Avatar: A lenda de Mira - Livro 1 Água escrita por Sah


Capítulo 21
Insanidade azul




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Lutar com ele em um ambiente sem água? Eu quero mesmo fazer isso?

— Agora você está com medo? Achei que você era diferente daqueles fracos e covardes da escola. Mas vejo que você é pior que eles.

Ele estava falando alegremente. Eu não percebi nem um tipo de agressividade no seu tom. Por isso, eu acho pelo menos, eu não fiquei furiosa como eu costumo ficar quando me chamam de covarde.

— Riku, isso é tentador, mas aqui não é a hora nem o lugar de fazer isso.

— Assim você não me dá opção.

Ele me mostrou a palma da mão, seus dedos estavam eletrificados e ele jogou uma massa de energia para cima de mim.

Eu achei que eu iria sentir dor, mas uma sensação engraçada me invadiu e meu cabelo se arrepiou inteiro.

— Acho que esse visual combina mais com covarde que nem você.

Ele quer me deixar brava! E realmente eu estou começando a ficar. Como eu vou para casa assim?

Passo a mão pelo meu cabelo tentando abaixá-lo.

— Eu vou continuar fazendo isso até você revidar!

E ele jogou mais energia em mim, dessa vez machucou.

— Riku, você não acha melhor voltar para casa e tomar os seus remédios?

— Ah, sabe como aqueles remédios me deixam deprimido? Ontem eu me estressei tanto que eles perderam o efeito. E sabe quem me deixou assim?

— Você vai-me dizer que fui eu? Eu te deixei estressadinho? Não me faça rir Riku.

Ele riu, e me atacou novamente com uma massa de energia.

— Mira, da próxima vez será fogo! O fogo azul que você acha maravilhoso.

Concentrei-me no meu ambiente, não havia muitas fontes de água. Olhei para alguns carros parados. Movi minhas mãos e realmente havia alguma coisa líquida nos carros.

— Não me force a atacar você Riku!

— Não seria uma batalha se você não me atacasse! Vamos logo Mira eu sei que você quer fazer isso.

Ele começou a andar de lá para cá. Ele pulava de vez em quando. Eu nunca o tinha visto tão animado.

Olhei para os carros de novo. Movi minha mão e tentei puxar para fora o líquido que estava lá. Mas alguma coisa estava prendendo.

— Riku, como você acha que um dobrador de água lutaria nessas condições? Você vê alguma fonte de água disponível?

— Isso não é desculpa. Sei que vocês podem dobrar qualquer tipo de liquido até mesmo sangue.

Dobra de sangue, eu nunca havia pensado nessa possibilidade. Isso seria demais! Apesar de ser antiético e eu não saberia como fazer isso. Já estou com dificuldade de puxar a água do carro, imagina de seres vivos.

— Não acho que consigo fazer isso.

— Realmente acho que você não é capaz!

Ouvi um barulho e me virei para trás. Algumas pessoas estavam se aproximando. Riku riu mais uma vez.

— Acho que os amiguinhos deles vieram também.

Me aproximei de Riku até estarmos cercados por um grupo de garotos.

— Parece que estamos atrapalhando o casal! – O que usava um tapa olho disse.

Consegui contar vinte pessoas. Provavelmente eles são de alguma gangue. Todos eles tinham uma marca idêntica no braço.

— Zie foram eles que atacaram o Eijo?

— Aquele ali! – O garoto apontou para Riku.

— Garotinha, eu acho melhor você ir embora!

— Não mesmo! – Eu afirmei

— Agora que você quer lutar?

— Eu não vou deixar um amigo sozinho. E além do mais você tem razão eu vim procurar confusão.

— Assim você vai me fazer gostar mais ainda de você!

E assim Riku tomou a frente.

—Podem vir todos de uma vez!

Ele tava maluco? Os garotos estavam armados com canos de ferros e pedaços de madeira, além disso, eu acho que vi um deles com uma arma de fogo.

