Avatar: A lenda de Mira - Livro 1 Água escrita por Sah


Capítulo 17
Ilha do Templo do Ar




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O pai dela é o presidente? Como se isso fosse me deixar com medo.

— É por isso que vocês estão aqui? Para ver o pai dela?

— Claro que não! Estamos aqui para ver o rosto marcado dela. Dizem que você a deixou com dois olhos roxos. – Respondeu Suni

Não eram os dentes quebrados?

—Você não está com medo do pai dela? – Perguntou Riku timidamente.

— Está e a cara de alguém que está com medo? Olhei para ele e dei o meu melhor sorriso.

— Eu estaria.

— Você sempre está com medo. E, aliás, o que aconteceu com o nosso plano?

— Nora estava nos vigiando. Tivemos sorte de que ela não foi atrás de você.

— Ela sabia que não era párea para mim.

— Ou nem tanta sorte assim.

Meelo parecia um pouco mais calmo. Mas mesmo assim ele parecia prestes a ter um ataque de pânico.

— Acho que vou para casa. – Eu disse por fim.

— Você não tem aula de dobra específica?

— Ah, Kiha me dispensou.

— Nem imagino o porquê. – Falou Meelo

— Eu percebi seu sarcasmo. Que bom que você está melhorando nisso.

E me virei para seguir o meu caminho.

— Amanhã é a aula de meditação, eu sugiro que você preste atenção nessa. - Gritou Meelo.

Meditação? Até parece.

Foi nessa hora que me lembrei do relatório.

—Meelo, você parece ser inteligente.

— Pareço? – Ele parecia indignado

— Sim, você poderia me ajudar com uma coisa.

— Que coisa?

— Eu tenho que fazer um relatório para o Governo, e não tenho nenhuma ideia de como se faz isso.

Ele me puxou pelo braço e me levou até um canto.

— Acho que eles não podem ouvir isso - Cheguei à conclusão.

— Não, principalmente se tiver haver com o Governo. Não me interessa o que você teve que fazer, você não pode ficar falando para todo mundo ouvir.

— Vai me ajudar ou não?

— Na verdade eu não deveria depois de tudo o que você fez. Aliás, seria a última coisa que eu faria. Mas se eu não te ajudar você vai correndo pedir ajuda para outra pessoa.

Sorri.

— Pode esconder esse sorriso, você vai ficar me devendo muito.

— Não importa! Você vai me ajudar a tirar um enorme peso das costas.

— Para quando você precisa disso?

— Para amanhã – Falei sem jeito.

— Você realmente deixou isso para a última hora?

— Na verdade era para eu ter entregado hoje, mas aumentaram meu prazo.

Ele colocou a mão na cabeça.

— Pelo menos você ainda tem a consideração de fazer, se fosse a Suni ela ignoraria totalmente.

— Então combinado! Quando você pode me ajudar?

— Hoje é complicado, mas como não tem jeito. Você pode ir para a minha casa. Encontramos-nos depois da aula.

—Do que você dois estão falando? – Percebemos a presença de Suni.

— Lição de casa, uma coisa que você não conhece!

— Claro que me interesso Meelo! Interesso-me em não fazer!

Meelo e Suni se afastaram discutindo. Riku ainda estava no mesmo local.

— Você não tem que ir para a aula?

— Não vou, não quero ouvir Zelena se gabar.

— Achei que você era o cachorrinho dela – falei provocando.

— Você não sabe nada sobre mim – Ele falou baixo

— Não sei mesmo, não é?

Como uma dobra tão legal pode ser tão desperdiçada?

Um dia quero o ver explodindo. Vai ser divertido. Acho que ele tem muita raiva acumulada. E poderá ser o melhor dobrador de fogo da escola.

— Então fiquei ai sozinho. – Me despedi.

Fiquei esperando Meelo na entrada.

Meelo demorou muito. Não sei o que fazem na dobra especifica de ar, mas deve ser muito chato e demorado.

