Our Secret! escrita por Ponyo, Nemarun


Capítulo 15
Onze anos, Lysandre: Amor


Notas iniciais do capítulo

Talvez vocês terão que ler o capítulo "Onze anos: Ponyo" Novamente para entender uns trechos desse cap. :D

A ficha ainda está valendo povo õ/



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Onze anos, Lysandre: Amor

Amor é uma palavra que tem milhares de variações, mas o significado mais comum é o sentimento que induz a aproximar, a proteger ou a conservar a pessoa pela qual se sente afeição ou .atração; grande afeição ou afinidade forte por outra pessoa.

(...)

Aos onze passamos por mudanças a quais na época eu simplesmente não conseguia entender. Ficava estressado com qualquer coisa, meu corpo estava mudando e crescendo em um nível que eu mesmo fiquei assutado, as garotas mais velhas da escola ficavam sempre acenando para mim, quando passava uma mulher com peitos ou bunda grande eu sempre olhava... Era realmente uma merda.

Você não ficou em um estado muito diferente do meu. Você estava ganhando curvas e suspirava por atores bonitos em filmes, chorava por nada e morria de medo de comer doces para não engordar. Era realmente outra merda.

Mas eu também tenho duas memorias fortes de dois eventos que aconteceu nessa idade: Quando eu percebi que "Amor" é para idiotas e quando tivemos nossa primeira briga. Acho que eu nunca te contei como cheguei a conclusão do primeiro evento, foi uma bobagem mas para mim teve um grande significado.

Era um dia de aula qualquer na primavera, eu tinha acabado de descobrir que minha professora preferida (Que na verdade não era uma professora, e sim a enfermeira da escola) iria embora no dia seguinte da escola, então eu resolvi bolar um plano para ir a enfermaria e me despedir dela. Eu sabia que se esperasse até a hora da saída, teria muitos outros alunos se despedindo dela já que ela era uma pessoa muito querida, também não conseguiria ir escondido até lá, pois a diretoria era em frente.

Então eu te pergunto minha cara Ponyo, como ir a enfermaria escondido? Fácil, pule da escada quando um monitor de corredor passar.

Sim, estou falando sério. Momentos desesperadores pedem medidas desesperadas.

O mais estranho de tudo isso é que o monitor realmente acreditou que eu não tinha pulado de propósito e me mandou imediatamente a enfermaria. Fui até lá com um grande sorriso no rosto, era ótimo saber que eu conseguiria entregar o desenho que fiz dela escondido.

Em direção a sala, olhei para o papel em minhas mãos. Era um desenho meio simples, com vários traços mais sombrios mas que destacavam a beleza dela, Megan era uma mulher muito bonita, a tipica médica sexy de fantasias eróticas de homens depravados.

Seus cabelos loiros destacavam com seus olhos extremamente negros, seu corpo era totalmente "Padrão Brasileiro", com muitas curvas e seios fartos combinando com coxas grossas. As vezes eu tinha pena da Megan, deve ter recebido tantas cantadas fajutas daquela escola que provavelmente ficou com algum trauma, principalmente dos garotos que iam lá fingindo alguma doença apenas para ter um pouco te atenção.

Parece estranho, mas eu nunca consegui olhar para ela com algum tipo de desejo sexual ou algo assim. Era apenas uma grande amiga que se me ouvia sempre depois da aula e que também compartilhava os seus próprios segredos. Eu falava sobre a falta de uma família e ela contava que embora todos pensassem ao contrário, ela tinha muitos problemas com relacionamentos... Parece que todos a viam com apenas um objeto sexual ao algo assim.

Cheguei ao meu destino a antes que pudesse bater na porta, ela se abriu e saiu de dentro meu professor de química, andava praticamente correndo, com as roupas meio largadas e parecia de mal humor. Ignorei a cena esquisita e entrei com de costume, tranquei a porta. já sabia o que ia ter que enfrentar.

Megan estava sentada na cama, chorando em posição fetal. O mais estranho de tudo? É que não era a primeira vez que eu a via assim... Bom, no futuro eu descobri que também não era a ultima, mas não vou falar disso agora.

Sentei no seu lado e ela me abraçou fortemente, chorando ainda mais forte enquanto eu passava as mãos em seus cabelos e aos poucos ela foi se acalmando.

–Ele disse que me amava. - Megan falou ainda com a voz meio tremula- Que iria abandonar a esposa e que ficaria comigo... Mas só queria transar comigo o máximo que podia antes de eu ir embora. Por que isso sempre acontece? Por que eu sempre faço papel de trouxa! E dai que eu era a amante? A esposa nem gostava dele mesmo, vivia o traindo com o irmão... É pedir de mais alguém que goste pelo que eu sou e não pelo meu corpo? Eu não sou uma boneca inflável, também tenho sentimentos!

–Megan, várias pessoas gostam de você sem ser por sua aparência. Vário garotos aqui da escola gostam de você pela gentileza, você é uma ótima pessoa com uma personalidade incrível. Não devia deixar as pessoas te rebaixarem desse jeito.

–Você acha mesmo Lys? -Megan se separou de mim e me fitou com os olhos brilhando e com um sorriso crescendo.

