Desculpa: Isso dói tanto em mim quanto em você.

Tradução: A minha dor acaba depois dessa conversa, a sua continuará para sempre.

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Entro no departamento de polícia, feito um foguete. Precisava falar com Barry, mas se não o encontrasse ali iria atrás de Íris. Pergunto ao detetive Quentin se ele sabia onde Allen estava, não sei o que Laurel aprontou depois que nós terminamos, mas o pai dela com certeza sabe, devido à educação exagerada que teve ao me receber, sendo que ele nunca foi muito com minha cara. Meu ex-sogro fez questão de me levar ao laboratório em que Barry estava trabalhando. Me aproximo com cuidado, e espero que ele termine o que fazia.

–Barry. –chamo.

–Oliver! –sorri de forma acolhedora, me oferecendo à mão em um cumprimento caloroso. –Sentimos sua falta cara! –tenho certeza que o uso do plural diz respeito a sua noiva, era motivador a forma que os dois se viam como um só.

–Eu também. –digo sincero.

–Então, o que precisa? –sorri como se já me esperasse a algum tempo.

–Eu agi errado com Felicity, e em nossa última conversa ela meio que disse que realmente seria a última. –faço uma careta de desagrado, que Barry repete inconscientemente.

–É amigo, você é meio que o Voldemort dela agora. –ergo uma sobrancelha confuso. -Aquele-que-não-deve-ser-nomeado. –explica, estranhando minha ignorância no assunto. –Cara, você não conhece Harry Potter? – questiona chocado.

–Claro que conheço! –digo imediatamente, percebendo que isso era algo importante para ele. Barry apenas solta um riso baixo, percebendo minha meia verdade.

–Tudo bem, em que posso ajudar?

Narro meu plano para ele, que sorria concordando e às vezes, acrescentando detalhes, ou dizendo que algo era totalmente estúpido. Resultado: Ele criou um plano totalmente diferente.

–Você tem certeza que isso vai dar certo Barry? –murmuro indeciso.

–Quer alguém que conheça a Fel melhor que eu? –ele parece pensar por, um segundo. –Bom talvez a Íris, mas eu também sei das coisas! –não consigo deixar de rir.

–Obrigado.

[...]

FELICITY SMOAK

–Ray! –entro irada em seu escritório, chamando por ele.

–Onde é o incêndio? –brinca, com aquela cara sínica de boneco Ken dos anos 90.

–Por que diabos você passou meus compromissos de hoje para o Barry? –coloco as mãos na cintura, para enfatizar minha ira, lançando um olhar mortal em sua direção.

–Calma Fel! –pede totalmente relaxado, o que só me faz ficar mais e mais irada. –Eu apenas troquei seus compromissos. Tem esse cliente que sei lá, quer dá um pé na namorada que o traiu, e o cara está arrasado. –desfaço a pose agressiva, e me sento interessada no caso, o que faz com que o meu chefe amado, esboce um sorriso vitorioso. –Eu mesmo faço a triagem dele se preferir...

–Não! –interrompo rapidamente. Eu adoro esses casos de término com motivos reais e relevantes. –Eu vou!

–Foi o que eu pensei. O nome dele é Jonas, vai estar te esperando na sua cafeteria preferida. –olha para o relógio. –É melhor se apressar!

Droga! Corro para meu escritório a fim de pegar minha bolsa. Barry estava chegando com um sorriso enorme no rosto. Parece que a noite foi boa para alguém! Continuo correndo, mas ele me para segurando meus ombros quando chego até ele, me dando um beijo carinhoso na testa enquanto assoviava Hey Jude dos Beatles. Quando alcanço o elevador, o escuto cantar em sua voz linda.

“Você a encontrou agora vá e conquiste-a. Lembre-se de deixá-la entrar em seu coração, então pode começar a ficar melhor.”

Sorrio pensando o quanto meu amigo é romântico, enquanto a porta do elevador se fecha. Chego à cafeteria e como sempre Íris me espera na porta, porém o sorriso de hoje era muito maior que o normal, acho deve ter alguma coisa a ver com a cantoria de Barry mais cedo, com certeza a noite foi boa!

DÉCIMA ETAPA DO INFERNO DO TERMINO DO RELACIONAMENTO: MEDO DO NOVO.

–Bom dia, minha linda! –cumprimenta Íris, me fazendo olhar para ela desconfiada.

–Não queria ter que perguntar, mas você e Barry compraram o manual do kamasutra? -Íris tomba a cabeça para trás, enquanto gargalhava.

–Ai Fel. –diz em meio ao riso. –Só você mesmo! -como eu não estava mesmo entendendo o que aconteceu com esse casal acabo concluindo que era tudo devido à proximidade do casamento.

–Me conta, meu cliente chegou? –questiono ao ver minha mesa habitual vazia.

–Ainda não, mas pode se sentar que eu vou atendê-lo assim que ele chegar. –diz me dando um beijo no rosto, antes de me acompanhar até a mesa. Pronto, agora vi que ficou doida. Quando faço menção de me sentar na cadeira de frente para porta, Íris grita desesperada.

–Tudo... Bem, fica calma. –jogo as mãos para o alto, de forma teatral, como se estivesse prestes a ser assaltada, me arrastando para a outra cadeira.

–É uma pena que você não vai poder escolher o pedido dele, eu adoro ver você fazendo isso. –reclama, caminhado para dentro do balcão.

