Our Secret! escrita por Ponyo, Nemarun


Capítulo 1
Oito anos, Ponyo - Vizinhos de quarto


Notas iniciais do capítulo

[REPOST] Fico feliz em dizer que reescrevi a Fic, mudando alguns acontecimentos importantes e coisas que eu realmente não sei por que escrevi.



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Our Secret!

Ponyo olhou novamente para a caixa pesada que acabou de receber. Era estranho ganhar um presente tão misterioso e grande no lugar onde estava, não conseguia lembrar de ninguém que conseguiu algo assim. Se sentia feliz por finalmente algo quebrar a monotonia que era a sua rotina.

Sentou-se na cama e rasgou de qualquer jeito a embalagem. Conter a ansiedade nunca foi seu forte. Se surpreendeu ao ver vinte diários antigos bem conservados, o mais incrível é que foi ela mesma tinha escrito quando era uma criança. Resolveu ler ele pois nem se recordava mais que tinha neles.

Aconchegou-se na cama e abriu. Lá no fundo sabia que em breve iria se perder em memórias.

(...)

Oito Anos. - Vizinhos de quarto.

20/02

Querido diário.

Acordei com entusiasmo naquele dia, finalmente iria ver minha casa nova. Mamãe me prometera que teria meu próprio quarto e não teria mais que dividir com meu irmão, também me falara que a casa era bem grande, com direito a um quintal e um pequeno parque ao lado. Como ela é antiga, pode ter alguma passagem secreta... Claro que eu iria descobrir todas!

Minha família é um tanto quanto grande, tendo seis membros, que em ordem cronológica são: Meu pai, minha mãe, eu, meu irmão e minhas duas irmãs mais novas Ambre e Andrea. Gosto muito deles embora as vezes nos desentendemos, somos bem unidos.

A história da minha família até parece um conto de fadas. Tudo começou com minha mãe Marie. Ela nasceu na França e teve uma infância muito boa, meus avós eram donos de uma bem sucedida livraria e puderam cria-la com todos luxos que ela tinha direito. Aos completar dezoito tinha virado uma verdadeira dama e ganhou de presente dos meus avós uma viagem com tudo pago para o Brasil... Foi nessa viagem que tudo mudou.

Ela sempre foi uma mulher bonita, com seu longo cabelo castanho e seus olhos castanhos amendoados, que até dava para confundir com dourado. Essa beleza lhe tinha arrumado vários pretendentes, ricos e de beleza exuberante, mas ela acabara se apaixonando por meu pai, um simples estrangeiro com um trabalho e sem dinheiro, trabalhando de bibliotecário. Meu pai até hoje me fala que nunca entendeu como minha mãe tinha se apaixonado por ele, mas ficava feliz por isso ter acontecido.

Meu pai Ivan nasceu na Rússia, mas tinha se mudado para o Brasil quando completou doze anos por causa de meu avô, que tinha herdado uma pequena chácara em Minas de seu falecido irmão. Ele tem cabelos loiros e olhos azuis, uma beleza um tanto incomum aqui no Brasil, que lhe tinha dado também algumas pretendentes.

A história depois disso todos já sabem. Minha mãe foi a biblioteca onde ele trabalhava e o tempo parou, ambos se apaixonaram, a família de minha mãe não aceitara, viveram um amor proibido, fugiram para São Paulo, se casaram em um pequeno fundo de quintal, tiveram inesperadamente gêmeos, o que os fizeram ter várias dificuldades financeiras, e acabou resultando no que é hoje, meu pai trabalhando numa grande editora e produtora de livro e minha mãe com sua grande padaria.

Quando descemos do caminhão de mudanças, tive que admitir, a casa era realmente grande, com um quintal gigantesco que fazia parte de uma pequena floresta. Minha mãe falou para mim e meus irmãos escolhermos um quarto de nosso agrado no segundo andar, devo mencionar que eu e meus irmãos corremos como loucos para ver quem ficava com o melhor quarto? O que resultou em minha irmã Ambre de três anos e meio caindo da escada, e fazendo que no final, os quartos fossem sorteados. Nathaniel, meu irmão gêmeo, ficou com o do lado esquerdo, de frente a da minha irmã, e o meu ficara no final do corredor, do primeiro andar, Nathaniel, para me irritar, falara que tinha ficado com o menor quarto (o que era verdade), e que tinha monstros no armário... (Nath idiota) Não que eu esteja com medo, mas vou dormir com meus pais essa noite...


(N/T: Toda vez que a narração do diário acaba, é como se tivéssemos entrando na lembrança da Ponyo... Pode de dizer que entramos na cabeça de Ponyo adulta, quando ela começa a lembrar das coisas.)

Olho para o piso de madeira admirando o meu reflexo torto. Acho engraçada que enquanto sorrio, minha imagem me encara séria e sem vida.

