A Senhora de Nárnia escrita por Madame Baggio


Capítulo 23
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH
CARAMBOLA!!!!!
Eu estou viva, juro!!!!!
Meu deus, que rolo dos infernos! Meu computador quebrou e me largou sozinha nessa vida T.T
Mas Natal é tempo de milagre e os milagres estão aqui mesmo.
Obrigada por toda paciência e carinho! Vocês são os melhores, sempre.



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Todos estavam reunidos na sala do trono, com Gimli sentado na cadeira do Regente fumando seu cachimbo.

Susan posicionou-se ao lado de seus irmãos, além de Aslan, Shasta e Caspian. O último estava tentando capturar o olhar da Rainha com o seu, sem sucesso. Ela não precisava disso agora.

Legolas, Boromir, Faramir e Éomer estava do outro lado do salão, enquanto Aragorn estava sozinho a um canto.

Gandalf, que tinha ficado em silêncio e de olhos fechados até então, abriu-os e suspirou.

—Frodo está além da minha visão. –ele declarou –A Escuridão está se aprofundando. –o mago começou a andar lentamente.

—Se Sauron tivesse o anel, nós saberíamos. –Aragorn indicou.

—É só uma questão de tempo. –Gandalf falou cansado –Sim, ele sofreu um derrota, mas atrás dos portões de Mordor nosso inimigo está se reagrupando.

—Deixe-o ficar lá. –Gimli resmungou –Deixe-o apodrecer. Por que devemos nos importar?

—Porque dez mil orcs estão entre Frodo e a Montanha da Perdição. –Gandalf lembrou-o.

Isso calou o anão.

—Eu o mandei para sua morte. –Gandalf murmurou para si mesmo.

—Não. –Aragorn interviu –Ainda há esperança para Frodo. Ele precisa de tempo e uma passagem segura pela Planíce de Gorgoroth. Nós podemos dar isso a ele.

—Como? –Gimli questionou.

—Atraindo a atenção do exército de Sauron. Esvaziando suas terras. Nós reuniremos todas as nossas forças e marcharemos até o Portão Negro. –o guardião falou.

Gimli engasgou com seu cachimbo.

—Nós não podemos alcançar a vitória através de força. –Éomer lembrou.

Peter e Susan trocaram um olhar entre si, então ambos olharam para Aslan, que apenas assentiu. Essa era a grande batalha. Era disso que o Leão falava.

—Não para nós. -Aragorn concordou –Mas podemos dar a Frodo uma chance se o Olho de Sauron estiver focado em nós. –olhou para Gandalf -Mante-lo cego a todo o resto que se move.

—Uma distração. –Legolas resumiu.

—Certeza de morte. Pequena chance de sucesso. –Gimli enumerou -O que estamos esperando?

—Sauron supeitará de uma armadilha. –Gandalf falou para Aragorn –Ele não morderá a isca.

—Eu acho que morderá. –o guardião falou.

—Aragorn. –Susan chamou dando um passo a frente –O que você pensa em fazer?

—Por muitos anos ele teve medo que eu assumisse o trono e unisse Gondor. –ele falou para a Rainha –Eu vou faze-lo acreditar que é exatamente o que eu pretendo fazer agora.

—Você está pronto para ser o Rei de Gondor? –Boromir perguntou surpreso.

—Que tal tentarmos sobreviver essa missão suicida antes de pensarmos se ele vai ser rei mesmo? –Edmund ofereceu.

—Ed! –Lucy deu uma cotovelada no irmão.

—O rapaz está certo. –Gimli indicou.

—No momento é apenas uma distração. –Aragorn falou para todos –Depois... Vamos viver um dia de cada vez.

—Se nós tivermos essa sorte. –Peter resmungou.

—Como você vai fazer Sauron pensar que você aceitou sua posição? –Shasta perguntou confuso.

Gandalf e Aragorn trocaram um olhar.

—Não! –Susan protestou imediatamente.

—Susan... –o guardião começou com cuidado.

—Não! Você não vai tocar naquilo! –ela insistiu –Aquele objeto é maligno!

—Do que vocês estão falando? –Lucy quis saber.

—O Palantír. –Legolas foi quem respondeu –Há um aqui?

—Sim. –Faramir suspirou –Meu pai usava para ter vislumbres dos planos de Sauron, mas eu creio que no fim foi isso que envenenou sua mente.