–Claro Megan, você é uma grande amiga e... -Antes que pudesse falar algo, ela me puxou e me beijou. Foi o meu primeiro beijo... Era muito estranho e incrivelmente bom ao mesmo tempo, mas faltava algo...

Não era você.

Megan continuo a me beijar enquanto me empurrava para que ambos ficássemos deitados na cama, ela por cima. Ouvimos o sinal tocar, o que significa que em breve apareceria vários alunos ali, ela interrompeu o beijo e me olhou nos olhos, com uma intensidade que eu nunca tinha visto antes.

–Lysandre, me esculta. O amor é um sentimento ótimo mas apenas quando ambas as pessoas sentem o mesmo... E isso jamais vai acontecer. Parece um conselho estupido, mas tente ignorar esse sentimento ao máximo, ele só te machuca, e eu e você sabemos disso mais do que ninguém. -Ela se levantou e pegou uma caneta e papel em cima da escrivania, anotou um numero e me entregou. -Lys, não estou falando para você se tornar um cara frio e sem sentimentos, apenas quer que você não sofra o que eu sofri. Você é uma pessoa muito especial na minha vida e não quero que se machuque... Esse é o meu número, quando completar o ensino médio ou a faculdade, me ligue. Vou adorar te ver de novo... É melhor você ir agora.

Guardei o bilhete no meu bolso e fui em direção a porta, mas antes que eu abrisse Megan me impediu segurando em meu ombro.

–Antes que eu me esqueça, foi mal pelo beijo. Mas eu sei que é o seu primeiro e fiquei com medo de você me esquecer... Acho que agora querendo ou não você vai ter que se lembrar de mim. -Ela piscou olho e voltou a sentar na cadeira. Foi em direção a ela e deixei o desenho em cima da escrivania. - Lys, isso é...

Eu nunca soube o que ela disse, pois eu corri o mais rápido possível daquela sala. Naquele dia eu pensei muito no que ela disse. Foi quando eu percebi que

Megan tinha razão.

Prometi a mim mesmo que nunca mais amaria alguém novamente.

(...)

Esse ano também tivemos nossa primeira briga "Pra valer", ficamos meses sem nos falar. Acho que você deve lembrar bem do que acontecer Ponyo, você falou que queria ter seu primeiro beijo embaixo da árvore de Ipé, eu falei que era idiotice e que amor era para idiotas.

Depois eu falei coisas que não deveria e você me deu o tapa mais forte que eu já tinha recebido na minha vida. Só voltamos a nos falar no natal e depois no réveillon, quando eu comecei a separar as fotos de um álbum velho meu e você resolveu me ajudar. Fizemos uma promessa tola de que sempre seriamos amigos, mesmo que brigássemos e fizéssemos merda.

Eu não queria demostrar, mas estava feliz pra cacete. Eu senti muito a sua falta nos dias em que ficamos brigados, era muito estranho mas você era a minha dependência Ponyo. Simplesmente não dava para viver sem você, até as minimas coisas não faziam mais sentindo se não tinha você ao meu lado.

Depois daquilo simplesmente voltamos a nos falar como se nada nunca tivesse acontecido. O que foi ótimo. Mas... Tem um terceiro evento nesse ano que nunca vou conseguir tirar da memória, um segredo que eu nunca te contei Amélia e que provavelmente vai fazer com que você fique com vontade de arrancar meu pênis fora.

Três dias depois que voltamos a nos falar, eu estava deitado do se lado na sua cama e você já tinha dormido. Por algum motivo eu simplesmente não consegui tirar da cabeça aquela coisa do seu primeiro beijo, ficava martelando na minha cabeça e eu já tinha tentado de tudo para esquecer, mas era em vão.

Eu imaginava que assim como eu, você teria que dar seu primeiro beijo em algum momento, o que me deixava simplesmente furioso. Na minha mente, o seu beijo tinha que ser comigo por alguma razão que eu não sei.

Mas, você queria ter seu primeiro beijo com um príncipe encantado, e eu era bem longe de ser isso. Então, como eu iria conseguir te arrancar um beijo sem você reclamar? A resposta era fácil.

Eu me virei e vi você em um profundo sono, sorrindo um pouco por um provável sonho bom. Eu me aproximei e te beijei de leve.

É, isso mesmo. Eu roubei seu primeiro beijo enquanto você estava dormindo, seu um canalha.

Mas, eu tenho que admitir... Foi o melhor beijo que eu já tive. Parece mentira, mas foi a primeira vez que eu te beijei, A PRIMEIRA. Tinha sido totalmente estranho, mas o "Melhor" estranho da minha vida. Seus lábios eram tão macios e carnudos, se eu pudesse, teria te beijado durante horas naquele dia, mas você ainda estava dormindo e provavelmente não gostaria de acordar daquele jeito.

Depois disso, eu voltei a deitar e consegui dormir.

.

.

.


Eu estava acordada Lys.


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Notas finais do capítulo

E sim, foi a Ponyo que escreveu a última frase! :D

MUITO OBRIGADA AS REVIEWS! Serio, obrigada mesmo