My imprinting escrita por L Chavez


Capítulo 25
03 - Diário de uma imortal - EXTRA


Notas iniciais do capítulo

Gente, hoje não tenho muito o que falar, só quero dizer que gostei de escrever esse capítulo extra, e espero que vocês gostem de lê-lo porque realmente achei ele super S2



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Meu pescoço ardia em brasas. Sabe quando você se machuca e sua mãe coloca um anti-séptico na sua ferida e você pede mil vezes que ela assopre para que a ardência passe ? Então, ser mordida por um vampiro é mil vezes pior.

Nunca imaginei que realmente fosse assim, tão...doloroso. Sempre acreditei que era muito simples o veneno penetrar e chegar ao seu coração o congelando para sempre, mas estava enganada, e muito por sinal.

A ardência começou em meu pescoço. Era como se tivessem colocado fogo em somente uma região do meu corpo, mas logo as brasas se espalharam por meu corpo, passando do pescoço para meus braços e pernas, subindo por minhas artérias a cada segundo.

Eu ainda tinha uma leve consciência que Brad estava por perto, então fiz menção de permanecer calada, além disso, eu duvidava que fosse capaz de lembrar como se abrir a boca agora, com todo aquele fogo em meu corpo, imaginei que ele estivesse mesmo me jogando em uma lareira e fazendo churrasquinho de mim.

Tentei me lembrar de algo que me acalmasse, algo que fizesse com que minha mente esquecesse das chamas em meu corpo, e funcionou por algumas horas.

Consegui me lembrar do sorriso de Elizabeth ao me ver correndo por Creek Street, era o que eu mais amava naquela época, ver minha mãe sorrindo. Também me lembrei dos Cullen,de todos eles. Será que sentiriam falta de mim ? Será que me procurariam ? Carlisle, ele é Edward seriam os primeiros a me caçar, não tinha dúvidas. Esme ficaria preocupada e sem duvidas se sentiria culpada por tudo. Ah, minha mãe adotiva! Eu queria ao menos deixar um bilhete e lhe agradecer por tudo, explicar a todos que não tinham culpa de nada e que eu sempre os amei, mas era tarde, já era tarde demais para se arrepender de não ter demonstrado todo o amor que eu tinha por eles quando pude.

Seth! Um no se formou em minha garganta quando lembrei dele. Depois de tudo que passei nas mãos de Brad, ele ainda sim conseguiu amolecer meu coração, com aquele sorriso de orelha a orelha, aqueles olhos negros puxadinhos é aquela risada gostosa... talvez fosse melhor assim...longe de mim Seth teria chances de encontrar alguém menos problemática na qual ele não tivesse que consolar o tempo inteiro. Eu também queria dizer a ele para ser feliz, para não se prender a mim como eu sei que ele faria. Queria lhe dizer que eu estaria bem e que ele precisava ser feliz com outro alguém.

Eu me arrepiei ao sentir o chão gelado embaixo de mim. De repente , tudo parecia frio e úmido, mesmo com as chamas em meu peito, quis me encolher, mas meu corpo parecia se negar a obedecer minhas ordens.

Eu sabia que era hora. Talvez Brad não estivessem transformando, e seus dentes ainda estivessem em meu pescoço drenando meu sangue. Mas era tarde para reagir, para pensar em Alice e rezar para que ela tivesse uma visão do que estava acontecendo. Nem mesmo um Cullen chegaria a tempo para me salvar agora, era realmente tarde para tudo.

Fechei meu olhos e gemi baixinho, deixando que a escuridão invadisse meu corpo e me concentrando nas batidas do meu próprio coração perdendo o ritmo.Um,dois,três,quatro....

O fogo agora estava diminuindo aos poucos, e a escuridão me puxava para cada vez mais longe. Eu podia sentir um leve brisa em meus cabelos, mas logo meus sentidos foram emboras eu pude escutar a última batida do meu coração ecoando pelo meu corpo.

Senti uma extrema vontade de abrir os meus olhos. Não entendia o motivo de minha garganta arder tanto. Sem dúvidas era mil vezes pior a sensação de ter comido pimenta.

Me sentei.

De alguma forma, levei menos de meio segundo para fazer isso.

— Uau ! — disse, mas minha voz soou como sinos.

— É um máximo não é ? — a voz masculina me assustou, me fazendo ter vontade de atacar quem quer que fosse. Eu não sabia o que estava acontecendo comigo, mas no segundo em que pensei em atacar, já estava em posição de caça feito um animal selvagem.

O moreno me encarava com deboche. Seus lábios estavam esticados em um sorriso, e ele mantinha um copo do que quer que fosse nas mãos.

