A Senhora de Nárnia escrita por Madame Baggio


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

E finalmente chegou a hora da batalha! Agora fica sério.

Obrigada pelos comentários que recebi, vocês são os melhores!



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Umas das piores coisas em batalha era a espera. Principalmente no caso deles, ja que pareciam estar parados esperando para serem massacrados.

Talvez estivessem.

Ver o exército de uruk-hais marchando na direção deles não era nada assegurador. Parecia fazer a situação ainda mais real e perigosa. Era como se não houvesse fim para os números deles, dez mil seres prontos para matar a todos.

–Você poderia ter escolhido um lugar melhor. –Gimli resmungou de sua posição.

Susan fingiu não ver o sorriso que Legolas não conseguiu esconder.

–Que tal uma aposta, Majestade? –ele perguntou a Susan.

–Quem morrer primeiro salva um lugar para o outro? –ela retrucou.

–Não. Quem...

–Derrubar mais Uruk-hais e bla bla bla. –Reepicheep cortou –Nós já estamos cansados de saber de suas táticas manjadas para cima da minha rainha!

Boromir deu uma tossida muito parecida com uma risada.

–O vencedor ganha o que? –Susan quis saber.

–O que quiser do perdedor. –Legolas falou.

–Fechado. –Susan falou dando de ombros com graça, como se não fosse importante.

Gimli revirou os olhos. Reepicheep parecia inconformado.

Aragorn aproximou-se dele, após ter checado as posições dos demais elfos.

–Bem, rapaz, seja qual for a sorte que te mantém vivo, vamos esperar que dure a noite. –o anão falou.

Um raio iluminou o céu e o chão, mostrando ainda mais a horda de uruk-hais que avançava a passos decididos em direção a fortaleza.

–Seus amigos estão com você, Aragorn. –Legolas falou.

–Vamos esperar que eles durem a noite toda. –Gimli resmungou.

Aragorn pôs a mão no ombro de Susan antes de se afastar. Chuva começou a cair.

Susan ouviu Aragorn gritando instruções para os elfos, mas seus olhos ainda estavam pregados na cena que tinha diante de si.

–Ah Reep... Acho que não estamos mais em Nárnia. –ela suspirou.

–Coisas feias, não? –o rato comentou.

–O que está acontecendo lá fora? –Gimli perguntou, tentando pular para alcançar por sobre a mureta.

–Quer que eu descreva? –Legolas perguntou –Ou arranje uma caixa para você?

O anão lançou um olhar para o elfo, então soltou uma risada sarcástica.

Os homens do rei estavam com flechas apontadas paras os Uruks, mas todos estavam esperando. Menos um, que acabou disparando antes da ordem oficial.

SEGUREM! –Aragorn ordenou.

–Ops... –Reep murmurou.

Foi aí, que tudo realmente começou.

Aragorn deu a ordem para os elfos atirarem e o rei veio logo atrás. Os movimentos de batalha eram automáticos para Susan. A ideia era derrubar o máximo de inimigos possíveis de uma distância segura, antes de ter que entrar na luta.

Ela sabia que tinha menos força e resistência.

Os Uruks estavam tentando escalar o paredão com escadas e alguns estavam até conseguindo. Mas a luta estava relativamente ao favor deles. A fortaleza deveria protege-los.

Até que alguma bruxaria fez uma parte do paredão voar em chamas, deixando-os totalmente abertos ao exército inimigo.

Susan estivera um pouco perto demais e fora arremessada ao chão. No processo perdeu Reepicheep de vista.

Os ouvidos dela estavam zumbindo e sua visão estava embaçada. Também podia sentir algo morno escorrendo por sua testa. Sangue.

A batalha acabara de virar o pior pesadelo de Susan. Em um reflexo, nascido de anos de certezas e promessas, ela levou a corneta de Nárnia a sua boca e soprou com toda sua força.

Ela tinha fé em Aslan. O socorro viria.

XxX

O sol começou a nascer quando os Urks terminaram de tomar a fortaleza e eles foram deixados sem praticamente nenhum homem.

Haldir estava morto. Todos os elfos estavam.

Os homens que sobraram tinham se recolhido para a sala do trono e estavam tentando barricar a porta com mesas e bancos.

–A fortaleza foi tomada. –rei Théonden falou em choque –Acabou.

