Our Secret! escrita por Ponyo, Nemarun


Capítulo 30
Cacos de Vidro.


Notas iniciais do capítulo

É, me desculpem a demora... Digamos que estou estudando como uma condenada para não repetir de ano e mal estou com tempo nem para comer. Perceberam que nem consegui responder as reviews? Tenso.
É, a autora de você é uma BadGirl que ficou zoado o ano inteiro e agora se fudeo. E se fudeo gostoso.



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Cacos de Vidro.

99° Dia.

Tic Tac...

O relógio já anunciava que era tarde e que em breve vou bocejar. Do que adianta? Toda vez que tento dormir tenho pesadelos terríveis.

O pior te todos foi a algumas noites atrás.

No pesadelo, eu estava vestida com uma capa de chuva perto em um estacionamento quando Rosalya apareceu. Não me lembro o que aconteceu no sonho depois, mas acho que eu e ela tivemos uma brigas feia e vi uma pedra grande próxima a mim. Minhas mãos foram parar na cabeça dela e espirrou sangue para todo lado.

Nunca acordei tão assutada e com medo como naquele dia.

–Vamos continuar mantendo-a sedada... A dor que sentiria acordada seria absurda.

–Ela sabe que Ambre não resistiu? - A enfermeira me olhou tristemente. Meus olhos ainda estão vermelhos e inchados, lágrimas pararam de descer pelo meu rosto a pouco tempo.

–Sim... Sinto muito pela sua irmã. Andrea e Lysandre tiveram muita sorte em sair vivos de lá, se os bombeiros demorassem mais dois minutos eles teria morrido sufocados, queimados ou esmagados.

–Acho que eles não se sentem exatamente sortudos.

–Devia visitar Lysandre também, ele sempre pergunta onde você está.-Ela suspirou. Parecia realmente tocada pela tragédia que aconteceu.- O que aconteceu não foi culpa sua Amélia, embora a causa do incêndio ainda é desconhecida, se você estivesse lá na hora poderia ter acabado como... Ele está no quarto 201.

Aceno com a cabeça em forma de agradecimento e desço de elevador até o terceiro andar. O quinto que é onde eu estava, é apenas para estados críticos de vida ou morte.

Olho para a porta branca. Devia ter passado por ela a muito tempo, mas é como se sempre travasse. Agora sei como Lysandre se sentiu no dia em que fomos ver a Miyuki.

Leigh já visitar, Serena está no primeiro andar fazendo exames, Miyuki liga a cada hora perguntando se está tudo bem, Rosalya não deu sinal de vida depois de ser liberada, e eu apenas choro.

Eu perdi quase tudo que tinha, dá para imaginar a dor que estou sentindo?

Uma leve tontura e enjoou passa pelo meu corpo, mas depois de alguns segundos passa.

Empurro a porta devagar e dou passos curtos até a cama em que Lysandre está sentado tentando desenhar algo no grande bloco com a mão esquerda .

–Você demorou para me visitar... Mas eu entendo porque.

–Sinto muito pelo que aconteceu com você. - Olho para o vazio que devia estar o braço direito do Lysandre, meus olhos ficam marejados de lágrimas novamente. Ele perdeu o membro quando decidiu salvar Andrea, além de ganhar uma enorme cicatriz na lateral direita da cabeça.

–Um artista que perdeu braço... Que patético. - Lys fechou o bloco com força e o depositou na comoda ao lado, sento ao seu lado e seguro sua mão. Ele a apertou fortemente.-A polícia já veio me perguntar se sei a causa do incêndio... Estão suspeitando de Rosalya.

–Mas ela não se feriu também?

–Sim, mas foi ferimentos fraquíssimos. Além do mais, está desaparecida. -Ele suspirou e pegou a câmera pequena preta ao lado e resetou a memória.- A empresa cancelou as cem fotos, parece que todo mundo que conhecemos souberam do acidente.

–Vai embora de volta para Rússia?

–Não, quero ficar mais tempo com você.

