O Médico e o Monstro - Johnlock escrita por Charlotte


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Finalmente consegui responder os reviews, yey! Um beijo para Bia e Rafandroid. Já sete acompanhamentos, muito obrigada gente! Beijos e boa leitura :)



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Sally Donovan estava atordoada. Os olhos do homem cuja bengala ela derrubou na corrida com Lestrade a encararam de uma forma tão intensa, que naquele exato momento, tinha certeza de quem ele era: John Watson, amigo do Esquisito.

Anderson o conhecia, Lestrade o conhecia, Molly o conhecia... Toda a equipe de Lestrade sabia quem era o maluco que acompanhava Sherlock Holmes nos casos em que a polícia não conseguia resolver. Mas então por que ninguém o reconhecia?

Como era possível? Ninguém sequer demonstrava saber quem ele é. E ele, por que não estava com Sherlock? Será que finalmente decidira lhe ouvir?

–- Lestrade... – o homem olhou para trás. – Aquele cara de bengala que estava no corredor... Você não se lembra dele?

O detetive inspetor a encarou, confuso.

–- Não. Por que deveria?

–- Ele andava com Sherlock.

–- Ele nunca andou com Sherlock. Ninguém nunca andou com Sherlock. Donovan, o que está acontecendo, você bebeu ou o que?

–- Eu... acho que foi o meu remédio... Eu troquei, sabe... – ela inventou. – Acho que Anderson está me chamando.

Donovan saiu o mais rápido possível da salinha onde os dois estavam, e respirou fundo. Alguma coisa extremamente errada estava acontecendo. Vendo que precisava tomar um ar, saiu apressada pelos corredores. Até trombar em alguém.

Era John.

–- Você...

–- Desculpe, eu... eu só estava...

–- John?

O médico a encarou, completamente atônito.

–- De onde você me conhece?

–- Das cenas de crime! John, sou eu, Donovan! Sally Donovan! Não se lembra?

–- Que cenas de crime? Sally Donovan... Você!

–- Sim! Você ia com Sherlock nas cenas de crime! O que houve?

–- Como é que é? Você existe?

–- Como assim, “você existe”?

–- Você fazia parte do meu sonho. Se você é real, Sherlock Holmes também é.

–- Sonho? Do que você está falando?

John suspirou.

–- Ok, você pode me achar um maníaco completamente insano, e eu não vou te julgar se você me prender. Enfim. Eu sou John Watson, cheguei a Londres há uma semana e pouco, vindo do Afeganistão. Nesse meio tempo, tenho tido sonhos muito estranhos, onde eu acompanhava um cara chamado Sherlock Holmes nas investigações criminais que ele fazia a pedido da polícia. E... Tinham muitas pessoas envolvidas. Você era uma delas.

–- Você também... Ótimo, você não pode estar tão louco assim, porque há uns dois dias, eu sonho com você e Sherlock. Mas eu nunca vou admitir isso para ele...

–- Espera, você o conhece mesmo?

–- Como não conhecer Sherlock Holmes? Ele vive aparecendo nas cenas dos crimes e dando pitaco na nossa investigação! Como se pudesse fazer melhor... – Donovan suspirou, revirando os olhos. – E pode.

–- E com o que exatamente você vem sonhando?

–- São sonhos curtos... Só me vejo em cenas de crime, e vocês dois conversando.

John refletiu. Não estava louco afinal. Ou talvez estivesse, e Donovan estivesse ainda mais.

Belo jeito de se conhecer alguém, pensou.

–- E ele vive em algum lugar? Tipo, um pub, sei lá.

Donovan riu.

–- Aquele esquisito, num pub... Ha! Não, John, ele só sai quando realmente precisa. Procure por ele nesse endereço... – Donovan pegou um bloquinho do bolso, e começou a rabiscar um endereço. Destacou a folhinha e entregou para John. – Aqui.

