A menina que falava com os pássaros escrita por O Viajante


Capítulo 7
Sonho de uma manhã de outono - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Olá, olá!
Depois de tanto tempo, aqui estou novamente. *desvia das pedradas*
Então, sei que dessa vez demorei. Mas demorei feio mesmo.
Eu não vou inventar desculpas, então vou ser explicar rápido.
Eu trabalho, e onde trabalho necessita de duas pessoas. Uma saiu, me deixou na mão. Por vários dias eu fiquei no lugar de nós dois, até que encontrassem alguém. Isso me fez adiar por algumas semanas.
Depois disso peguei uns dias de férias. Gastei alguns para retirar o cansaço mental, e agora estou aqui. Bom, é isso. Espero que entendam. E hoje tem dois capítulos, para compensar um pouco. Boa leitura! E queria agradecer a todos os comentários maravilhosos que eu estou recebendo.
Sério. É muito lindo. Estou tentando responder todos. Ainda hoje responderei alguns, então o seu pode ser o próximo. Também agradeço pelas lindas recomendações. De verdade. Porque esse é o meu pagamento de escritor. É o que vocês podem me oferecer.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/554376/chapter/7

Os pés descalços de Jenny já estavam sujos e machucados quando o castor parou no meio da floresta. Ambos arfavam. Seus olhos castanhos e felinos vasculhavam cada galho.

— Chegamos, princesa.

Ela olhou em volta, com um sorrisinho no rosto, mas não encontrou nada.

— Chegamos aonde?

O castor caminha até um lugar cheio de folhas caídas, e segurando algo, puxa. Logo uma pequena porta redonda se abre no chão.

— No nosso esconderijo, aqui estaremos seguros. Venha logo, antes que nos vejam.

E sem perder tempo, a pequena criatura começou a descer por uma pequena escada. Jenny estava extasiada, nunca havia participado nada disso. E sua cabeça estava sendo perseguida!

Isso sim era algo que valia a pena perder seu precioso tempo. Não ficar indo na escola aprendendo coisas tolas que não servem de nada para ela.

Sem demora, a garotinha começou a descer a escada que descia reta, sem esquecer de fechar a porta. Atrás de si, pequenos globos de vidros com vaga-lumes azuis dentro, eram dispostos por todo o túnel vertical, iluminando ambos.

Era possível apenas ouvir a respiração pesada dos dois. Ela sabia, e conseguia sentir, não entendia como, que o castor estava muito nervoso e agitado. Com certeza ele esperava ela faz tempo.

— Essa escada é muito longa, vamos parar do outro lado do mundo? – disse, já entediada.

— Não, já estamos cheg – foi interrompido quando a garotinha escorregou o pé e caiu sobre ele. Ambos despencaram, ela gritando, até que bateram no chão, e o castor, obviamente, estava por baixo.

— Desculpa, te machuquei? - Jenny engasgou, se levantando e limpando o vestido.

O castor se levantou lentamente. — Não, foi um prazer amortecer sua queda. – e inclinando as costas para trás, ouviu-se um crec.

Jenny riu abafado, e olhou para trás, mas só para ficar estática, com os olhos vidrados.

— Esses, princesa, são seus servos fieis.

Na mesa redonda que ficava no meio da sala pequena, de paredes de pedras curvas como um iglu, sentavam-se outros animais. Também dotados de fala e consciência.

Em cima da mesa, tinha uma coruja de grandes olhos sérios e sábios. Em uma das cadeiras, um macaco de pelo amarelo como ouro. Em outra, um lobo com um corpo humanizado. Sentava-se como gente, e também poderia andar como tal.

Sentiu algo cutucar seu pé, e quando Jenny olhou para baixo, viu um camundongo fêmea, vestida com uma pequena armadura medieval. A garotinha ficou a observar mais um pouco, então exclamou.

— Uau! Vocês são reais!

— Sim, nós somos. – respondeu a coruja, que na verdade Jena descobriu que era um corujo. — Eu sou a sua curiosidade. A sua capacidade de entender as coisas do seu próprio jeito.

O macaco então se levantou, andando em volta dela.

— Eu sou sua infância. Posso ir onde quiser, e subo onde quero. E ninguém é mais ágil que eu! - então o macaco amarelo bateu as mãos no peito.

Jenny observava tudo com um sorriso grudado na boca. Os olhos brilhavam como nunca. Se virou enérgica para o lobo, apontando seu dedo. — E você, quem é?

O lobo acinzentado, de olhos azuis e profundos se levantou. Era o maior de todos.

— Eu sou sua sagacidade, sou sua lógica e sua estratégia. Nós iremos nos juntar e vencer a Normalidade. E essa pequenina aí do seu lado, é sua força para encarar os malvados.

A garota pegou a “camundonga” na mão e alisou sua cabeça.

Jenny observou a todos novamente, como se ainda não acreditasse naquilo. Então uma lembrança súbita passou por sua cabeça, e ela olhou para o castor, apontando.

— Ainda não me disse seu nome, Shenhor Caxtor.

O castor ficou surpreso e juntou as mãos. Obviamente era o mais tímido ali. — E-eu sou... eu sou a sua esperança. Porque mesmo pequeno, posso construir coisas que resistem às correntezas...

A princesa cerrou os olhos, inspirou fundo e decidida falou. — Muito bem, qual é o plano? Precisamos salvar os Pássaros da Dinamite, e derrotar de vez aquela garota malvada!

— Pássaros do Limite. - corrigiu a camundonga, correndo pelo ombro dela.

— Os exércitos já estão prontos e escondidos. Só estávamos esperando a princesa para ser a cabeça de todos nós. Agora que ela já está aqui, podemos atacar o castelo sem que eles sequer vejam quem fez. – concluiu o lobo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que será que está vindo por aí? Como será que a Princesa Jena vai se sair nessa guerra? E os pássaros, quem são eles? Eles já sussurraram algo para vocês?