Maybe Someday escrita por SomeKilljoy


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

MDS MDS MDS, estou recebendo bênçãos de Atena e de Apolo, porque não é possível eu estar postando tão rápido assim!
Mas é tudo por causa de vocês, seus maravilhosos



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No dia seguinte, ao acordar, a primeira coisa que Tyler se deu conta após levantar da cama e resmungar palavrões para o toque estridente de seu despertador foi que ele não havia sonhado com coisa alguma. O que era um alívio.

Tyler acordou mais cedo do que o normal aquela manhã, já que naquela terça-feira sua mãe teria uma entrevista de emprego e teria que deixá-lo no colégio primeiro para que chegasse a tempo no prédio onde ocorreria a entrevista, que era quase do outro lado da cidade.

Sua irmã ficaria com a vizinha deles, uma adolescente de uns dezessete anos que sua mãe vinha pagando para cuidar dela. Tyler não aceitava nem um pouco isso. Durante toda sua infância e até agora, tivera um pai ausente quase o tempo inteiro — o trabalho do mesmo se baseava principalmente em viagens, que ocorriam aproximadamente a hora toda e que costumavam durar quase um mês, com férias de dois meses somente no fim de ano. Ele era representante comercial — vendia produtos de grandes e conhecidas empresas em diversos lugares —, o que recorria grande esforço dele, enquanto precisava suportar as saudades da família. E, agora, Esther corria o risco de possuir um pai e uma mãe ausentes, isso porque a última alegava que não aguentava mais só ficar cuidando de casa e que precisava ajudar o marido a manter o dinheiro da família em pé.

Aquilo não era de todo necessário. Tyler pensava que era egoísmo por parte de sua mãe. Mas não ousava dizê-lo em voz alta. Conhecia-a bem o suficiente para saber que, quando ela sucumbia à fadiga, ao invés de tentar descansar e relaxar, buscava extinguir o estresse com mais trabalho. Acima de tudo, não queria magoá-la: ela fazia o que pensava ser o ideal a se fazer.

Portanto, o garoto tentava passar o máximo de tempo possível com Esther, como no dia anterior. Ela não merecia aquilo. No entanto, não tinha capacidade para mudar isso. Então só tentava ajudar, tanto a irmã quanto a mãe, e evitar ficar reclamando. A vida de ninguém era às mil maravilhas.

Assim, eles estavam no carro, ambos sentados nos bancos da frente. Sua mãe batucava os dedos em um ritmo qualquer no volante enquanto esperava o sinaleiro liberar que os carros passassem, até que ela disse, conseguindo a atenção do filho, que estava tentando adormecer com a cabeça encostada na janela do carro durante a espera:

— Eu estava me perguntando... Quer dizer, eu sei que você deve se concentrar nos estudos, mas... bem, quando é que você pretende arranjar uma namorada?

Tyler sentiu um nó no estômago.

— Você sabe que eu não gosto de falar dessas coisas, mãe... — murmurou, desconfortável.

— Vamos lá, eu sou sua mãe! Não tem nenhuma gatinha na sua escola, não?

"Oh, isso é embaraçoso."

— Mãe...

— Você sabe que eu quero muito ter netinhos, de ambos os meus filhos! Você não quer ter filhos, não?

— Mãe!

Ela riu. O sinal abriu e o carro arrancou. Tyler teve esperança que ela fosse parar o maldito interrogatório, mas ela continuou conversando descontraidamente:

— Só estou pensando adiante, querido, desculpe se te deixa constrangido. Mas eu estou aqui pensando... Que tal a Vanessa? Ela é tão gentil e educada, principalmente com você e com a Esther! Além de ser muito bonita. E eu já notei ela olhando para você algumas vezes, viu?

Tyler deixou um longo e cansado suspiro escapar. Vanessa era a garota que estava cuidando de Esther ultimamente. Ela era legal, mas não fazia seu tipo.

Quer dizer, nenhuma garota fazia seu tipo.