— Até que enfim – Disse quando eu o avistei.

— Então você esperou mesmo!

— Para você ver o meu desespero.

— Certo, podemos ir então, estou bem mais calmo agora.

— Nós vamos a pé?

Ele é bisneto do avatar Aang, ele deve ser podre de rico, e ter um super carro.

— Sim, minha família não gosta de poluir o mundo com essas tecnologias.

Fiquei desapontada.

Então ele deve morar perto.

Eu o segui por mais de dez minutos.

— Falta muito?

— Não, nós vamos pegar a balsa e em 15 minutos estaremos lá.

— Balsa?É um tipo de barco?

— Claro o que mais poderia ser?

— Nós vamos atravessar um rio?

— Sim o Yue Bay

Meu coração parou.

— Me desculpe Meelo, mas eu não posso ir.

Ele se virou para mim.

— Ah, é mesmo! Não se preocupe o rio não vai fazer nada com você.

— Não é só isso! – Acabei falando alto

— A maior interessada nisso é você. Achei que você era corajosa.

Eu não posso me mostrar sendo uma covarde.

— Tudo bem então. Tudo o que acontecer comigo, é sua responsabilidade!

Já perto do rio, eu não senti o que eu havia sentido aquele dia. Tudo parecia normal, mesmo com o meu medo dessa imensidão de água.

— Eu moro naquela ilha.

Ele apontou para o horizonte onde era possível ver uma pequena porção de terra.

— Belo local para uma casa...

Eu hesitei para entrar na barca. Não tinha nada de errado mas alguma coisa me dizia que eu não deveria entrar.

— Vamos logo com isso covarde!

— Eu não sou covarde!

Falei e quando percebi, eu já estava na barca. Meus joelhos tremeram ao constatar isso e eu me agarrei na pilastra mais próxima.

— Eu não consigo entender. Por que você tem medo de água?

— Eu não tenho medo de água.

— Eu percebi lá no parque aquático. Você hesitou muito. E fez aquele truque para evitar cair na água.

—Aquilo não teve nada haver com medo de água, eu só quis divertir todo mundo – Falei acanhada.

A barca se moveu um pouco e eu senti meu estômago embrulhar. E eu acho que fiz uma cara feia, Meelo parecia estar se divertindo com a minha situação.

—Você nunca andou de barco?

Na verdade eu já tinha. Mas eu não queria ficar pensando nisso.

— Já andei, mas tem anos que eu não faço isso.

— É só você ficar agarrada ai por 15 minutos.

— Eu vou ficar, no final terá valido a pena

— Esse relatório deve ser muito importante, quem está com o seu caso?

— Sina.

Meelo fez uma careta.

— Entendo.

— O que você entende? Você o conhece?

— Todo mundo o conhece . Você é muito azarada. Ele também trata do caso do Riku.

—É por isso que o Riku é desse jeito?

— Não, é mais complicado que isso.

O clima ficou meio tenso. E a barca balanço novamente e eu me agarrei mais ainda.

Meelo riu.

— Vou deixar você sozinha aqui. Tenho que conversar com o capitão.

E ele me deixou daquele jeito.

Agora eu percebi que além de nós dois não havia mais ninguém há vista. Sozinha no meio de um rio, eu pensei que nunca mais faria isso...

Meus braços estavam ficando dormentes, eu soltei o mastro e me aproximei do deque. Republic City já estava distante.

O medo começou dar lugar a uma admiração. Dei pequenos e leves tapas na minha cara.

— Não! Mira você tem que ter medo do rio. Ele está tentando te enganar.

E eu voltei para o meu mastro.

— Ainda ai?

— Sim. Já estamos chegando?

— Vamos atracar agora.

Meelo conseguiu me convencer a andar pela barca. Já estávamos atracando e quando eu vi a ilha, eu me senti em outros tempos.

