A Senhora de Nárnia escrita por Madame Baggio


Capítulo 6
Capítulo 05


Notas iniciais do capítulo

E vamos que vamos, porque a jornada é looooonga!

Obrigada pelos comentários que eu recebi sobre o último capítulo.

Quanto a relação Susan/Boromir... Não vou dizer nada por ora. Vou deixar vocês tecerem as próprias teorias no momento.



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As muralhas de Moria nada mais eram do que um paredão cinza. Porém o tamanho dele era, de fato, impressionante.

–As portas dos anões são invisíveis quando fechadas. –Gimli estava falando, batendo seu machado contra as pedras, provavelmente em busca da tal porta.

–Sim, Gimli. Seus próprios mestres não conseguem encontra-las se seu segredo for esquecido. –Gandalf completou.

–Por que isso não me surpreende? –Legolas cutucou, fazendo Gimli rosnar.

Havia um lago de águas turvas ali perto. Frodo escorregou, deixando o pé cair na água. Aquele lugar não parecia ter vida. Susan só queria entrar na tal mina logo. Então refletiu sobre esse pensamento. É, talvez não quisesse.

Gandalf estava limpando uma parte do paredão, resmungando para si mesmo.

–Bem, vejamos. Ithildin. Reflete apenas a luz das estrelas e da Lua. –o mago olhou para o céu e bem nessa hora (coincidência ou não, quem saberia dizer?) as nuvens limparam, revelando a lua e, com ela, o desenho prateado na parede.

As portas.

–Está escrito: “As Portas de Durin, Senhor de Moria. Fale, amigo, e entre.” –Gandalf leu as runas sobre a porta.

–O que será que isso significa? –Merry perguntou curioso.

–É muito simples. Se você for amigo, fale a senha, e as portas se abrirão.

Gandalf colocou seu cajado contra a porta, pronunciando palavras numa língua que Susan nunca ouvira antes, sua voz forte e segura.

E nada aconteceu.

O mago pareceu pensar, então jogou as mãos para cima e gritou novas palavras.

Mais uma vez: nada.

–Nada aconteceu. –Pippin sussurrou para Legolas.

–Ele é uma figura curiosa, não? –Reepicheep murmurou para Susan ao mesmo tempo.

–Eu já soube de todos os feitiços em todas as línguas de homens, elfos e orcs. –Gandalf estava resmungando para si mesmo, mais uma vez.

–O que você vai fazer então? –Pippin perguntou.

–Bater sua cabeça contra essas pedras, Peregrin Tuk! E se isso não quebra-las e eu for permitido um pouco de paz de perguntas tolas, eu tentarei achar um jeito de abri-las. –Gandalf esbravejou.

–Ei! –Susan chamou, mãos na cintura –Você não tem o direito de descontar no pobre Pippin, só porque está frustrado pela sua incapacidade de abrir as portas. Isso foi extremamente grosseiro da sua parte e eu espero que não se repita.

Gandalf estava olhando chocado para a garota. Aragorn deu uma tossida, que soava suspeitamente como uma risada.

O mago resmungou alguma coisa e foi sentar-se numa das pedras para pensar.

Susan encostou-se contra a parede, mexendo no cordão em volta do seu pescoço. Viu Aragorn e Sam desatrelarem Bill, o pônei, para que ele fosse embora. De fato, minas não eram lugares para pôneis, mas Sam parecia estar de coração partido ao ver Bill partir sozinho.

Reepicheep estava analisando cada canto da parede, como se esperasse achar uma brecha. Merry e Pippin estavam jogando pedras na água.

–Majestade.

Susan sorriu para Boromir, que parou ao seu lado.

–Você pode me chamar de Susan, Capitão. –ela ofereceu –Aqui eu não sou uma rainha.

–Há algo muito nobre em você, Susan. Você sempre será uma rainha. –ele tinha um sorriso triste –E, por favor, me chame de Boromir.

–Não agite a água.