— Não! Você não é só louco, você é burro também. Mesmo se você conseguir lutar com todos, como você ficaria depois?

— O que você sugere então. Não acho que esses imbecis vão nos deixar em paz.

Um deles se aproximou.

— Não machuquem a garota. Eu vou ficar com ela!

— Você vai ficar com um murro nessa sua cara deformada! – Gritei com muita raiva.

Olhei novamente ao redor. Eu vou ter que tirar a água dos carros.

Com tudo parcialmente vermelho pela raiva eu me concentrei bastante e consegui arrebentar com a lataria de um carro e tinha uma boa quantidade de líquido. Isso é combustível? Tive uma ideia.

— Dobradores? Quem diria encontrar de você nesse fim mundo. Hahahah

Ria bastante. Vocês não vão rir no próximo momento.

— Se você não nos deixarem em paz.

E assim eu dobrei o combustível até que os garotos estivessem completamente encharcados.

Acho que Riku entendeu o que eu queria fazer.

— Ele é um dobrador de fogo. Vocês não querem se queimar não é?

Os garotos foram abrindo o caminho para a nossa saída.

— Ah, Mira. Que ideia fantástica. Nem a minha mente perturbada poderia pensar nisso.

— Vamos Riku. Eles não vão nos ameaçar mais. – Falei puxando o seu braço.

—Com certeza não vão.

E ele fez uma coisa que eu nem cogitei que ele faria. Não era isso que eu queria fazer. Era só uma ameaça. Por que ele fez isso?

Com uma só faísca ele incendiou tudo. Os gritos eram agoniantes. O cheiro de carne queimada me deu enjoos. Era como estar em um pesadelo! Água! Eu preciso de água!

— Agora podemos ir! – Ele falou com uma calma assustadora.

— Não. Eu tenho que ajudá-los!

O mundo ficou distante os gritos ficaram baixos a única coisa que eu sabia que tinha que fazer alguma coisa.

Corria até a rua. Quase fui atropelada mas me desviei dos carros e fui até um córrego de esgoto. Dobrei uma quantidade impossível de água. Nem na piscina eu havia feito isso. Era muito pesado. O cheiro repugnante e os dejetos eram aparentes. E sem escolha eu joguei essa água pobre e suja em cima dos garotos em combustão. E assim que a última se chama apagou. Eu me senti aliviada e desmaiei.

Quando eu acordei eu estava em casa. Deitada na minha cama. O que havia acontecido?

Lembrei-me de tudo. Como eu vim parar aqui? O que houve com os garotos? Olhei para a minha roupa. Eu estava de pijama? Sai do quarto e me aproximei das escadas. Ouvi algumas risadas. Desci alguns degraus e Riku estava lá rindo com a minha família. O seu rosto que antes mostrava insanidade agora aparentava estar sereno.

— Finalmente você acordou.-- Meu pai falou.

— Finalmente?

— Você desmaiou no caminho de casa e seu amigo Riku a trouxe para cá.

Uma mentira mal contada mas parece que meu pai acreditou.

— Ele é um bom garoto. Por que você não nos contou sobre ele?

— Eu esqueci.

— Agora eu tenho que ir.

— Já tão cedo? Por que não janta conosco. Wana cozinha muito bem.

— Eu gostaria muito. Mas sabe como é amanhã já é lua cheia, e não é bom um dobrador de fogo ficar até tarde com uma lua tão alta.

Amanhã já é lua cheia? Quer dizer que amanhã tem aula a noite?

— Mira, leve seu amigo até o portão!

E eu o obedeci.

Segui Riku até a rua.

— Tome o seu remédio. Você é um perigo para todos a sua volta.

— Não precisa se preocupar com isso. Hoje foi muito divertido. Mesmo você estragando a minha cartada final, foi bom ver um dobrador usando seu poder máximo. E não se preocupe eu não vou contar o seu segredinho.

E ele saiu gargalhando.

Segredo? O que é que ele sabe?


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