Na Melodia do Amor escrita por J R Mamede
Fiquei esperando Ken e Alexy ao lado de fora da escola, ansiando que eles aparecessem logo, pois temia que Castiel viesse atrás de mim.
Os meus pedidos foram atendidos: logo em seguida os dois apareceram, confusos por eu não estar no pátio, local em que eles haviam me deixado.
– Por que você está aqui fora, Chiara? – perguntou o meu amigo Ken.
– Achei melhor. –respondi. – Lá dentro só havia más companhias.
Os dois ficaram sem entender, mas não tocaram mais no assunto.
– Então? – falou Alexy animadamente. – Vamos?
Seguimos, os três, o rumo que o dia nos reservava.
***
Após nos despedirmos de Ken, Alexy e eu fomos passear no shopping.
Ele queria muito ir às lojas de roupas, pois, segundo o meu amigo, seu guarda-roupa estava praticamente vazio.
– Vamos aquela loja ali. – apontou ele para uma vitrine colorida e bem chamativa, com roupas exóticas da moda. – Eu amo aquele local.
Não deu tempo de respondê-lo, já que Alexy pegou a minha mãe e me arrastou para o lugar desejado.
A loja, sem dúvida, era muito bem organizada e possuía ótimas peças. Mesmo eu, uma garota que não é tão ligada a esses assuntos de moda, fiquei encantada com as roupas: lindas calças; vestidos deslumbrantes; calçados modernos.
– O que aconteceu? – perguntou Alexy para mim, prestando a atenção em dois modelos de casacos que ele segurava um em cada mão, avaliando qual era melhor.
– Como assim? – inquiri confusa.
– Você estava estranha durante o caminho. – falou. – Ken e eu te deixamos no pátio por alguns minutos e, quando voltamos, você estava nos esperando na rua com uma cara... Nossa! Só por Deus!
– Ambre veio me perturbar de novo.
Alexy parou de olhar as peças que estavam em suas mãos para me encarar. Fitou-me com determinação, tentando me examinar.
– Não foi só isso, não é? – disse, por fim.
Eu não queria falar sobre Castiel. Esse garoto me deixava nervosa e, só o simples pronunciar de seu nome, era como se eu estivesse invocando o demônio para perto de mim.
Alexy percebeu que eu estava pensando muito, deduzindo que eu não queria falar. Entretanto, meu amigo é curioso de mais, não permitindo que eu deixasse algo escapar.
Com a insistência de Alexy, relatei o ocorrido no pátio com Ambre e sua amigas, e também falei sobre o Castiel. Contei-lhe também da cena do quase beijo que o ruivo elaborara, e o quanto eu fiquei nervosa com aquilo.
Ao terminar minha narrativa, Alexy disse simplesmente:
– Ele está a fim de você.
– O que? – perguntei com espanto. – Será que você escutou o que eu disse? Ele gosta de me perturbar; sente prazer em me ver humilhada e envergonhada.
– Como você é lerdinha, Chiara. – falou Alexy, escolhendo outra peça de roupa para avaliar. – Ele gosta de você e só está fazendo um joguinho.
Fiquei sem entender e, ao perceber isso, Alexy explicou:
– Sim, um joguinho, minha cara. – colocou as roupas de volta aos seus devidos lugares para conversar comigo olho a olho. – Ele gosta de torturar a sua vítima para chamar a sua atenção. Ele se faz de desinteressado, faz piadinhas e ri das suas desgraças, pelo simples fato de gostar de você e tentar conquistá-la.
–Não faz sentido. – olhei-o confusa.
– Os homens não fazem sentido, minha querida. – afirmou Alexy. – Vai por mim! Ele está gamadinho por você e encontrou essa alternativa para flertar contigo.
Não acreditava naquela teoria maluca do meu amigo. Castiel não gostava de mim e, provavelmente, de ninguém. Ele não é o típico cara que se apaixona, que namora e vai ao cinema com a sua parceira. Para mim, Castiel é um garoto que só sai com as meninas para se divertir por um dia, dando-lhes adeus em seguida.
– Alexy, - continuei. - Castiel não é desses caras que ficam a fim de alguém. Vai por mim.
– Você já namorou, Chiara? – disparou ele. – Pelo menos já beijou um garoto?
Fiz-lhe uma careta, fazendo-lhe rir.
– Pergunto isso, porque você é tão ingênua; tão bobinha.
Outra careta foi feita para Alexy, mas dessa vez, nós dois rimos.
– Vamos, sua bobinha. – disse meu amigo dos cabelos azuis. – Vista este vestido para conquistar de vez o Castiel.
Ele me mostrou um lindo vestido azul, deixando-me impressionada pelo seu bom gosto.
– Posso vestir, mas levá-lo é outro assunto.
– Vai levá-lo sim. – afirmou. –Darei de presente a você. Se não conquistar o Castiel, com certeza conquistará o coraçãozinho de outro gatinho.
Achei estranho Alexy falar daquele jeito, referindo-se a outros meninos de forma tão feminina. Entretanto, não liguei muito para isso, já que o meu amigo tem uma personalidade animada e piadista.
– Não quero conquistar Castiel nenhum. – garanti. – Ele que fique bem longe de mim.
– Sei... – sorriu maliciosamente Alexy. – Bem, se não for para ele, que seja para outro garoto, então. Experimenta o vestido... Se ficar bom em você, leva-o, assim, nós dois sairemos um dia desses, para paquerar uns rapazes. Aliás... – sussurrou o meu amigo, virando-se para trás e voltando-se para mim de novo. – Já estou de olho naquele gatinho ali. – apontou para um garoto moreno que fazia compras na loja.
– Alexy! – exclamei. – Você é gay?
– Nossa, Chiara! – debochou o rapaz. – Você é realmente lerdinha, hein! Não é a toa que não percebeu que o Cast está a fim de você.
– Nunca suspeitei... – articulei bobamente.
– Não estou falando? – riu. – Você é muito ingênua, Chiara.
Alexy me deu um abraço carinhoso, rindo sem parar de mim.
Por fim, fui experimentar o vestido azul escolhido pelo meu amigo gay.
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