Our Secret! escrita por Ponyo, Nemarun


Capítulo 32
Sã.


Notas iniciais do capítulo

Querida agradecer de coração a Chok0chan, que me ajudou a escrever esse capitulo e me deu ideias fabulosas



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Sã.
Alguns minutos antes.

–O que você fez Miyuki?- Disse Castiel, me olhando incrédulo como se eu tivesse explodido a casa branca.

–Olá Castiel, também é ótimo te ver novamente! Como tem passado?

–Miyuki...- Ele ergueu a sobrancelha e abriu o primeiro botão da camiseta branca, visivelmente incomodado com o fato de estar vestindo terno. Eu sempre achei que ele ficava Sexy vestindo roupas sociais, antigamente era raro ver ele usando algo que não seja calça jeans e camisetas de bandas, mas dês que ele terminou a faculdade de direito era raro ver ele em roupas normais.

–É uma longa história, envolvendo eu, Lysandre e Serena percorrendo meio mundo atrás dela.

–Gosto de longas histórias. -Castiel apontou sentou na cadeira de metal enfrente a minha. - Não se preocupe, essa conversa não está sendo gravada ou algo assim. Além do mais, Lysandre e você já deram seu testemunho mesmo.

–E por que quer saber da história se já ouviu?

–Por que tenho certeza que omitiram pelo menos 50%, sem contar que não mencionaram o fato dela estar ferida e com um olho roxo. -O desgraçado infelizmente me conhece bem de mais... Por isso não gosto de relacionamentos, deixa as pessoas vulneráveis. Se bem que não posso chamar o que tem entre mim e Castiel exatamente de algo estável...

Fazemos sexo, saímos para beber ou dançar e depois fazemos mais sexo, simples assim. Antigamente nos odiávamos, mas dês que me casei com Lysandre eu tive que conviver mais com Castiel afinal, ele e Lys ainda são melhores amigos.

Quem diria que acabaria gostando dele? Bom, Lysandre disse isso um monte de vezes... Acho que ele fez algum tipo de pacto ou algo assim.

–Tudo começou quando Amélia foi embora se entregar. -Tento ficar mais confortável na cadeira, mas ela é extremamente desconfortável. - O albino começou a ficar meio paranoico e...

–Espera, quem é "O albino"?

–Lysandre.

–E por que você chama o Lysandre de "Albino"? Ele nem é tão branco assim e seu cabelo natural só é loiro claro, não é exatamente um al... Quer saber, esquece. Nunca vou conseguir entender o que se passa nessa sua cabeça, só prossiga.

–Lysandre ficava falando coisas como "Não foi a Amélia, eu sinto que não foi" e Serena dizia que ela nunca seria capaz de fazer algo assim.

–Foi quando eu me lembrei da noite do incêndio. -Nos viramos na direção da porta e lá estava Lys, ainda vestido com a roupa do dia anterior e com a aparência realmente abatida de quem não dormia e se alimentava bem a dias. Acho que não devo estar muito melhor do que ele. -Naquele dia, depois da Amélia ter ido embora com raiva resolvi ir na estufa com a Rosa conversar decentemente... Ela me contou que o real motivo de ter ido me visitar foi que estava sendo seguida.
–A vadia da Anastasya além de ter arrumado toda aquela confusão com a Amélia, ter nos seguido até a Rússia e me ameaçar, ainda foi atrás da Rosalya. - Disse sentindo uma leve vontade de vomitar. - Mesmo depois de terem terminado o namoro, Ana começou a nutrir um sentimento de amor e ódio pela Rosa.

Como eu odeio Anastasya... Ela não conseguia aceitar o fato de que jamais seria algo sem o Lys e começou nos irritar e seguir para onde quer que fossemos. Tentamos chamar a polícia e adiantava no começo, mas ela logo voltava a nos encher a paciência invadindo nossa casa e destruindo coisas, irritar Lys e Rosa até que terminassem, quase arruinar meu falso casamento com o albino... Se alguém tem que ir para o manicômio, tem que ser essa puta.

–Então... Anastasya era lésbica e apaixonada por Rosalya?

–Ninguém sabe ao certo do que se passa na cabeça daquela maluca. - Lysandre foi até nossa direção e se sentou na mesa. - Mas que Rosa realmente estava assutada, ela estava.