–- Baker Street, 221B... – a cabeça de John revirou. Conhecia aquele endereço de algum lugar. – Certo... Não sei por que está me ajudando... em meu sonho, você vivia falando para eu me afastar dele.

Donovan riu pelo nariz.

–- Mantenho minha palavra. Você sabe por que ele está aqui? Ele não é pago nem nada. Ele gosta disso. Ele se afunda. Quanto mais bizarro o crime, mais ele se afunda. E você sabe por que? Um dia, apenas descobrir não vai ser suficiente. Um dia nós vamos estar em frente à um corpo que Sherlock Holmes terá posto lá.

–- Por que ele faria isso?

–-Porque ele é um psicopata, e psicopatas ficam entediados. Aceite o conselho: fique longe de Sherlock Holmes.

Déjá vu. Donovan disse exatamente as mesmas palavras que no sonho.

–- Então por que me deu o endereço dele?

–- Eu não sei. Eu realmente não sei. Parece importante.

Terceira vez que alguém falava que sua menção acidental à Sherlock “parecia importante”.

Donovan pigarreou.

–- Bem, eu tenho que voltar... Lestrade vai sentir minha falta.

–- Greg?

–- Como sabe o nome dele... – Donovan disse, mas hesitou. – Claro, o sonho.

John assentiu.

–- Bem... Você sabe onde eu pego um táxi daqui?

–- Tente na rua principal.

–- Ok. Obrigado. Até logo... – John se virou, indo em direção à porta, mas Donovan o parou.

–- John, aqui tem mais um número. Ela trabalha aqui, e Sherlock vive no necrotério. Eles se falam bastante. O nome dela é Molly Hooper. Você pode conseguir alguma coisa a mais. E não me pergunte por que eu estou te ajudando, porque eu também não sei.

–- Certo. Obrigado, Sally.

–-Por nada. Até logo. – ela disse, durante a corrida, virou o corredor à esquerda e desapareceu.

–- Molly Hooper... – John murmurou, enquanto lia o papel com caligrafia desleixada de Donovan.

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Caminhando até a tal rua principal indicada por Donovan, milhares de coisas passavam pela cabeça de John.

Por que afinal todos achavam tão importante? Por que todos (alguns que até não gostavam muito de Sherlock no sonho) queriam tanto que ele se encontrasse com o detetive?

O pensamento em Sherlock fez seu coração dar um pulo. Afinal, não era coisa de sua cabeça. Ele existia realmente. Carne, osso e genialidade.

Passando pela multidão de pessoas na rua principal, um dos telefones públicos começou a tocar. John parou, encarando a cabine, e quando um homem entrou para atende-lo, parou de tocar.

Dando de ombros, continuou caminhando até encontrar um táxi, que não vinha.

Mais uma cabine tocou ao seu lado.

Intrigado, John resolveu atender.

–- Alô?

–- Há uma câmera de segurança do edifício à sua esquerda. Você vê isso? – uma voz masculina sonoloenta respondeu.

–- Quem é? Quem está falando? – John perguntou, preocupado.

–- Você vê a câmera, Dr. Watson?

–- Sim, eu vejo.

A câmera se reposicionou.

–- Há outra câmera no edifício em frente de você. Você vê isso? – a segunda câmera se reposiciona, apontando para o mesmo ponto que a primeira. - E, finalmente, no topo do edifício à sua direita. – a terceira câmera, por fim, aponta para a direção das outras duas.

John arquejou.

–- Como você está fazendo isso?

Um carro preto parou do lado de fora da cabina, e a porta se abriu. John sentiu o suor escorrer pela testa.

–- Entre no carro, o Dr. Watson. Gostaria de fazer algum tipo de ameaça, mas eu tenho certeza que sua situação é bastante clara para você.

Completamente sem ação, John entrou no carro preto.


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Notas finais do capítulo

Muitas "quotes" espalhadas pelo capítulo...
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