Avatar: A lenda de Mira - Livro 1 Água escrita por Sah


Capítulo 13
Oásis


Notas iniciais do capítulo

Eu finalmente assisti o final de Korra e irei adequar algumas coisas na Fic conforme isso, nada muito drástico.

Para quem assistiu, o que vocês acharam do final de The Legend of Korra ?



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Meelo me levou ao grande parque central. Um lugar em que já existiu um portal espiritual e que há algumas décadas foi fechado como os outros portais do norte e do sul pela Avatar Korra. Ao redor da cratera formada pelo portal uma fonte com águas medicinais se formou. Por isso o parque é tão cheio e disputado. Eu mesma só estive aqui uma vez esse ano.

— Tem certeza que vamos treinar aqui?

— Ah, você não sabe?

— Não.

Passamos por uma multidão até chegar a uma espécie de portão que havia uma placa dizendo “Entrada Restrita”

— Não se preocupe eu tenho permissão para entrar aqui.

— Sim, imagino que você possa entrar em qualquer lugar dessa cidade.

— Você está sendo irônica?

— Que bom que você percebe ironia.

Ele me encarou. Senti a raiva dele se formar e se dissipar.

— Certo, você pode ser tão irritante quanto Suni.

— E ela vai vir?

— Sim, ela e Riku já estão treinando.

Meus olhos brilharam quando eu vi Riku e Suni batalhando. Não era como aquelas coisas que vemos na escola. Eles dobravam como profissionais, como eu só tinha visto na televisão e em festivais.

Riku apenas se defendia, mas o fogo azul deixava tudo mágico. Suni era boa, boa até demais, ela estava suja como da última vez que eu a vi. O ambiente a ajudava muito. Estávamos em uma clareira com árvores para todos os lados. Percebi um lago ao fundo. O local era perfeito para todas as dobras.

— Eles parecem que estão lutando a sério.

— É que Suni nunca brinca. Ela até parece que está brincando, mas definitivamente ela não está. – Meelo disse.

Olhei para ele e notei um olhar de admiração com a Suni.

Quando os dois nos perceberam Suni parou uma pedra e jogo em Meelo.

— Vocês demoraram demais. – Reclamou ela

— Quem mandou você não ir para a escola? Você sabe que vai acabar repetindo em faltas.

— Mas hoje eu não queria ir, ia ter aula de genética, eu odeio genética.

— E qual matéria você não odeia?

— Boa pergunta! – Suni disse e começou a rir.

— E como está o treinamento?

— Riku chegou não tem nem dez minutos e ele não me ataca, ele só fica defendendo.

— Eu não vou te machucar.

— E quem disse que eu vou deixar? Você é muito chato! Agora eu quero fazer dupla com a Mira!

Ela me olhou com um sorriso assustador!

— Não é assim que funciona Suni – Falou Meelo

Ela fez biquinho

— Não adianta esse biquinho não funciona comigo. Além do mais ela ainda é uma amadora comparada com você.

E menos de um minuto depois, eu iria batalhar com ela. Esse biquinho dela realmente funcionava. E além do mais não vou deixa-los achar que eu sou uma amadora.

Riku e Meelo se afastaram. Eu fiquei de frente para o lago. Suni estava descalça e muito suja. Eu vou dar um banho nela, ela vai sair daqui com nenhuma partícula de sujeira.

Quando fui fazer meu primeiro movimento, eu já estava no chão. Foi tudo tão rápido que eu não consegui processar. Suni me atacou com um bloco de terra.

Eu senti a dor logo depois.

— Ei achei que você era melhor. Você não é o prodígio da turma de água? -- Ela me olhou como a Suki, nessa hora realmente elas pareciam à mesma pessoa.

— Para com isso Suni. Diferente de nós ela só está nisso há uma semana. E já e a melhor da turma dela. Imagina quando ela tiver a sua experiência? - Disse Meelo

— Hum, talvez. – Suni veio na minha direção e me ajudou a levantar.

— Eu estava distraída! – tentei arranjar uma desculpa.

— Claro que estava. Mas não há lugar para distrações em uma batalha de dobra Mira. Em breve você vai aprender isso. – Falou Riku tão baixo que acho que só eu ouvi.

— Eu to com fome Meelo – Suni gritou

— E quando você não está com fome?

Olhei para eles. Eu não estou nem perto de chegar ao nível deles. Suni luta como uma profissional, Meelo quase acabou com Ty zin e Riku consegue se defender de Suni. Eu sou o elo fraco dessa equipe.

— Mira? Podemos ir agora? – Falou Riku

— Ir? Onde?

— Aqueles dois já estão na frente. Eles decidiram ir almoçar no Parque aquático.

Eu me distraí com os meus próprios pensamentos. Minha mente anda muito sobrecarregada.

Eu e Riku seguimos aqueles dois que não paravam de discutir.

O parque ficava na parte mais rica da cidade. Eu nunca havia nem passado perto dele em toda a minha vida. Uma placa enorme ostentava o local.

“O aquamundo de Varrick”

Mais um empreendimento das indústrias Varrick. A maior multinacional de todas. Ela estava presente em todos os cantos do mundo. Até mesmo na Nação do Fogo.

Quase engasguei quando eu vi o preço do ingresso. Tateei os meus bolsos e eu não tinha quase nada.

— Riku, acho que eu vou para casa. Eu não tenho dinheiro.

— Ah isso, não se preocupe.

— Avisa para o Meelo e a Suni ?

— Eu já não disse para você não se preocupar?

— Eu não vou aceitar que você pague para mim, o preço é absurdo.