Passo algum tempo mexendo em meu tablet, aproveitando o atraso do cliente para adiantar meu trabalho do escritório, e começo a elaborar a carta de termino que eu levaria para um cara amanhã. Quando eu ouvi o barulho de uma xícara sendo colocada em minha frente.

–Íris o que você acha mais confortador? – pergunto, sem tirar os olhos do meu texto. –Estou procurando algo casual, e sinto que você merece alguém que te queira verdadeiramente. Ou, não estamos dando mais certo, prefiro terminar enquanto temos bons sentimentos um pelo outro?

–Prefiro a segunda opção, é direta, passa mais seriedade. –responde uma voz que não era de Íris, uma voz que me causou arrepios, arrepios muito bons.

–Oliver! –exclamo surpresa. –O que está fazendo aqui?

–Preciso falar com você. –responde se sentando.

–Pode ser outra hora? –olho para os lados. –Estou esperando um cliente. –justifico, com dificuldades até mesmo em falar.

–Jonas? –diz, com um sorriso nervoso.

–Como sabe? –mas não preciso de resposta, agora está tudo muito claro. –Oliver Jonas Queen!

–Eu mesmo. -concorda. Ele tem um envelope nas mãos, se senta à minha frente, com sua xícara de café. Instantaneamente olhei para o conteúdo da minha xícara.

–Quick? –pergunto, tentando esconder o quanto aquilo me diverte. –Foi isso que pediu para mim?

–Me parece algo que você beberia. –dá de ombros, me fazendo esboçar um pequeno sorriso que não pude evitar. –Eu estava errado. –diz sério, com seus olhos intensos sobre mim.

–Com certeza, eu bebo café com leite e muito açúcar. –duas coisas acontecem, Oliver primeiro me olha, com a mesma admiração que costumava me olhar, depois um breve sorriso aparece em seus lábios, mas some na mesma velocidade, e ele balança a cabeça, negando.

–Bom saber, mas não estou falando sobre o Quick. –suspira. -Eu tenho duas coisas para te dizer. –me inclino em direção a ele, em um gesto mecânico. –Preciso que me perdoe, pois não consigo mais ficar longe de você. –diz em um sussurro, completamente vulnerável, meu coração bate forte em meu peito. –E por Deus! Seu currículo é o melhor que já vi na vida! –levanta o envelope, me fazendo dar risada.

–Oliver, você veio aqui como CEO da CQ ou como meu ex-namorado?

–Eu vim como o homem desesperado, que não pode passar mais um dia sem você na vida dele. –seus olhos brilhavam intensos. Seguro as lágrimas que queriam sair dos meus, usando toda a minha força de vontade. –Não tem que ser hoje Felicity, eu espero o tempo que precisar...

–Você nunca mais vai confiar em mim, Oliver. –interrompo, expondo a realidade, mesmo meu coração partido querendo desesperadamente se agarrar a ele.

–Felicity, claro que vou! –protesta. –Eu agi na hora do choque, mas me arrependi no momento em que você passou pela porta. Eu li a carta novamente, e não tenho palavras para descrever o quanto você é maravilhosa, não existe ninguém que se importe tanto assim com pessoas que nem mesmo conhecem.

–Oliver, eu tentei te contar, diversas vezes, eu queria. –escondo meu rosto entre as mãos. –Mas você me desarmava, me prendia a você, e eu simplesmente não conseguia me afastar. -Oliver toca minhas mãos, as tirando de minha face e faz um breve carinho antes de se afastar, e posso sentir o rastro de calor onde ele havia tocado.

–Eu entendo. Agora, eu entendo. Preciso de você em minha vida Felicity, e sabe tanto quanto eu que você pode se afastar, eu posso me afastar, mas nós sempre vamos acabar sendo colocados no caminho um do outro, por que você faz parte de mim, assim como eu faço parte de você. Eu te amo. -olho assustada para ele, vendo toda a sinceridade em seu rosto, toda a intensidade em seus olhos azuis, que não se afastavam dos meus. –Eu te amo. –repete cheio de emoção.

–Oliver... –tento encontrar palavras, dizer a ele o que sinto, ou qualquer coisa, mas não consigo.

–Agora se não quiser me perdoar, se não quiser ficar comigo de novo. –passa as mãos no rosto, se recompondo. –Eu ainda tenho que te oferecer um emprego. Porque ninguém foi nem de longe tão boa quanto você. –respira fundo com o semblante triste, e passa a olhar sua xícara de café.

–Eu aceito. -falo imediatamente, assim que encontro as palavras.

–Vai trabalhar para mim? –Oliver volta a me olhar surpreso.

–O que? Não!

–Mas você disse que aceita. –repete perdido, o que o faz ficar ainda mais lindo.

–Eu aceito você, quero você de volta em minha vida... –continuaria a falar, mas Oliver se levanta rapidamente, me puxa de minha cadeira, selando nossos lábios. Já sabia que sentia falta dele, mas não tinha certeza da imensidão dessa falta, até aquele momento, enquanto Oliver me prende em seus braços, eu pude me sentir novamente completa, inteira.

Ele sorri com os lábios nos meus, antes de se afastar, e assim que nos separamos pude ver o motivo do sorriso. Nossos amigos estavam todos na cafeteria, os Diggle’s, Barry e até mesmo o Palmer, nos olhavam sorrindo e começaram a aplaudir sendo seguidos pelos outros clientes no local.

–O que eles estão fazendo aqui? –sussurrei para Oliver, travando um sorriso nos lábios para que os outros não me entendam.

–Eles eram meu plano B. –responde, antes de me beijar novamente. –Caso precisasse de intervenção!