Embora seja grande a casa, ela é muito acolhedora. Ela é toda mobiliada para que nos sentíssemos confortáveis. Corro para meu quarto arrumar minhas coisas no armário, ele é bem grande, como sou uma criança animada resolvi entrar nele, pois já estava bolando um esconderijo para futuras brincadeiras, cabia duas de mim perfeitamente naquele armário. Quando eu fechei a porta para que ficasse escuro, percebo que tinha um pequeno feixe de luz vindo da direção da parede do guarda-roupa. Aquilo não era uma parede, era uma pequena porta de correr.

Empurro ela até o final e dei de cara com outra, só que era branca e vinha luz de dentro dela. Quando ia tocar nela, a porta se abriu rapidamente e uma luz forte vei em meus olhos.

–Eu morri? - falei fechando meus olhos e tentando fazer com que eles parassem de lagrimejar. Ouvi um riso em resposta.

Abri meus olhos e percebi que estava dendo de um closet todo branco com várias roupas masculinas. Mas também havia um garotinho um pouco mais baixo do que eu, com cabelos médios pretos e olhos bicolores, um verde esmeralda e outro quase tão dourado quanto os meus.

–Puxa, - ele me disse - você encontrou rápido a passagem.

–Passagem?

–Sim, a passagem que liga as duas casas. A muito tempo ela era apenas uma, mas foi dividida ao meio... Acho que só não contaram com uma pequena passagem secreta que ainda ligavam ambas... Meu nome é Lysandre, prazer.

–"Les" o que?

–Lysandre.

–Saúde. -Ele apenas revirou os olhos e foi em direção ao quarto.

Eu o segui e percebi uma coisa bem importante... Ele tinha uma bola de basquete. Sabe o que significa? Que ele gosta de brincar ou seja, não vou ter que ficar esperando o Nath para brincar, espero que ele morra de inveja.

Oh, o quarto dele é bem maior que o meu.

Era bem bonito até, era todo branco com uma parede verde clara e uma cama de casal tinha brinquedos como carinhos, bonecos, etc. Mamãe tinha dito que eram nossos vizinhos uma família de três pessoas, quatro, contanto que a mulher estava gravida, mamãe também disse que eram da minha idade um dos filhos do senhor, provavelmente deve ser esse Lyse alguma coisa.

Fiquei xeretando o quarto, tinha um cheirinho bom, me lembrava hortelã, adoro hortelã...

–Olha, eu não te aconselho a ficar muito tempo aqui, seus pais podem ficar preocupados. Me encontra daqui uma hora lá fora, tudo bem?

Acenei com a cabeça e sai correndo para meu quarto.

(...)

–Então você também veio da Rússia, como o meu pai? -Disse jogando a bola de basquete para o garoto. Estávamos apenas jogando a bola de um lado para o outro, queremos nos concentrar mais em saber um sobre o outro.

–Sim, faz uns... Oito meses que sai de lá.

–É por isso que você fala engraçado e tem um nome esquisito?

–Eu não falo engraçado, é um sotaque. Mamãe disse que vou ter que esperar pelo menos dois anos para perder ele. Eu vim para o Brasil por que minha mãe não estava mais conseguindo ficar lá.

–E seu pai?

–E-eu não sei... Faz tempo que eu não vejo ele. Eu vivo com minha mãe, meu irmão mais velho e minha irmãzinha, que falta pouco para nascer. Hei, você sabe que amanhã vai ser seu primeiro dia de aula, né?

–Estou com um pouco de medo... você pode ficar comigo amanhã na escola? Só até eu me acostumar... -Lys se virou para mim e sorriu.

–Claro, sempre que precisar.

(...)

01/03
Querido Diário

Sabe o garoto esquisito/com cheiro de hortelã? Ele se chama Lyçandre ou Lessandro talvez Lezindo? Apenas sei que é um nome muito estranho e confuso, então daqui para frente, o chamarei de apenas Lys. Ele é bem educado, mas um pouco estranho, passamos mais de uma semana brincando juntos, ele sabe umas brincadeiras bem legais. Minha mãe ficou feliz quando soube que já tínhamos arranjado amiguinhos, o Nath arranjou um tal de Castiel como amigo, Ambre uma garota muito fofa e baixinha chamada Violeta, ou Vanessa, alguma coisa assim... Acho que eu realmente sou péssima em decorar nomes.

Minha mãe matriculou eu e Nath para um lugar chamado “Colégio Central de Athena”, (Tudo nesse lugar tem nome esquisito!) É uma escola gigante, sério, maior que um shopping, ela é a única escola da região, ela vai da 1º serie do ensino fundamental, a 3º ano do ensino médio, ou seja, praticamente iremos viver mais nela do que na nossa própria casa. Tenho que ir, Lys me chamou para brincar!


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