— Se acalme Ashley, não está me reconhecendo ? — ele se aproximou fazendo algum som sair entre meus dentes.

Ele suspirou, se aproximando calmamente de mim e pegando meu queixo entre as mãos.

— Sou Brad, seu namorado, não lembra de mim ? Ashley, você me pediu para transformá-la, queria o para sempre ao meu lado...

Eu me encolhi, deixando minhas costas encostarem na parede fria atrás de mim. Abracei meus joelhos e apoiei meu queixo entre eles.

— Não me lembro de nada... — confessei

— Eu sei, isso acontece algumas vezes durante a transformação...eu posso lembrá-la de algumas coisas...

Assento e ficamos em silêncio.

— Minha garganta arde — disse depois de um tempo.

Brad assentiu e me estendeu a mão me ajudando a levantar.

Durante o caminho até fora daquele quarto escuro e estranho , ele me contou o que eu havia me tornado. Vampira.

Brad me convenceu a seduzir dois caras que estavam saindo do trabalho naquela noite. Eu o fiz. E foi fácil convencê-lo-los a me seguir. Foi fácil demais atrair dois humanos, mas tudo ficou complicado quando minha mão encostou em um deles.

Lembranças. Eu poderia ver cada lembrança deles, e sentir tudo o que eles haviam sentido. Não era fácil, e por um minuto pensei em deixá-los ir. Mas era tarde demais. Brad havia me apresentado ao seu mestre Caius, e a toda guarda Volturi. Eles haviam mencionado as regras, e sem dúvidas desistir de uma presa depois de tudo que eu havia feito não era algo que estava certo segundo eles. Além disso, minha garganta gritava agora que eu sentia as veias pulsarem perto de mim, então, rapidamente cravei meus dentes em um deles.

O moreno gritou, arregalando seus olhos de medo e espanto ele repetia milhares de vezes " quem é você ?" e " que tipo de aberração e isso ? " mas eu tive que calá-lo em segundos, pois conhecia agora as regras dos Volturi.

— Você se saiu muito bem — Brad elogiou, logo colando seus lábios nos meus e lambendo em volta de minha boca, retirando os vestígios de sangue que haviam escorrido de mim.

— Hum...bom — ele gemeu, colando enfim sua boca na minha de forma bruta, me fazendo com que eu perguntasse a mim mesma se fora sempre assim entre nós.

Depois por fim, ele decidiu que era hora de voltarmos para nosso quarto no castelo Volturi. Fizemos isso rapidamente pelas ruas da Itália, e logo ele estava na cama dossel, rasgando minhas roupas e me empurrando com brutalidade para a cama.

Brad rosnou, me pedindo para ficar de costas e então começou a " brincar " comigo, mas eu sequer sentia emoção.

Fora sempre assim? Eu me apaixonara por um cara bruto ?

Eu me perguntava durante as horas que se prolongaram, onde somente Brad tinha prazer.

Quando ele deixou seu corpo rolar ao meu lado, me puxou para um abraço e logo colou seus lábios nos meus. Eu quis afastá-lo, estava cansada de ter que agrada-lo e não sentir prazer algum. Minha mão tocou seu rosto, e naquele momento, aquela coisa de lembranças me veio à tona de novo, e me vi em um depósito com instrumentos musicais. O colchão onde eu estava deitada já estava sujo de sangue. Minhas roupas estavam espalhadas por todo o local, e minha mais haviam sido amarradas com cordas.

Eu vi Brad, então. Ele sentia uma onda de prazer e culpa agora. Estava vestindo suas calças e apertando o cinto, sem tirar os olhos de meu corpo nu, que parecia morto ali naquele colchão.

Eu fechei os olhos, não queria ver mais nada naquilo, quando a lembrança mudou, amostrando Brad me transformando contra a minha vontade.

Os rosnados então ecoaram do meu peito, e empurrei Brad. O mesmo instante da cama.

— SEU COVARDE, FILHO DA PUTA ! — minha voz de sono elevou duas oitavas e de alguma forma, senti uma força me dominar. Fui para cima de Brad com tudo e lhe dei socos em seu peito, empurrando-lhe para a parede atrás de si, que finalmente foi derrubada quando lhe joguei com força contra ela.

— O que está acontecendo aqui ? — eu pude distinguir a voz de Jane, mas ignorei e voltei a me concentrar em matar Brad. Algo me impediu disso. Algo forte e doloroso, que era quase igual a dor de ser transformada. A dor em meu peito era forme, e foi dominando todo meu corpo até eu finalmente cair no chão.

Uma neblina pareceu caminhar lentamente até mim, abraçando meu corpo e me convidando para um sono sem fim.

