A Rosa e o Escorpião escrita por Prica


Capítulo 14
Capítulo 14 - Crianças não! Adolescentes!




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Capítulo Catorze – Crianças não! Adolescentes!

 

Um novo ano começava. Novamente os Weasley e os Potters estavam na plataforma 9 e ¾ prontos para embarcar no expresso para Hogwarts. Os cinco primos estavam diferentes, eles haviam crescido. Uma barba rala crescia no queixo de James e sua voz estava mais grossa, Gina gostava de dizer que ele havia se tornado um “homenzinho”, o que o irritava profundamente. Alvo estava mais alto que seu pai e Lilly já não era mais tão sapeca como antes. Hugo também havia espichado durante as férias, mas ainda era um pouco magricela, mesmo comendo tanto como seu pai. Rose não tinha mais cara de criança, e seu cabelo já não era tão armado como antes.

Rony e Harry guardavam as coisas no bagageiro do trem, enquanto Hermione e Gina se despediam dos filhos. De repente, uma voz vinda do fim da plataforma falou alto:

 

- Porque você não larga do meu pé?!  - Era Scorpius. Ele continuava alto, forte e com aquele vozeirão de sempre, mas uma coisa havia mudado, ele estava ainda mais bonito. Naquele momento, parecia nervoso, estava discutindo com o pai, que andava atrás dele tentando conversar.

 

- Scorpius, volte já aqui! Eu ainda não acabei!

 

- Mas eu já acabei! - Scorpius continuava andando sem olhar para trás.

 

Os dois discutiam tão alto, que todos que ali estavam, assistiam a cena.

Atrás de Draco, Astoria, sua esposa, o seguia chorando. Irritado com a rebeldia do filho, Draco correu mais rápido e conseguiu segurar o braço de Scorpius, que parou de andar e olhou furioso para a mão do pai em seu braço. Draco olhou nos olhos do filho e disse baixo:

 

- Pare com todo este show! Todos estão olhando! Não se esqueça de que sou seu pai e você ainda mora na minha casa!

 

Cerrando os dentes, Scorpius soltou o braço violentamente da mão do pai e olhando firme para ele, disse:

 

- Eu não vejo a hora de sair da sua casa! – Ele deu as costas para o pai e entrou no trem.

 

Com vergonha de tudo aquilo, Draco abaixou a cabeça e saiu andando, enquanto a esposa falava triste:

 

- Porque vocês dois não tentam se entender? Porque sempre discutem? Estou cansada disso, Draco!

 

Rony se virou para a família e comentou ironicamente:

 

- Ótimo modo de criar os filhos!

 

Rose ficou triste pelo amigo. Hermione foi a única a perceber a mudança no rosto da filha, mas não disse nada. Então, depois que terminou de guardar as malas junto com Harry, Rony falou:

 

- Muito bem criançada, chegou a hora de partir!

 

James, Alvo, Lilly, Hugo e Rose olharam para ele com cara feia. Harry começou a rir e falou:

 

- Acho que não temos mais crianças aqui Rony! Temos adolescentes! – Os cinco se despediram e subiram no trem. Enquanto acenava para os filhos e sobrinhos, Harry comentou:

 

- É gente, logo, logo teremos que agüentar os “namorinhos”! Principalmente dos nossos mais velhos...

 

- Namorinhos? Dos filhos mais velhos? HAHAHAHAHA... Até parece! – Rony discordou.

 

- Como assim até parece? – Hermione perguntou.

 

- A minha Rosinha, ainda é muito nova pra isso...

 

- Muito nova?! Ela já tem 15 anos! – Gina lembrou o irmão.

 

- Isso mesmo! Ela só vai namorar depois dos 30!

 

- Mas e se o amor da vida dela chegar antes...? – Hermione suspeitava.

 

- Não vai chegar, tenho certeza! E se chegar, eu acabo com a raça do garoto! – Rony socava a própria mão, fingindo ser a cabeça do tal rapaz.

