Avatar: A lenda de Mira - Livro 1 Água escrita por Sah


Capítulo 23
Sem controle




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Era como estar pisando nas nuvens. Tudo estava distante. Eu não sabia o que estava acontecendo mas eu me sentia livre. Demorei um pouco para me situar.

Meelo, Riku e Suni estavam olhando para mim com expectativa.

— O que você pensa que está fazendo? – Falei tirando a mão dele da minha testa.

— Isso deveria ter funcionado. – Falou Meelo chateado.

— Viu, eu não sou quem vocês pensam. O Avatar é da nação do fogo.

— Mas meu pai disse que ele era falso.

— Estou cansada dessa conversa.

Sai da sala batendo a porta.

Eu realmente estava chateada. Eu não quero mais ouvir nada sobre isso. Eu não sou o Avatar. Ele está na nação do fogo.

Eu estava andando sem olhar para onde ir. Acabei esbarrando em alguém. Era Kiha.

— Que bom que eu te encontrei. Hoje teremos aula á noite. Não falte.

Foi o que ela me disse.

Mais essa. Espero que meu pai não invente nada.

Senti uma tontura momentânea, será que eu estou doente de novo?

Eu resolvi não ir para casa. Eu não sei, mas eu não queria sofrer qualquer tipo de aborrecimento.

Fui até a grande praça central. Apesar de estar cheia. Eu achei um canto perto de uma árvore. Me deitei sobre a grama e fiquei olhando para o céu. Ele estava tão azul. Tentei adormecer mas eu não conseguia. Tinha alguma coisa errada comigo. Eu não senti fome e nem estava cansada. Minha energia estava no máximo. Corri pelo parque como uma louca. Fiquei feliz de não ver ninguém conhecido.

Faz tempo que eu não me sentia tão feliz. Não uma felicidade momentânea , era como se eu não tivesse mais problemas. Todas as minhas preocupações tinham ido embora. Eu não me importava mais com nada.

Escureceu tão rápido que eu não percebi, eu realmente tinha perdido a noção do tempo. O céu estava claro e a lua imponente no céu. Ela estava tão brilhante e cheia que nem as luzes de Republic City conseguiam abrandar o seu brilho.

Era hora de finalmente ter essa aula. Eu queria sentir os efeitos da lua sobre a dobra d’água.

Fui correndo para a escola. Eu ainda tinha muita energia para gastar. Naturalmente o portão estava fechado mas eu vi quando Opako usou uma entrada lateral para entrar.

— Espere por mim!! – Eu gritei para ele.

Ele me ignorou. Toda a minha turma de dobra de água me acha egocêntrica e metida.

Entrei pelo mesmo lugar, os corredores estavam escuros. Mas eu fui seguindo o rastro dele que parecia saber para onde está indo.

Paramos em uma sala que eu não conhecia. Havia um portão era uma espécie de campo ao ar livre. Havia muita água. Várias lagoas em toda a parte. E todos estavam lá.

— Os dois últimos que faltavam! – Kiha disse na nossa direção.

Nos juntamos a fila.

— Como vocês são cinco , terei que fazer dupla com alguém. Não se preocupe eu não vou pegar leve.

Da para acredita que ninguém quis fazer dupla comigo?

— Pelo jeito você não é muito popular com eles. – Kiha me disse.

— Eles não me entendem é só isso.

— Se você deixar de ser tão prepotente.

— Você não quer me deixar brava não é? Estou tão feliz hoje.

— Que ótimo que você esteja feliz. A lua tem efeitos diferentes sobre todos nós da água.

— Então essa felicidade é momentânea? Ela vai embora junto com a lua?

— Talvez sim, talvez não.

— Isso não ajudou muito.

Eu não parava de me mexer. Eu tinha muita energia!

— O exercício será o seguinte. Vocês vão congelar uma das lagoas e assim poderão andar sobre ela. Depois cada dupla irá batalhar sobre essa água congelada.

— Congelar?

— Ah, Mira. Pena que você estava dispensada da aula. Vimos isso a semana inteira!

