We Are Alone. escrita por Ayu Meivick


Capítulo 10
Capítulo 10 - The First Loss


Notas iniciais do capítulo

Gente, serio me perdoem, peço mil, milhões, trilhões de desculpas por demorar tanto para atualizar a fic, e vou entender perfeitamente se os meus leitores tiverem abandonado a fic, mas enfim, me perdoem mesmo, eu estava tão desanimada para escrever, eu simplesmente odiava tudo que escrevia, nunca conseguia terminar um capitulo T^T espero que entendam e continuem lendo a fic.



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‘’-Quieta, estão na frente da casa. – Foi tudo o que eu ouvi de alguém que não pude decifrar quem, pois foi muito baixo.

De repente, um deles se chocou contra a janela. ’’

Capítulo 10 – The First Loss.

Lynn

Rapidamente me joguei no chão rezando para que não tivessem me visto. O zumbi que se chocou contra a janela havia indo embora, graças a Deus. Eu estava no meio da escada quando me avisaram, voltei a subir e, engatinhando sai do campo de visão de qualquer um e fui ate a janela de um dos quartos tomando o devido cuidado para que não me vejam, claro. Parecia uma manifestação, muitos mortos gemendo e se arrastando pela rua.

Nos 15 minutos que se passaram ninguém no cômodo de baixo havia mexido um músculo, eu já estava impaciente de tanto esperar sem poder fazer nada, esses bichos eram lerdos. Finalmente depois de um tempo eles começaram a desaparecer da nossa visão, nesse exato momento desci as escadas correndo e verificando com o olhar se estavam todos ali, soltei um suspiro.

—O que diabos eles estavam fazendo aqui, e tantos assim? – Me sentei no chão mesmo. Todos pareciam aflitos, provavelmente se questionando sobre a casa, será que era mesmo seguro passar a noite ali?

—Bom, o pior já passou... – Lena me olhou e entendeu o que eu não quis dizer em voz alta, não queria deixar os outros preocupados e com medo. – Acho que devemos esquecer um pouco o que acabamos de passar, sei que não vai voltar a acontecer e poderemos passar a noite tranquilamente aqui. Alguém esta com fome? – Continuou com um sorriso no rosto, me senti aliviada ao perceber que Helena havia tirado um grande peso das minhas costas e feito todos não se preocuparem com os perigos que corríamos, e eram muitos.

—Acho melhor ficarmos lá em cima, sabe... Acho que seria mais seguro. – Anna disse se levantando e indo em direção á escada. Todos a seguiram.

Avisei que iria falar com Helena antes de subir, todos assentiram.

—Precisa de ajuda? – Perguntei a Lena assim que entrei na cozinha.

—Não, não preciso, mas mesmo assim obrigado. – O sorriso dela era muito aconchegante, parecia até o de minha mãe.

—Já que ainda tem energia, acho que também tem gás né? Podemos ter uma refeição boa ainda. – Eu adverti e ela fez que “sim” com a cabeça. Ela parecia tensa. – Helena, ‘tá tudo bem?

Ela se virou para mim... E estava chorando. Imediatamente me aproximei e a abracei, na tentativa de conforta-la.

—Desculpe... Tive apenas uma crise... – Aquilo não me parecia convincente, mas se ela não queria falar comigo agora eu esperaria.

—Tudo bem Lena, mas olha todos agora estão do seu lado, qualquer coisa, já sabe né? – Ela sorriu em resposta e limpou as lagrimas que ainda caiam.

—Vamos, me ajude a cozinhar.

Quando tudo estava pronto, eu e Helena levamos lá para cima, o cheiro estava muito bom, apesar de só ter arroz, feijão e ovo, pois não havia nada além disso para ser preparado.

—Gente, o almoço esta pronto. – Disse em voz alta enquanto subia as escadas com a panela de arroz, Helena vinha logo atrás com a de feijão. – Anna, vá buscar o ovo lá na cozinha.

Ela saiu do quarto em que estava rindo e caminhou ate a cozinha.

Depois de mais algumas idas e vindas à cozinha tudo estava pronto.

—Venham, nosso almoço esta delicioso. Hoje temos arroz, feijão, ovo e muita água. – Porque todos estavam rindo? Eu disse alguma coisa errada?

