A noite estava calma e os campistas jantavam no refeitório. Nico não sabia quando devia descer para a praia, Will não lhe informará o horário.

– Procurando alguém?

– Oi Pipes. Não, ninguém. – sua cabeça não parava quieta procurando entre os campistas.

– Você anda mentindo muito sabia?

Ele olhou para ela com cara de desentendido. Piper se aproximou e cochichou em seu ouvido.

– Pergunte na mesa de Apolo – Ela piscou com um olho pra ele e foi se juntar as irmãs.

Com toda vergonha cabível, Nico tomou coragem e lembrou dos conselhos de Reyna, não teria mais medo.

– Olha só! Di’Angelo. O que faz por aqui? – Perguntou uma loira de Apolo. A pele era bronzeada como a dos irmãos, e os olhos brilhavam

– É eu estou procurando o Solace.

– Problemas de saúde?

– Tipo isso.

– Uhn ele não está aqui não. Você sabe Charles?

– Praia, provavelmente. – respondeu o outro campista.

A garota olhou para Nico que agradeceu.

Will Solace estava sentado na areia olhando para o mar. Nico agradeceu que ele não era muito bom com musica, pois não agüentava mais os cânticos dos filhos do Sol.

– Oi. – Nico arriscou.

– Ah olá! Pensei que não viria.

– Você não me disse nada além de “Praia”.

– Você é inteligente confio em você – Will piscou para Nico que se sentiu um pouco embaraçado.

Nico se aproximou de Solace que estava sentado na areia.

– Não vai sentar?

– Estou bem aqui.

– Ah qual é! – Solace pegou nas mãos de Nico e o puxou para a areia. – Viu nada de mais.

– Não gosto muito de areia.

– Tem alguma coisa que você goste?

– De você. – O silêncio se instaurou. Will ficou olhando para Nico com os olhos arregalados, e Nico continuava a olhar para frente. Até que percebeu o que tinha dito. – Ai meus deuses! Me desculpe! Não é nada disso! É que eu ... Eu respondi sem pensar, impulso e ... – A risada de Will irrompeu o que deixou Nico ainda mais envergonhado.

– Tudo bem, eu gosto de você também – ele sorria.

– Me desculpe. Sério. É que sabe, você está sendo meu amigo, e pela primeira vez eu não me pergunto o por que. Então foi impulso.

– Não precisa se explicar. – O meio sorriso de Will Solace. Era diferente. Era uma coisa para se ficar vidrado.

– Mas, então – Nico estava estranho – Por que me chamou?

– Ah sim. É que sabe. Desde que você chegou eu te observo. Era estranho ver como você destoava do resto do acampamento. E apesar de ficar sempre sozinho, sofrendo, você sempre fora o mais poderoso daqui. E eu sempre quis te entender. Saber como é ficar sem tempo. Sem se encaixar. – Ele reparou que a expressão de Nico estava mudando. E sua cabeça estava mesmo baixa. – Desculpa.

– Tudo bem, é que as vezes é difícil. Eu te conto o que você quiser, só espere eu me recuperar de todas essas novas informações ok?

– Ok! – Como ele sorri tanto assim? Nico sentia seus músculos das bochechas doerem por querer sorrir também.

Will se levantou e puxou Nico junto. Estavam bem próximos.

– Venha vamos andar. – Nico assentiu.

– Uh, Will. Por que a praia? - Will o olhou, era um pouco mais alto, mas Nico já estava acostumado a olhar pra cima pra conversar com os outros.

– Ta. Eu não sei mentir. – Ele olhou para Nico. Will Solace era a única alma que se encarasse Nico o fazia querer desviar o olhar. – O treinador me contou.

Nico parou. E sentiu a respiração ficar ofegante.

– Como assim? – seu tom voltará a ser frio,

– Ele estava nervoso esperando o bebê nascer,e eu lá, tentando tirar o bebê! Eu pedi para que ele me contasse sobre o que havia acontecido, e ele contou. Contou sobre como você assustadoramente salvou ele e Reyna, como você deu sua vida pela deles, como você deixou que eles vissem tudo o que lhe aconteceu, todo seu ódio, rancor, medo...

Nico estava parado.

– E O que mais?

– Ele também falou sobre Cupido. – Eles se encaravam – E foi ai que o bebê nasceu.

Apenas as ondas do mar falavam.

– Tudo bem. Você também tem medo de mim. Não vou julgá-lo .

– Não Nico! Pelo contrário. Depois de tudo que eu fiquei sabendo. Percebi que você precisava de amigos. Eu sou um bom amigo caso você não saiba. – Nico se virou e foi andando . – Espera!

– O que foi? – Ele parou e virou apenas metade do rosto para trás.

– Eu ainda não respondi o por que da praia. – Nico não devia ter parado mas uma força maior o fez ficar. Ele olhou para cima buscando coragem.

– Fale.

– Percy. Eu queria saber se a praia te trazia conforto. Trás?

– Ele cuidou de mim, me odiou, e nunca me deixou. É um irmão pra mim e...

– Ótimo. – Solace o interrompeu e quando Nico se virou ele estava esperando atrás dele. Ficaram cara a cara. Até que Will o puxou para um beijo.

A principio, Nico se apavorou. Nunca havia beijado ninguém, mas logo sentiu o corpo relaxar, seus olhos fecharam e seus braços se envolveram no outro rapaz. O beijo simples virou algo complicado, belo. Nico apenas deixou-se levar. A língua de Will em sua boca o reconfortava e o calor que emanava de seu corpo o envolveu totalmente.

Seus lábios se separaram e ficaram encarando um ao outro em um abraço. A respiração de Nico estava ofegante.

– Eu preciso ir. – Will disse – enfermaria, jantar, filho de Apolo.

Nico apenas assentiu e com relutância o soltou. Will bagunçou o cabelo de Nico, por que todos amam fazer isso?

– Até mais. – E subiu para os chalés deixando Nico sozinho na praia por mais duas horas.