Ao sentir o toque de alguém, rapidamente me agachei , rosnando sem cessar para quem quer que fosse. Eu tinha nojo de Brad, e provavelmente era ele quem estava ali. Não queria que me tocasse. Eu não queria me tornar um monstro e matar pessoas como ele, preferia a morte a isso!

— Sou eu, Alec, se acalme — Alec pôs as mãos no ar em um ato de rendição, e então me sentei, abraçando meus joelhos e chorando sem lágrimas.

Alec rosnou, chamando minha atenção e vindo se sentar ao meu lado.

— Não vou deixar que ele a toque nunca mais — prometeu

Procurei seus olhos rubi em busca da verdade, e ele não parecia mentir sobre o assunto. Me encolhi mais, me sentindo constrangida por ele saber.

— Eu fiz com que ele confessasse tudo, dissesse o que havia lhe deixado tão furiosa a ponto de derrubar as paredes. Ele o fez...e se eu não estivesse tão preocupado com Jane atacando você, teria matado aquele desgraçado ! — ralhou

— Você, você então me colocou na neblina...

Ele assentiu.

— Jane é tão perversa quanto ele, ela não deixaria barato para você...desde que Brad apareceu, minha irmã anda...diferente.Eu não podia deixar que ela continuasse a torturá-la, então achei que seria digno você ter...uma noite de sono.

— Obrigada.

Eu agradeci a Alec com sinceridade, e logo o silêncio predominou o local.

— Sinto muito, pelo que ele fez quando ainda era humana — confessou

Eu olhei minimamente para ele. Alec mantinha a expressão calma e séria. Seus olhos rubis olhavam para algo através da parede, e me perguntei se ele teria algum dom de ver através das coisas. " Bobagem! " pensei.

— Você...você me conhecia antes ? Conhecia Brad ? — quis saber.

Seus olhos vermelhos se voltaram para os meus, suas sobrancelhas tentando se unir, formando uma pequena ruga em sua testa.

— Não, conheci Brad há pouco tempo... — hesitou

— E...eu ? — perguntei com cautela.

Alec assentiu uma vez e mordeu os lábios antes de confessar:

— Já nos conhecemos. Isso é — ele riu sem humor — Você não deve se lembrar...nos vimos uma vez, quando você ainda era humana, mas já fazem anos.

— Alec ! — Jane surgiu na porta, e não pude arrancar mais informações dele, deixando-o então se levantar e seguir sua irmã para aonde quer que fosse.

Depois de todo o ocorrido nas últimas horas, eu havia decidido que jamais caçaria novamente. Eu preferia a morte a ter que ser igual a Brad. Jamais me juntaria a guarda Volturi de espontânea vontade, mas primeiro, eu teria que convencer Caius a me deixar ir, então seguir suas regras seria o fundamental, pelo menos agora.

Caçar!

Caius insistiu em me fazer caçar! Eu não quis. Fiquei observando Alec matar duas pessoas de cima de uma árvore.

— Você precisa se alimentar, não come há dias...está fraca ! — ele me cutucou pelo caminho.Estávamos voltando para o castelo. Eu podia sentir a presença de Felix há alguns metros de nós dois. Caius agora colocava sempre alguém para me supervisionar, ao que parecia, depois do "incidente" com Brad, ele não confiava em uma certa recém-criada, mais especificamente, eu!

Neguei uma vez com a cabeça.

— Não! Não posso fazer isso! — eu tentei correr, mas meu corpo parecia enfraquecido, e quis me jogar ao chão uma vez. A dor em minha garganta era enorme, e senti meu corpo estremecer uma vez quando caí de joelhos, fraca demais para continuar.

— Venha, vou levá-la de volta — Alec me pegou pelos cotovelos com cuidado, e me levou em seu modo de volta para casa.

Depois daquele episódio, e de Felix ter contado tudo o que havia acontecido a Caius, o mesmo fez com que a guarda levasse bolsas de sangue para mim todos os dias. Minha garganta ardia só pelo cheiro do sangue, mesmo de longe. Eu sentia o veneno correr por meus olhos em puro desejo, mas me recusava a aceitar a oferta, dando as bolsas para Alec e deixando que ele se alimentasse durante as madrugadas frias.

Quando finalmente concordei que estava fraca demais pensei em assumir isso e aceitar a oferta de Caius, porém somente a ideia de beber sangue humano e me ver sendo como Brad me enojava. Eu me encostei na parede e agucei meus sentidos, talvez Alec me ajudasse.

Um barulho ecoou pelos encanamentos, e minutos depois, vi um rato passar perto de mim.