Ele já havia percebido isso antes. Não tinha ficado com muitas e nem namorado muitas delas. Porém, era sempre a mesma coisa: alguns beijos, relacionamentos que duravam somente semanas, ao que ambos fingiam, ou só ele mesmo, compartilhar sentimentos recíprocos. Nenhuma o tinha deixado feliz ou apaixonado. Não sabia dizer quais eram as mais bonitas, nem como isso poderia interessá-lo. Nenhuma o tinha deixado atraído. Era sempre tão sem graça, insípido. De vez em quando, ele até achava... repugnante ter que beijá-las. Todas suas relações foram forçadas, total ou parcialmente, pelos amigos e colegas de colégios anteriores: “Cara, aquela garota é muito gostosa, e parece estar a fim de você. Por que não fica com ela?”, e ele o fazia só para não sair mal na história. Odiava-se por isso, odiava ser alguém que não ele de verdade, odiava ter que vestir aquela máscara, odiava ter que fantasiar a realidade.

Nunca tinha contado isso a ninguém, nem mesmo à sua mãe, nem mesmo ao seu melhor amigo Cameron. Não havia nem admitido isso direito a si mesmo, com ainda muita negação de sua parte. E lá estava sua mãe, absolutamente certa de que ele era hétero e que teria filhos com uma mulher, enquanto dava sugestões sobre quem ele poderia namorar.

Aquilo não ajudava em nada. O nó em seu estômago aumentou, transformando-se em um bolo na garganta também.

“Você não consegue admitir nem para ela, devia ao menos admitir a si mesmo”, cogitou uma parte de si. Tyler não sabia dizer se era a parte racional ou a parte irracional. “Você é, de fato, gay, e está a fim de um garoto, um garoto chamado...”

“Calado!”, interveio outra parte de si, a responsável pelas negações ao longo de todos aqueles anos. “Não tem nada disso."

Tyler estava consciente de que aquilo era uma mentira.

Pessoas como Gray faziam seu tipo. Garotos como Gray faziam seu tipo. Não havia mais razão para continuar negando. Mais cedo ou mais tarde, isso seria provado.

“Eu optaria pelo mais tarde”, refletiu, um pouco emburrado consigo mesmo. 

Mas uma parte se sentia em paz por ter admitido.

— Não sei, mãe. Acho que nunca pensei nela dessa maneira. Podemos parar de falar nisso agora, por favor? — Tyler admitira a ele e somente a ele, e, por enquanto, não admitiria a mais ninguém.

Haviam parado em outro sinaleiro de novo, por isso sua mãe se deu o luxo de se virar e encarar o filho nos olhos. O garoto sentiu como se ela enxergasse através dele e estivesse descobrindo todos os seus segredos e desmascarando todas as suas mentiras em seu interior com olhos cor-de-mel. Então ela sorriu e concordou com uma voz gentil, os olhos adquirindo um tom compreensivo.

— Claro, querido.

 

 

Chegou alguns minutos antes de a primeira aula começar. A maioria dos estudantes já estava lá e, quando Tyler se sentou em seu devido lugar, seus olhos percorreram todo o perímetro da sala, em busca dele. Cada pessoa que ele avistava que não fosse Gray parecia um obstáculo a superar. Apesar de sua aura que fazia quase todos olharem para ele instantaneamente (pelo menos em sua opinião), foi difícil encontrá-lo. Afinal, o normal era ele estar interagindo com alguém em algum canto da sala enquanto o professor não tivesse entrado no recinto, com um sorriso gentil nos lábios. E não ele estar sentado na cadeira, ignorando as pessoas que tentavam falar com ele, a cabeça pousada em uma das mãos e olhos fitando fixamente a outra mão sobre a mesa.

Ele sentiu um aperto no coração. Tinha quase certeza que Gray estava incomodado com alguma coisa, quase como se estivesse... triste. Na maioria das vezes, quando via uma pessoa aparentemente triste, Tyler dava o máximo de espaço à ela, e não ficava interrogando-a. Não era de se interessar muito pela vida pessoal de cada um – na verdade, ele levava aquela frase popular “Cada um cuida da sua vida” a sério demais. No entanto, nunca se importara tanto assim com o motivo de tristeza de alguém.

Ele se levantou abruptamente. Engoliu em seco, cerrou os punhos, como se estivesse prestes a encarar sozinho um exército inteiro de guerreiros demoníacos. Mas era mais que isso. Ele ia tentar conversar com Gray. O que era estranho, porque ele nunca tomava a iniciativa nessas coisas.

