A Rosa e o Escorpião escrita por Prica


Capítulo 15
Capítulo 15– A sala de batalhas.




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Capítulo Quinze – A sala de batalhas.

 

 

Era a primeira aula do quinto ano de Rose. Ela estava muito animada. E aquela era a aula preferida de Alvo, Defesa contra a arte das trevas. Os alunos conversavam na sala de aula enquanto esperavam o professor. O senhor Marshall era um homem alto de óculos, e muito tímido, mas um ótimo professor. Ele já era professor dessa matéria mesmo antes de Rose e Alvo entrarem em Hogwarts. Rose o achava muito competente. Naquele dia, ele entrou na sala com um sorriso enorme, todos queriam saber o motivo.

 

- Bom dia! – O senhor Marshall começou a falar - Acho que hoje é a aula que todos vocês estavam loucos para ter! Hoje vocês colocaram em prática tudo o que estudamos!

 

- A gente vai lutar?! – Um garoto perguntou.

 

- Sim! Vocês lutaram uns contra os outros! – O professor respondeu empolgado.

 

- Até que enfim! – Alvo falou alto.

 

- Só que não será nessa sala de aula... – O senhor Marshall disse levantando as sobrancelhas. – Será na nova sala de batalhas!

 

- Eu pensei que essa sala ainda não estava pronta... – Rose falou para o professor.

 

- Exatamente! Estavam preparando, mas agora já esta pronta! E vocês serão a primeira classe a testá-la!

 

- Que demais! – Alvo falou sorrindo.

 

- Peguem suas varinhas e me acompanhem! – O professor disse saindo da sala. Os alunos o acompanharam. A sala de batalhas não era como todos esperavam, era uma simples sala sem janelas, sem cadeiras ou mesas e tinha quatro paredes comuns. Aquilo não impressionou ninguém. O professor então começou a falar - Bom... Antes de começarmos, gostaria de fazer uma introdução rápida. Como vocês já sabem, há alguns anos atrás, na época em que seus pais vinham a Hogwarts, um terrível ser obscuro tentou destruir não só a nossa escola, mas também o nosso mundo...

 

- Lorde Voldemort! – Alvo interrompeu o professor. Esse nome ainda fazia as pessoas tremerem. Alguns alunos ficaram incomodados de tê-lo ouvido.

O professor olhou para Alvo e continuou:

 

- Sim senhor Alvo. Esse mesmo. Então como eu ia dizendo, este ser era do mal e queria acabar com tudo, junto com seus ajudantes...

 

- Mais conhecidos como Comensais da Morte! - Novamente Alvo interrompeu o professor e dessa vez falou olhando para Scorpius.

 

Scorpius olhou feio para Alvo, que retribuiu o olhar raivoso. O professor ficou bravo e falou para ele:

 

- Senhor Potter! Se me interromper mais uma vez, vai sair da minha aula! E por favor, não cite nomes aqui!

 

- Desculpe professor. – Alvo respondeu.

 

O professor bufou e continuou:

 

- Bom, e como sabemos, alguns jovens como vocês foram capazes de lutar contra ele, porque eles estavam preparados para isso! E hoje vocês iram aprender algumas estratégias de luta. Vou separá-los em duplas, um rapaz e uma moça, e cada duas duplas iram lutar, enquanto os outros assistem.

 

- Mas essa sala não é pequena demais para lutarmos professor? – Uma garota morena perguntou.

 

- Ótima pergunta! Vocês acham que é só isso? Esqueceram que a escola que vocês estão é mágica? Quando eu disser “Champbataille” esta sala se transformará numa floresta, que será o primeiro campo de batalhas de vocês. Os quatro alunos que estiverem lutando, não conseguiram ver nenhum de seus colegas e nem a mim, mas nós os veremos, entenderam?!

 

- E qual tipo de feitiço poderemos usar? – Um rapaz perguntou.

 

- Só poderão usar o “Paralytsé”, que faz a pessoa ficar paralisada onde estiver.

 

- Ah! Mas ai não tem graça! – O mesmo rapaz falou desanimado.

 

- E vocês queriam que eu deixasse vocês se matarem?! Isso é só um treino! Vamos começar então, primeira dupla, deixe me ver... – o professor corria o dedo sobre uma pasta com os nomes dos alunos. – Primeiro senhor Alvo Potter! É claro! Vamos ver se é tão esperto mesmo!

 

Alvo gostou de ter sido o primeiro escolhido, ele foi para o centro da sala e o professor continuou:

 

- Agora uma garota para ser seu par... Senhorita Mary Thompson!

 

Mary era uma garota grande e com cara de durona, ela também jogava no time de quadribol, uma das melhores jogadoras, por isso Alvo gostou dela ser sua dupla. Os dois bateram as mãos.

 

- Muito bem, agora a outra dupla... Senhor Scorpius Malfoy! – o professor disse sorrindo. Não tinha sido por acaso que ele havia colocado Malfoy e Potter para lutarem juntos.