–Você disse que a fortaleza nunca cairia enquanto seus homens a defendessem! –Aragorn protestou, tentando acordar o rei –Eles ainda a defendem! Eles morreram a defendendo.

Os uruks estavam investindo contra a porta. Logo a madeira não resistiria mais.

–Não há outro caminho para as mulheres e crianças saírem das cavernas? –Boromir quis saber.

Rei Théoden parecia apático e incrédulo e não respondeu.

–Não há outro caminho? –Aragorn insistiu.

Gamiling olhou de seu rei para Aragorn.

–Há uma passagem, leva as montanhas. –ele falou –Mas eles não irão muito longe. Os Uruk-hais são muitos.

–Diga as mulheres e crianças para se dirigirem para a passagem nas montanhas. –Aragorn ordenou –Então ponha barricadas nas portas!

–Tanta morte... –Théoden murmurou de repente –O que podem os Homens fazerem contra tanto ódio?

–Cavalgue comigo. –Aragorn falou, chamando a atenção do rei –Cavalgue comigo e encontre-os.

–Por morte e glória. –Théoden respondeu, vida voltando aos seus olhos.

–Por Rohan. Pelo seu povo. –Aragorn completou.

–O sol está nascendo. –Gimli informou.

Gandalf! Ele prometera que estaria aqui, hoje era o dia.

–Sim. Sim! –Théoden falou com mais firmeza –A corneta de Helm Hammerhand soará no abismo mais uma vez!

–Sim! –Gimli apoiou, correndo para fazer justamente isso.

–Que seja essa a hora quando brandiremos juntos nossas espadas. –Théoden falou, colocando a mão no ombro de Aragorn -Caídos, levantem! Agora pela ira! Agora pela ruína! E uma amanhecer vermelho!

O rei tinha seu capacete e seu desejo de lutar agora. Todos os que ainda estvam ali, estavam ao seu lado, em cavalos, espadas em mãos.

E o som das cornetas soou.

–AVANTE, EORLINGAS!

Eles avançaram contra as ordas de Urkus que finalmente derrubaram as portas. Era um último ato, nascido não de desespero, mas do desejo de ir lutando, de encontrar glória na batalha.

Eles desceram as escadarias da fortaleza, acertando Uruk-hais durante todo o caminho. Ao chegarem a calçando estavam atropelando o máximo possível, derrubando o inimigo e atingindo-os com golpes duros.

Eram pequenos peixes num mar de adversários.

Foi quando tudo mudou.

Aragorn levantou os olhos para o leste e viu Gandalf surgir no topo da colina. O suspiro maravilhado dele chamou a atenção de Susan, que estava atrás dele no cavalo, o bastante para ela olhar também.

Bem a tempo de ver...

–Aslan.

XxX

–O rei Théoden luta sozinho. –Gandalf murmurou.

–Sozinho não. –Eomér falou ao juntar-se ao mago.

–Não mais. –o Grande Leão, logo ao outro lado de Gandalf, completou.

–Rohirrim! –Éomer chamou.

Era como ver uma onda gigante vindo contra a praia, algo enorme, poderoso, que não seria facilmente contido.

Os Uruks trocaram de posição, viraram-se para os novos atacantes, lanças prontas para enfrenta-los.

A frente do grupo vinham os sátiros. Eles conseguiam saltar as lanças e mergulhar direto na batalha. Os que vinham atrás, entre homens de Rohan e centauros, foram salvos pelo sol, que ao nascer atrás deles, cegou os Uruks.

Eles estavam salvos.

–Aqueles são...

–Narnianos! –Susan celebrou antes que Aragorn terminasse a frase.

O novo número de soldados varreu os uruks, ja cansados após uma noite inteira de batalha. Vários tentaram fugir para as florestas e foram peserguidos pelos cavaleiros.

–Fiquem longe das árvores! –Éomer comandou –Fiquem longe!

Quando o último uruk-hai cruzou a linha das árvores, eles ouviram os sons: os gritos, a luta.

As árvores estavam matando os últimos uruk-hais por eles.

Estava acabado. Eles estavam vivos. Rohan não caíra.

Era um milagre.


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Notas finais do capítulo

E aí está!

Estamos acabando "As Duas Torres".

Eu não descrevi a luta inteira, porque é uma cena comprida. Mas essa batalha é (na minha humilde opinião) a melhor do filme.

COMENTEM!

B-jão