Sangue!

O cheiro não era atraente, mas era tudo que eu tinha, não era ?

Com a pouca força que tinha, utilizei minha agilidade para agarrar o pequeno roedor. Ele se contorceu em minhas mãos e ao encará-lo meu nariz se enrugou. "Eu não posso fazer isso!" gemi para mim mesma, mas logo em seguida fechei os olhos e cravei meus dentes no animal. Ele saltou uma vez em minhas mãos com o veneno penetrando em seu pequeno corpo, mas logo amoleceu.

Seu sangue esfriava rapidamente, mas não era tão ruim quanto eu pensava. Embora o animal fosse nojento, eu imaginei que pudesse caçar animais pela redondeza, talvez um puma ou mesmo um antílope tivesse o gosto melhor.

— Que nojo ! — Alec resmungou quando viu o tanto de ratos mortos escondidos embaixo da cama dossel. Não era um bom esconderijo, ainda mais de vampiros, mas era o único lugar que eu tinha.

— Bom...não é tão ruim — me encolhi.

Alec sorriu minimamente para mim.

— Existem outros vampiros que caçam animais — contou-me

— Jura ? — perguntei interessada — Como são ? Eles sobrevivem assim ?

Alec me olhou em dúvida.

— Sim, um deles começou com isso tudo, e acabaram se tornando um clã...Caius os repugna — ele riu um pouco.

Revirei os olhos.

— É claro que sim... — mordi as bochechas — Quem são ?

Alec se levantou suspirando.

— Desculpe, não posso contar nada além disso... — ele olhou para a porta — Tenho que ir, minha irmã chegou...

Ele sumiu rapidamente, me deixando sozinha de novo.

Com um certo tempo, Alec e eu estávamos próximos um do outro. Eu gostava dele. Ele era o único ali que realmente parecia se importar.

Eu uma das noites em que Caius estava fora, Brad invadiu o quarto no qual me mantinham trancafiada. É claro que ele era mais forte, e tentou me forçar a...ser dele. Por sorte, Alec estava por perto e conseguiu arrancá-lo de lá.Me puxando para seu peito e me abraçando forte, perguntando milhares de vezes se eu estava bem minutos depois, ele me tranquilizou com seu dom, que ao contrário do que todos pensavam ser uma coisa ruim, para mim era como morfina.

Caius é claro, descobriu minha nova "dieta". Ele continuou mandando bolsas de sangue, mas eu suspeitava que tudo o que Alec e eu fazíamos era monitorado, então, tive a grande ideia de flertar com Alec. Ele deveria saber o motivo de me manterem presa aqui, afinal, eu não havia cometido um crime no mundo sobrenatural ou coisa do tipo, havia ?

Em uma certa noite, Alec entrou para ficar comigo, como era de se esperar. Ele fazia isso desde que teve que expulsar Brad de perto de mim, e então sempre ficava por perto para me proteger.

Alec estava me contando suas histórias de aventura, de quando ele era somente um jovem membro da guarda, quando nossos olhares se encontraram e eu esqueci completamente o que estava tentando fazer com ele. Não me lembrava de alguém ter me olhado daquele jeito antes, na verdade, não me lembrava qualquer coisa que tenha acontecido na minha vida humana, a não ser o que Brad havia feito comigo. Então, quando Alec se aproximou de mim, me permitir fechar os olhos e sentir seus lábios ferozes e doces ao mesmo tempo nos meus. Nossas línguas dançaram em perfeita sincronia, mas eu ainda podia sentir o gostar de sua última caçada, foi isso que me fez recuar e o empurrar com gentileza para a cama.

— Alec, não posso — disse sem jeito, colocando uma mecha de meu cabelo atrás da orelha e encarando minhas mãos. — Eu não...eu só quero saber de onde venho, se tinha uma família...não me lembro de nada além daquele estúpido do Brad! — eu quis berrar, mas também não queria fazer um escândalo para a guarda Volturi.

— Caius não me permite lhe contar, e acredite, é mais seguro assim, Ashley....

Eu ri sem humor.

— Seguro para quem ? — minhas sobrancelhas se uniram.

— Para as pessoas que lhe amam...uma hora você vai entender, prometo lhe explicar tudo quando essa hora chegar, mas... — ele voltou a falar baixo — Caius, ele me impede —foi tudo o que falou.

Eu assenti uma vez, de alguma forma eu sabia que ele. Ao estava me enrolando. Alec me contaria na hora certa, disso eu tinha certeza. Ele não gostava de me ver sofrer, de alguma forma, da forma louca e selvagem dele, ele gostava de mim. O que Alec não esperava era que naquela mesma semana Marcus e Caius me convocassem para uma pequena reunião. Eles concordaram em me dar a liberdade em troca de uma coisa : investigar o clã Cullen, e ajudá-los a se vingar de Carlisle.