Scorpius se dirigiu para o centro da sala. Alvo tinha um sorriso estranho no rosto, sabia que iria vencê-lo. Malfoy continuou sério.

 

- Quem eu vou escolher para ser sua dupla... – Enquanto o professor falava todas as meninas da classe, exceto Rose, faziam figas com os dedos para serem a escolhida, afinal todas queriam lutar ao lado do loiro bonitão. O professor então escolheu - Senhorita Rose Weasley!

 

Rose ficou surpresa. Scorpius, olhando para o chão, deu um sorriso discreto. Alvo arregalou os olhos, afinal ele queria lutar com Malfoy, mas não contra a prima.

Esticando a varinha, o professor falou “Champbataille” e as paredes da sala começaram a sumir, árvores começaram a surgir, e o chão foi coberto por grama. Os quatro lutadores não conseguiam mais ver ninguém, a não ser a floresta. Apenas foi ouvida a voz do professor, dizendo que poderiam começar. Rose se virou para olhar todo o lugar e ficou admirada. Quando voltou-se, todos os lutadores haviam desaparecido, não encontrou Alvo, nem Mary e nem Scorpius. Parecia estar sozinha naquela floresta. De repente uma luz branca veio em sua direção. Num piscar de olhos, alguém puxou o braço dela para baixo, ela abaixou e a luz passou por cima de sua cabeça. Scorpius a tinha puxado, ele então sussurrou:

 

- Porque você tava de pé?! Não ta vendo que já começou?! Temos que nos esconder!

 

- O que foi aquilo? – Ela perguntou.

 

- Seu primo ou a Mary lançou o “Paralytsé”!

 

- Nossa! Eu nem percebi!

 

- É melhor ficar atenta! – Scorpius estava sério, seus olhos corriam por toda a floresta, esperando encontrar os adversários. Ele não movia um músculo, apenas observava, parecia um leão em dia de caça. Rose começou a olhar para ele e percebeu como seu amigo ficava bonito quando estava sério. Logo em seguida balançou a cabeça e pensou “Rose, o que você ta fazendo? Pára com isso! Concentra-se!” Ela parou de olhar para ele. Então Scorpius pós a mão no braço dela e sussurrou baixinho:

 

- Tem alguém atrás daquela árvore.

 

Rose olhou para a tal árvore e não conseguiu ver ninguém, então perguntou baixinho:

 

- Tem certeza?

 

 

- Tenho! A gente tem que sair daqui! – Scorpius tinha um plano. – Vamos fazer assim, ta vendo aquela árvore ali? – Ele apontou para uma árvore um pouco longe e continuou – Quando eu disser três, nós dois corremos para lá e nos escondemos. Assim teremos uma visão melhor de onde os dois estão.

 

Rose olhou novamente para a árvore, franziu a sobrancelha e balançando a cabeça, falou:

 

- Não vai dar certo...

 

Scorpius olhou firme para ela e perguntou:

 

- Porque não?!

 

- Eu fiz um cálculo rápido de cabeça e se considerarmos a distância e a velocidade em que correremos até chegar lá, eles vão conseguir nos ver antes! Aquela árvore está muito longe, vamos nessa outra que está mais perto.

 

Scorpius não sabia de que tipo de cálculo ela estava falando, mas de certa forma ela tinha razão. Rose percebeu a cara de dúvida dele, então sorriu e falou:

 

- Física! Minha mãe me ensinou! – Os dois formavam uma ótima dupla. Ele, a força e a estratégia. Ela, a inteligência e a esperteza. Scorpius olhou para ela e falou:

 

- Um dia você me ensina isso. Agora vamos pra lá logo! No três, hein?! 1... 2... 3!

 

Os dois correram em direção a árvore. Alvo levou um susto, mas não pensou tão rápido a ponto de lançar o “Paralytsé”. Rose encostou as costas na árvore e Scorpius ficou de frente para ela, os dois ofegantes, recuperavam o fôlego. Scorpius colocou a mão na árvore, ficando com o braço em cima do ombro de Rose. Ele então percebeu que Mary, que estava atrás de uma grande pedra, tinha o visto, afinal metade do corpo dele estava fora da proteção da árvore. Mary esticou a varinha na direção dele. Ele arregalou os olhos e falou para Rose:

 

- Ai que droga! Ela me viu!