–Então vocês chegaram a conclusão que talvez ela tivesse algo a ver com tudo isso?

–Sim, principalmente depois de ver as fotos do estacionamento e do perfil da rede social de Ana. - Ele começou a mexer na câmera fotográfica que estava pendurada no pescoço e nos mostrou. Na tela do pequeno visor estava uma foto de uma garota loira de cabelos medianos, com um nariz empinado e sobrancelhas grossa um tanto sexy. A boca era pequena e carnuda, parecia ter tendências Russas, alemã ou até mesmo australianas. - Se não fosse a altura dos cabelos ou os olhos azuis, podia ser muito bem uma prima da Amélia ou algo assim.

–Ou seja, na câmera não dava para ver o rosto da vitima e agressor direito. -Castiel parou para pensar um pouco e respondeu com um meio sorriso. -Deixa eu adivinhar, elas tem a mesma altura e peso?

–Sim, a não ser pelos peitos da Anastasya. Aquilo com toda certeza é silicone. -Lysandre me olhou com o olhar de desaprovação pelo comentário e voltou sua atenção para o Castiel.- Eu sei o que sua pequena mente está pensando meu caro Cassy, "Como vocês acharam Ana?" e Bla, bla, bla... A resposta é simples: Se ela realmente queria conquistar Lys de volta, é claro que o tinha seguido para Paris como fez na Rússia. Depois de lembrado disso foi mamão com açúcar de achar ela, tivemos apenas que procurar pelo bairro alguém que tinha se mudado nos últimos messes e "Voalár".

–É "Voilà", não acredito que está na França e mal sequer sabe falar o idioma um pouco. -Lys me olhou com cara de desaprovação e desligou a câmera. - O objetivo era apenas atrair ela até a delegacia, mas Miyuki se descontrolou.

–Ninguém me chama de branquela seca, NINGUÉM. -Anastasya teve sorte de apenas ter resolvido dar alguns socos e chutes nela. Se não fosse Lysandre estariam interrogando um cadáver.

–Você devia ir até a minha sala, Amélia está lá perdida não entendendo o porque do julgamento ter parado antes que acabasse. -Ouvimos um estrondo vindo da parede esquerda da sala. Castiel abriu um sorriso irônico e se levantou da cadeira. -Vejo que o interrogatória de Anastasya está começando agora.

E é por isso que eu adoro esse homem. Quem mais teria esse tom de sarcasmo e arrogância que eu tanto amo?


(...)

Atualmente.

Sabe aquela sensação maravilhosa de que quando tudo está na merda, algo extraordinário acontece? Como chegar cansado de um dia exaustivo de trabalho e depois receber uma ligação informando que ganhou uma promoção... Ou até mesmo quando está morrendo de vontade de comer pipoca de um simpático vendedor ambulante, e se depara com uma nota de dez euros no chão. Essa é exatamente a sensação que tive no momento que vi Lysandre sorrindo para mim.

Não sei quanto tempo exatamente ficamos abraçados, mas posso garantir que para mim não foi tempo suficiente.

–Lys... Você tem certeza que não fui eu?

–Absoluta. Até mesma a roupa que Anastaya está vestindo é idêntica a da pessoa que a câmera do estacionamento fotografou.

–Ai meu Deus.. Isso significa que eu não matei ninguém! Eu posso voltar pra casa, posso recomeçar do zero e.. Espera, eu não posso.

–Do que está falando? Amélia, você não fez nada, até mesmo o incêndio foi causado por um fio de eletricidade e...

–Lys, eu realmente não posso ficar. -Me separei dele e coloquei minhas mãos de cada lado do seu rosto. -Eu realmente preciso de ajuda. Não sei o que está acontecendo comigo, mas as vezes acordo em uma rua qualquer, com coisas que não são minhas e até mesmo algumas vezes com um pouco de sangue na roupa. Falo sozinha as vezes e vejo vultos por toda parte... Não quero ficar como Marie.

–Não Amélia, você não pode...

–Não se preocupe, eu vou ficar bem. -Tentei sorrir e demostrar confiança, mas meus olhos ardiam em lágrimas. -Lys, me prometa que não vai me esperar, que vai se casar com outra garota, construir uma família, um novo futuro.

–Minha garota é você, minha família é você, meu futuro é você. -Ela passou as mãos pela minhas bochechas, secando as lágrimas que mal notei que desciam. -Por favor, não me faça prometer isso...