 

Todos riram e Gina comentou:

 

- Era ciumento quando eu e o Harry estávamos namorando, era ciumento com a Mione e agora é o “papai ciumento”! HAHAHAHAHA

 

Rony levava tudo aquilo como uma brincadeira, ele não queria acreditar que sua filha estava crescendo.

 

No trem, Enquanto todos conversavam e riam, Rose olhava discretamente para Scorpius, que parecia desanimado. “Porque ele e o pai brigam tanto?” Ela pensava “Será que posso ajudar de alguma forma?”. Ela sentia-se na obrigação de ajudá-lo, afinal era sua amiga para isso.

Chegando em Hogwarts, todos se dirigiram para o salão comunal, Rose notou que Scorpius não estava na mesa da Sonserina e resolveu procurá-lo. Lilly viu a prima saindo da mesa e perguntou:

 

- Aonde você vai?

 

- Estou cansada, vou me deitar... Até amanhã gente! – Rose não gostava de mentir para a prima, mas era o único jeito.

 

- Mas não vai jantar?! – Lilly perguntou.

 

- Não estou com fome... – Rose se virou e saiu andando. Lilly franziu as sobrancelhas, ela sabia que alguma coisa estava acontecendo.

 

Assim que saiu do grande, Rose ouviu alguém a chamar:

 

- Psiu!

 

Ela se virou. A pessoa que a tinha chamado desencostou-se da parede e veio até ela.

 

- Scorpius! Oi! – Ela disse surpresa.

 

- Ia atrás de mim? – Ele perguntou sorrindo.

 

- Queria saber se você estava bem... Eu vi o que aconteceu na plataforma...

 

- E quem não viu...?! – Ele falou desanimado.

 

- Eu acho que você podia tentar conversar com seu pai... Tentar se entender com ele.

 

- Não adianta Rose! – Os ombros dele caíram.

 

- Adianta sim! É só você tentar...

 

Scorpius revirou os olhos:

 

- Você não o conhece...

 

- Não preciso, eu também tenho pai, sei como eles são. – Ela falou balançando a cabeça.

 

- Ele não é igual...

 

- Vocês precisam dialogar. A relação de vocês sempre foi assim?

 

Scorpius se virou para a grande janela no corredor.

 

- Não. Antes, quando eu não sabia de nada sobre o passado dele, pra mim ele era um herói! O melhor pai do mundo! Mas agora...

 

- Isso é muito triste. Mas porque o passado dele te incomoda tanto? Afinal, já passou!

 

- Por causa de como as pessoas me vêem, com esse sobrenome ninguém se aproxima, acham que eu sou ou me tornarei igual a ele um dia. Isso me deixa nervoso sabe?!

 

- Você já parou para pensar que talvez seja você que se vê desse jeito e não as outras pessoas?

 

Scorpius pensou. Realmente ela tinha razão, mas ele não queria admitir.

Rose percebeu que não obteve resposta para sua pergunta então disse:

 

- Mas converse com ele, diga como se sente, ele é seu pai, vai entender. Ta bem? Me prometa que vai falar com ele, prometa!

 

Scorpius demorou um pouco, e sem querer prometer nada, acabou sacudindo a cabeça positivamente. Ele queria mudar de assunto.

 

- E como foram suas férias?

 

- Muito boas! Me diverti muito! - Rose respondeu entusiasmada. - E as suas?

 

- Ahn... Se você acha que ficar em casa, no seu quarto, sem ter o que fazer é legal... Então minhas férias foram maravilhosas! –Ele respondeu ironicamente.

 

- Pára com isso! – Rose sorriu e deu um tapinha de leve no ombro dele.

 

Os dois se olharam e sorriram uma para o outro, mas logo foram interrompidos.

 

- Parece que nosso tempo se esgotou... – Scorpius falou referindo-se ao pessoal que saia do salão em direção aos dormitórios. Os dois se afastaram. De longe Scorpius deu um tchau com a mão e a amiga retribuiu.


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