Gray pareceu notar sua aproximação no mesmo instante em que iria pronunciar alguma palavra a ele, levantando a cabeça e encarando-o com olhos vermelhos – como se tivesse andado chorando, ou como se tivesse passado a noite sem dormir. Mas o que de fato o surpreendeu foi que, ao contrário de ignorá-lo como fez com os outros, que já haviam se afastado relutantes e apreensivos, ele exibiu um sorriso, como se dissesse “Está tudo bem. Não se preocupe”.

Uma sensação bem-vinda invadiu o corpo de Tyler. Era como se Gray almejasse falar com ele, e apenas ele.

Não era muito aconselhável ficar alimentando esse tipo de esperança, sendo uma hipótese sem qualquer evidência concreta, mas Tyler se permitiu não se importar com isso. Era bom se iludir de vez em quando – contanto que a desilusão não fosse uma bomba nuclear explodida em seu peito, claro.

As outras pessoas pareceram notar isso também. Tyler, através de sua visão periférica, vislumbrou uma ou duas garotas se indignarem, alguns amigos de Gray trocarem olhares preocupados e outras pessoas murmurarem entre si. Até havia uma sensação estranha de formigamento na nuca, como se vários olhos os encarassem. Se Cameron estivesse ali, provavelmente exigiria alguma explicação viável. Foi aí que se deu conta de que Gray era um pouco popular naquela classe – todos o conheciam, todos provavelmente gostariam de ser seu amigo –, o que, de alguma forma, o entristeceu, arrancando as esperanças anteriores de seu peito. “Se ele tem todos esses amigos, por que dá sequer a mínima para mim?”.

— Oi — Gray cumprimentou primeiro, o que animou Tyler um pouquinho, mas isso foi antes de ele notar uma lágrima brilhante brotar em um dos olhos do outro, sendo impedida de escorrer ao que o dono tratou de enxugá-la disfarçadamente, fingindo coçar o olho. “Francamente, isso não engana ninguém, Gray”, Tyler disse em sua mente, estranha e subitamente melancólico. Foi como se Tyler estivesse triste por alguma coisa, não Gray. — Quer dizer alguma coisa?

O nervosismo de sempre veio à tona, quando o garoto se tocou que ele não fazia ideia do que perguntar ou dizer. Não queria que o outro percebesse que Tyler ficava reparando se este estava triste ou não. Portanto, inventou um assunto qualquer.

— Eu, ahn... — Ele esfregou a mão suada no braço. — Só queria dizer que eu estou livre hoje, você sabe... Para ver o filme, e se você estiver também, poderíamos marcar hoje...

O sorriso de Gray ficou ainda maior, e qualquer vestígio de tristeza se esvaíram dos olhos geralmente inexpressíveis. Devia ser a forma “feliz” deles. O loiro agora possuía a aparência de alguém que nunca havia sido abalado por nada, cujo sorriso era uma espécie de escudo imbatível.

— Claro. — Então sua voz se tornou em um sussurro: — Valeu.

— Hm... Pelo o quê?

Seja lá o que Gray fosse responder ao abrir a boca, Tyler não saberia por um tempo, porque justo naquele momento o sinal bateu, o professor entrou na sala e todos foram obrigados a se sentar, mas ele podia jurar que depois os lábios de Gray se moveram, formando uma frase silenciosa: “Por tentar me animar”.

 

 

Esther ficou decepcionada por saber que o irmão mais velho sairia sem ela.

E Tyler, finalmente, percebeu que deveria parar de mimá-la tanto assim. E que esse era o lado negativo de recompensar a ausência do pai e a futura ausência da mãe, o que sempre parecera divertido.

— Você tem escola, Esther, lembra?

Esther assentiu, olhando para o pé que ela mexia de um lado para o outro no chão, e ficou óbvio que ela jogaria todo seu poder de “fofura e manha irresistíveis” para cima de Tyler.

— Thay... Pede para a mamãe deixar eu faltar, só para ir com você.

