Our Secret! escrita por Ponyo, Nemarun


Capítulo 9
Dezesseis anos, Ponyo: Bolas, sociopatas e cartas.


Notas iniciais do capítulo

Queria agradecer a The Snow Queen, que fez uma RECOMENDAÇÃO! Cara, eu pirei quando vi! Muito obrigada linda!



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Dezesseis anos - Bolas, sociopatas e cartas.

Querido Diário.

02 de Fevereiro.

Você pode não acreditar, mas nunca fui muito do tipo de garota desesperada por atenção. Gosto de ficar quieta no meu canto, mas no momento em que aceitei ser namorada do Lysandre isso tudo foi para o espaço.

Aonde quer que estivéssemos, havia pessoas nos encarando e cochichando coisas a quais eu não faço o minimo esforço para descobrir. Sim, eu era representante da classe, a "Perfeitinha" que era presidente de todos os clubes o quais entrava, a garota que dedurava tudo e a todos, a pessoa a qual todos evitavam contar fofocas. E sim, eu estou namorado a cara que não consegue comparecer as aulas uma semana inteira, o cara que tem uma banda e fuma cigarros baratos, o cara que já esteve mais na diretoria do que no banheiro da escola.

Bom... Acho que eu sei por que eles olhavam tanto. É um casal um tanto incomum... Mas eu realmente não ligo, acho que nunca fui tão feliz dês que dos meus onze anos. Está tudo perfeito.

Ambre e Andrea são ótimas alunas e não causam problemas, meu namoro está perfeito e nunca estive tão amiga da Charlotte como agora. Minha mãe entrou em uma das suas depressões anuais, a qual não se lembra nem do seu nome... Ver ela assim todos os dias me deixa magoada. Seus cabelos sedosos perderam a cor e brilho, havia vários fios pratas. Sua magreza estava em um nivél anormal e tinha vários ferimentos por todo o seu corpo, causados por ela mesma. Seus lábios sempre estavam em vermelho por conta de sempre os morder com força. Ela não era nem sobra da mulher que já foi um dia.

Eu nunca soube o que aconteceu com ela para muda-la tanto.

Lysandre está aqui do meu lado, fingindo que não está lendo o que escrevo.

Obrigada por me ouvir diário.

(...)

Eu sempre odiei ser representante da turma. As pessoas costumam me dar tarefas ridículas apenas por eu carregar esse cargo, como o que eu estou fazendo agora, que é guiar a aluna nova até a sala de aula. No meu primeiro dia de aula, ninguém me mostrou porra nenhuma.

Nunca fui muito de jugar a primeira vista, mas eu não gosto dessa garota, ela é... Perfeita demais. Com seus cabelos longos e estupidamente lindos e loiros, com seus olhos irritantemente azuis, com longas unhas rosa bem feitas e com um conjunto de saia e blusa rosa da Channel.

–Ali fica a biblioteca que é aonde nos escondemos para não ir a quadra, e ali é a quadra onde nos escondemos para não ir a biblioteca. - Continuo o trajeto andando o mais rápido possível, ainda tenho que fazer ler um livro e não tempo a perder.

–Você não me parece muito feliz. Aconteceu algo? - Ela tem o mesmo sotaque que Lys aos oito anos, só que bem mais carregado.

–Olha, me desculpe... Qual o seu nome mesmo?

–Anastasya.

–Me desculpe Anastasya, mas não estou tendo um bom dia hoje. O clube de culinária explodiu um fogão, as provas de matemática foram adiadas e meu namorado faltou novamente a aula. Acho que devo estar em um péssimo humor - Finalmente chegamos a sala dezoito. Me virei para ir embora mas Anastasya segurou minha mão.

–Desculpe Ponyo, mas você conhece um garoto chamado Lysandre? Ele tem cabelos negros um pouco longos e tem olhos verdes e dourados.

–Sim, eu o conheço. Muito para ser sincera.

–Fabuloso! Caso o veja, poderia dizer que desejo falar com ele?