–Eu não vou conseguir ir para lá sabendo que você está me esperando! Posso demorar messes para ficar bem, até mesmo anos ou ficar lá para sempre.

–Vamos fazer o seguinte, se em um ano você não melhorar, eu sigo minha vida. Nem vou te visitar mais, está bem?

–Certo, mas antes...

Puxei Lysandre para mais perto e o beijei.


(...)

Seis anos depois, Brasil.

Coloco o último diário de volta na caixa. Foi bom recordar tudo novamente, mas teve algumas coisas que me fizeram ficar tristes.
Ouço a porta do meu quarto de abrir e uma enfermeira loira sorrindo trazendo uma bandeja entra.

–Bom dia Megan.

–Bom dia senhorita Amélia. Gostou do dos diários? Foi Serena e seu pai que mandaram entregar. -Megan estendeu um copo pequeno com várias pirulas dentro. As engulo de uma vez fazendo careta- Seus pais fazem um casal tão lindo... Quando vão casar?

–Em alguns messes. -Quando Ivan saiu da cadeia e foi visitar Andrea, teve uma surpresa ao ver Serena novamente. Acho que foi questão de tempo para se apaixonarem novamente um pelo outro. Coisa mais que aprovada por Andrea, que simplesmente não consegue ver Serena de outra forma a não ser de mãe. -É bom poder chamar eles de pai e mãe sem ter dúvidas.

–Você devia estar mais animada Amélia, hoje é o dia em que você vai embora.

–É tão "animador" saber que finalmente te acham sã o suficiente para conviver em sociedade...

–Não pense assim, você batalhou muito nesses anos para ficar estável. Tudo bem que ainda vê alguns vultos, mas é só tomar um daqueles comprimidos azuis por dia que a esquizofrenia vai se manter controlável.

–Acha que ele vi estar lá? -Megan suspirou romanticamente. O manicômio inteiro descobriu da minha história com Lysandre graças a Marie e isso virou um dos principais assuntos para as histórias. Acho que virou algum tipo de novela.

–Se tudo que me contaram for verdade, apostaria minha vida que ele vai estar. - Ela sorriu e pegou na bandeja um pente e alguns produtos de beleza, como maquiagens e cremes. -Aposto que quer ficar bem bonita para esse dia especial.

A porta se abriu novamente e Marie entrou, vestindo uma das habituais roupa das pacientes femininas, que era um vestido cinza um pouco folgado. Seus cabelos estavam mais longos e sedosos que nunca, seu sorriso a deixava cada vez mais linda. Ela está tão diferente dês que chegou aqui... Uma das diferenças é que ela não que ir embora, isso tudo a faz tao bem que entendo o por que.

–Querida, Megan me pediu para te ajudar a se arrumar para seu grande dia!

–Ela sorri animadamente e pega um creme com cheiro bom, e passa em mim com uma rapidez e empolgação que é difícil de se negar.

–Não é proibido essas coisas aqui?

–E dei meu jeito meu amor.

–Então os boatos eram verdadeiros? -A bochechas de Marie ficam vermelhar e Megan solta uma pequena risada. As fofocas diziam que o diretor tinha se apaixonado por uma das internas, e que essa interna em especial era Marie. Acho que ela finalmente está se desapegando ao passado e conseguindo seguir em frente.

Megan e Marie me esfoliaram, esfregaram produtos na minha pela, pentearam meus cabelos e passaram várias coisas no meu rosto.

–O que achou?- Elas me estendem um pequeno espelho para que eu olhasse o resultado. Toquei no espelho para ver se aquilo era real. Eu realmente estou bonita.

Meus cabelos estavam presos em uma trança frouxa lateral, com uma mecha branca do meu cabelo dando destaque e com várias flores pequenas e linda, minha maquiagem estava leve apenas destacando meus olhos e minha pele cheirava muito bem.

Estou diferente de quando entrei aqui, minha pele está um pouco mais flácida e tenho alguns cabelos brancos formando uma pequena mecha. Bom, acho que seu eu não tivesse fumado e bebido tanto ela não existiria... Mas eu gosto dela.

–Boa sorte, meu anjo. -Marie me abraçou sorrindo e Megan não conseguia se conter e já estava chorando desesperadamente.

