Depois das confusões, dos problemas e um tempo com Matt eu resolvi deixar de lado o que aconteceu entre mim e Dylan, cheguei à conclusão de que ele é tão retardado que não se importaria comigo se eu estivesse mal, então decidi fingir que ele não existia e seguir minha vida.

Isso consistia em ignorá-lo, não vou deixar que um idiota como ele fique no meu caminho para me fazer sofrer, é, poder feminino!

Tenho que me arrumar, como combinado vou jantar na casa daquela meiga senhora que me ajudou quando cheguei na cidade.

Entrei no meu quarto, abracei o urso dourado, aquele Matt...não sei o que faria sem ele... vou em direção ao guarda-roupas (porque aqui é muito pequeno para um closet) e fico fitando O vestido, realmente quando o vi pela primeira vez me senti atraída, parece até que ele queria que eu o escolhesse.

Nem cheguei a prova-lo, e agora? E se não entrar em mim? E se eu não ficar bonita? Eu não sei fazer a maquiagem! E o meu cabelo?

Fiquei apavorada andando de um lado para o outro com o convite refinado que havia recebido dias atrás.

– E agora, quem irá me defender?

– Eu! O Chapolin Colorado! – diz matt em cima da cama fazendo uma pose heroica, ri, ele não tem jeito mesmo.

– Chapolin! Salve-me – digo mostrando o convite e apertando o vestido em minhas mãos.

– Não se preocupe, vou te transformar na diva que suas inimigas querem copiar!

– E você não tem ideia do quanto isso foi gay.

– Que foi? Eu sou mesmo poderosa – diz ele fazendo biquinho, pronto agora parecemos dois retardados rolando na cama um rindo da cara do outro.

–-------------------------------------Quebra de tempo------------------------------------

– Kat sai desse banheiro!

– Não! Eu vou ficar aqui até meus pés criarem raízes e eu virar uma árvore!

– Anda logo, temos que retirar o seu creme facial.

Matt me fez colocar uma máscara verde na cara e me enfiou no banheiro, mas depois que passei pelo vapor da água morna a minha pele enrugou e meu rosto ficou mais estranho que caramujo menstruado (ps: não me perguntem se caramujos menstruam, eu só estava arrumando uma comparação).

Ele começou a bater na porta com tanta força que eu tive medo de que houvesse um terremoto no Iraque que resolvi abrir a porta (?).

– Kami-sama! Kat, o seu rosto ta parecendo com o de um caramujo menstruado (não disse?).

– Ta ta, vamos logo com isso! Além de eu perder um dia de aula (que não é tão mal assim...) o motorista que vem me pegar chega em quase quatro horas.

– Você é muito ansiosa, relaxa que vai dar tempo.

–-----------------------Três horas e dez minutos depois...---------------------------

– “você é muito ansiosa” você diz “relaxa que vai dar tempo” diz você, MATTEW FALTAM SÓ CINQUENTA MINUTOS, VOCÊ POR ACASO SABE O QUE É CINQUENTA!?

– Tá, dessa vez eu admito que errei, mas fora isso o resultado valeu a pena, agora só faltam os toques finais.

É verdade, Matt se esforçou muito me ajudando, acho que melhor não podia ficar... o vestido serviu perfeitamente (um pouco justo demais na cintura na minha opinião), meu cabelo estava em um coque e algumas mechas caíam no lado esquerdo da minha cabeça como se fossem camadas de um bolo, ele não exagerou na maquiagem, algo leve e também não coloquei nenhum adereço a mais fora o colar.

– Pronto acabei, você está perfeita, que orgulho! Eles crescem tão rápido...

– Matt, nós temos a mesma idade.

– Não estraga, o momento.

Recebi um recado da portaria dizendo que o motorista havia chegado, não vejo a hora de sair logo daqui.

Quando pus meus pés fora daquela prisão (ops, manicômio) simplesmente uma limusine prateada me esperava, meu queixo quase caiu, se aquela velhinha não for parente de Bill Gates eu não sei quem ela é.

Entrei no veículo e observei o motorista dar a partida, ele estava indo a mais ou menos 40 km/h, andamos por quase meia hora então demorou só 20 km, ai não! Eu te odeio física, parece que quer tomar conta do meu corpo! Sai pra lá.

Se quando vi a limusine quase desmaiei imagine quando avistei a mansão (lê-se castelo), primeiramente achei que o Joseph havia errado de endereço, mas no momento que avistei Verônica descendo a longa escadaria tive certeza de que iria desmaiar.

– Olá minha querida! Nossa, quando nos vimos pela primeira vez você já era bonita, mas agora... parece um anjo! Venha pode entrar.

Eu fui liberta de meus pensamentos e adentrei no local, tudo era enorme e muito espaçoso, no teto haviam lustres de cristal e no chão um carpete aveludado cor vinho.

Nos encontramos com Pedro seu esposo e começamos a pôr a conversa em dia, eu falava de como andavam as coisas no internato, a Verônica falava do seu envolvimento com vários restaurantes gastronômicos e o Pedro de como era ter a minha idade no seu tempo.

