não! Você é uma Cullen.

— Então...?

Seus olhos abandonaram os meus, e ele encarou suas mãos entrelaçadas em seu colo ao falar. Não era uma atitude típica dele.

— Estou dizendo o que irá cursar na faculdade.

Finalmente seus olhos focaram nos meus.

— Medicina, como o senhor, já discutimos isso, não entendo porque estamos voltando a ter essa conversa...

— Ashley, o segundo semestre das universidades já irão começar, posso colocá-la na universidade de Seattle com meus conhecimentos e...

— O QUÊ ?! — explodi, me levantando da poltrona e tropeçando em alguma coisa, mas não caí.

— Querida, se acalme! — Carlisle também levantou, mas não encostou em mim, e soube naquele momento de quê estava com medo de sua filha mais nova ter outro ataque de pânico.

— Eu não vou para a universidade, não sem Edward, ou Alice. Bella também não cursou nada até agora, eu posso esperar, assim como ela, e... — meus olhos marejaram, e Carlisle me puxou para um abraço. Seus braços de pedra me envolveram com carinho, e seu cheiro meu envolveu, me acalmando imediatamente.

— Só estou dizendo que não pode ficar aqui vendo a vida passar. Você terminou o ensino médio, não saí para o shopping com Alice, ou vai há algum lugar com Emmett. Nem mesmo com Edward você saí mais. — suspirou — Estou preocupado com você Ashley, não gosto de vê-la assim — confessou.

— Estou me esforçando, eu juro — resmunguei.

Seu abraço ficou mais forte, e não me importei com isso.

— Eu sei — bufou — Eu sinto muito por isso. Eu podia ter evitado, e não o fiz. Lhe deixei desprotegida e...

— A culpa não é sua — Me afastei um pouco para encarar seus olhos aflitos — A culpa não é de ninguém, pai. — bufei — Sinto muito estar preocupando todos, eu juro, não queria fazer isso. Prometo que vou tentar...sair com Alice — hesitei — Mas nada de faculdade agora, não sem meus irmãos por perto.

Ele assentiu, e não tocou mais no assunto.

— Tudo bem. — soube então que a discução tinha acabado.

Livro II : Seth

" Seth, sei que suas intenções são as melhores com Ashley"

Edward hesitou, antes de continuar:

"Olha, ela já passou por muita coisa, e agora a situação parece ainda mais delicada. Por favor, não a pressione a nada"

Edward não havia me contado nada sobre o que acontecera com Ashley naquela madrugada, mas em seus olhos escuros e em sua expressão quase de dor, era possível entender que era algo grave, e bom, agora, eu finalmente descobrira sobre o que estávamos falando, exatamente.

Eu queria estar com ela agora e apagar todo o seu sofrimento. Queria ver Ashley sorrir e se esquecer de tudo, apagar todas as lembranças ruins de sua vida e só fazê-la relembrar de coisas boas. Na verdade, tudo o quê eu desejava agora, era ter conhecido Ashley antes, e ter evitado todo oseu sofrimento. Eu me colocaria na frente do gatilho de uma arma por ela, e sabia bem disso.

A patrulha desnecessária me deixou ainda mais louco e ansioso. Eu queria correr para a mansão Cullen e ficar ao seu lado, e quando finalmente chegou a hora de trocarmos de turno, foi exatamente o quê eu fiz.

Alice me esperava com roupas limpas nas mãos, me perguntei o motivo de tudo isso, afinal, a vidente dos Cullen não conseguia ter visões de nós lobsomens, nem mesmo de híbridos como Renesmee.

Me vesti rapidamente entre os arbustos, e segui em direção a varanda.

— Edward ouviu seus pensamentos, então pensei que iria precisar de algumas roupas - explicou.

— Obrigado, Alice.

— Não precisa agradecer - disse com um sorriso amigável no rosto.

Ela abriu a porta, me dando espaço para entrar na mansão Cullen, e seguimos em direção a sala, onde senti uma pontada de decepção por não encontrar Ashley.

Era madrugada, umas três e meia da manhã.Eu deveria saber que ela estaria dormindo, não é?

Um grito ecoou pela casa antes mesmo que os Cullen me cumprimentassem, e naquele segundo não pensei em mais nada. Eu reconheceria o som delicado de sua voz de sinos, mesmo há quilômetros de distância.

Sem pedir permissão, subi as escadas rapidamente, de dois em dois degraus, e guiado por seus gritos, encontrei seu quarto. Ao abrir a porta, me deparei com uma cena horripilante: Ashley se debatia bruscamente na cama.

" Me deixe ir, por favor "

Suplicava.

Eu fiquei ali, paralisado por longos segundos até me aproximar de sua cama com cautela.

" Brad, não! "

O rosnado saiu alto e senti meu corpo estremecer com a raiva que sentia. Ashley havia comentado comigo sobre o que acontecera, e só de pensar que ele a atormentava toda noite, tive vontade de matá-lo. Mas, naquele momento, ela precisava de mim, e como havia prometido mais cedo, eu a protegeria e cuidaria dela, mesmo que tivesse que colocar minha vida em risco para isso, e mesmo que ela recusasse minha ajuda.

Retirei seus cachos dourados de seu rosto de porcelana, colocando-os atrás de sua orelha.Ela estremeceu com o toque e se encolheu na cama, abraçando seus joelhos em posição fetal.