— Meu pai não permite tecnologia além do necessário. Por tanto se você tiver um celular...

— Eu não tenho.

— Ótimo. Então podemos ir.

Tive que pular um grande vão entre a barca e o pequeno porto. Quase cai. Meelo me segurou.

— Pode me deixar, eu não preciso de ajuda.

Havia várias casas simples pela ilha, que era maior do que eu havia visto. Várias crianças corriam livres e sem preocupação. A brisa era fresca e o ar muito mais puro do que na cidade.

— Você até que vive em um lugar legal.

— Sim, talvez. Tenho que te avisar algumas coisas antes.

— Pode falar.

— Então, não sei se já te contaram, provavelmente já. – Meelo parecia meio envergonhado

— Eu sou o mais novo de 15 irmãos.

—Caramba! Deve ser muito legal ter uma família tão grande.

— O problema é que eu não sou um filho legitimo... Só vivo aqui por que eu sou o único filho dobrador do meu pai.

Fiquei em silêncio.

— Meus irmãos podem ser um pouco rudes comigo, por isso não se envolva. Vamos até o meu quarto, fazemos o relatório e depois você vai embora. O Capitão da barca ficará te esperando.

Aceitei suas condições.

E fomos andando pela ilha.

Havia várias construções aparentemente antigas. Entramos na maior casa.

— Meelo!!!

Uma garotinha pulou nas costas dele e puxou seu cabelo.

— Nari! Como você está?

— Você demorou muito hoje, tio Meelo!

— Eu trouxe uma amiga. Por que você não a cumprimenta?

E só naquele momento aquela garotinha de cabelos encaracolados percebeu minha presença. Ela me olhou e me mostrou a língua. Ela é uma pestinha mal-educada.

— Não faça isso Nari!

— Ele é meu!

A garotinha me olhava e abraçava cada vez mais Meelo. E quando ele olhava para o outro lado ela me mostrava a língua.

Ela estava me deixando nervosa, eu vou arrancar aquela língua dela, se ela me mostrar mais uma vez.

— Meelo posso arrancar a língua dela? - Perguntei seriamente.

A garotinha ouviu e começou a choramingar.

— Expulsa ela daqui! Ela quer me machucar.

— Nari, vai procurar sua mãe, eu e a Mira temos trabalho a fazer.

— Ta bom tio Meelo, não deixa essa garota arrancar a sua língua.

— Não se preocupe eu sei me cuidar!

E a garotinha saiu correndo saindo de nossas vistas.

— Ela é sempre assim?

— Não, é que ela tem ciúmes das minhas amigas. Deveria ver ela com a Suni. Elas duas brigam como se tivessem a mesma idade.

— Eu gostaria de ver isso um dia.

— Eu vou cumprimentar o meu pai, você pode me esperar aqui.

Será que eu poderia conhecer o pai dele? Neto do grande avatar.

— Posso ir com você? Seria mal educado da minha parte não cumprimentar o dono da casa.

— Tudo bem. Mas depois não reclame.

Me surpreendi quando eu vi que o grande neto do Avatar Aang era da minha altura, eu realmente pensei que ele era proporcionalmente alto como a estátua do Avatar Aang.

— Pai, essa é Mira. Uma colega dobradora de água.

A careca dele era brilhante e uma seta azul a cortava.

— Uau. Você trouxe uma gatinha! Estou orgulhoso de você meu filho, achei que você seria um celibatário.

— Pai!!!

— Não fique envergonhado, eu não contarei para a Suni!

— Mira, por favor, ignore tudo o que ele disser!

— Deixa eu te ver melhor filha.

Ele me encarou nos olhos.

— O seus olhos, não o seu olhar é igualzinho a uma grande amiga!

— Amiga?

Ele me encarou e ficou pensativo, deixando um clima estranho ao redor.

— Você é uma dobradora de água não é?

— Sou.

— A deixa para lá seria impossível.


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