—Se isso fosse um restaurante você iria conseguir muitos clientes, ein. – Lena e os outros riam de mim como se fossem a ultima coisa que eles fariam na vida.

Bufei e logo dei algumas risadas também, depois de um tempo todos estavam se servindo.

—Mas então Lena, você trabalha na escola mesmo? Acho que eu nunca te vi lá. E alias, quantos anos você tem? – Anna fez uma observação, e me toquei também, nunca tinha visto Helena lá.

—Não, só estava trabalhando lá no baile como voluntaria, trabalhava no hospital da cidade mesmo. Tenho 22 anos. – Ela respondeu com a boca cheia. – Acho que quase não nos conhecemos né, que tal se cada um falasse um pouco sobre si? Sara, o que você fazia antes, quais eram seus hobbies? Conte tudo.

—Bom, tenho 17 anos. eu gostava muito de livros e series, e gostava muito de estudar, por isso era sempre considerada uma nerd, além disso, não era muito sociável com as pessoas, geralmente as meninas queriam falar sobre os meninos, eu gostava mais de falar sobre aquele livro com aquele final surpreendente ou aquela serie com aquele episodio de cair o queixo, mas ninguém me entendia, então sempre fui mais reservada... – ela parecia meio incomodada com esse assunto - Muito bem, agora eu escolho a Abby, conte-nos sobre você. – Sara era o típico de menina “excluída” da sala.

—Tenho 16 anos... Vocês podem não acreditar, não vou culpar vocês, mas eu não sou essa cobra toda que vocês pensam que sou... – Okay, essa me pegou de jeito, como assim? Se a Abby não era uma cobra eu era Deus. Ela parecia mesmo meio pra baixo enquanto falava – Antes que venham com fatos e argumentos contraditórios eu vou continuar, como vocês devem saber, meus pais são pessoas superimportantes no governo, não param um minuto em casa e nunca tinham tempo para mim, e um jeito que eu achei de esquecer isso era ridicularizando os outros, eu sei pode parecer idiotice, eu não tinha o direito de fazer isso, mas não tive escolha, quer dizer tive sim, mas... Ah merda, não era nem pra eu estar falando essas coisas para vocês. Enfim, eu acho que a única coisa que eu queria mesmo era ter meus pais presentes na minha vida, como qualquer outra pessoa normal. – Realmente, nunca pensei por esse lado, Abby podia parecer a pessoa mais esnobe e nojenta, mas ela precisava de uma família, principalmente agora.

—Abby, você sabe que agora nenhum de nós ligamos muito com passado né? Pelo que já podemos perceber, agora temos que zelar por nossas vidas e rezar para acordarmos vivos no dia seguinte, não se preocupe mais com o passado e o que você fez ou deixou de fazer, estamos todos juntos nessa. – Os conselhos de Helena eram os melhores, Abby limpou algumas lagrimas que tinha deixado escorrer pelo seu rosto e olhou para nós, e estávamos todos com sorrisos no rosto, inclusive eu. Pois é, a ultima coisa que eu me imaginaria fazendo nesse mundo era amizade com a Abby. – Okay, Jack sua vez.

—Eu não fazia nada de mais, serio. 15 anos e só jogava vídeo-game o dia inteiro, vida emocionante né? – Todos riram, o jeito que ele se descreveu foi muito engraçado, ele coçou a nuca e depois riu com a gente. – Steve, eu escolho você. – Jack disse com a voz do Ash, de Pokémon, com se estivesse com uma pokebola na mão. Realmente, a presença de Jack era algo bom de se ter.

—Eu era praticamente a mesma coisa de Jack, o que muda é a idade, 16 anos e eu era maníaco por vídeo game e coisas bizarras, passava horas pesquisando assuntos misteriosos e esse tipo de coisa, vocês perceberam que eu sabia de algumas a mais que vocês, por exemplo, que o mundo estava acabando em um apocalipse zumbi, então... Era isso que eu fazia praticamente. Ótimo, Anna você é a próxima.

—15 anos. Eu era uma típica adolescente que gostava de sair com os amigos, e estudar claro, por que sem os estudos nós não somos nada... Ou não seriamos né, os estudos pelo que eu vejo nada importam agora. Lynn pode falar agora.