–Claro Anastasya. - Dei o sorriso mais falso que consegui. -Aconselho você a entrar agora, já deve estar bem atrasada.

Me despedi e fui correndo em direção a minha sala.

(...)

Estou sentada ao lado de Lysandre assistindo uma serie qualquer de um homem médico que é manco. É estranho o fato dele ser quase tão sarcástico quanto Lys.

–Eu sei que está pensando em algo do tipo "Ele é tão irônico quanto o Lysandre". -Uau, temos um telepata entre nós.

–Eu sou tão previsível assim?

–Só para quem te conhece. -Lys beijou minha testa e desligou a TV.- Ponyo, temos que conversar sobre uma coisa.

–Lys, eu já falei que não estou pronta para te d...

–Não é sobre isso! Eu não sou tão pervertido assim, está bem? - Sorri e segurei sua mão.

–O que quer falar? - Ele respirou fundo e abriu a boca duas vezes para falar algo, mas o som não saiu.

–Quer saber? Esquece, é algo sem importância. -Ele voltou a ligar a TV. Eu iria reclamar e brigar até ele falar, mas ouvi a campainha tocando. -Quer que eu atenda? Eu sei que a casa é sua, mas...

–Não precisa, eu atendo.

Lysandre levantou e foi em direção a porta. É lógico que eu o segui sorrateiramente, a ultima vez que ele atendeu a porta era uma "Ex transa casual" que queria o de volta. Eu não arisco mais.

Mas ele nem chegou a abrir a porta completamente, apenas conversou com o estranho com a voz baixa e com a porta quase fechada. Depois de dez minutos ele se despediu e voltou a sentar no sofá, como se nada tivesse acontecido.

–Quem era?

–Testemunha de Jeová.

–Lys, não minta para mim. Se fosse você teria fechado a porta nos primeiros dez segundos. Quem era?

–Não era ninguém importante Okay?

–Ninguém importante? Tudo bem. -Levantei do sofá e peguei o casaco de Lys com mais força do que deviria, causando um pequeno rasgo. - Estou indo, você sabe onde me achar.

Fui devagar para a porta, fiquei esperando Lys me chamar e pedir desculpas.

Ponyo, espere. - Me virei com cara de inocente. -Poderia usar a passagem? É que você está com meu casaco e está chovendo lá fora.

Eu acho que nunca nesses oito anos que conheço Lysandre eu tive tanta vontade de chutar suas bolas quanto estou agora.


(...)

Fitei aporta durante um tempo. A campanhia tocou novamente, já era mais do que tarde para alguém resolver me visitar e podia ser perigoso, mas também podia ser Lysandre... Abro a porta e vejo a garota nova, Anastasya um pouco vermelha e molhada.

–Você é uma vadiazinha!

–Como é? -Ela me empurrou para o lado e trancou a porta atrás de si. Quem ela pensa que é de invadir a casa dos outros e empurrá-los?

–Você me ouviu bem. Por sua causa ele não aceitou!

–Ele quem? Do que você está falando sua louca?

–De Lysandre é claro! De quem mais eu falaria e... Espere, ele não ter contou?

–Contou o que? Do que diabos você está falando? Por que invadiu minha casa desse jeito?

–Uau, você não sabe mesmo... -Ela colocou deu dedo em meu peito com força e olhou em meus olhos- Vou resumir a estória e tentar fazer com que você entenda vai ser um pouco difícil já que seu cérebro não é muito grande. Eu e ele nos apresentávamos em bares e festas, era por pura diversão.

Mas em uma dessas apresentações, um empresário nos descobriu e ofereceu um contrato de dois anos, só que com um porém: O contrato só poderia ser "Fechado" se ambos concordassem. Isso não era nenhum problema, comemoramos a noite inteira, até no dia seguinte ele foi buscar os documentes para que tudo fosse legalizado, e foi ai que tudo mudou. Ele não voltou mais e quando eu finalmente o encontrei, ele estava namorando você e desistiu do contrato. O que você falou para ele desistir? Por sua causa eu deixei de ganhar muito dinheiro e ser famosa!