–Você é retardado? Acabou de perder um braço por minha causa! Se jamais tivesse vindo, nada disso teria acontecido!

–Exatamente, NADA disso teria acontecido. - Ele sorriu carinhosamente a passou a mão pelos meus cabelos. - Como poderia ter voltado a ter você na minha vida?

–Céus... Você é realmente doido. - Sinto lágrimas descerem pelas minhas bochechas, não eram exatamente apenas de tristeza. Acho que todas as minhas dúvidas se Lysandre realmente me amava foram embora.

–Olha, você está sem uma casa no momento, e eu tenho uma bem grande lá na Rússia, com estufa e tudo mais...

–E...?

–Não estou dizendo que devemos nos casar ou algo assim, mas seria bem legal vocês irem morar comigo lá.

–Está me convidado para morar com você Sr. Lysandre Predovic?

–Bom, sei que passamos por muitas, MUITAS coisas juntos, mas não acha que é a hora de finalmente sermos felizes? Eu queria que fossemos juntos. Na verdade... -Ele se virou para o travesseiro e pegou com um pouco de dificuldade algo em baixo dele. - Porcaria de braço ausente... Aqui está.

Lysandre deposita na minha mão um circulo pequeno de ouro um torto, com uma pedra brilhante em cima.

–Era um anel antes do incêndio... A Miyuki falou que era lindo, e que caso não aceitasse ela iria vir aqui pessoalmente para te dar uma surra.

–Isso aqui é...

Um estrondo na porta forte tirou toda a nossa atenção. Três policiais armados apontaram a arma para nossas cabeças enquanto outro se dirigia até mim.

–Amélia Desire Ivanov, está sendo detida sobre a acusação de incendiar sua própria residencia, homicídio qualificado e doloroso. Tudo que falar pode e será usado contra você no tribunal. - O homem me empurra contra a cama e algema minhas mãos.

Espere... Isso é realmente sério?

–Como assim? Quem estão me acusando de matar? Por que eu botaria fogo na minha própria casa?-Ninguém me responder nada.

Nem mesmo Lysandre.


(...)

–Alguém poderia me explicar o que está acontecendo? Estou sentada aqui a mais de uma hora!

Estou dentro de uma pequena sala, com uma mesa de metal e duas cadeira de cada lado. Acho que é uma daquelas salas de interrogação que sempre vejo em filmes.

A porta se abriu e uma policial com uma pasta sentou na cadeira e fez um sinal para que eu também o fisese.

–Você poderia me explic...

–A modo grosseiro de falar, você está sendo acusada de incendiar sua casa causando a morte da sua irmã, assassinar Rosalya e a enterrar o corpo perto do riacho da floresta.

–E por que iria fazer isso? - Ela abriu a pasta e leu sem emoção alguma.

–Aqui consta que o dinheiro que ganharia do seguro daria para comprar uma duas vezes melhor que aquela. Poderia ter causado o fogo a noite, mas não conseguiu controlar causando a infeliz morte de Ambre, a queimadura quase letal de Andrea e o membro perdido do Sr. Lysandre. - A policial virou a página e anotou algo. - E falando nele, o mesmo mora com você não? Rosalya pode ser muito bem uma ex-namorada, você não deve ter gostado muito dela e por ciúmes a matou.

–Claro que não! Eu sabia sim sobre o seguro da casa, mas eu a adorava tanto que não dei a minima para isso.

–E sobre Rosalya?

–Por favor, Lysandre é casado! Somos apenas amigos! - A porta se abriu e um homem bem vestido de pelo menos quarenta anos se aproximou de mim. Um Advogado ou outro policial?

–Senhorita Amélia, não diga mais nenhuma palavra. Me chamo Hayashi e sou seu advogado. -Ele sorriu gentilmente. -Não me conhece, mas já ouvi muito a seu respeito.

–Você não pode simplesmente entrar e levar a minha acusada!

–Sim se vocês não derem nem ao menos a chance dela se defender.

–Como? Está sendo interrogada agora.

–Apontar uma arma para sua cabeça e a trazer a força para cá? Amélia, venha comigo, temos muita coisa a discutir.