— Nem vem, Esther. Só hoje, OK? E vamos ver um filme que não é para sua idade.

— Por quê? — questionou ela.

— Porque... — Tyler a pegou no colo com uma das mãos e com a outra fez cócegas em sua barriga, o risinho agudo de Esther ecoando pelo ambiente. — É um filme de terror onde monstros e fantasmas malvados fazem cócegas em menininhas fofas que não querem ir à escola até elas morrerem de rir!

Quando a garotinha parou de rir, ele a colocou de volta no chão, e ela saiu saltitando até o seu quarto. Uma das qualidades em Esther era que, igual ao irmão, tinha uma capacidade rápida de se esquecer. Ou era isso ou os monstros e fantasmas que Tyler mencionara a tinham assustado de verdade.

Bem, talvez ele houvesse deixado evidente demais que iria sair. Só um talvez. Quem sabe se ele não tivesse gritado à sua mãe que usaria o carro para sair, não ter falado no telefone com Gray com um entusiasmo exagerado contido e não ter ficado horas no espelho tentando parecer ao menos apresentável— o que era um saco, já que ele não era muito acostumado a ligar para aparência –, Esther não teria percebido de cara.

De qualquer forma, ele estava adiantado demais, e sua empolgação contradizia seu nervosismo usual. Além disso, se Gray não tivesse ligado para combinar um horário, ele poderia muito bem ter dado outro bolo, sem querer, claro. Havia tomado um banho no D-flash, feito um “Caça ao tesouro” em seu guarda-roupa, tentando achar algo que prestasse, e, acima de tudo, secara e penteara o cabelo devidamente pela primeira vez em meses – o que não significava necessariamente que tinha ficado bom.

O lado ruim disso que ele teria que agir como um motorista, dando carona à sua irmã até a escolinha e à sua mãe até a mais nova empresa de jornalismo, cuja entrevista de emprego havia sido um sucesso, para só depois poder ir ao Shopping.

E assim ele fez, o que durou aproximadamente meia-hora. Ainda bem que havia saído de casa alguns minutos mais cedo, porque senão teria ficado com fama de atrasado.

Levou algum tempo até que Tyler encontrasse uma vaga para estacionar, mas achou uma boa em frente ao Shopping, que era necessário só atravessar a rua para chegar lá, o que ele estava prestes a fazer, depois de ter saído do carro e o trancado, quando alguém gritou seu nome.

— Ei, Tyler! — Ele se virou e viu um Gray a alguns passos de distância, vindo em sua direção, a mão acenando. Por um momento ele se lembrou do dia anterior, quando Gray lhe chamara a atenção da mesma forma, e um sorrisinho surgiu em seus lábios.

Todas as coisas que normalmente eram sem importância à Tyler lhe surgiram na mente, enquanto ele cumprimentava Gray timidamente. Do tipo “Meu cabelo deve estar um ninho de rato” e “Eu não devia ter escolhido essa blusa”. Desejou que não tivessem se encontrado justo naquele momento. As mãos de Tyler estavam tão suadas que pareciam ter sido mergulhadas em algum balde com alguma substância líquida e escorregadia, e foram enxugadas nervosamente em sua camisa. A temperatura corporal do garoto devia estar a mais de cinquenta graus. Estava tão ansioso que estalava os dedos um nos outros o tempo todo, como se fosse alguma forma de desviar os seus pensamentos de coisas inapropriadas para o que fazia com as mãos, e ele revezava em distribuir o peso do corpo ora em um pé ora em outro.

O momento de silêncio que se seguiu não contribuiu para muita coisa.

— Então, vamos? — Gray disse.

Tyler assentiu e foi andando, desesperado para sair debaixo do sol quente e para entrar em algum lugar com ar-condicionado e ao mesmo tempo absorto em devaneios. “Eu tenho que parar de agir assim, se vou passar quase o resto da tarde com ele”, se deu conta. “Seja lá o que for acontecer hoje... eu não devo encarar isso como algo que vai mudar minha vida... Não é como se meu futuro dependesse disso ou alguma coisa assim”.