–E dai? Desculpe, mas eu não acredito em você, e mesmo se acreditasse, eu não estaria ligando, não gosto de você.

–Jura? E do Lys? Não era um dos sonhos dele viajar pelo mundo tocando e mostrando sua arte?

–Sai da minha casa agora, se não eu chamo a policia.

–Tudo bem, eu saiu. - Anastasya abriu a porta e olhou em meus olhos - Eu vou fazer da sua vida um inferno.

E saiu rapidamente, como se tudo isso nunca tivesse acontecido. Eu não acredito em uma palavra do que ela disse. Lys jamais desistiria de algo tão grande como isso por mim, não é?
Não é?

(...)

"Vou fazer da sua vida um inferno"

Se fosse qualquer outra pessoa que tivesse dito, eu simplesmente ignoraria. Mas o jeito em que ela falou, seu olhar parecia que não existia nada além de ódio, sua voz não demostrou que estava brincando ou mentindo. Eu tenho que me proteger, eu realmente não sei do que ela é capaz.

Ando com cautela até o porão, afinal, não quero quebrar nada, se não Marie descobriria e ela ira me matar. Ela ODEIA quando chegamos perto do porão, será que tem um cadáver? Um mastro de Poli dance? Vou descobrir agora.

Acho que muita gente teria medo de descer sozinha ao porão, sem ninguém em casa para ajudar, e pior, já anoitecendo. Mas eu não, já sofri tanto, que acho que não tenho mais medo de coisas assim, só tenho medo das pessoas como a Anastasya.

Acendo a luz e percebo que tem varias caixas em prateleiras, por mais incrível que pareça, esta tudo impecável, quase não tem pó nas caixas, acho que Marie foi aqui recentemente.

Fiquei uns bons 50 minutos procurando aquela porcaria, quando me depa ro com uma caixa bem no fundo do porão, de uns 20 x 20 cm, escrito bem na frente, com uma letra pequena “Ivan”.

Sento no chão e abro a caixa, afinal, era a primeira coisa em ANOS que vejo relacionada com meu pai. Minha mãe tinha queimado tudo, fotos, documentos, cartões de dias dos pais...

Dentro tem cerca de 20 cartas, todas de meu pai. Abro a primeira, o que mais me surpreendeu foi a data, um mês depois que ele partiu.

"Ao meus filhos.

Amo muito vocês, mas aconteceu alguns problemas com minha volta para o Brasil, estou tentando voltar o mais rápido possível. Qualquer emergência, fale com minha irmã de criação, a sir. Blue, ela e o marido têm meu numero de telefone e outros contatos, juro que estou tentando voltar o mais rápido possível. Está difícil pois sua mãe conseguiu enganar todos do juri e eles realmente acham que eu bati nela.
Juro por Deus, eu apenas estava na defensiva! Ela tinha pegado um facão, eu apenas desviei e ela acabou ferindo a si própria! Estou há um mês aqui, se ela conseguir enganar ao médico, perco meu visto no Brasil.
Por favor, quero que sejam forte e se Marie fazer qualquer coisa a vocês, quero que chamem a polícia. Não se esqueçam que sempre estarei com vocês.

Ivan."

Havia VÁRIAS cartas assim, dele explicando a demora, parece que minha mãe tinha "Mexido uns pauzinhos" e feito com que ele pegasse 10 anos de prisão na Rússia. As cartas também mostrava que ele não sabia que Nathaniel tinha morrido, pois e a última, estava marcando “Eu amo vocês, Ponyo, Nathaniel, Ambre e Andrea “.

Em todas as cartas, Papai nunca tinha falado algo como “acho que nunca mais iremos nos ver, etc.” não, era sempre coisas do tipo “Eu VOU ver vocês novamente”.

Ivan nunca desistiu de voltar para o Brasil.

Eu ia realmente deixar uma vadia psicopata como a Anastasya levar a melhor? Acho que não. Peguei a arma, um 44 Magnum, coloquei em minha calcinha, subi para meu quarto, e o coloquei na primeira gaveta.


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