Eu não fazia ideia de quem era Carlisle, muito menos conhecia seu clã, mas concordei com a ideia, de forme que a guarda fosse responsável pela morte de todos, tudo estava perfeito, mesmo me doendo saber que seria a culpada de mais algumas mortes.

Arrumei minhas coisas rapidamente para partir. Duas semanas. Foi tudo que Caius me dera como prazo, e em duas semanas eu estaria livre de suas torturas e de Brad. Alec e eu poderíamos ir até para o inferno se quiséssemos.

Eu cacei por entre as matas da Itália antes de partir. Precisava me alimentar, por me sentia fraca demais. Mesmo Alec tendo trocado as bolsas de sangue humano por de um sangue animal, era pouco para me manter durante a semana, e eu estava sedenta.

Demorei pouco tempo com minha caça e enfim parti para Forks, meu novo destino.

Por essa Caius não esperava !

Esbarrei com lobos. Caius havia mencionado algo parecido, mas eu jamais imaginei que o mundo fosse realmente chegar a esse nível. O que estava faltando agora ? Bruxas e fadas ?

Eu pensei em correr e escapar de todos os lobos que rosnavam para mim, porém eles eram velozes demais para que alguém que não se alimentava há dias pudesse competir, então, a única escolha que eu tinha era lutar com eles, e eu realmente faria isso, se não fosse o lobo cor de areia distante dos outros a me distrair.

Ele estava sentado observando todo o movimento do grupo, e não se mexia. Seus olhos eram de um preto familiar e estavam tristes. Aqueles olhos... Eu tinha certeza que os já vira em algum lugar antes.

Dois lobos aproveitaram minhas distração, pulando em cima de mim e me derrubando no chão. Logo em seguida, o lobo cor de areia os tirou de cima de mim, parecendo determinado a acabar com a briga e me matar logo.

Eu arregalei os olhos uma vez, porém não estava com medo. Se ele me matasse, eu pouparia um clã inteiro, e isso seria um alívio para mim.

Algo me dentro de mim me lembrou que eu precisava saber quem eu era, precisava conhecer minhas origens. Foi aí que abri os olhos e levantei minhas mãos para arrancar a cabeça do lobo cor de areia, mas ao tocar seus pelos eu absorvi suas lembranças, e congelei.

Seth Clearwater era meu namorado. O lobo cor de areia era o homem que eu havia amado fielmente, e o único a qual meu coração pertencia.

Os lobos se agitaram chamando minha atenção. Eu pude ver pelo canto do olho dois deles vindo para cima de mim.

Seth pulou na minha frente, se agachando e rosnando para eles, e consegui fazer com que todos os outros recuassem.

Algo me dizia que estava rolando um diálogo entre Seth e o lobo avermelhado, e observei durante um tempo até ver o lobo partir.

Eu me levantei rapidamente, porém o lobo areia agarrou meu calcanhar com a boca.

Eu gritei com ele, mas seus olhos escuros me suplicavam para não ir embora. Eu bufei com tamanha idiotice minha, precisava cumprir a missão que me fora dada, mas era impossível negar um pedido daquele ser a minha frente então fiquei e esperei que ele voltasse para entender o que tanto um lobo poderia querer com uma vampira.

Seth me contou histórias loucas. Afirmou que tínhamos um caso quando eu ainda era humana, mas essa história não fora passada para mim. Caius afirmava que eu conhecera os Volturi ainda humana e que havia implorado para que Brad me transformasse, o que obviamente era mentira, mas eu imaginava que ele não estivesse errado sobre tudo.

Eu estava confusa, mais do que nunca agora. Caius havia mentido para mim sobre meu caso com Brad e poderia sim estar fazendo isso sobre todo o resto. Quem eram os Cullen realmente ? O que Seth queria em troca se sua história não fosse real ? Eu não tinha absoluta ideia de onde achar as respostas, então, simplesmente concordei em segui-lo. De alguma forma, eu descobriria quem estaria me enganando, eu tinha meu dom, não tinha ? Ele serviria para alguma coisa, disso não tinha dúvidas.

A foto que Edward me amostrara ainda penetrava como mil facas afiadas em minha mente. Quem eu era ? De onde eles haviam tirado aquela foto ? Seria uma montagem ?

