Will

– Nico? – A cabeça dele estava apoiada no ombro de Will. – Está dormindo?

– O que? Não, não.Claro que não– Will riu.

– Sua parte preferida? – A cara de Nico não negava que havia dormido.

– Ãh... Espera ai, deixa lembrar – começou a buscar algo.

– Quando Harry luta contra os dragões?

– Isso mesmo! Muito legal – Ele bocejou.

– Seu bobo, acabamos o “Prisioneiro de Askaban”. Dragões só no próximo – Nico havia mudado o quarto macabro - Pronto pro próximo.

– Não.

– Gosto de sua sinceridade.

– Ótimo não sou de mentir

O quarto estava apenas com duas camas, sem mais beliches, provavelmente para Hazel caso ela voltasse. Eram camas mais confortáveis, não pareciam mais caixões. As paredes ainda eram escuras, mas a meia luz de uma luminária deixava o local mais agradável. A televisão foi colocada na parede de frente para as camas, com o banheiro do lado esquerdo e uma janela do lado direito. No meio das duas camas menores, havia um sofá daqueles que continha outra cama dentro, Quantas camas. Will e Nico estavam ali aproveitando o silêncio da noite.

– Já pensou na sua casa?

– O que? Pensei que aqui fosse minha casa.

– Hogwarst?

– Saúde.

– Pare com isso! Eu sou de Grifinória. Você deve ser da Sonserina.

– Ah... Qual é essa?

– A da cobra.

– Não tem graça – Nico olhou sério.

– Não foi piada. – Fizeram silêncio – Enfim é a do Professor Snape.

– Ah esse eu lembro quem é. Gostei dele, achei simpático.

– Tão simpático como você – Will se virou e deu um beijo. Beijo pequeno, mas agora não se preocupava mais em “ultrapassar limites”.

Nico estava ainda encostado em Will.

– Que horas são?

– Deve ser umas três e pouco. – Nico assentiu.

– Você deveria dormir aqui.

– Não deu muito certo da ultima vez.

– Mas hoje não é a ultima vez ok?

Will assentiu. Desligou a TV e se deitou no sofá (agora cama) ao lado de Nico. De barriga pra cima, Will ficou olhando para o teto.

– Sabe – Nico se virou e ficou em cima de seu peito – Perdi o sono.

– Eu também. O que sugere? Outro filme?

– Não foi minha primeira idéia. – Nico estava olhando para Will. Que rosto fofo e assustador.

– Sabe. Você parece àqueles ursinhos de pelúcia que se mexem a noite e saem matando todo o mundo.

– Para com isso. - Nico subiu um pouco e começou a beijar Will.

O beijo foi se intensificando. Já não possuíam mais barreiras, não precisavam de permissão, eram o que queriam. A mão de Will estava atrás da nuca de Nico, sentia os cabelos que pareciam mais longos do que da outra vez. Will pegou Nico e o fez deitar. Parou por um instante e ficou olhando para ele.

– Tudo bem? – Nico parecia preocupado – Vai fugir de novo?

– Não, só queria olhar pra você.

– Pelos deuses, depois dessa Afrodite te sacrifica. – Nico puxou a cabeça de Will para perto novamente.

Era diferente, já haviam se beijado antes, mas nunca havia sido tão libertador. Todos sabiam, e isso era bom. Podiam andar sem medo ou vergonha. Não que Will tivesse, mas para Nico deveria ser diferente. Will já estava em cima de Nico, que envolveu sua cintura com as pernas. Um abraço completo. Estava tudo tão intenso que quase esqueciam de respirar.

Will sentiu um volume aumentar em sua calça, se sentiu constrangido, mas percebeu que a imaginação de Nico também estava indo além. As mãos de Nico entraram por baixo de sua camisa, causaram um arrepio em Will. As mãos de Nico eram geladas, mas o toque era suave.

As mãos de Will começaram a descer pela cintura de Nico. Logo já segurava a barra de sua calça.

– Com licença. – Will sussurrou para Nico. Ele abriu o zíper de Nico e colocou a mão em sua calça. – Ou! – E sorriu.

Will começou a acariciá-lo e escutou a respiração de Nico falhar. Nico não fazia nada apenas abraçava Will, o beijava e o amava.

Will ia além, estava bem. Pensou em beijá-lo, não se importava. Separou-se da boca de Nico e beijou seu pescoço. Ia começar a descer com o beijo, mas Nico segurou seu queixo com as duas mãos.

– Melhor não. Não ainda.

– Desculpe. – Will voltou e deu apenas um selinho em sua boca, sua mão já estava no devido lugar, o cabelo de Nico. – Não queria ir tão rápido.

– Tudo bem, só não sei se estou pronto pra algo mais.

– Nunca force nada por mim. Prometa. – Will se deitou ao seu lado. Ficaram de frente um para o outro e Nico apenas assentiu.

– Desculpe mesmo. – Nico parecia triste.

– Hey, pare com isso. Você sabe que eu amo você.

Nico parou.

– As pessoas não falam muito isso. – O garoto não devia estar acostumado com essas palavras.

– Mas eu falo. – Will abraçou Nico e a cabeça dele ficou logo abaixo de seu queixo. Dormiram ali sentindo um verdadeiro amor.