Ele apontou para uma placa.

“Dobradores entram de graça”

Até nisso nos somos privilegiados.

Na entrada Riku disse que era um dobrador e fez uma pequena demonstração. Apesar do medo na cara da atendente ele passou direto.

Na minha vez. Eu dobrei a água em uma garrafa que estava no balcão. A moça olhou para mim com admiração.

— Água. Que ótimo estamos realmente precisando hoje!

Ela me entregou uma sacola.

— Se divirta. – E meio sem entender eu entrei no parque.

— O que tem na sacola? – Suni veio até mim.

— Eu não sei. Vocês não receberam também?

— Isso é exclusivo para os dobradores de água. – Falou Meelo.

Abri a sacola e dentro tinha um chaveiro, uma camiseta, uma garrafa de água e um ingresso para toda a família. E alguns vale-comida.

— Uau. Você ganhou uma camiseta. – Dizia Suni

— Pode ficar!

— Obrigada Mira – E ela me abraçou.

— Você e a melhor amiga que eu poderia ter.—Ela completou

Para quem a pouco tempo tinha me atacado. Ela mudava muito rápido de opinião.

Minha barriga roncou.

— Podemos ir almoçar agora? Eu pago.

— Oba! Eu sabia que alguma coisa assim iria acontecer. Ainda bem que eu não trouxe dinheiro.

— E se ela não tivesse ganhado isso Suni, quem iria pagar?

— Claro que você Meelo!

E fomos para o restaurante.

Eu nunca havia comido tanto. O vale-comida dava direito a comer a vontade. Suni comeu mais que eu, se é que isso é possível. Os meninos nos olharam abismados.

— Vocês não vão comer? – Perguntei

— Nós já comemos. Só estamos esperando vocês. Além do mais vocês não deveriam ter exagerado. Como vocês vão nadar assim?

Engoli em seco. Eu não iria nadar.

— Minha digestão é rápida. – Falou Suni

— Eu comi demais, e não tenho roupa para isso. Acho que vai ter que ficar para a próxima.

— Ah, Mira. Eu trouxe um maiô para você! – Disse Suni

— Você sabia que viríamos aqui? – Perguntou Meelo

— Ah, tudo já estava planejado.

— Você só se faz de sonsa né?—Finalmente Riku falou.

— Me desculpe, mas eu não posso nadar.

— A gente te espera, você pode nadar daqui 1 hora.

Eu não sabia o que fazer. Eu não poderia dizer que eu não sei nadar e nem que eu tenho pavor de água em grande quantidade. A única coisa que eu poderia fazer era ir embora sem que ninguém notasse.

O problema foi que Suni não se desgrudou de mim. Eles me mostraram o parque inteiro e cada vez que eu tentava fugir, Suni me colocava no caminho de novo.

O parque era bonito, mas só se você gostar de monumentos modernos que espirram água. Havia um escorregador chamado de Túnel do desespero que consistia em uma torre mais alta que qualquer prédio que eu tenha visto e um escorregador muito inclinado e a queda era em uma piscina muito profunda. Tive arrepios ao olhar para ele. Suni logo se propôs a ir comigo nele.

Uma hora se passou, e eu tentei recusar mas Suni conseguiu me fazer colocar o maiô. Ruki não iria nadar, ele disse que não se dá bem com água, ele nem imagina que eu entendo o que ele quer dizer, apesar de eu ser uma dobradora de água. Eu fiquei envergonhada de estar usando uma roupa de banho, eu nunca tinha usado fora da escola.

— Você fica tão linda de maiô! – Suni gritou para todo mundo ouvir.

— Você pode falar mais baixo ? Eu estou muito desconfortável.

Suni usava um biquíni um tanto quanto revelador. Eu não imaginava que ela tinha mais corpo que Suki. As roupas grandes e sujas escondiam sua beleza. E eu percebi que Meelo ficava vermelho perto dela.

— Mas você fica tão fofa! Quero te levar para casa e guardar para sempre!

— Você me assusta às vezes Suni.

— Alguém que me entende – Ouvi Meelo cochichar.

Fui puxada o dia inteiro, Suni queria ir a tudo.

— Aqui deve ser o paraíso para você! – Ela me dizia a quase todo o instante.

Acho que ta mais para o meu inferno.

Eu não fui a nenhuma piscina em que a água passasse da minha cintura. Quando Suni queria ir, eu a despistava. Ela me chamou de covarde quando eu recusei ir ao Túnel do Desespero, e ninguém me chama de covarde. Reuni todas as minhas forças. Eu não serei a amadora dessa vez. A altura nem foi o problema. O final do brinquedo era o que me assustava. EU tinha um plano na minha cabeça. Quando eu estivesse pronta para cair na água eu iria dar um jeito de dobrar a água ao meu redor e flutuar. Meus planos mudaram quando eu vi que eu poderia usar boias de apoio. Dei a desculpa de que minha perna ainda estava doendo por causa da batalha de dobra. E eu fui.

Estar tão alto e sentir o vento tão forte me deu tanta adrenalina que quando eu cai na água, eu consegui abrir um caminho jogando a água para as laterais e ir andando pelo fundo da piscina quando eu sai de lá muitas pessoas me aplaudiram. E eu acabei virando uma atração naquele parque. Fiz tantos truques que acabei o meu dia muito exausta para fazer qualquer coisa além de dormir.

Apesar do receio que eu tive de toda aquela água, eu me divertir tanto que nem parecia que tanta coisa havia acontecido nessa semana. Essa tarde foi o meu oásis nesse meu deserto de problemas.


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