Conversamos a tarde toda, então de repente veio uma chuva muito forte.

– Ho, minha querida, parece que você vai ter que ficar conosco até essa chuva melhorar, se importa?

– Não de jeito nenhum, ainda não está nem na hora do jantar.

– Senhora Verônica recebemos uma ligação a relembrando de seu compromisso esta noite – falou um empregado.

– É mesmo, como pude me esquecer! Mas a Kateryni não vai ter para onde ir.

– Tudo bem, eu posso voltar para casa só.

– Não, o internato fica muito longe, então eu tomei uma decisão, como a senhorita Milly, que me convidou, não mora a mais de cinco quilômetros daqui podemos jantar lá, e depois te levo para casa.

Acabei aceitando, fazer o quê.

Olha, não sei o que tem na cabeça desse povo rico, só sabe construir casa grande, essa dona Milly é uma dessas, sabe aqueles castelos medievais construídos para reforçar a segurança? A “casa” dela faz inveja pra esses “castelinhos de areia”, psé.

– Venham, podem entrar.

A sala de jantar era cinco vezes o tamanho da escola, fora a mesa (acho que caberiam umas 70 pessoas todas enfileiradas).

Me sentei em um canto qualquer e logo vi os garçons trazerem tantos pratos diferentes que eu acredito darem para alimentar metade da população da África, é.

Me servi com um pouquinho daqui e dali, pouco tempo depois minha barriga começou a doer, pedi licença e fui ao banheiro, agora um conselho: Quando você for na casa de alguém rico nunca peça para ir ao banheiro.

Motivos:

1-Para você encontrar um banheiro já tem rodado metade da casa e eles geralmente ficam depois de um monte de escadas.

2-Quando você entra em um percebe que tudo ou é em ouro ou diamante, dá pena fazer as necessidades em uma privada de ouro!

3-Você não encontra nada do que precisa, tem muitos armários e gavetas.

4-É tão grande que você pode se perder, tô falando sério, esse lugar é o dobro do meu quarto (ou do dormitório todo).

O negoço tá grave!

Depois de bravamente desbravar (?) consegui sair viva (!? WFT?!).

Eu estava esperando minhas mãos secarem (não me perguntem o que eu fui fazer no banheiro, ta?) quando senti dois braços em volta do meu pescoço, me virei rapidamente e vi um cara, sei lá, meio coisado.

– Quem é você? – perguntei por impulço.

– Você veio com a senhora de cabelos grisalhos?

Assenti, o que esse cara está tramando.

– então você será perfeita! - (do que ele está falando?) – veja essa oportunidade, você, eu, acho que essa seria a melhor oportunidade para juntar nossos clãs.

– Como assim? Do que você tá falando?

– Não venha se fazer de inocente! Se não sabe então por que veio para essa reunião, me engana que eu gosto.

– Rodrigo! – ouço uma voz atrás de mim – saia daqui agora – a voz era séria e grossa, me arrepiei.

Quando virei, dei de cara com quem menos esperava encontrar.

– Oi Dylan.

– Katery, o que você está fazendo aqui? – ele fala sério, me arrepiei.

– A dona Verônica me convidou para jantar aqui.

– Só isso? Nada mais?

– Como assim? E que negócio é esse de clã?

– Isso não é da sua conta, e se possível saia daqui o mais rápido possível.

Voltei para a sala de jantar, eles estavam servindo a sobremesa, era Petit Gateou (não sei se escreve assim), como esse povo consegue comer sobremesa depois daquela feira? Ricos.

Antes que eu pudesse dar uma garfada generosa no bolinho a senhora dona da casa fez uma pausa e nos chamou a atenção.

– Bom pessoal, eu queria agradecer a presença de hoje, com certeza foi bem proveitosa – (eu devo ter perdido enquanto procurava o banheiro) – para finalizar eu gostaria de lhes apresentar o meu filho, o nosso sucessor, Dylan.

Quando ouvi esse nome congelei, o vi descer a escadaria, parecia um tanto entediado, esse realmente era o pior momento para me encontrar com ele.

–----------------------------Quebra de tempo---------------------------------------------

Bom, tudo fica bem quando acaba bem, ignorei Dylan e saí de lá sem matar ninguém, acho que temos um avanço.

Vou descansar, muita coisa aconteceu hoje.

NARRAÇÃO DA AUTORA

AUTORA: E O CAPÍTULO ACABA, BOM OBRIGADA A TODOS...Não espera! Algo está acontecendo no vestiário feminino, parecem ser duas pessoas, está muito escuro, mas há uma silhueta feminina e outra masculina.

Mulher: Bom, então é este o plano, a partir de amanhã você vai ficar próximo daquela Kate-porca e vai virar amiguinho dela.

Homem: É melhor que esse seu planinho dê certo, já vou avisando que não estou com a mínima vontade de ficar perto dela.

Mulher: Eu sei que você não a conhece, mas pelo menos uma vez na vida faça algo que preste, ou...

Homem: Ou...?

Mulher: Ou todos saberão a sua verdadeira identidade.

Homem: Golpe baixo!

Mulher: hahahahaah!