Eu corri. Não queria ser seguida por ninguém. Iria para a Itália e enfrentaria toda a guarda Volturi sozinha se fosse necessário, tudo para tirar as informações de Caius, porém, quando senti Edward Cullen me seguindo minha concentração foi voltada para correr mais rápido, mas ele era muito mais veloz, e me fez parar próximo a um lago, rosnando em seguida e exibindo todos meus dentes.

— Acho que deixei claro que não companhias não são bem vindas ! — disse secamente.

— Pode me escutar por um minuto ? — pediu.

Eu sabia que ele não me deixaria em paz, ele parecia mesmo do tipo insistente.

Me sentei em um galho da árvore, e esperei que ele continuasse a falar, impacientemente.

— Sou Edward Cullen — começou

Mordi os lábios por dois segundos. Eu sabia é claro quem ele era. Caius havia me amostrado fotos de todos os membros da família Cullen antes de me deixar vir para Forks. O que eu não sabia era quem eu era, por isso, hesitei na hora de pronunciar meu sobrenome.

— Ashley... — deixei minha voz morrer, e senti seus olhos interessados em mim. Pensei em deixá-lo de lado e seguir com meu plano A de ir atrás de Caius, mas algo em minha mente me alertou de que eu precisava obter as informações de Edward, e foi o que eu fiz.

— Então, vocês são... minha família ? — era estranho imaginar o clã deles assim. Vampiros não tinham famílias.

— Você não achava isso engraçado antes... — ele alertou, erguendo as sobrancelhas e bagunçando mais os cabelos desgrenhados.

— É mesmo ? Bom, eu os conhecia antes ? Porque realmente, nunca vi uma família de vampiros — mordi minhas bochechas e ergui as minhas sobrancelhas definidas, fazendo uma espécie de deboche. Edward riu com minha atitude e olhei para ele confusa.

— Você ainda faz a mesma cara quando vai gozar de alguma coisa. — suspirou — Eu sei que a negação é a primeira coisa a se fazer quando não se lembra exatamente nada sobre o seu passado, mas acredito que possa buscar informações com cada um de nós — propôs.

Por um segundo esqueci o dom de Edward, pelo menos o dom que Caius havia mencionado que ele tinha. Imaginei que ele fosse tentar me contar uma história qualquer e esperasse que eu acreditasse nela, mas ele me surpreendeu ao deixar eu usar meu dom com ele.

Sem pensar, acabei mencionando Caius na nossa pequena conversa, deixando Edward furioso. Ele rosnou, me assustando um pouco. Era diferente vê-lo fazer isso. Embora eu estivesse acostumada a ver Alec e os membros da guarda fazerem isso a todo instante, com Edward era mais...assustador. Quando ele demonstrava sua fúria, eu quase me lembrava de algo que me causara tremor no passado, mas de que...?

— Ashley! Já disse, não vou machucá-la, sou teu irmão! — Edward me abraçou, me deixando desconfortável. Eu não esperava por isso, mas com sua aproximação, eu pude finalmente lembrar o motivo de ficar assustada com seu temperamento raramente explosivo.

Apenas tocando Edward, eu podia sentir todas as emoções que ele teve em cada uma de suas lembranças. Eu ainda não estava controlando meu dom muito bem, então raramente conseguia ver tudo o que eu queria. As vezes, vinham somente flashes soltos, sem nada de importante para mim, como acontecia com Alec. Mas dessa vez, eu consegui ver tudo o que Edward tinha de lembranças minhas.

Eu o vi me consolando depois de pesadelos assim que cheguei na mansão Cullen. Eu podia sentir toda a sua aflição ao ver a garota humana de olhos castanhos arregalados chorando sem cessar. Eu pude sentir sua alegria ao convencê-la a voltar a se dedicar a música, e a dedicação que ele tinha de ensiná-la a tocar piano. Eu vi, através de seus olhos dourados e de sua alma, toda a fúria que ele sentiu ao descobrir o que Brad fizera. Vi a tristeza e a dor em seu peito ao ter que abandonar a irmã. A alegria de vê-la finalmente feliz ao lado de Seth....

Quando me afastei, eu me sentia exausta mentalmente, e decidi mudar de assunto, indo caçar. Fiquei longe durante um tempo. Fui até Port Angeles e andei pelo porto até finalmente me sentir pronta o suficiente para voltar e pedir explicação aos outros membros da família Cullen.

Quando Carlisle me deixou absorver suas lembranças, foi que eu consegui me lembrar aos poucos de quem eu realmente era.

Ashley Manson Cullen. Filha de Elizabeth Manson que falecera depois de um acidente de carro. Carlisle e Esme Cullen eram seus pais adotivos desde os seus 16 anos.

Eu explodi. Caius havia me enganado.

