Avatar: A lenda de Mira - Livro 1 Água escrita por Sah


Capítulo 16
Sangue quente


Notas iniciais do capítulo

Com um pouco de atraso, mas saiu.



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Eu e Riku traçamos um plano. Eu iria distrair o garoto e ele iria cuidar da Beka. Era arriscado, nós sabíamos.

— Você também não pode ser atingido!

— Eu sei, e muito menos você.

— Ah, isso seria tão mais fácil se pudéssemos usar a dobra. – Lamentei

Eu não tinha ideia de quanto tempo havia passado, o sol estava forte. Beka e o garoto ainda não haviam se movido. Provavelmente era o posto deles.

O pior era que o garoto não havia sido atingido nenhuma vez. Nossa esperança era que Riku conseguisse atingir a Beka.

Fiz o que eu fazia muito bem. Correr, eu não estava tão em forma, mas correr pela periferia desviando de carros e gente má era um treinamento que a maioria das crianças pobres tinham.

Passei me fazendo visível.

— Ela!! Vai atrás dela – Ouvi Beka dizer

Mas o garoto não se mexia.

— Eu acho que posso acertá-la daqui. Eu não posso te deixar sozinha Beka!

Eu desviei com maestria de todos os tiros, era fácil a essa distância, e as árvores ajudavam muito.

— Ken! Vai logo atrás dela, não tem ninguém com ela. Se a eliminarmos vamos ter vingado o Ty zin!

E o garoto começou a correr atrás de mim. Diferente de Ty zin ele parecia ser bem mais sério.

Uma coisa que eu fazia bem era subir em árvores, eu nunca tive medo de altura. Ken ficou confuso quando eu sumi quase na sua frente. Crianças ricas não sabem subir em árvores?

Acho que deu tempo de Riku acabar com esse jogo de gato e rato.

Fiquei observando Ken, acho que ele está perdido. Ouço um barulho e observo o encontro de Ken com dois garotos, Ken é alvejado três vezes e se desclassifica. Fico quieta. Os garotos não são do mesmo time, acho que eles fizeram uma espécie de aliança.

Quando eles estão longe, eu volto para a terra e corro para o lugar que me separei de Riku.

Não o vejo, mas percebo que Beka ainda está lá, intacta.

— Olha só quem eu encontrei. Sabia que seu amiguinho foi desclassificado.

No inicio ela me olhava com medo, mas seu olhar se suavizou.

— Que susto, eu achei que era um atirador. – Diz Beka com uma doçura exagerada.

Aproximo-me o suficiente para encará-la nos olhos.

— Ken é meio lento para as coisas, fico feliz por você.

Ela se mostrava amável e sincera, mas eu já vi como ela é de verdade.

— Não precisa fingir perto de mim, eu sei como você trata as pessoas de verdade.

— A minha querida Mira, estamos em um jogo não é? Eu só fiquei empolgada.

— Um jogo que estamos levando a sério demais. – Completei.

— Agora nós duas somos dois alvos fáceis.

— Sim, mas diferente da sua equipe meu grupo ainda tem 3 guerreiros.

— A Mira você ainda não soube? Riku aquele garoto acabou de ser eliminado.

— Riku?

— Ah que pena que o plano de vocês não funcionou, quando ele veio me atacar Nora já estava perto.

Eu olhei para trás automaticamente.

— Não se preocupe ela não está mais aqui.

Beka era um dos tipos de pessoa que eu mais odeio no mundo, ela se finge de boazinha para ganhar a simpatia e o apoio de todos, mas por trás dessa máscara ela esconde uma personalidade podre, mesquinha e egoísta. E por algum motivo eu sinto uma coisa ruim nela.

— É fácil fazer as pessoas gostarem de você? - Perguntei

— Como assim? Não sei do que você está falando.

— Eu não costumo ser muito receptiva com as pessoas. Acho que é por causa do meu pavio curto. Mas quando eu faço amigos, não tem erro, eu sei que eles são pessoas boas.

— Onde você quer chegar?

— Eu sinto toda a sua doçura nas suas palavras. Tentando me coagir a gostar de você, acho que isso vem de berço não é? Talvez seu pai ou sua mãe sejam políticos, e você cresceu com essa imagem.

Assim que eu falei sobre os pais dela, ela mudou de postura.

— Sim, meu pai é. Mas você não tem nada a ver com isso.