Ela me dispensou da aula de propósito! Será que ela quer me ensinar alguma lição. Eu realmente espero que ela não faça isso.

Eu e ela nos aproximamos da lagoa central. Era a maior de todas.

— Sugiro que congele bem o seu lado. Não queremos que o gelo quebre e você caia por acidente.

— Acho que não queremos.

Kiha começou. Era automático, aonde ela pisava a água ficava solida. Eu não conseguia acompanhar isso.

— Por causa da lua cheia. È fácil fazer isso. È só você se concentrar nos seus pés e pensar no frio.

Eu odeio frio. Eu não suporto nem pensar em frio. Como ela quer que eu faça isso?

Fiz como ela, mas nada aconteceu.

Olhei ao redor todos estavam fazendo isso com extrema facilidade.

Eles estavam tão poderosos. As batalhas começaram simultaneamente. Era muito poder!

— Vamos, Mira. Estou esperando.

— Eu não consigo.

— Você o que?

— Eu disse que eu não consigo. – Gritei e todos olharam para nós.

— Ah, Mira. Você realmente não consegue? Sabia que eu já tive alunos como você? Se acham tão bons que menosprezam os outros. Tirei você das aulas para você entender que você é apenas uma novata. Sem essas aulas você apenas sabe fazer truques. A lua cheia nos coloca como os dobradores mais fortes. Mas sem controle isso não é nada. Assim eu vou te dar uma aula particular!

Ela estava estranha. Kiha parecia o tipo de pessoa que não se irritava facilmente. Mas desde que eu a conheci ela parecia sempre tensa perto de mim. Mas hoje a lua estava a afetando de outra maneira.

— Parem todos! Quero que assistam a essa aula! Mira vai entender como funciona os níveis de poder.

Todos pararam. Eles realmente pareciam animados.

— Na lua cheia a nossa ligação com a água fica bem mais poderosa.

Ela pisou no lado que se liquefez.

— Não importa em que estado ela está.

Ela dominou a água e a vaporizou.

— E nem onde ela está.

Ela se dirigiu a mim. Eu não conseguia me mexer.

— Isso meus alunos é a dobra de sangue. Eu aprendi isso a muito tempo.

Meus braços estavam se mexendo sozinhos. Ela estava fazendo isso comigo. Quem era ela? Ela não era a mulher que me acalmou e me salvou naquele dia. Ela era uma pessoa com sede de poder. Que não aceitava ser ultrapassada. Ela quer ser a melhor e a única.

Eu fiquei furiosa mas depois eu me senti tonta. Muito tonta. Tudo estava ficando distante novamente.

— Mira? O que você está faze...

Ela me disse. Mas tudo estava tão distante. Acho que ele me soltou, eu estava sentindo os meus braços e pernas de novo.

Olhei para a lua. E dobrei a água que estava na lagoa. Foi como naquele dia na cidade da fuligem.

A lua estava me ajudando? Eu não sei mas eu me senti tão poderosa.

Ela quer ver o nível de poder? Eu vou mostrar para ela o que uma novata consegue fazer.

Todas as lagoas se descongelaram e a água veio até mim.

Eles pareciam assustados? Não sei mas eu acho que ouvi alguns gritos.

Fui envolvida por um redemoinho de água. Senti a água ricochetear . Eles estavam tentando me parar? Ou só medindo forçar comigo.

— Mira!! Acorde!

— Eu estou acordada. Mais do que nunca!

Quebrei o gelo. Foi tão fácil!

De repente me senti esgotada. Todas as preocupações me atingiram de uma vez. E o poder foi acabando.

Eu estava caindo. Caindo e caindo.

Foi como um apagão. Abri os olhos e eu estava lá sozinha. No mesmo lugar. Mas eles não estavam mais lá. Kiha e os outros haviam sumido.

— Que bom que consegui falar com você.

Olhei para trás e uma moça de pele morena e grandes olhos azuis com vestes da tribo da água estava me encarando.

— Quem é você?

— Eu ? Eu sou você! Mas se quiser pode me chamar de Korra!


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