 

Rose se virou e viu Mary lançando o “Paralytsé”. Rapidamente, ela puxou a blusa de Scorpius para junto de si, conseguindo fazer o feitiço passar de raspão sem atingi-lo. Os corpos deles ficaram a milímetros de distância um do outro, de modo que o queixo dele encostou no nariz dela. Rose sentiu o rosto arder de vergonha. Scorpius, boquiaberto, só conseguiu agradecê-la. Rose olhava espantada para ele. Scorpius não conseguia parar de olhá-la, ele olhava para cada traço do rosto dela. Por um momento, os dois se esqueceram que estavam no meio de uma batalha. Só acordaram, quando Mary lançou o feitiço mais uma fez. Scorpius correu para outra árvore, para se proteger melhor. Rose ainda se recuperava daquele momento estranho. Scorpius lançou o feitiço contra Alvo que se aproximava. Alvo foi rápido e conseguiu desviar. Scorpius olhou para sua parceira que ainda estava de costas para a árvore. Ele percebeu que Mary se aproximava dela e Rose parecia não estar vendo. Scorpius tentou chamá-la para avisá-la. Quando faltava alguns passos para Mary alcançar Rose, Scorpius ia gritar para ela olhar, mas antes disso, Rose se virou rapidamente e lançou o “Paralytsé” nela. Mary ficou parada feito uma estátua, Rose sorriu, deu um beijo em sua varinha e olhou para Scorpius, que retribuiu o sorriso, aliviado. Scorpius percebeu que sua amiga não era fraca e nem boba. Ele se virou para ficar de olho no oponente que ainda faltava. Para sua surpresa, assim que virou o rosto deu de cara com Alvo, que colocou a varinha no pescoço dele. Alvo olhava para Scorpius com cara de mal e falou:

 

- Parece que o escorpião não se preocupa muito com o que está atrás dele...

 

- E você parece que não se preocupa muito com sua parceira não é?! – Scorpius falou apontando para trás. Alvo olhou, viu a colega paralisada e ficou espantado. Scorpius aproveitou que ele estava distraído e tentou levantar a varinha. Alvo percebeu e bateu na mão dele, fazendo-o derrubá-la no chão, e falou:

 

- Já era Malfoy! Vou acabar com você agora mesmo!

 

De repente Alvo sentiu alguma coisa cutucando suas costas e olhou para trás. Viu Rose sorrindo para ele, com a varinha em suas costas. Ela disse:

 

- Te peguei!

 

Alvo voltou a olhar para Scorpius e dando risada falou para a prima:

 

- Vai mesmo fazer isso? Lembre-se que sou seu primo!

 

- Neste momento somos inimigos! – Ela respondeu brincando.

 

Alvo fechou a cara e disse:

 

- Ta dizendo que vai defender o Malfoy?!

 

- Ele é meu parceiro! É isso que devo fazer! – Ela percebeu que o primo não estava brincando.

 

Alvo se virou para ela:

 

- Você faria isso com sua própria família?

 

- Alvo! Isso é só uma aula! Não tem nada a ver! Pára com isso!

 

Aproveitando a situação, Scorpius pegou sua varinha do chão e lançou o “Paralytsé” sobre ele. Depois olhou para Rose e falou:

 

- Desculpa, mas eu tive que...

 

- Tudo bem, você teve a chance. – Rose respondeu olhando indignada para o primo paralisado.

 

A sala de batalhas voltou ao normal e os colegas da sala aplaudiram, enquanto o professor os elogiava.

 

- Meus parabéns! Ótimos truques de lutas!

 

Ele fez com que Mary e Alvo voltassem ao normal e falou olhando para eles:

 

- E quanto aos senhores, devem melhorar o trabalho em equipe. Muito bem! Vamos ver as próximas duplas...

 

Alvo, sem olhar para a prima, se sentou no chão e encostou-se à parede. Mary se aproximou de Scorpius e Rose e falou:

 

- Nossa! Vocês dois foram demais! Incríveis! E você Rose, naquela hora achei que você estava distraída, mas não... Meus parabéns!

 

Os dois agradeceram. Depois Rose olhou para Alvo, Scorpius fez um sinal com a cabeça para que ela fosse conversar com o primo. Ela foi. Quando Alvo a viu, virou o rosto. Ela começou a falar:

 

- Ta bravo comigo?

 

Alvo não respondeu. Ela continuou:

 

- Não te entendo, isso foi só um teste e...

 

- Eu sei Rose! – ele respondeu rapidamente. – É que tudo que eu queria era ganhar dele! Como meu pai quando lutou pela primeira vez com Draco e...

 

- Ai que coisa! Porque vocês vivem no passado dos pais de vocês?! Porque não vivem suas próprias vidas?! – Rose se referia a Scorpius, ela esqueceu que Alvo não sabia de sua amizade com ele.

 

- De quem se ta falando? 

 

Ela disfarçou e continuou:

 

- De você e do... James! Vocês vivem querendo ser como o pai de vocês! Tem que parar com isso! Tudo bem que vocês têm o sangue e o sobrenome do pai, mas vocês são pessoas diferentes!

 

- Você também faz muita coisa igual a sua mãe...

 

- É, mas não vivo no passado dela! – Rose quase gritou.

 

Alvo desviou o olhar e falou:

 

- Tudo bem... Desculpa... Mas me deixa vencê-lo da próxima vez, tá?

 

Rose sorriu e balançou a cabeça. “Esses rapazes me deixam louca! Um quer ser como o pai, o outro quer ser diferente, mas ambos vivem as sombras deles!” Ela pensava sozinha.


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