— Então deve ser por isso que apesar de sentir simpatia por você, no final eu chego à conclusão que você está me manipulando. Não só por que eu ouvi o que você falou de mim antes, mas por que o seu espírito não combina com a imagem que você quer passar.

— Você sabe ser irritante não é? Eu estou me segurando para não acabar com a sua raça agora mesmo.

— Essa é a Beka que eu vi antes.

O clima ficou tenso, acho que ninguém nunca disse para ela como ela era de verdade.

— Nora!! - Ela gritou.

— É ruim não poder fazer nada não é. – Falei

Acho que essa foi a gota d’água para ela.

Ela veio em minha direção, pude sentir a terra tremer. Quase esqueci que ela dobra terra.

— Agora vou te colocar no seu lugar. Eu não me importo mais com esse jogo medíocre.

Ela fez um movimento que eu nunca tinha visto. E por pouco quase sou engolida por um buraco.

— Você é maluca? Seu grupo inteiro vai ser desclassificado.

— Agora você está com medo?

Acho que tem um grande problema comigo. Eu faço mais inimigos que amigos.

— Eu não tenho medo de você. Eu só vejo uma garota mimada perdendo o controle.

E eu ainda coloco lenha na fogueira.

Consegui me desviar quando ela jogou uma pedra na minha direção. Cadê os fiscais dessa prova? Ela vai acabar me matando e ninguém vai fazer nada. Eu estou me segurando para não revidar.

— Comparado com a Suki, você é bem fraquinha não é?

Dessa vez uma pedra bateu no meu joelho , a dor foi estridente.

Quer saber, agora eu que não me importo com essa competição eu vou acabar com essa garota e não vai ser com qualquer tipo de dobra, eu vou fazer isso como nos velhos tempos.

Ando na direção dela e não falo nada. O seu rosto está vermelho de raiva, eu podia até enxergar algumas lágrimas escorrendo no rosto dela. Ela vai ficar mais linda com um roxo nesses olhos.

Acho que ela desistiu de me atacar, mas eu não desisti dela.

— O que você vai fazer? - Foi à última coisa que ela disse antes de eu socar seu rosto.

— As duas estão desclassificadas! – Ouço a voz da professora Tenar.

E finalmente ela chega, não importa esse soco valeu a pena. Olho para Beka dramatizando no chão.

— Mas ela me bateu.

— E você dobrou sem permissão, foi a pior das duas.

Não sei o que o meu time vai pensar. Mas agora não importa.

— Vocês duas estão de castigo. Sorte de vocês que não sofreram intervenção por parte dos guardas.

Eu e Beka fomos levadas para fora da arena. Vários alunos viram a gente. Mas eu não consegui ver ninguém do meu time.

A professora Tenar nos colocou em uma sala.

— Eu não quero briga. Esse ambiente é filmado. Vocês só vão sair daqui com um responsável.

— Eu não preciso, eu fui emancipada.

Tenar me olhou surpresa.

— Eu ainda não entendo esse governo. Emancipar uma criança que não sabe se controlar. Pode ir Mira.

— Como assim ela vai e eu não?

— São as regras Beka, Mira é responsável pelo próprio nariz.

Eu não resisti e olhei para Beka com um sorriso. O que eu acho que a fez me odiar mais.

Saindo da sala eu vi que meu time estava todo reunido me esperando provavelmente.

Meelo estava me olhando furioso, Riku tentava não me encarar e Suni, bem... Ela veio me abraçar.

— Ah, eu não posso acreditar! Me diga que é verdade. Você bateu na Beka até arrancar os dentes perfeitos dela.

— Acho que você está exagerando.

— Mas você bateu nela? - Perguntou Meelo transparecendo um pouco da raiva.

— Sim, mas ela que começou. Eu não tenho sangue frio para não revidar.

— Sim e perdemos por causa do seu sangue quente!

Ver Meelo bravo daquele jeito era engraçado. Ele parecia mais um pai preocupado.

Fiquei receosa em perguntar se já havia um vencedor.

— Se você quer saber, com a nossa desclassificação o time da Zelena ganhou. Mas não importa eu quero mesmo é ver como a Beka ficou.

— Acho que vai demorar, só vão libera-la com a vinda dos pais.

E nesse momento todo ficaram chocados.

— O que foi ?

— Sabe quem é o pai dela? Riku finalmente disse.

— Um político? Sei lá...

— O pai dela é o presidente.


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