Avatar: A lenda de Mira - Livro 1 Água escrita por Sah


Capítulo 10
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Ele me levou até uma sala que deveria ser uma espécie de biblioteca, mas havia várias cabeças de animais e peles por todo o lado. Isso fez ele parecer ainda mais um vilão de filme.

— O que você quer? – eu disse sem rodeios.

— Você tem que aprender a ser menos direta. – ele falou.

Fechei minha cara.

— Não sabia que você era amiga da Hina. Fiquei surpreso quando vi meu objeto de trabalho em casa.

Ele me chamar de objeto, me deu nos nervos. Ele é o tipo de pessoa que eu já odeio antes de conhecer, como ele pode ser irmão da doce Hina? Como ele pode ser membro dessa família?

Fisicamente ele é parecido. Cabelos claros e olhos escuros. Ele é lindo de se olhar, mas é uma beleza perigosa.

— Posso ir agora?

— Ah, sim. Mas antes, vou adiantar algumas coisas do meu relatório. Tenho que aproveitar que ninguém vai me impedir de me aproximar de você.

— Podemos ir logo com isso?

— Ah sim.

Ele pegou uma espécie de bloco de anotações.

— O que você achou das suas novas acomodações?

— Boas...

—Certo, muito bem. – Ele anotou alguma coisa.

— Sua família se instalou sem problemas.

— Sim.

— Seu pai é um membro da UCG?

Congelei.

— O que você disse?

— Sim, o nome do seu pai é Iroh não é?

— É mas...

— Então ele faz parte da UCG?

Fiquei em silêncio.

— Ah, minha querida Mira. Você não acha que não iríamos investigar a sua família não é? Mas não se preocupe, não faremos nada com ele.

Como eles descobriram isso. Meu pai sempre foi cuidadoso.

— Só quero adiantar o que queremos de você. Creio que Kiha falou do seu alistamento amanhã não é?

Eu ainda estava chocada de mais, e não consegui ouvir tudo o que ele estava falando.

— Sim, ela falou. Mas meu pai não quer que eu vá.

— Nós imaginamos isso. Mas teremos que dar um jeito nisso. Já que você tem apenas 14 anos, mesmo sendo uma dobradora, você precisa de um responsável adulto para poder se alistar. Você quer se alistar não é?

Eu realmente não sei o que eu quero mais. Meu único desejo é fugir, deixar tudo para trás.

— Acho que sim.

— Certo. Kiha te falou o que acontece com as pessoas que não se alistam?

— São realocadas em outras áreas?

— Na verdade, todas as áreas requerem o alistamento. Quem não se alista, pelo menos no caso de Republic City, é mandado para as nações de origem. Pelo menos é o que o governo quer que você pense.

Eu senti a ameaça dele.

— Agora, pode voltar ao jantar, não conte a ninguém o que eu falei. Amanhã Kiha irá te dizer o que fazer. E sugiro que não volte para a sua casa nos próximos dias.

Meio desconsertada o obedeci.

Por alguma razão minha raiva por ele cessou por alguns momentos.

Quando voltei a mesa se jantar, todos já haviam terminado.

— Mira, eu te espero comer. – Hina disse

— Obrigada Hina.

— Então o que você e o Sina conversaram?

— Coisa de dobrador. Sinto muito mas não posso te contar.

Ela pareceu decepcionada.

— Tudo bem. Eu acho.

Eu comi tudo rapidamente. Eu estava muito cansada.

Eu dormir na cama da Lina.

Não lembro mas eu acho que sonhei com alguma coisa. Acordei com meu coração acelerado. Ainda estava escuro lá fora, a cama de Hina estava de cabeça para baixo. Ela estava em um canto do quarto, assustada.

— O que aconteceu? - Falei confusa.

— Não se aproxime de mim.

Isso fez meu coração despedaçar.

— Eu fiz alguma coisa? Se fiz me desculpa. – Disse já com lágrimas nos olhos.

Seu olhar de pavor se suavizou.

— Me desculpe , Mira. Mas você não pode mais ficar aqui.

— Eu entendo. Eu só queria saber o que aconteceu.

— Na verdade eu também vi direito. Apenas uma luz veio da sua direção e uma rajada de ar revirou tudo.

— Isso não faz sentido Hina. Mas por favor, não conte para ninguém.

— Mas Mira.

— Eu preciso que você prometa.

— Eu prometo.

Eu não tinha ideia do que tinha acontecido. Não faz sentido Eu sou uma dobradora de água não é? Resolvi não ficar pensando nisso, tudo deve ter sido um sonho de Hina.

Eu e Hina não conseguimos mais dormir depois daquilo. Só espero que ninguém tenha ouvido. Tento me lembrar do meu sonho, mas não consigo. Estou angustiada. Hoje será um dia cansativo e estressante. Se não posso voltar para casa, e não posso vir para a casa de Hina. O que eu farei?

Nos arrumamos para a escola. Hina me empresta uma roupa. Por eu ser mais baixa que ela, elas ficam um pouco grandes.

Quase toda a família está reunida na porta da frente.

— Você pode voltar sempre que quiser. – Disse o pai

Eu agradeci muito a eles e fui com Hina para a escola. Eles tinham um motorista que ia nos deixar na escola.

— Você não precisa de material escolar? – Hina finalmente constatou.

— Na verdade eles nunca me pediram, eu só fico lá observando tudo. Além do mais hoje eu não preciso assistir as aulas.

— Ah entendi. Hoje eu tenho prova.

Hina ainda estava hesitando, ela ainda estava com medo de mim.

Chegamos na escola. Não vi ninguém da minha nova turma. Preciso procurar por Kiha.

Me despedi de Hina. Não sei quando eu a verei novamente. Eu passava pelos corredores e as pessoas abriam caminho para mim.

— Estão te esperando na sala do diretor. – Uma moça que eu não conhecia me disse.

Fui guiada por ela.

Ao entrar na sala, vi o diretor, Kiha e pelo menos meia dúzia de pessoas que eu não conhecia.

— Que bom que você chegou Mira. – Falou Kiha.

— Sim. O que está acontecendo?

— Vamos fazer o seu alistamento agora. Já temos uma missão para você.

— Missão? Ninguém disse que eu teria que fazer alguma missão.

— Foi meio de última hora.

Me aproximei da mesa do diretor. Eu preciso que você assine aqui.

— Mas eu não preciso de uma autorização de um responsável?

— Sim, essa é sua emancipação. A partir de hoje, você é responsável por sim mesma.

Fiquei surpresa e ao mesmo tempo desconfiada.

— O que você sabem?

— Na verdade sabemos de tudo, e isso tem haver com a sua missão hoje.

— Você vai ser nosso contato na reunião da UCG. - Disse um dos homens que eu não conhecia.


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