Os dois olharam para Aragorn, que estava segurando o braço de Pippin. Boromir deu um passo para a frente. Algo parecia estar se mexendo na água.

–Aragorn? –Susan chamou.

De repente eles ouviram o som de pedras se movendo. Gandalf finalmente abrira a porta.

–Vamos entrar. –Aragorn sugeriu.

Eles ainda estavam lançando olhares a água, enquanto entravam na mina. A escuridão era total.

–Em breve, Mestre Elfo, provará a lendária hospitalidade dos anões. –Gimli estava falando animado -Fogo crepitante, cerveja de malte, carne vermelha no osso!

O anão continuava falando animado, enquanto todos entravam de forma hesitante no salão escuro. Gandalf pareceu soprar algo em seu cajado e então o lugar se iluminou.

A luz revelou um chão coberto de corpos, pessoas que estavam mortas há muito tempo.

–Isso não é uma mina. É um tumulo! –Boromir bradou.

Gimli parecia estar em desespero vendo aquilo.

–Goblins. –Legolas rosnou, analisando uma flecha que tirara de um crânio.

Todos levaram as mãos as suas armas.

–Vamos para o Desfiladeiro de Rohan. –Boromir exigiu -Nunca deveríamos ter vindo aqui! Saiam daqui! Saiam!

Eles estavam recoando da caverna quando os hobbits começaram a gritar.

–Passolargo!

Eles se viram a tempo de ver tentáculos capturando Frodo, que gritava.

Os hobbits estavam tentando lutar contra a criatura, quando Boromir e Aragorn entraram na água. Legolas e Susan atiravam flechas, tentando distrai-la.

Finalmente eles conseguem cortar um dos tentáculos do monstro e Frodo cai no braços de Boromir.

–Para dentro das minas! –Gandalf gritou.

O que quer que fosse aquela criatura parecia estar perseguindo-os, mas ao tentar entrar na caverna fez as paredes desabarem, tapando a saída, prendendo-os ali na escuridão.

Gandalf mais uma vez iluminou a caverna.

–Reepicheep! –Susan gritou.

–Aqui, Majestade. –o rato se apresentou.

–Agora só temos uma opção. –Gandalf falou com pesar -Precisamos encarar a longa escuridão de Moria. Fiquem alerta. Há seres mais velhos e repugnantes que orcs nas profundezas do mundo. Façam silêncio. É um travessia de quatro dias até o outro lado. Vamos esperar que nossa presença passe despercebida.

Então começaram a andar, quase como uma procissão fúnebre, sem conversas ou risadas dessa vez.

Moria era, de fato, uma maravilha estrutural. A mina parecia não ter fundo ou fim. Era como se olhando para o seu teto você pudesse esperar ver o céu ao invés de pedra.

A rainha agora entendia o que Gandalf queria dizer. Esse lugar tinham uma energia terrível. Algo não estava certo ali.

Eventualmente, depois de dois dias de caminhada, eles chegaram a um caminho com três escolhas para seguir.

–Eu não me recordo deste lugar. –Gandalf declarou depois de alguns segundos olhando para as entradas

Eles acabaram sentando-se para esperar que o mago tomasse alguma decisão.

–Estamos perdidos? –Pippin perguntou a Merry.

–Não. –Merry respondeu.

–Eu acho que estamos. –Pippin insistiu.

–Sh! Gandalf está pensando.

–Merry.

–O que?

–Estou com fome.

Merry revirou os olhos e decidiu ignorar o amigo.

–Majestade. –ele chamou Susan -Conte-nos algo de Nárnia.

Só de ouvir o nome de sua terra um sorriso apareceu no rosto da garota.

–Nárnia é o lugar mais belo que eu já vi na minha vida. –ela falou num suspiro –Nós temos belos mares. Nossas árvores cantam e dançam, os animais falam. Nós conhecemos centauros, minotauros, fadas, duendes... –riu diante da cara de espanto dos hobbits –E Cair Paravel, nosso palácio, fica na praia e suas colunas de mármore reluzem com o sol. E os vitrais... Ah os vitrais...