— Ashley — disse com delicadeza, mas ela não pareceu me ouvir, então soube que ela não abriria os olhos se eu simplesmente a chamasse.

Tentei pensar em alguma coisa para chamar sua atenção, mas antes mesmo que eu o fizesse, ela rolou na cama, e se não fosse por mim, teria caído no chão.

Ainda sem abrir os olhos, ela começou a se debater bruscamente,em meus braços, e se eu fosse um mísero humano, sem dúvidas ficaria com hematomas em todo o corpo.

— Abra os olhos,Ashley ! — disse mais alto e a sacudi com leveza em meus braços, foi quando finalmente ela abriu seus lindos olhos castanhos e olhou o ambiente em sua volta, assustada.

Coloquei ela na cama com cuidado, como se fosse um vaso caro que pudesse quebrar a qualquer momento, e fiz o gesto para me afastar, mas ela me puxou, cravando suas unhas em meus pulsos.

— Por favor, não vá — seus olhos suplicavam para que eu ficasse ali, e pude notar o medo neles ao pensar que eu a deixaria.

— Não vou há lugar nenhum — sorri levemente e a puxei para meu colo, onde ela se aninhou.

Meus dedos foram para seu rosto, limpando as lágrimas que ela havia derramado.

Toc,toc.

Ela estremeceu outra vez, mas relaxou ao ver Esme entrando no quarto com um copo d'água.

— Obrigada — murmurou, suas bochechas ganhando um leve tom rosado.

Eu sabia que ela estava envergonhada com tudo o que eu havia visto, e também entendia que ela não queria causar preocupações aos seus familiares.

Esme mexeu nos cachos dourados da filha e sorriu levemente para mim.

Edward sem dúvidas havia contado sobre o imprinting para ela, mas não fiquei com raiva, pois soube que ele só queria proteger a irmã mais nova que havia sido emocionalmente ferida.

— Se precisarem, é só gritar. Seth, eu fiz uma lasanha...

— Estou bem, Esme, obrigado.

Ela assentiu, e saiu em um vulto do quarto.

Me virei para Ashley.

— Você precisa dormir...

Seus olhos se arregalaram, quase saltando das órbitas.

— Não sei...se consigo — Ela encarou suas mãos, que estavam fechadas em punho no seu colo.

— Pode me contar sobre o sonho, talvez ajude — propus.

Ela mordeu os lábios, depois abriu e fechou a boca duas vezes.

— Acho que não é uma boa ideia...

— É tão ruim assim ? — concordou — Tudo bem, vamos pensar em outra coisa...

— Seth? — sua voz não era mais alta do que um sussurro.

— O que foi ?

— Humm — murmurou — Será que pode me contar sobre... as lendas quileutes ?

Sorri com seu pedido bobo e me ajeitei em sua cama. Comecei a lhe fazer um cafuné, e lhe contei a velha lenda dos dois lobos.

" Os anciões Cherokee, andavam preocupados com um dos garotos de sua tribo, que se tornara agressivo após se sentir injustiçado.

Sentados ao redor de uma fogueira, um ancião da tribo, explicava ao seu neto sobre conflitos internos.

— Dentro de mim existem dois lobos, um bom, outro nem tanto. Um deles é cruel, já o outro bom. O cruel jamais deixa o outro descansar, e por isso os dois estão sempre em conflito.

Seu neto então perguntou qual dos dois ganharia a luta no final, e o velho ancião respondeu:

— Aquele que eu alimentar mais... "

Sorri ao ver que Ashley estava adormecida em meu colo. Seus olhos haviam fechado no meio da história.

Sem querer acordá-la, me mexi com cuidado, me deitando em sua cama, e a puxando para meus braços.

Eu poderia ficar ali durante anos velando por seu sonho, pois ali, com a respiração lenta e calma, a minha anja de cachos dourados, estava segura em meus braços.


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Notas finais do capítulo

Gostaram ? Espero que sim, haha, vou dar um spoiler para o próximo capítulo, ou pelo menos, uma frase que ainda está nele, pois pode haver alterações...
| SPOILER |
"— Seu pai ligou... — Fiquei tensa, e automaticamente meus punhos fecharam. Embora, Carlisle e Esme se considerassem meus pais agora, David ligava as vezes. Ele fazia isso uma vez ou outra, depois que descobriu, é claro, que a família que pedira minha guarda, tinha uma certa fortuna.
Lembro de que há alguns anos atrás, ele foi me procurar em Atlanta, o primeiro lugar em que morei oficialmente com os Cullen, e tentou bancar o bom pai com Carlisle, fazendo uma cena no hospital no qual ele trabalhava e implorando para que eu voltasse para casa, em uma típica incenação de novela mexicana. É claro que Carlisle negou devolver minha custódia para ele, mas não proibiu que ele me fizesse visitas ou ligasse, e também me recordo, de ter ficado furiosa com Carlisle por isso, mas ele não tinha culpa, pois sempre teve compaixão, e acreditava que toda pessoa poderia mudar. "
| SPOILER OFF |

Se vocês quiserem mais Spoilers me avisem, ok ?
Bom, não se esqueçam que estou sempre no Tumblr ( Myimprinting ) para retirar QUALQUER dúvida, e também respondo TODOS os comentários, então se você quiser deixar sua opinião sobre o capítulo se sinta em casa, terei o prazer de ler e lhe responder ;)
Beijinhos da Mrs. Cullen haha



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