Ninguém ali precisava fingir ser quem não era. Os Cullens eram pessoas boas, mas devido o ‘poderoso’ Sobrenome, o que não faltava era fotógrafos. O que não permitia que os mesmos se sentissem muito a vontade em locais públicos.

Mas minha casa não era local publico, era apenas um refúgio para que todos pudessem agir como quisessem. Mas eu estava totalmente travada, se todos rissem, eu riria também. Eu estava no modo automático.

Não sei se Rose percebeu meu nervosismo, ou se foi apenas uma sugestão, mas em minha opinião, foi bem evasiva para o meu stress.

– Meninas, que tal mostrarmos para tia Alice as fotos do casamento da Tia Vick? – E as meninas assentiram e saíram em busca do álbum.

– Porque Rosalie? – Alice perguntou.

– Você já vai descobrir. – Rose piscou.

– Eu vou entrar em síndrome do Como contar as meninas sobre a verdade. Será que é grave? – Ironizei.

– Calma Bella, eu nunca vi meninas tão compreensivas. – Esme disse com seu tom maternal.

– Como eu posso contar? – Perguntei.

Nenhuma resposta. Encarei Edward, movimentei as têmporas, isso estava sendo mais difícil do que eu imaginava.

– Ótimo. – Falei após o silêncio. Logo as duas estavam de volta com um álbum branco e vermelho com os dizeres “Que seja eterno enquanto dure. Victória e James.”.

– Olha aqui o vestido das daminhas Alice. – Rosalie apontou para uma foto em que Sofia e Luna estavam de pé próximos ao altar. Luna com as alianças e Sofia com a cesta de pétalas.

– Mas esses vestidos... Eu que os desenhei! Ai que emoção! – Alice disse.

– Rosalie? – Encarei-a com um pedido de explicações.

– Victória fez questão de que os vestidos fossem perfeitos, tanto o dela, quanto da noivinha que era Larissa, ou o das daminhas. Ai ela me encarregou de encomendar o de Sofia e Luna, e eu fui atrás de uma boa estilista, me aconselharam a tal de Alice, e ela tinha ótimas referências. Encomendei e me maravilhei com o resultado. Nesses dias que passei com ela acabei descobrindo que ela era estilista e liguei uma coisa à outra.

– Por falar em profissões, você é o que Bella? – Edward perguntou.

– Psicóloga. – Falei. – Era o meu... – Interrompeu-me

– Sonho. – Completou. Assenti.

Era impressionante como ele não havia se esquecido disso, teria eu se esquecido das características dele? Eu sabia bem da resposta. Eu jamais me esqueci dele, como poderia com Sofia e Luna ao meu lado todos os dias.

Do mesmo modo que elas me traziam as más lembranças, eu aprendi que com ela eu poderia criar novas lembranças... Melhores lembranças. E foi isso que eu fiz a cada dia de minha vida ao lado delas era uma nova lembrança.

Eu fui errada em escondê-las de Edward, como ele também foi errado em duvidar da minha palavra. Mas eu em seu lugar confiaria? Talvez.

O que importa é que não tivessem aprontado para nós dois, talvez eu tivesse lembranças muito melhores, e as minhas pequenas teriam crescido ao lado do pai.

Mas eu jamais conheceria Dominique ou Victória. E não seria tão próxima de Rosalie quanto sou hoje. Talvez as escolhas não tenham sido tão erradas assim, mas acho que a partir de agora, eu posso fazer as coisas certas.

– Meninas, que tal uma história? – Perguntei de repente, atraindo a atenção de todos.

– Sim! – Luna disse feliz se sentando no chão na minha frente e Sofia espelhou o movimento.

– Era uma vez uma menina chamada Isabella. Ela era muito feliz. – Elas não precisam saber da minha infância sofrida. – E ela morava com os tios dela. Tio Billy e tia Sue, e com seu irmão de consideração, Jacob. Ela estudava em uma escola bem legal, e tinha amigos lá. Alice, Emmett e Edward. Mal sabia ela que amigos não era a palavra certa. Eles eram todos irmãos, menos Edward. Isabella o considerava muito mais que isso. E ele a considerava muito mais que uma irmã. Então eles começaram a namorar, e eles eram muito felizes juntos. Mas tinha pessoas muito más que tinham inveja deles, e fizeram eles se separar. Ai a Isabella estava com raiva dessas pessoas más e o Edward também, ai eles resolveram não ser mais namorados. E então a Isabella se mudou para longe, para morar com os outros tios. Tio Phill e tia Elisabeth, e sem querer ganhou mais uma Irmã. Rosalie. Mas então Isabella descobriu que estava grávida, mas não podia contar a Edward, pois... Pois... – PENSA ISABELLA – Pois ela tinha medo das pessoas más machucarem o bebê dela. E então ela descobriu que eram dois bebês, Luna e Sofia. Então o tempo passou... As meninas cresceram... E então as pessoas más foram pra bem longe, agora Isabella já podia dizer a Edward que ele tinha duas filhas muito lindas.

Eu já chorava descontroladamente, e elas também. Não seria certo contar a história verdadeira a elas, elas não mereciam isso. Levantei-me e peguei as duas no colo, uma em cada lado, me lembrem de dar mais vegetais, meninas pesadas.

– Isso quer dizer que... – Luna deixou a Frase no ar por um momento.

– Isso quer dizer que as minhas meninas especiais já sabem quem é o pai delas. – Parei na frente de Edward colocando-as no chão.

Todos naquela sala já choravam, até Emmett que pagava de valentão tinha os olhos lacrimejando. Edward estava no mesmo estado que eu, seu olho já vermelho de tanto chorar... Sua expressão de medo deu lugar a uma expressão de felicidade.

E então quando eu achei que não poderia chorar mais, Luna se jogou nos braços dele como se precisasse daquilo pra viver, e então o botãozinho ‘choro eterno’ foi ativado no meu interior.

Sofia estava agarrada a minhas pernas, não sabia se ia ou se ficava, peguei-a no colo e beijei-lhe o rosto como incentivo, e coloquei-a de volta no chão. Edward estendeu sua mão para a mesma que aceitou de bom grado.

Elas tinham uma família agora. Imperfeita, mas ainda sim uma família.