—Você não vai tocar naquilo, Aragorn! –Susan falou de forma firme.

—É a única maneira, Susan. –o guardião falou –Frodo precisa desesperadamente de nós.

Ela respirou fundo e andou até o homem, segurando sua mão.

—Não importa o que você veja ou o que te digam. –ela falou séria –Você é um homem forte e de bom coração. Você tem a coragem e a capacidade de guiar a todos nós não só para a vitória, mas para tempos melhores.

—Por que você está me dizendo isso? –ele perguntou com um pequeno sorriso.

—Eu quero minha voz na sua cabeça repetindo isso quando ele tentar envenenar sua mente. –Susan falou –E você sabe que ele vai.

—Ele não vai me dominar, Susan. Você tem minha palavra.

—Acho bom.

XxX

—Rainha Lucy?

—Legolas. –ela sorriu para o elfo –Posso ajudar?

—Eu gostaria de falar com você. –ele falou –Se não for um problema.

—Claro que não. Você veio pedir a mão da minha irmã? –ela brincou, arqueando a sobrancelha.

—Não. Se eu for pedir a mão da sua irmã para alguem vai ser para ela. Com todo respeito.

—Muito esperto da sua parte. –ela tinha um sorriso aprovador –Então no que posso ajuda-lo?

—Susan me contou das batalhas que vocês viveram. –ele começou –E ela foi muito marcada pela batalha com os Colormanos.

—Ela foi. –Lucy suspirou –Ela sempre se sentiu mal pelo que aconteceu, mas nunca foi culpa dela.

—Então por que ela acha que foi? –Legolas perguntou.

—Eu não tenho certeza. –Lucy admitiu -Peter e Edmund sempre falaram para ela esquecer disso. Aquilo não foi culpa dela. Rabadash era louco.

—Quantas vezes você falou para ela que não era culpa dela? –Legolas quis saber.

—Eu? Peter e Edmund falara, eu achei que era óbvia minha posição.

—Lucy, Susan acha que você a culpa pela guerra. –Legolas informou.

—Claro que não. –ela rebateu na hora.

—Na verdade, sim. –Legolas falou de forma simples –Você fez um comentário, um só. Você disse...

—Obrigada por essa. –Lucy terminou por ele –Eu disse isso. Foi bem no fim da batalha, eu estava cansada, eu não...

—Você não devia ter dito isso. –Legolas terminou por ela –Eu entendo que você não fez por mal, mas a Susan te ama. Tudo o que vocês dizem uns para os outros pesa mais, porque a voz de vocês é a única que importa.

Lucy não falou nada.

—Mais cedo você brincou com ela e disse que ela ia começar outra guerra. –Legolas lembrou.

—Meus céus, eu sou uma idiota. –ela balançou a cabeça.

—Todos cometemos erros. E eu sei que você ama sua irmã, justamente por isso suas palavras têm mais chances de machuca-la. Mas elas também têm o poder de ajuda-la.

—Ou seja, eu devia ir falar com a minha irmã. –Lucy adivinhou.

—Sim.

Lucy arqueou a sobrancelha para o elfo.

—Você deve gostar muito dela.

—Eu não gosto da sua irmã. –Legolas falou com simplicidade –Eu a amo.

—Uau. –Lucy riu –Eu não esperava por isso, mas estou feliz em ouvi-lo.

—Elfos se apaixonam rápido. –Legolas admitiu –E para sempre.

—Bom, bem vindo a família, Legolas.

XxX

—Obrigada pela ajuda, Majestade.

Susan sorriu para Lothiriel.

—O prazer é todo meu, Princesa. Como está Lady Eowyn?

Lothiriel suspirou, dobrando mais um lençol.

—Ela está melhor, pelo menos fisicamente. Mas eu acho que ela também tem o coração partido e pra isso não há remédio.

—Hum... Talvez haja um remédio, Alteza, mas apenas Eowyn pode busca-lo. –Susan falou por fim –Ela tem que querer melhorar.

A garota pareceu refletir e aceitar o que a Rainha dissera.

—Se você me permite a curiosidade... –Susan falou –O que você está fazendo aqui?

Lothiriel olhou de um lado para o outro, como se esperasse descobrir de repente que estava no lugar errado.

—Dobrando lençóis? –ela falou com cuidado.