A fúria me dominou, e decidi dar uma volta antes que fizesse alguma besteira na presença dos Cullen. Saí pela floresta e esmurrei uma árvore. Era estremeceu, e por pouco eu não a derrubei. Estava prestes a fazer isso, mas Edward me abraçou por trás. Prendendo meus braços contra meu peito.

— Me solta ! — eu gritei

— Você precisa se acalmar, não vai conseguir enfrentar Caius sozinha, acredite, eu sei disso — sua voz aveludada era calma, e me perguntei como ele se mantinha assim depois de tudo o que a guarda Volturi fizera.

— ME SOLTE, EDWARD ME SOLTA AGORA ! — eu rosnei e me debati. Eu ainda era uma recém-criada epor isso tinha mais força do que ele, conseguindo me soltar e derrubá-lo.

— Emmett ! — escutei ele grunir, e segundos depois os dois me seguraram pelo braço.

Jasper para bem na nossa frente enquanto eu rosnava sem parar e me debatia. As coisas foram ficando mais calmas até que finalmente deixei tudo de lado e me ajoelhei no chão. Emmett e Edward jamais me largaram.

— Vamos cuidar de Caius, mas primeiro você precisa se acalmar — ele prometeu.

Assenti uma vez, envergonhada pelo espetáculo que eu havia dado.

— Não se preocupe, ninguém vai rir de você — garantiu Edward.

Os dias se passaram, e com isso consegui adquirir mais e mais lembranças nas quais eu havia esquecido com a transformação. Tudo estava de volta ao lugar, até mesmo meu relacionamento com Seth, e quando Alice teve a visão dos Volturi eu quis me vingar sozinha.Queria enfrentar todos cara a cara sem ter que meter alguém nisso. É claro que os Cullen estavam dispostos a lutar, eles eram a minha família e não iriam me deixar para trás.

Eu me sentia culpada de meter todos nessa roubada, e faria de tudo para salvá-los, isso é claro incluía os lobos.

Era tarde demais para lutar. Os Cullen não teriam chances contra os Volturi e toda aquela guarda deles. Aro! Alec havia trazido à luz que eu precisava para iluminar o túnel subterrâneo no qua eu havia metido todos nós.

Ao me aproximar de Aro, deixei que ele lesse minha mente com seu toque. Eu poderia absorver todas as suas lembranças enquanto ele estivesse distraído e foi isso que eu fiz.

Enquanto eu falava, deixei que Aro lesse minha mente e visse com os próprios olhos o que os outros anciões de sua guarda estavam tramando. Aro, segundo o que eles haviam dito para mim, estava "cuidando" de outros clãs fora da Itália com alguns membros de sua guarda, Caius havia mencionado algo sobre recém-criados, mas na época não dei ouvidos ao assunto.

Deixei que as lembranças de Brad me assombrassem, para contar em detalhes o que haviam feito comigo, uma Cullen. Passei para a minha transformação, a missão que Caius havia me dado e por último parei na conversa entre Caius e Marcus no último dia em que eu havia estado no castelo. Eles haviam concordado em pôr o plano de vingança contra os Cullen em ação sem que Aro soubessem. Caius acreditava que Aro estivesse do lado de Carlisle, o que eu também imaginava ser verdade.

Eu vi os olhos de Aro escurecerem de raiva enquanto eu dava um pequeno discurso para distrair os outros a minha volta. Somente Edward pareceu perceber o que eu estava fazendo, mas era o único plano que eu tinha, e o suspiro de alívio veio quando Aro assentiu uma vez, imperceptivelmente, e piscou para mim.

É claro que não deixei barato para Caius. Eu queria me vingar, de qualquer forma, mesmo Carlisle ou toda minha família odiasse esse tipo de sentimento, eu me vi cega de ódio, principalmente depois de Edward ter atrapalhado meus planos. Meu único pensamento estava em Brad. Seth, Emmett e Jasper haviam ido atrás dele, mas eu tinha vontade de por minhas próprias mãos no infeliz e matá-lo, infelizmente isso não foi possível, mas Seth Clearwater deu conta do recado por mim.

Quando a guarda Volturi foi embora, eu percebi que nada mais poderia me separar dos Cullen, mas algo me separaria sempre de Seth. Fosse a sede, ou a impossibilidade de ter filhos, ele não era para mim... Principalmente agora. Eu me encontrava vingativa demais. Sabia que nunca fora assim. Talvez a convivência com os Volturi tenha me feito ver o mundo de outra forma... não ! Eles não haviam me ensinado nada.

A conversa com Alec me fez perceber que eu estava errada. Seth fora feito para mim, assim como eu havia sido feita para ele. E por mais que algo sempre faltasse, nosso amor jamais seria menor por isso, disso eu tinha certeza.