Os hobbits pareciam hipnotizados por ela, o que fez Boromir e Aragorn, que pitavam juntos, trocarem um sorriso.

–E nossas criaturas são as mais corajosas! –Reepicheep declarou –Especialmente os ratos.

–Com certeza os ratos. –a rainha concordou.

–E como você virou Rainha, Susan? –Gimli quis saber.

–Bom, essa é uma longa história. –ela falou.

Sam lançou um olhar para Gandalf.

–Aparentemente nós temos tempo livre.

–Nárnia só pode ser governada por humanos. –ela começou -Porém mais de cem anos atrás Jadis, a Feiticeira Branca, tomou Nárnia e forçou um inverno eterno nela. Ela dizia-se uma de nós, mas caçou todos os humanos, matou-os e proibiu qualquer um dos reinos vizinhos de se aproximarem. Como era poderosa demais, todos aceitaram. Ninguém veio ao socorro de Nárnia e por um século a terra ficou congelada.

Agora todos prestavam atenção.

–Havia uma profecia que dizia que duas filhas de Eva e dois filhos de Adão viriam um dia e salvariam a terra. –ela continuou –Quatro irmãos.

–Mas se a Feiticeira matou todos os humanos em Nárnia e nenhum dos países vizinhos ajudou... De onde vocês vieram? –Merry perguntou confuso.

Legolas pareceu entender na hora.

–Vocês, na verdade, são daqui. –ele falou.

Susan concedeu.

–Sim, nós somos. De uma vila muito pequena ao norte. –ela confirmou –Anos atrás a colheita não deu um grão sequer, os animais começaram a morrer e nós sabíamos que íamos todos padecer de fome ou frio. O que viesse primeiro. Mas havia esse homem que parecia saber tanto, um escolar, chamado Cornelius, que nos ensinara a ler. Ele se ofereceu para nos tirar de lá e minha mãe aceitou. Ele nos levou até um porto e nos colocou num navio. –ela continuou –E esse navio ancorou em Nárnia.

–Ele mandou vocês quatro para lá? –Pippin perguntou chocado.

–Cornelius era na verdade um narniano. Filho de um anão e uma humana. Ele queria ver a profecia ser cumprida. –Susan explicou –Eu não digo que o perdoamos por isso. Ele podia ter matado nós quatro.

–Onde há navios que partem para Nárnia? –Aragorn perguntou curioso.

–Em mais portos do que você imagina, meu caro guardião. –Reepicheep falou divertido.

–O que aconteceu quando vocês chegaram la? –Merry quis saber.

–Nós brigamos e Edmund se afastou de nós. –ela falou –Ele acabou conhecendo a Feiticeira Branca por acidente. Quando soube de nós tentou usar Edmund para nos trazer até ela. Mas Edmund sempre foi egoísta como criança e resolveu ir sozinho. Ela acabou prendendo-o em seu calabouço.

A mão dela foi em reflexo para o cordão em volta do seu pescoço.

–Mas só nossa presença em Nárnia ja começou a derreter o gelo, o inverno estava para acabar. Conseguimos nos reunir com os narnianos que não tinham lealdade alguma para com Jadis. Edmund conseguiu fugir e voltou para nosso lado. Eu me lembro com perfeição daquele dia: o quão azul o céu estava, o medo na face do nosso pequeno exército, sabendo que estávamos para enfrentar uma batalha que não podíamos vencer. Lembro de Peter gritando para eu e Lucy irmos para o porto e voltar para cá. E então...

Ela respirou fundo, o punho fechado no cordão.

–Edmund enfretou Jadis sozinho para proteger Peter e ela perfurou a barriga dele com uma lança. Eu tive tanto medo de perde-lo.