—Tenho 15 anos. Eu era uma mistura entre Steve,Sara, Jack e Anna, gostava muito de vídeo-games, estudar e sair com os amigos, por mais que na maioria das vezes minha mãe não deixasse – Dei uma risadinha. – E passava o tempo todo ocupada com alguma coisa, seja com lição, serie, filme, jogo... Você nunca me via largada, sem fazer nada, eu sempre estava fazendo alguma coisa, odiava ficar parada. Muito bem, creio que agora é a vez de Mark.

Ele abaixou a cabeça por alguns segundos antes de começar a falar.

—Bem... Como me explicar? Tenho 17 anos e eu odiava esses estereótipos que colocavam em mim na escola, eu não era nada de badboy, poderoso ou o que quer que queiram me chamar, eu era um garoto normal que estudava para ser alguém na vida. Eu era uma pessoa extremamente normal, eu jogava vídeo game, ia no cinema, saia com os amigos, gostava de alguém também.... – Nessa hora eu olhei para ele, e vi que ele também me olhava, corei ao ver que ele sorriu em minha direção e abaixei a cabeça.

O dia já estava escurecendo, resolvemos que a primeira vigia seria da Helena e Anna, a segunda ficaria eu e Mark, a terceira seria Steve e Jack e a quarta Abby e Sara, cada uma de duas horas. Arrumamos-nos e os turnos começaram a 00h. Dormi o equivalente a primeira vigia e fui acordada por Helena avisando que era minha vez, ela avisou que Anna tinha ido acordar Mark e que ele estaria na sala me esperando, vesti um casaco que tinha encontrado mais cedo, pois estava um pouco frio e desci com minha faca em mãos. Mark já se encontrava lá em baixo, estava meio sonolento ainda.

—Quer um pouco de água pra despertar? Acho que ainda tem alguns chás no armário, quer que eu faça um? – Ele se assustou um pouco e concordou com a cabeça, pedi a ele que esperasse e tentasse ficar acordado por enquanto.

Em poucos minutos eu estava com os chás preparados, dei um copo a Mark e bebi o liquido do que havia ficado comigo.

—É de camomila, espero que goste, pois só tinha esse. – Dei uma risada, ele sorriu em resposta.

—Não se preocupe, qualquer coisa que me deixe acordado agora é o que conta.

Tremi ao sentir uma onda gelada em meu corpo, estava realmente muito frio nessa madrugada.

—Eu trouxe a minha coberta, se quiser pode se sentar ao meu lado. – Mark ofereceu um bom espaço para mim no sofá onde estava sentando, mas eu apenas o encarei. – Prometo não fazer nada. – Novamente senti um enorme gelo em meu corpo e acabei desistindo de tentar resistir ao frio.

Sentei-me ao seu lado, de repente o espaço pareceu diminuir e eu fui obrigada a chegar mais perto dele, encostando ombro no dele.

—Ainda esta com frio? Quer que eu pegue outra coberta? – Ele se mostrava atencioso.

—Não... Não precisa. – Eu estava tremendo.

—Lynn, não seja teimosa, vai ficar doente. Vou buscar outra coberta.

Eu não queria que ele saísse dali, eu iria sentir ainda mais frio. Antes que ele pudesse levantar eu o puxei de volta para o sofá, coloquei meus pés dentro da coberta, que até então estavam para fora do sofá, e impedi que ele saísse do lugar, nós ficamos praticamente abraçados por conta do frio. Senti meu rosto corar um pouco depois de perceber o que eu havia feito, e se ele entendesse de forma errada?

—Desculpa, eu só estava com frio, se você saísse eu ficaria com mais frio ainda.

—Sim, claro. Entendo. – Ele estava com a mão um pouco acima do meu ombro, ele estava de mau jeito.

—Pode abaixar a mão se quiser. – Eu disse, e imediatamente senti seu braço sobre meu ombro. – Mark, sei que esta com muito sono, se quiser pode dormir, eu fico de vigia.

—Não seria justo, não vou dormir, vou ter tempo pra fazer isso depois. – Assenti com a cabeça dizendo “tudo bem”, me aconcheguei em seu ombro e ficamos por muito tempo sem dizer nada.

O relógio pendurado na parede marcava 03h00m, faltava uma hora ainda para que nosso tempo de vigia acabasse. Mark sem perceber havia caído no sono, e eu resolvi não acorda-lo.