— Belo trabalho... — Edward sortiu um pouco enquanto estávamos caçando no dia seguinte.

Eu joguei meu puma de lado com o pé e me sentei no chão de terra unido.

" Não me orgulho de nada...."

Eu me sentia mal demais para pronunciar as palavras em voz alta. " Sinto muito ter feito todos me verem...naquele estado. "

Ele suspirou, se aproximou de mim e pôs as mãos nas minhas costas depois de se sentar ao meu lado.

— Não. Eu sei como é isso...me senti do mesmo jeito três vezes seguidas, eu só queria evitar que você se machucasse...

— Três ? — consegui falar.

Ele soltou o ar desnecessariamente e me olhou. Seus olhos agora estavam dourados depois da caça, pareciam um pouco líquidos.

— Duas vezes foram quando Bella estava em perigo. Primeiro James, depois Victoria...

— Hum... E a terceira vez ? — insisti

— Foi quando eu descobri o que Brad havia feito com você — confessou.

Meu queixo caiu e fiz questão de fechar minha boca que estava aberta em um pequeno "o".

Edward desviou os olhos de mim, e pareceu estar olhando para o além quando começou a falar novamente.

— Você sempre foi minha irmã frágil e amada, Ashley — ele sortiu uma vez para mim — Quando eu li em sua mente o que havia acontecido, quis ir a Nova Iorque e matá-lo com minhas próprias mãos, mas isso só pioraria as coisas...e bom, ele era somente um humano estúpido. Me senti péssimo, porque eu havia convencido bofe a voltar a estudar música. Alice a inscreveu, mas é claro que eu tinha colocado minhas mãos. Isso, então, tecnicamente eu era o culpado por tudo. Além disso, afastei todos de você, tirei toda a proteção que você tinha para proteger Bella de Victoria, e veja o que aconteceu...

— Não ! A culpa não é sua, Edward — coloquei minha mãos em seu rosto e o puxei de leve pelo queixo, fazendo com que ele me encarasse — Você queria que eu fosse feliz, que realizasse meus sonhos, ninguém imaginava que Brad estivesse no caminho para atrapalhar tudo, ok ? Não se culpe pelo que você não é responsável — engoli em seco.

Ele me puxou para seu colo, beijando o topo de minha cabeça.

— Mesmo assim, eu sinto muito por tudo o que aconteceu...

— Eu sei — suspirei — Mas não precisamos nos lamentar mais, acabou. — disse, o alívio estampado em mim voz.

— Ainda bem — eu pude sentir ele sorrindo mesmo sem encará-lo — Agora finalmente podemos ter nosso " Felizes para sempre ".

— Tenho certeza disso — eu me virei para ele sem evitar o sorriso. Os lábios dele espelhavam os meus com um largo sorriso exibindo os dentes brancos na pele pálida. O sol estava se pondo, deixando nossas peles cintilarem na mata, e foi inevitável não abraçá-lo apertado.

" Obrigada, por ter sido um ótimo amigo e irmão. Obrigada por tudo. Pelas noites em que esteve comigo quando eu tinha pesadelos, por me ensinar cada nota no piano, por ter me convencido a ir a fogueira conhecer Seth."

Eu senti sua barriga vibrar com seus risos quando mencionei o último acontecimento.

"Eu te amo "

Minha voz falharia se eu dissesse algo, eu ainda não estava pronta a demonstrar minhas emoções, por isso, coloquei a frase em minha mente. Seria o suficiente para que ele soubesse que eu era grata por ter um irmão como Edward Cullen.

— Eu também te amo, minha pequena irmã Cullen. — ele sussurrou.


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Notas finais do capítulo

E não se esqueçam: Eu ADORO quando vocês comentam e deixam a opinião de vocês, criticas construtivas são BEM VINDAS, porque elas me fazem perceber o que tenho ou não que melhorar na fanfic. Também AMO receber dicas de músicas, então se tiverem algumas podem comentar aí embaixo, elas me inspiram em uma coisa ou outra na história e me ajuda muito! Quero agradecer aos leitores fieis que estão sempre por aqui comentando e perguntando sobre o próximo capítulo, então um BIG BEIJÃO especial para essa galera.
Ps: Só quero lembrá-los que a fanfic está disponível no Wattpad : http://www.wattpad.com/122667395-my-imprinting-untitled-part-27 e também tem algumas fotinhos e trilha sonora EXCLUSIVA da fanfic no Tumblr : http://myimprinting.tumblr.com . Então quem puder, dá uma passadinha lá, que vale a pena conferir.
Ate o próximo post!



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