–Mas Rei Edmund é sempre teimoso. –Reepicheep falou para encorajar a rainha –E ele sobreviveu.

–Sim. Ele sobreviveu. –Susan sorriu para o rato –E nós vencemos aquela batalha por um milagre e fomos coroados reis e rainhas de Nárnia. Eu tinha 12 anos, Lucy tinha apenas 8.

–E depois? –Boromir perguntou –Eu lembro que mais batalhas foram citadas no Conselho.

–Sim, três anos depois lutamos contra os Telmarianos. –ela respondeu –Foi como conhecemos Reepicheep.

–E todos esses anos têm sido os mais gloriosos de minha vida, Majestade. –o rato falou orgulhoso.

–O que aconteceu com os Telmarianos? –Pippin quis saber.

–Nós vencemos a guerra contra a Feiticeira, o inverno se foi e Nárnia voltou a ser uma terra próspera. –ela explicou –Mesmo assim, os Telmarianos talvez nunca tivessem nos atacados. Mas nós acabamos envolvidos na política deles, quase que por acidente.

–Veja, o Rei Miraz devia governar pelo filho do seu irmão que morrera, até o rapaz ter idade para assumir o trono que era dele por direito. –Reepicheep foi quem começou explicando –Mas a verdade era que o rei matara o irmão pelo trono. Na noite que sua esposa teve um filho homem ele decidiu se livrar de Caspian, seu sobrinho. O rapaz conseguiu fugir pela floresta, onde eu o encontrei por acaso.

–Reepicheep trouxe Caspian para nós. –Susan explicou –Meus irmãos nunca ficariam parados diante de tamanha traição, então nós prometemos ajudar Caspian. Porém, isso fez Miraz declarar guerra contra nós. Nosso exército ainda não estava amadurecido ou pronto para outra guerra, além disso Miraz era um general sem igual e tinha um exército enorme.

–Mas nós não íamos nos render facilmente! –Reepicheep bradou, tirando sua espada da bainha e agitando-a no ar.

–Exato. –Susan concordou –Mas por um momento pareceu que tudo estava perdido e que nós íamos cair. Então Aslan chegou, trazendo as árvores e o rio com ele e a batalha virou-se a nosso favor. Nós devolvemos o trono a Caspian, que se tornou nosso maior amigo e aliado.

–Além de ser loucamente apaixonado por nossa rainha gentil. –Reepicheep falou.

–Reepicheep! –a rainha corou.

–É verdade! –ele assegurou os demais –Ele a pede em casamento todo ano na comemoração do reinado dele.

–Caspian está tentando me vencer pelo cansaço. –Susan cortou –O que não vai acontecer, embora eu goste muito dele.

–O que tem pra não gostar? –Reepicheep continuou –Ele é um rei, um homem nobre, até bem apessoado, gentil... –o rato lançou um olhar a Legolas –Humilde. Ideal para nossa rainha.

Legolas estreitou os olhos. Susan estava olhando para o camundongo como se ele tivesse perdido o juízo.

–Não importa. –ela falou –Caspian é rei de suas terras e eu sou rainha de Nárnia. Eu não vou abandonar meu país e nunca pediria para ele fazer algo desse tipo. Além do mais, há grandes chances de que eu nunca me case.

–Por que não? –Merry perguntou chocado.

–Não é por falta de pretendentes. –Reepicheep declarou –Vários príncipes e reis pedem pela mão de nossa bela rainha.

O que estava acontecendo com esse rato? Susan estava confusa com a atitude dele.

–Nós decidimos anos atrás que os filhos de Peter seriam os herdeiros do trono de Nárnia. –ela falou –Parece mais fácil nós não envolvermos filhos nossos que podem nutrir ressentimento. E eu não sinto necessidade de me casar.

–Talvez os grandes homens de Nárnia não sejam tão magnificos assim, Majestade. –Legolas comentou.

Aragorn lançou um olhar ao elfo, mas Susan o ignorou.