(...)

O movimento na padaria era fraco e mal tinha outras pessoas sentadas nas messas. Hayashi me guiou para a mais afastada de todas e pediu dois cafés simples.

Está tão frio... Em breve vai cair neve. Antes eu ficaria ansiosa e feliz caso acontecesse, mas agora eu acho que nem sei mais se existe um motivo que me deixaria feliz nesse momento.

–Quem é você afinal?

–Sou pai de Miyuki. Acho que ela gosta muito de você, a alguns dias me ligou ameaçando se matar caso eu não te ajudasse nesse caso. Eu não sou exatamente um advogado no momento, trabalho como juiz, mas jamais imaginaria que seria algo tão sério.

–É um prazer em te conhecer Sr. Hayashi. Peço desculpas por tudo isso, deve ter muito mais o que fazer do que ser advogado de uma quase desconhecida.

–Tudo bem, as vezes é bom quebrar a rotina. - Ele abre a mala preta ao seu lado e retirou de dentro uma pasta pesada, como a da policial. - Você se meteu em uma grande encrenca mocinha...

–Eu juro que não fiz nada disso!

–Acho que só devem ter achado suspeito o fato de você não estar lá na hora do incêndio.

–Estava comprando café, tinha acabado de brigar com Lysandre e queria tirar um tempo para pensar. - Ele acenou com a cabeça em sinal de concordância e virou a página. Seus olhos ficaram assutados e pareceu ler várias vezes a mesma coisa.

–Você matou Rosalya...

–Isso é outro mal entendido, eu mal sabia que ela estava morta e...

–Não Amélia, você REALMENTE matou Rosalya! -Ele me entregou a pasta, onde tinha fotos que uma câmera tinha flagrado minhas com uma capa de chuva preta, discutindo com ela, depois outra de mim a empurrando-a e pegando uma pedra. Idêntico ao meu sonho.

–E-e-eu...

–Você parecia ser uma garota tão boa... Como se meteu nessa Amélia? Nada que tenha acontecido justifica você ter tirado outra vida!

–Eu não fiz isso! Jamais mataria uma pessoa! Essa não sou eu, não sou eu, não sou eu...

–É sim, você sabe que é.–Olhei para o vidro da janela ao meu lado. Era novamente o reflexo com um sorriso malicioso.

–Não! Eu sou boazinha! Sou uma menina boa... Meninas boas não fazem isso...- Minhas mãos estão na minha cabeça e lágrimas descem pelo meu rosto. Também tem sangue no meu colo, é da minha boca, estou a mordendo com muita força.

–Você nunca foi uma menina boa, matou Rosalya. Isso foi algo muito bom, ela jamais vai te roubar o Lysandre.

–Minha irmã morreu, meu doce anjo.

–Mas foi você mesma que causou o incêndio, não lembra? Você viu Lys e Rosa conversando na estufa, a gasolina estava próxima e o isqueiro na sua mão.

–É mentira! Eu não fiz isso!

–Na verdade acho que fui mais que fiz do que você... Mas não importa, não é mesmo?

–Você... Você... É um monstro!

–Eu sou você, esqueceu?

Levanto com rapidez e soco com toda força que tinha o vidro gelado. Sangue começou a pingar e todos da rua e da padaria olharam com curiosidade. Minha mão começou a doer muito e os cacos ficaram espalhado por todo o lugar.

–Deus... Precisamos te levar a alguém que possa lhe ajudar, urgentemente. - Falou Hayashi, retirando o celular do bolso e ligando para alguém.


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Notas finais do capítulo

Eu sei o que estão estão pensando. "Lysandre perdeu o braço mais ainda sim ama a Amélia? Ele fumou drogas ou foi você?"

Minhas jovens, supondo que você se apaixonou por uma pessoa e a ama de todo coração e aconteceu um acidente. Você deixaria de amar essa pessoa? Detalhe: Para você, o acidente não teve nada a ver com essa pessoa.

É óbvio que sim, né?



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