Escutei alguma coisa no andar de cima.

—Mark, acorda, escutei alguma coisa. – Ele acordou quase em um pulo e ficou com os ouvidos atentos, escutamos de novo, parecia um móvel sendo arrastado.

—Deve ser alguém que tenha acordado, não se preocupe.

Eu não estava acreditando nisso e já estava preparando os argumentos para lhe dizer que aquilo não estava cheirando bem, mas a resposta já veio por si só após escutarmos um grito, corremos para o andar de cima a procura do tal grito. Todos estavam acordados e estavam no corredor com olhares preocupados.

—Esperem cadê a Sara e a Abby? – Helena deu falta.

Todos nos viramos para o quarto onde as duas dormiam, eu torcia para que tudo estivesse bem, mas como sempre, eu estava errada.

Mark abriu a porta com cuidado e viu respingos de sangue pelo chão com a luz fraca do corredor, acendeu a luz do quarto e todos ficamos horrorizados. Sara estava na porta do guarda roupa tentando abrir, e alguma coisa do lado de dentro não deixava, corri o olho pelo quarto e dei falta de Abby.

—Mark, Abby esta dentro do guarda roupa, precisamos ajuda-la, ela não vai ter força por muito tempo.

Todos já tinham entendido, a vida tinha sido dura com Sara, ele não era imune ao tal vírus e tinha se transformado, Anna e Helena estavam com lagrimas nos olhos. Sara ate então não tinha nos visto, estava preocupada demais tentando devorar Abby. Mark tomou a faca de minhas mãos.

—Vocês sabem o que eu preciso fazer, por favor, não olhem. – Mas eu continuei lá, escutando Abby pedir socorro enquanto Sara arranhava a porta do guarda roupa ansiando por carne humana. – Lynn, por favor, não veja.

Senti braços me puxando e depois não consegui enxergar mais nada, pois tamparam minha visão. Depois de muito me remexer nos braços de seja lá quem for eu finalmente consegui me soltar e a única coisa que eu vi foi Sara caindo no chão com a faca cravada em seu crânio. Comecei a chorar instantaneamente.

Em meio à visão borrada pude ver Abby saindo de onde estava e abraçar Mark, ela também estava em prantos, tentava se explicar, mas os soluços não deixavam. Helena foi a seu encontro conforta-la, e a tirou do quarto, pediu para que Mark fechasse a porta e quase implorou para que ninguém abrisse mais aquele cômodo, fomos todos para a sala, o silencio tomava conta do local, a não ser por minhas lagrimas e as de Abby. Helena estava com os olhos inchados, também havia chorado, os meninos mostraram sinais de lagrimas também. Depois que Abby se acalmou voltou a se explicar.

—Eu estava dormindo, e senti alguma coisa em cima de mim, quando eu abri os olhos Sara estava lá, e antes que pudesse me morder eu coloquei a coberta sobre meu rosto e ela acabou pegando a coberta, por pouco não pega meu braço também. – Assim que acabou, voltou a chorar. Jack veio da cozinha com um copo de água, que pareceu acalmar Abby.

Ficamos em silencio por muito tempo, eu não tinha noção alguma de como era perder alguém querido, senti até um pouco do que Mark sentiu quando viu Clark morrer. Sara não era nem próxima de mim, imagina se fosse.

—Acho que devemos tentar dormir um pouco, aproveitar o resto da noite, pela manha sairemos da casa e continuar com o que havíamos planejado. Por favor, tentem descansar. – Helena estava de braços cruzados e com o rosto um pouco inchado, mas mesmo assim mantinha a posição de mais velha que acalmava a todos.

Jack e Steve concordaram em ficar com o turno de vigia que seria de Abby e Sara. Resolvemos que todos nós dormiríamos ali na sala mesmo, Helena e Anna trouxeram alguns cobertores para forrar o chão, Abby dormiu no sofá, e Helena em outro sofá, e Anna, Mark e eu dormimos no chão. Tentei ter uma noite de sono tranquila, mas era impossível...

Afinal, tivemos a nossa primeira perda no grupo.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a quem leu e eu juro pela minha vida não demorar para postar o proximo cap ;-;.
Espero que tenham gostado, até a proxima o/



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