–E a última batalha? –Gimli quis saber.

Os olhos da princesa foram parar no chão.

–Nada tão interessante quanto... –Reepicheep começou a dizer, mas a voz de Gandalf cortou-o

–Ah! É por ali. –ele falou.

–Ele se lembrou! –Merry comemorou levantando.

–Não, mas o ar não fede tanto aqui embaixo. –o mago explicou -Quando estiver em dúvida, Meriadoc, siga sempre o seu nariz.

Susan levantou-se do chão e passou a mão pelas roupas. Legolas parou-a colocando a mão em seu ombro.

–Por que a memória da tal batalha com os Calormanos sempre põe essa tristeza nos seus olhos? –ele quis saber.

–Porque a culpa daquela guerra é só minha. –ela respondeu antes de se fastar.

xXx

Susan adoraria saber há quanto tempo estavam andando. Ja nem tinha certeza se foram alguns dias ou algumas horas.

Gandalf assegurara que eles estavam quase no fim. A Rainha não sabia se acreditava nisso.

Finalmente chegaram ao que parecia um salão, mais um daqueles totalmente negros.

–Agora vou arriscar um pouco mais de luz. –Gandalf falou.

Quando a luz em seu cajado intensificou-se, revelou um salão com colunas gigantescas.

–Uau. –Susan murmurou sem fôlego.

–Contemplem. O grande reino e a cidade dos anões de Dwarrowdelf. –Gandalf falou.

–É deslumbrante mesmo. –Sam concordou.

Eles caminharam, ainda num silêncio cheio de reverência. Então Gimli começou a correr.

–Gimli! –Gandalf chamou, sem sucesso.

O anão correu até uma sala, onde vários corpos jaziam e, o que parecia um túmulo, estava iluminado por um único raio de luz.

–Não. –caiu de joelhos diante do túmulo –Não. Não!

Os demais seguem o anão para dentro da sala. Vários corpos, que deviam estar ali há muito tempo, estavam espalhados pelo chão. Era óbvio que uma batalha acontecera ali e eles não puderam se defender.

–“Aqui jaz Balin, filho de Fundin, Senhor de Moria.” –Gandalf leu as incrições sobre a pedra –Então ele está morto. Era o que eu temia.

Susan ajoelhou-se ao lado de Gimli e passou os braços pelos ombros dele, segurando o anão enquanto este chorava.

Gandalf passou o chapéu e o cajado para Pippin, então recolheu um livro das mãos de um dos corpos.

–Precisamos seguir em frente. Não podemos nos demorar. –Legolas cochichou para Aragorn.

–“Eles tomaram a ponte e o segundo salão.” –Gandalf começou a ler, atraindo a atenção de todos para si –“Nós obstruímos os portões, mas não podemos segura-los por muito tempo. O chão treme. Tambores, tambores nas profundezas. Não podemos escapar. Uma Sombra se move nas trevas. Não podemos escapar. Eles estão vindo.”

Um silêncio cheio de medo tomou todos, até o som de algo caindo desperta-los. Pippin mexera em um dos esqueletos, fazendo-o desmanchar-se e cair por um poço. O barulho era ensurdecedor em vista da quietude de antes.

Todos aguardaram, respirações presas por algum sinal de alguma coisa. Quando o silêncio voltou a reinar, Boromir soltou um suspirou aliviado.

–Seu Tuk tolo! –Gandalf esbravejou -Jogue a si mesmo da próxima vez e nos livre de sua estupidez!

E então, das profundezas, os tambores começaram a soar, ficando cada vez mais intensos e mais altos.

–Frodo! –Sam chamou.

Frodo tirou sua espada da bainha e viu a lâmina brilhar azul.

Eles ouviram os gritos de batalha.

–Orcs! –Legolas falou.

Boromir correu para a porta e ao olhar para fora quase foi atingido por duas flechas.

–Recuem! Fiquem atrás de Gandalf! –Aragorn gritou para os hobbits.

