Avatar: A lenda de Mira - Livro 1 Água escrita por Sah


Capítulo 1
Tempestade




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O número de dobradores diminuiu , a cada geração o número cai absurdamente.

O último avatar era do reino da terra, ele desapareceu antes de completar 18 anos. E faz anos que não se tem conhecimento de um novo. Muitos dizem que o ciclo acabou, outros afirmam que não existe necessidade de um novo. A tecnologia tomou grandes proporções, e o mundo está em paz.

Eu me chamo Mira, sou filha de um metalúrgico, vivo com meu pai , minha madrasta e meus dois meios-irmãos na periferia de Republic City. Não temos muito dinheiro, mas por alguma razão eu frequento a melhor escola de elite da cidade. Meu pai diz que meu avô materno, trabalhou nessa escola e por isso eu tenho direito a bolsa de estudos. Nessa escola existe uma turma especial formada por dobradores. Não importa qual era a sua vida antes, se alguém da sua família é um dobrador , automaticamente você tem acesso a elite. Por causa da escassez de dobradores, eles se tornaram muito valorizados.

Hoje é meu aniversário, faço 14 anos. Meu pai nunca se lembra e minha madrasta não se importa. A única coisa que quero fazer hoje é ir para a escola, apesar de tudo. Hina havia me prometido um bolo!

Hina é minha única amiga. Desde que a salvei das implicâncias dos nossos colegas, me tornando o alvo principal. Eles trocaram a nerd pela pobre. Ela acha que sempre deve me compensar por causa disso.

— Feliz aniversário! – Ela me diz alegremente enquanto se aproxima com um bolo de morango.

Hina sabe como eu amo morango!

O pai de Hina é o dono da maior fábrica de doces da cidade, por isso ela consegue tudo tão facilmente. Meu pai nunca poderia comprar um bolo assim para mim.

A chama reflete nos meus olhos. Os olhos dourados característica marcante da nação do fogo, iguais a do meu pai.

—Agora assopre as velas!

A chama se extingui com um sopro. A vela solitária tremula, antes da fumaça surgir.

— O que as perdedoras estão comemorando? – Uma voz conhecida diz ao longe.

Reconheço a voz automaticamente, é Suki, a garota que se acha a rainha da escola, porque é bisneta de Sokka, uma pessoa muito importante na nossa história. Sua irmã gêmea é uma dobradora, e por causa da frustração de não ser, ela descontava em todos a sua volta.

Ela se aproxima. Podemos ouvir o impacto do seu salto no chão de linóleo do refeitório.

— Quem deu permissão?

— Permissão de quê? – Eu digo firmemente.

Eu decidi revidar tudo o que fazem comigo, sou muito explosiva e tenho me contido desde a última vez que levei uma suspensão.

— A pobrezinha sabe falar. – Ela falou com desdém.

— Sei bater também, quer ver? — Disse com raiva.

— Você também está mostrando sua garrinhas.

— Vamos , embora Mira. – Disse Hina.

— Sim, vão embora, perdedoras!

Foi nessa hora que eu não aguentei, peguei o bolo e joguei na cara de Suki. Mas logo eu me arrependi. Eu desperdicei o presente de Hina.

— Você vai pagar por isso!! — Ela dizia aos berros.

Seu cabelo castanho estava impregnado de chantili e os olhos verdes, característico do reino da terra, estavam escondidos sobre a massa.

Hina me puxou e rapidamente saímos da confusão que se formava ao redor de Suki.

Ao andar pelos corredores vazios, íamos em direção a nossa sala de aula. Hoje seria aula de História.

— Mira, você é doida. Você sabe que ninguém faz isso com ela e sai impune. Lembra da Kaya? Ela foi obrigada a sair da escola, por causa da família da Suki.

— Sim , não precisa me lembrar. Eu não consegui me controlar!

A família de Suki era uma das mais importantes do mundo. Seu Bisavô junto com o Avatar Aang e outras figuras importantes da nossa história fundaram a cidade e mudaram o mundo. Eu nunca poderia me opor a ela.

Fomos a primeiras a entrar na sala de aula. Jing era nossa professora de história, ela se parecia com uma avó gentil, mas era tão focada e rígida, que dava a impressão que ela trabalhava para o exército.

— Hoje teremos uma revisão para a prova da próxima aula! Avatar Aang e a guerra dos Cem anos.

Todo mundo sabia como foi à guerra dos cem anos, mas do jeito que a professora explicava todo o meu conhecimento sobre o assunto parecia leigo.

A aula acabou rapidamente. Minha próxima aula era Educação física e a de Hina matemática, teríamos que nos separar.

A aula de hoje seria na piscina, e eu odiava aulas na piscina, eu não sabia nadar e a piscina tinha mais de três metros de profundidade. Provavelmente eu passaria vergonha.

Aproximei-me da piscina da ala leste, como estava no meu horário, mas havia um aviso.

Em manutenção, aula transferida para a ala oeste.

Eu achei estranho, a ala oeste era uma área quase totalmente destinada ao dobradores, mas como eu já estava atrasada resolvi ir mesmo assim.

Demorei cinco minutos para chegar lá, a porta estava encostada. Assim eu entrei. Tudo estava escuro, eu achei que a turma inteira estaria aqui. De repente sinto uma pressão nas minhas costas. Sou empurrada com força no meio da escuridão. Tropeço e caio.

Sinto a água ao meu redor, uma luminosidade está em cima de mim. Com dificuldade e me debatendo muito, consigo enxergar por uma questão de segundos, Suki e um grupo de pessoas rindo. Afundo novamente, não consigo chegar à margem. A água começa a entrar pelo o meu nariz, não consigo mais segurar a respiração. Não tenho forças nem para entrar em desespero. Desisto de tentar lutar. O melhor é aceitar que minha vida acabou.

Acho que morri, estou em um lugar claro, e várias pessoas estão olhando para mim. Pessoas que eu já vi em vários livros de história, consigo identificar o Avatar Aang e a Avatar Korra. Eles me encaram.

— Mira?! – Alguém muito longe chama.

O lugar escurece e eu consigo enxergar uma mulher me sacudindo. Não consigo identificar todas as formas, mas a mulher me leva com facilidade. Estamos subindo degraus, mas eu não me lembro de ter descido nenhuma escada.

— Mira, acorde!!

Mas eu estou acordada! Tento dizer para a mulher, mas minha boca não se move!

Quando o lugar fica claro novamente, eu noto onde eu estou. Eu me lembro do que aconteceu e uma fúria que eu nunca havia sentido antes me situa novamente no mundo.

— Mira! — Agora eu consigo reconhecer outra voz.

— Hina? – Eu digo com dificuldade. Minha garganta está doendo.

— Relaxe, Mira – A mulher diz.

Eu finalmente a reconheço. Ela é uma professora especial. Uma dobradora de água.

— Eu preciso que você relaxe! – Ela diz com mais firmeza.

E de repente eu resolvo fazer o que ela pede. A fúria momentânea que eu estava sentido se esvai no ritmo da minha respiração.

Finalmente eu noto toda a água que está no teto. A piscina havia se esvaziado. Algum dobrador deve ter me salvado.

Mas quando eu olho para a grande concentração de água no teto, eu noto a minha ligação com ela. E como se eu estivesse aberto um torneira e eu conseguisse controlar a pressão dela. O que me desesperou. Toda a água que havia no teto despencou molhando todas as pessoas que estavam me observando.

A mulher nota minha preocupação.

— Você é uma dobradora de água! – Ela me diz como se estivesse me consolando.


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