Avatar: A lenda de Mira - Livro 1 Água escrita por Sah


Capítulo 5
Nova aluna




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Kiha parecia chateada comigo. Mas o que eu posso fazer se ela me atacou primeiro, sem ao menos avisar como seria esse teste. Quando eu disse para ela que estava aprovada, ela apenas olhou de cara feia para mim. Eu nunca faço nada certo. Depois de sair da arena fomos em direção de uma espécie de vestiário, e lá ela se secou, dobrando a água da sua roupa. Tentei fazer o mesmo que ela, mas não obtive nenhum resultado positivo.

— Agora você não consegue mais? — Ela me disse com uma ponta de sarcasmo.

— Não. – Falei timidamente.

Ela olhou para mim e suavizou seu olhar, e me secou da mesma forma que ela.

—Eu quero me desculpa com você Mira. É que eu costumo ser muito competitiva. E eu não esperava o resultado desse teste. O objetivo principal era que você conseguisse se defender e não atacar.

— Então eu não passei? Mas o diretor disse que...

— Não é isso. Você passou sim.

— Então?

— Já ouviu dizer que melhor defesa e o ataque? Acho que isso se aplica a seu caso.

Então eu realmente passei, mas ainda não sei o que isso significa de verdade. Eu passei para que?

— Agora você é oficialmente uma aluna da classe especial B. E assim que o governo for informado, você e sua família receberão alguns auxílios. E você, como todos os outros dobradores, ficará a serviço do governo.

Não gostei da parte em que ela disse que ficarei a serviço do governo. Tanto eu como o meu pai, temos algumas coisas contra o governo.

— Se eu não tivesse passado?

— Nossa escola é especialista em combate. Se você não tivesse passado, mas mesmo assim estivesse confirmado que você é uma dobradora, você teria sido transferida para uma das outras escolas que são especialistas em outras áreas, como medicina, construção e produção de energia e tecnologia.

Acho que dos males, esse será o menor. Não entramos em guerra há muito tempo. Então acho que não terei muito trabalho.

— Mas e agora? O que eu faço?

— Vou te apresentar a sua turma. Pessoas que serão seus colegas, até que você complete 18 anos.

Nem quero pensar o que vai acontecer quando eu completar 18 anos. Sou uma pessoa que tentar viver o máximo do presente, não pensando em longo prazo.

Saímos do vestiário e fomos em direção do que parece ser a minha nova turma.

— Quero te dar um panorama geral do que é a Classe especial B.

— Certo

— Você será a 5° dobradora de água, mas terá que conviver com outras dobras. Temos 13 dobradores de ar e 9 de terra, além de 5 de fogo. E somos a maior turma de dobradores da cidade. Provavelmente do mundo atual.

Isso me deixou mais apreensiva. E me situou da escassez de dobradores. Esses números não costumam ser divulgados. Antes tínhamos exércitos completos formados apenas por dobradores, agora uma simples sala de aula é o máximo que existe. Mas a única coisa que quero é conhecer são os dobradores de fogo.

Estou animada.

— Quando vou conhecê-los?

— Provavelmente agora.

Kiha entra em uma das salas. Na porta está escrito:

“Classe especial B - Só entre com autorização”

Meu coração acelera e eu entro atrás dela. O que eu vejo é um espaço amplo, claro e moderno, com grandes janelas laterais. Aqui caberia facilmente 4 salas normais. As mesas são dispostas em duplas.

— Turma B, gostaria de apresentar nossa nova aquisição.

Ela pede que eu me aproxime. Faço o que ela diz, e consigo ter uma melhor visão dos alunos.

A maioria aparenta ter a minha idade. Todos estão me olhando.

— Essa é Mira, ela é uma dobradora de água.

Um grupo que se sentava ao fundo começou a reclamar.

— Como assim ela é uma dobradora de água? Isso não faz sentido – Disse uma garota de longos cabelos negros e olhos castanhos avermelhados.

— O que não faz sentido para você Zelena?

— Ta na cara que ela veio da nação do fogo! Oras.

— Você precisa ter reforço de genética novamente?

A garota bufou e se virou para falar alguma coisa com o garoto do seu lado.

— Mira, você se sentara do lado do Riku. – Ela aponta para um garoto de cabelos claros ao fundo.

Obedeço e me sento do lado do garoto que não para de me encarar.

— Algum problema? – Falo alto para ele.

— Não, nada. Me desculpe.

Ele me faz lembrar-se da Hina. Preciso falar com ela. Preciso explicar o que houve.

— Turma, quero que todos a ajudem a se enturmar. Diferente de vocês, ela descobriu que era uma dobradora há muito pouco tempo. – Fala Kiha, antes de me deixar sozinha com tanta gente desconhecida.

Zelena a garota de antes, se aproxima de mim.

— Vai para lá Ruki. – Ela faz o garoto do meu lado sair e se senta no lugar dele.

— Quero te dar alguns conselhos.

Essa garota começa a me irritar.

— Que tipo de conselho? – Falo desinteressada.

— Eu e a maioria dessa sala descobrimos que somos dobradores com apenas 10 anos, e com essa idade nós passamos no teste. Você ainda não é nada perto da gente, e eu não quero que você fique se achando importante.

— Quem disse que eu estou me achando? Aliás, eu por acaso pedi sua opinião?

È, eu estou procurando briga com uma dobradora.

Senti o ar ficar mais quente.

— Você não tem noção do perigo! Sabe quem sou eu? Se não sabe você vai conhecer agora.

E o pior ela é uma dobradora de fogo. Toda a minha animação para conhecê-los foi por água abaixo.

Ela começa ficar enfurecida, e uma fina fumaça sai dos seu punhos fechados

— Não quero ninguém dobrando sem permissão.

Nos assustamos, quando um homem careca com uma seta na cabeça se põe á frente da sala.

Zelena se levanta.

— Resolveremos isso depois. — Ela ameaça.

Riku se senta novamente.

— Não sei por que você tem que ficar obedecendo a essa garota.

Ele faz uma cara se surpresa

— Eu não tenho opção. As pessoas não costumam conversar comigo.

Por que as pessoas não conversam com ele? Não há nada de errado com ele. Ele é até bonitinho.

— E se eu fosse você eu pararia de falar comigo.

— Eu falo com quem eu quiser.

— E que você ainda não entende.

— Você costuma ser tão dramático assim?

— Eu não sou dramático, você que é muito esquentadinha para ser um dobradora de água.

— Talvez eu seja. Mas agora eu quero saber, por que eu deveria conversar com você.

— Você também é bem direta.

— Sim, eu sou.

— É por causa disso.

O ar fica quente novamente, e uma pequena labareda azul dança entre os seus dedos.


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