O mago posicionou-se em frente aos quatro pequenos, enquanto Boromir e Aragorn iam fechar as portas.

–Eles têm um troll das cavernas. –Boromir comentou ácido.

Legolas passou machados para Aragorn e Boromir que tentava barrar a porta.

Gandalf sacou sua espada, incitando os hobbits a fazerem o mesmo.

–Deixe que venham. –Gimli subiu no túmulo, machado em mãos, o rosto uma máscara de fúria –Ainda há um anão em Moria que continua a respirar!

Aragorn, Legolas e Susan estavam parados lado a lado, arcos em mãos.

–Quer fazer uma aposta, Majestade? –Legolas falou, sem tirar os olhos da porta que tremia sobre o impacto dos orcs que tentavam derruba-la.

–Quem sair daqui vivo, vence? –ela retrucou sem olha-lo também.

–Eu estava pensando algo na linha de quem derrubar mais orcs vence.

Um machado abriu um buraco na madeira podre e o elfo disparou a primeira flecha, causando um ruído de dor do outro lado. Susan e Aragorn seguiram.

Porém logo a porta foi destruída e eles estavam em combate.

Era a primeira vez que Susan via um orc e eles eram criaturas nojentas, com pele que parecia ter apodrecido no corpo.

Susan usava para lutar apenas seu arco. Ela tinha punhais, mas se precisasse de uma espada – e raramente precisava – tirava a do oponente.

Viu Reepicheep passar por ela e derrubar mais um orc. O rato era rápido.

Então o troll entrou na sala.

Ele era enorme e tinha uma coleira em volta do pescoço e uma clava na mão.

–Por Aslan... –Susan murmurou.

Os próximos minutos foram extremamente longos, era sempre assim. Cada segundo em uma batalha parecia durar uma eternidade. Ela tinha perdido Reepicheep de vista, mas sabia que ele podia se cuidar.

Ela tinha achado um ponto mais alto de onde podia atirar flechas quando ouviu Sam gritando e viu Frodo cair.

Ver o hobbit caindo pareceu fazer algo despertar nos demais. Eles mataram rapidamente os orcs restante e se uniram contra o troll.

Susan foi a primeira a chegar até Frodo e abraçou o corpo dele.

–Não... –Aragorn mumurou se aproximando.

–Está tudo bem. –Susan garantiu com lágrimas nos olhos –Ele está bem.

Ela afastou-se para mostrar que Frodo estava apenas tentando recuperar o fôlego. Sentira a respiração dele tão logo o abraçara.

–Ele está vivo. –Sam informou aos outros, lágrimas de alívio em seus olhos.

–Eu estou bem. Não estou ferido. –Frodo garantiu a todos.

–Você deveria estar morto. –Aragorn falou em choque -Aquela lança teria atravessado um javali.

–Acho que há mais para esse hobbit do que parece. –Gandalf falou com um sorriso.

Frodo abriu sua camisa, revelando uma malha de combate que parecia ouro branco.

–Mithril. –Gimli falou surpreso -Você é cheio de surpresas, senhor Baggins.

O momento de alívio foi cortado pelos sons de mais tambores e mais orcs chegando. Ainda não tinha terminado.

–Para a ponte de Khazad-Dûm! –Gandalf gritou.

Reepicheep pulou no ombro de Susan e todos eles saíram correndo.

Orcs pareciam sair de todos os buracos, inundando o lugar como formigas. Havia milhares deles e logo estavam cercados.

Nunca saíriam vivos dali.


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Notas finais do capítulo

Na hora de explicar a história dos narnianos dentro do mundo de "O Senhor dos Anéis" eu fiz uma baita mistura. Todas as batalhas citadas aconteceram nos livros/filmes, mas várias delas com mudanças significativas (como vocês podem ver). Eu estou exercitando meu direito criativo... hahahah

Espero que vocês tenham gostado!

Reviews! *-*

B-jão