Capítulo Onze – Sentimentos estranhos...

No dia seguinte, durante o café da manhã, Lilly, que parecia não ter sofrido nenhum acidente, recebeu uma carta de seus pais. Ao abrir a carta, a voz de Gina perguntava preocupada se a filha estava bem, e dizia para que repousasse bastante, ao mesmo tempo brigava com James e Alvo por não terem protegido a irmã. Rose pensava em contar a todos quem havia ajudado a prima, mas também se perguntava o porque Scorpius havia fugido do lugar após ter terminado o feitiço.

Todos foram para suas classes. Ao chegarem na porta da sala, Alvo parou para cumprimentar alguns amigos e Rose foi entrando. De repente, Scorpius entrou na frente dela, e ficou ali parado olhando para o chão, Rose percebeu que ele queria dizer alguma coisa. Alvo, de longe, observando a cena, correu e entrou na frente da prima, como se fosse protegê-la, e fez uma cara muito feia para Scorpius, que acabou desistindo de falar com ela. Alvo se virou para a prima e disse:

- Nossa! O James tem razão, esse cara é muito estranho! Você viu? Ficou parado aqui na sua frente que nem bobo... Eu hein?!

Rose não disse nada, apenas olhou para Scorpius que se sentou no fundo da sala. “Será que ele quer falar sobre a nossa amizade? Será que ele vai aceitar?” Esses foram os pensamentos de Rose durante toda a aula.

Mais tarde ela foi à biblioteca, olhava para as prateleiras a procura de um livro para terminar um trabalho. De repente, alguém, que parecia procurar um livro também, parou ao seu lado e perguntou baixinho:

- Você ainda acha que isso pode dar certo? – Aquela era a inconfundível voz de Scorpius.

Ainda procurando o livro, sem se virar para ele, Rose respondeu:

- Depende do que você esta falando...

Scorpius também não olhava para ela, e sim para a estante, os dois falavam baixo, para não serem ouvidos.

- Eu pensei sobre o que você falou...

- Sobre o que? – Rose se fazia de desentendida.

Scorpius bufou e disse:

- Acho que sua família não gostaria muito da idéia de sermos amigos, você viu como seu primo me olhou hoje?!

- Eles não precisam saber sobre a nossa amizade... – Rose pegou um livro de capa verde e folheou.

- Você quer dizer...Uma amizade escondida?

- Acho que nossas famílias ainda não estão preparadas pra isso. Se meu pai soubesse que sou amiga de Scorpius Malfoy, ele teria um infarto! – Rose guardou o livro na estante.

- E se meu pai soubesse, ele me mandava pra fora de casa! – Scorpius riu baixinho.

Rose, indignada, virou-se rapidamente para ele e perguntou séria:

- Ele faria isso?!

Scorpius olhou para ela e disse:

- Eu só estava brincando... Mas acho que ele ficaria bravo também...

Rose voltou-se novamente para a estante, pegou outro livro, e depois se sentou na mesa. Scorpius olhou para os lados e fez o mesmo. Ela se virou para ele discretamente, e sorrindo perguntou:

- Amigos então?!

Era a primeira vez que Scorpius ouvira alguém lhe perguntar aquilo, era estranho, mas era a coisa que ele mais queria no mundo. Ele assentiu com a cabeça. Rose sorriu. Scorpius não sabia porque, mas adorava quando ela sorria. Ele se levantou e saiu.

Rose estava contente em ser amiga de Malfoy. Finalmente ela achara a pessoa certa para realizar o sonho número cinco de seu caderninho cor-de-rosa, “Quero ser amiga de alguém que ninguém conversa e fazer essa pessoa feliz!” Pelo menos ela achava que era por isso que estava tão feliz.

Certo dia ela estava indo para a sala precisa para conversar um pouco com seu novo amigo, quando viu uma garota muito promíscua, de longos cabelos loiros, compridos e lisos, puxando a gravata verde de Scorpius, ela estava a alguns centímetros do rosto do garoto, e falava alguma coisa passando a mão em seu rosto. Rose não sabia o que sentia, mas era pior do que quando viu aquelas três garotas falando com ele no terceiro ano. Ela não sabia o nome daquela garota, mas sabia que era aluna da Lufa-lufa e que estava no quinto ano junto com James.

Rose virou o rosto, e foi para a sala precisa. Chegando lá se sentou na poltrona e pegou um livro que estava lendo, a imagem daquela garota estava deixando Rose nervosa. Sem querer ela derrubou o livro e quando se abaixou para pegá-lo, pode perceber que havia um espelho num dos cantos da sala. Ela se aproximou e viu seu reflexo nele. Rose passou a mão em seu cabelo e pensou “Porque ele não é liso? Porque não sou loira? Precisava ser um cabelo tão cheio? E esses olhos... são de que cor? Cor de terra? Que sem graça... Nossa! E que cara de criança eu tenho!” Nisso, Rose sacudiu a cabeça e percebeu o que estava fazendo, estava se comparando com a garota que estava com Scorpius. Rose se afastou do espelho e voltou a sentar-se na poltrona. Scorpius entrou na sala e se surpreendeu:

- Ahn... Não esperava vê-la aqui!

Rose se levantou e falou:

- É melhor ir se acostumando, agora somos amigos, então tecnicamente essa sala também é minha. É um ótimo lugar para ler...

- Tudo bem... – Scorpius passou a mão na cabeça. – Fique a vontade, só não mexa nas minhas coisas...

- Por quê? Está escondendo algo... Ou alguém aqui? – Rose colocou as mãos na cintura, e cerrou as sobrancelhas.

- Não, só estou dizendo... Espera ai! Como assim escondendo alguém aqui? – Scorpius ficou confuso.

- Não sei... Talvez uma namoradinha... – Rose falou com desprezo.

- Eu não tenho namorada... – Scorpius respondeu erguendo uma sobrancelha.

- Ah Não?! Então porque vi você se agarrando lá fora com aquela... LOIRA - Rose falou loira, como se fosse um palavrão.

- Você quer dizer a Kate...?

- Que seja! Fique sabendo que não vou ficar lendo meus livros de um lado da sala, enquanto você namora do outro lado! – Rose estava nervosa.

- Primeiramente, era ela que estava me agarrando. – Scorpius explicou sorrindo.

- Que ridículo! Isso é pior ainda! Garota atirada! – Rose cerrou os dentes.

Scorpius a olhava. Então pode perceber uma coisa, e começou a rir.

- Do que eu você está rindo? – Rose quis saber.

- De você...

- Por quê?

Scorpius deu um meio sorriso e respondeu:

- Acho que sei por que você está assim... ESTÁ COM CIÚMES DE MIM!

Rose arregalou os olhos. Scorpius parou de rir e completou:

- Mas acho melhor não continuar com isso, porque você pode acabar se apaixonando por mim, daí vai ficar meio ruim... – Scorpius se gabava.

Rose não acreditava no que ele dizia, muito brava, se aproximou dele e disse:

- Esqueça isso! Você é um bobo, isso não é ciúme! Como você pode achar que uma garota como eu, poderia gostar de um garoto como você?! Nunca, nunca, nunca!

Scorpius ficou muito sério. Depois se aproximou do rosto dela. Rose corou e engoliu seco. Então ele disse:

- Nunca diga nunca...

Rose se afastou, pegou seu livro e saiu da sala rapidamente.

“Ciúme? Não é ciúme! Não é ciúme... Então o que é?” Rose pensava enquanto corria para seu quarto.  

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