Susan riu.

—Não foi exatamente isso que eu quis dizer. –ela falou –Por que você veio para Gondor durante a guerra? Dol Amroth não seria mais seguro?

—Sim. –ela admitiu –E minha cunhada ficou para trás, porque meu pai e irmãos vieram lutar, então alguem precisava cuidar do nosso povo. Meliot, minha cunhada, é organizada e forte, ela pode cuidar do reino. Eu não queria ver meus irmãos partindo para batalha e ficar parada. Eu não posso lutar, mas posso ajudar aqui. Eu não tenho o direito de fazer menos do que todos os outros estão fazendo.

Susan sorriu para a garota.

—Você vai ser uma grande mulher, Lothiriel. –ela previu.

A garota corou.

—Obrigada, Majestade. –ela olhou de um lado para o outro, como se não quisesse ser ouvida pelos demais –Alguma chance de eu conseguir treinamento em Nárnia?

Susan jogou a cabeça para trás e riu.

—Considere-se convidada, minha cara. E, por favor, me chame de Susan.

Os olhos de Lothiriel brilharam diante da promessa de uma viagem.

—Susan! –a voz de Lucy chamou do corredor.

—Aqui, Lucy. –Susan chamou de volta.

A outra Rainha de Nárnia apareceu na porta.

—Alteza. –ela acenou para Lothiriel.

—Majestade.

—Susan, posso falar com você em particular? –Lucy pediu insegura, mordendo o canto de seu labio.

Susan levantou-se preocupada. Lucy só mordia o lábio quando estava realmente nervosa por algum motivo.

—Aconteceu algo? –ela perguntou preocupada.

—Não. –Lucy assegurou rapidamente –Nada aconteceu, eu só preciso falar com você.

Susan ainda não parecia muito assegurada, mas pediu licença para Lothiriel e seguiu a irmã para o corredor.

—Lucy, você está me assustando. O que...

—Eu só queria pedir desculpas. –Lucy falou por cima da irmã.

Susan parou na hora.

—Desculpas? –ela perguntou confusa –Pelo que?

—Eu nunca imaginei que minhas palavras tivessem pesado tanto dentro de você. –Lucy continuou, falando rapidamente, quase que uma palavra atropelando a outra –Eu nunca quis fazer você pensar que a culpa da guerra com os Calormanos fosse sua culpa, porque não foi! Você não teve nada a ver com aquilo. E eu sinto muito que...

—Lucy, calma. –Susan pediu interrompendo a irmã –De onde veio isso?

—Bom... –Lucy mordiscou o lábio de novo.

—Não me diga que foi o elfo. –Susan bufou.

—Foi mais ou menos isso. –Lucy admitiu –Mas não fique brava com ele! –a Rainha pediu rapidamente –Você devia ter me contado, Susan. Você devia ter me dito que eu tinha te magoado. Eu nunca imaginei que você fosse interpretar minhas palavras como elas fossem uma acusação, ou eu nunca as teria dito.

—A culpa foi minha. –Susan suspirou.

—Não! –Lucy envolveu o rosto da irmã com suas mãos –Nada do que aconteceu foi culpa sua. A culpa está totalmente nas mãos de Rabadash. Ele tentou força-la a se casar com ele, e só os Céus sabem o que ele teria feito para conseguir isso, o que ele teria feito com você. A culpa não foi sua.

Susan pousou sua testa contra a da irmã.

—Obrigada. –ela falou sincera. -Você não sabe o quanto isso significa pra mim.

Lucy abraçou sua irmã e Susan retribuiu o gesto.

—Mas eu ainda vou matar o elfo por ter se intrometido. –Susan resmungou.

Lucy riu e afastou-se de Susan.

—Não mate-o. Eu gosto dele. –Lucy falou –Eu acho que ele realmente pode te fazer feliz.

Susan sentiu seu rosto ficar quente e sentiu-se ridícula por estar corando.

—Eu não sei o que está acontecendo comigo. –ela falou por fim –Eu nunca achei que fosse me apaixonar tão facilmente por alguem.

—Pelo o que Reep andou contando não foi exatamente fácil. –Lucy comentou –E... Bom, ele mesmo me falou que elfos se apaixonam rápido e de forma permanente.

Susan arqueou a sobrancelha.