–Eu prometo que vou sempre vir visitar. -Megan se levantou e me guiou para fora do quarto e pelos corredores brancos e limpos daqui. Ainda chorando.

Paramos algumas vezes para que eu me trocasse e colocasse meu vestido branco rodado, além de eu ter que assinar alguns documentos.

–Não se preocupe com a caixa, vai ficar guardada até vir nos visitar novamente. - Ela parou de frente para uma porta de metal grande e sorriu. -Todos os seus pertences que trouce estão com sua família... Daqui para frente, é com você Amélia.

Ela beijou minha bochecha e saiu apresadamente.

Encosto na maçaneta da porta e sinto um frio na minha espinha. A longos seis anos estou aqui dando tudo de mim para melhorar e finalmente voltar a para casa, e esse dia chegou.

A grama aqui fora é tão verde e saudável, com árvores floridas por toda parte. É o começo da primavera. Acho que eu iria ter aproveitado mais, se não tivesse chorando ao ver eles. Minha família.

Serena também chorava de felicidade, com Ivan ao seu lado a abraçando sorrindo. Andrea estava pulando de alegria ao lado de Armin, seu namorado de longa data. Era tão estranho ver minha irmã mais nova, com dezenove anos e começando a faculdade.

Quando me dei por conta, estava abraçado todos fortemente, gritando que nem uma louca de tanta felicidade. É tão bom tudo isso.

–Amélia... Não somos os únicos que querem te ver. - Andrea apontou para um grupo de pessoas um pouco afastadas. Demorei alguns segundo para perceber quem eram.

Corri para eles sorrindo. É Miyuki e Castiel, segurando sua pequena filha de dois anos.

Eles também me abraçaram e falavam coisas como "Que bom que voltou para nós", já Saiko estava no colo da mãe dormindo angelicalmente. Eu adoro ela, não só por ser minha afilhada e sim por que ela não herdou os genes da mãe ou do pai, sendo uma criança calma e gentil.

–Vocês sabem se... Se Lysandre vai vir?

–Amélia... Lysandre morreu.

–Para de ser idiota! - Miyuki empurrou "Delicadamente" Castiel. E voltou a olhar para mim sorrindo -Ele só está brincado, Lysandre está na antiga casa dele. Ele mandou avisar que está te esperando no lugar de sempre.

(...)

Desço do Táxi rapidamente, indo em direção novo porão da casa. Lysandre comprou as duas casas, as transformando novamente em uma. O portão está estranhamente aberto.

O abro silenciosamente e ando com cuidado até o jardim.

Lá estava Lysandre, segurando dois machados com a mão, sorrindo. Vou em sua direção e pego um dos machados.

–Vamos logo acabar com isso. - Lysandre ergueu o machado com um pouco de dificuldade, afinal só de um dos braços e acertou com força a árvore de Ipé.

–Isso é tão romântico, eu e você sozinhos, ao por-do-sol com cortando uma árvore. -Sorriu e acerto a árvore não tão forte quando Lys. -O que você fez durante todos esses anos?

–Fiz uma segunda faculdade, só que de administração. Estou trabalhando junto com Leigh, e você?

–Descobri que sou péssima em desenhos e que daria uma ótima enfermeira. -Aos poucos a árvore vai cedendo e cai com força no gramado verde do quintal. -Uau, acabamos um uma fonte de oxigênio e estou me sentindo ótima!

–Você está linda. -Lysandre sorriu e limpou um pouco do suor da testa e voltou a colocar os óculos. Ele não mudou muito, apenas está um pouco mais forte e com o rosto mais maduro. Em minha sincera opinião, está ainda mais bonito do que me lembrava.

Lysandre deitou-se no chão e fez o gesto com a mão para que eu o copiasse. Deito-me ao se lado, apoiando minha cabeça no seu tórax.

–Você achou outro alguém?

–Depois que se passou um ano, eu tentei.

–E conseguiu?

–Não. -Não consigo conter a felicidade que essa noticia me causou.

–Então... Você ainda gosta de mim?

–Depende... Você ainda tem aquele desejo louco de transar no quintal? -Encaro Lysandre com a sobrancelha erguida e depois sorrio.

–Sabe... Eu ainda guardo o anel.-Dessa vez, foi Lys que sorriu.

–Você ainda é minha garota Amélia?

–Sempre serei.


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Notas finais do capítulo

Povo, esse não é último capitulo não XD