Respirou fundo, já no meio da rua. Estava tão alheio às coisas ao seu redor... Ele ouviu alguma coisa, um zunido à sua frente juntamente com um vento forte que balançou seus cabelos, e uma voz ao fundo, mas parecia mais frutos de sua imaginação. Estava dando um passo quando...

Se não fosse pelo seu instinto que lhe ordenou a parar exatamente no ato, Tyler seria só uma panqueca esmagada no asfalto quente, com marcas de pneu sobre ele. E se não fosse por Gray, que o puxou segurando-o firmemente pelo pulso, seria uma panqueca triplamente atropelada por carros.

Sua visão ficou mais clara, e o turbilhão de borrões de cores diante de seus olhos se tornaram nítidos, revelando carros que vinham e voltavam, em constante movimento. Os ecos desformes em seus ouvidos viraram buzinas e ofensas dos motoristas, somado com o som de seu coração quase saindo pela boca.

Tyler ofegou. Apesar de tudo isso, apesar de quase ter partido dessa para melhor, sua atenção estava presa ao fato de que a mão de Gray ainda apertava seu pulso, e o toque formigava. Estremeceu.

— O que deu em você?! — perguntou Gray, franzindo o cenho, aturdido. O aperto em seu pulso ficou mais forte. Tyler nunca o tinha visto daquele jeito. — Quer se matar?

O moreno estava sem palavras. Olhou para onde segundos atrás ele havia estado parado, feito um idiota. Suas chances de sobrevivência foram quase nulas. Talvez fosse um milagre estar vivo. Afinal, fora atravessar quando o sinal tornou-se verde, em uma parte a metros de distância da faixa de pedestre. Nos Estados Unidos, não havia tantos meios de ser atropelado, a menos que você fizesse exatamente isso. Era quase como erguer uma placa dizendo “SIM! EU QUERO MORRER! Ser atropelado e ter meus ossos esmagados deve ser super legal!”.

— Sinto muito, eu... — gaguejou, respirando fundo.

— Sente muito? — Gray bufou em exasperação, correndo os dedos pelos cabelos. — Porra, você podia estar morto!

— Eu sei.

Tyler não se desvencilhou, nem sequer ficou irritado por estarem gritando com ele. Na verdade, sentia-se até comovido pela atitude de Gray. Ele tinha o direito de ficar zangado. Tyler estava vivo graças à ele, no final das contas. Então não fez absolutamente nada, só ficou encarando o chão sujo, contemplando as partículas de poeira rodopiarem em movimentos graciosos à luz do Sol, e esperou que Gray o libertasse, o que não aconteceu.

— Pode me soltar agora...

Porém, o que ele fez o surpreendeu.

Gray escorregou a mão dele de seu pulso até sua palma, onde seus dedos se entrelaçaram com os de Tyler, atando sua mão firmemente à dele. Tyler abriu os dedos para tentar soltar-se, mas era inútil. Aquilo era pior que algemas. Quer dizer, melhor. Quer dizer, muito melhor. “Droga, assim ele vai perceber que elas estão suadas”.

— Mas...

— Calado. — Gray o cortou, irritação em sua voz. — Não estou com vontade de ter que presenciar a droga de sua morte. Então, calado.

Tyler protestou, sendo efetivamente ignorado. Gray o conduziu até a faixa de pedestre, onde atravessaram em segurança, o que o fez se sentir uma criança de cinco anos levando bronca por não ter olhado para os dois lados antes de atravessar a rua por uma mãe zangada. Cada pessoa cujo olhar se direcionava para as mãos unidas deles fazia Tyler corar mais e mais, mas Gray não dava a mínima. Não parecia se importar nem se sua vida dependesse disso, só seguia em frente, a cabeça erguida e os olhos fixos à frente, como se fosse capaz de enfrentar qualquer um que ousasse encará-lo, que se atrevesse a entrar em seu caminho.

E, de alguma maneira, Tyler o admirou mais do que já vinha fazendo.


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Notas finais do capítulo

Uau, esse final ficou muito gay... Ah é, era essa a intenção o/
Se estiver ficando meloso demais, me avisem, okay? ASHUAH


PERGUNTA URGENTE: Que tal o próximo capítulo ser do ponto de vista do Gray? Estou tendo ideia só com ele agora... Respondem o que acham nos comentários