—Ele disse isso pra você, não pra mim?

Lucy riu.

—Perdoe o rapaz, Susan. –ela falou divertida –Eu acho que ele nunca se sentiu desse jeito antes. E eu sei que você nunca sentiu isso também.

—Eu não sei o que fazer. –Susan admitiu.

—E eu tenho certeza de que isso te enlouquece. –Lucy riu –Vamos tentar sobreviver ao dia de amanhã. Quando essa guerra tiver terminado, você escuta o seu coração e nada além disso.

Susan gostava desse plano.

XxX

—Vocês estão partindo para os Portões Negros.

Susan colocou sua aljava sobre o ombro antes de virar-se para a porta.

—Sim. –ela falou –Em algumas horas. Por que?

Eowyn mordiscou o lábio inferior.

—Eu...

—Não está em condições de ir. –Susan falou de forma firme –Você ja tem sua glória, Eowyn. Você foi a que matou o Nazgul. Agora você tem que ficar aqui.

Eowyn respirou fundo.

—Eu sei que não estou em condições de ir. –ela falou por fim –A magia de sua irmã não pôde me curar, meu corpo ainda está fraco.

—Você não ficará sozinha. –Susan falou mais gentilmente –Meus irmãos mais novos também ficarão. Faramir também.

—Lorde Faramir? –Eowyn perguntou confusa –Por que?

—Nós estamos marchando em direção a morte certa. –Susan indicou –Alguem tem que ficar para representar os reinos caso o pior aconteça. Você é a herdeira de Rohan.

Os olhos de Eowyn arregalaram-se quando ela finalmente entendeu o que Susan estava insinuando.

—Você não acha que vocês vão sobreviver. –ela murmurou chocada.

—Como eu disse... Morte certa. –Susan suspirou –Eu não desisti de lutar e ainda estou esperando por um milagre, porém... Nós devemos estar preparados para o pior. Lucy e Edmund ficam para trás por causa disso, Peter e eu vamos pela mesma razão. Alguem tem que lutar, mas alguem tem que guardar a cidade e preparar-se.

—No caso eu, seus irmãos e lorde Faramir. –não era uma pergunta.

—Exatamente. –Susan respondeu assim mesmo.

Eowyn respirou fundo.

—Boa sorte, Majestade. –ela falou por fim –Eu realmente espero que essa não seja a última vez que nos vemos.

Susan caminhou até a mulher e pegou as mãos dela entre as suas.

—Nada acaba dessa forma, Eowyn. –ela falou gentilmente –Mesmo a morte não é o fim.

Eowyn arqueou a sobrancelha.

—O que isso quer dizer exatamente?

—Não importa o que aconteça hoje, nós ainda nos veremos, Eowyn.

XxX

Lucy estava chorando quando Susan a abraçou. Ja era de se esperar.

Susan não queria chorar, porque não queria que essa fosse a última coisa que sua irmã visse: ela num cavalo, partindo para uma batalha e com medo. Então ela ia fingir que estava tudo bem, abraçar seus irmãos mais novos e partir de queixo erguido.

Montou em Jared e tocou o cavalo para frente. Peter logo se pôs ao seu lado.

—Pronta? –ele quis saber.

—Nós temos escolha? –ela quis saber.

—Nós sempre temos. –Peter indicou gentilmente.

—O que você acha, Reep? –Susan perguntou ao Rato, que estava sentado na cabeça de Jared.

—Se nós não acabarmos com essa guerra, ela irá acabar conosco, Majestade. –ele indicou –Hoje nós devemos marchar orando por paz, porque nós, os soldados, somos os que vemos a marca da guerra de forma mais profunda e dolorosa.

Susan deu um sorriso triste para o Rato.

—Nós vamos lutar. –ela falou –Como sempre lutamos. Por paz.

—Pela nossa família. –Peter completou.

—Por Nárnia. –Aslam, que estivera andando silenciosamente ao lado de Peter finalmente completou.

Susan esticou o braço e pegou a mão de Peter.

—Por Nárnia.


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Notas finais do capítulo

Agora vai hein!!!
Meu deus, quantos sentimentos aflorando!!!

Espero que tenham gostado.

Mais uma vez, muito obrigada pelo carinho e a paciência. A todos vocês um Feliz Natal e um Ano Novo cheio de magia.

COMENTEM

B-jão



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