Chamem os Bombeiros escrita por Juliana Rizzutinho


Capítulo 44
Confirme para entrar, reze para sair!


Notas iniciais do capítulo

Dedico esse capítulo à diva Senhorita SM, que nos deu a 9ª recomendação de nossa história. San, este é pra você!



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“— Mais para esquerda! Foco no vocalista! – direciono a equipe.

Cara, você imaginaria isso? Estou dirigindo o clipe Mad Black Machine do Nightmare! Aeeeeeeeeeeeeeee!

— Yomi, agora vá levantando devagar da banheira! Isso, rapaz!

E ele continua cantando. Que máximo! Isso sim é música de verdade! Isso sim, é visual kei!

Mas a música vai ficando mais alta, mais alta e mais...”

Dou um pulo! É o celular tocando para que eu acorde. Ah, sim, agora tem lógica. O tema do despertador é a música que estava dirigindo. Cacete! Olho para a hora e na porta... Mas como esse gato é abusado! Ele me encara como tivesse perdido completamente o controle.

“Ótimo! Além de falar dormindo, se acha A diretora de clipes dessas bandas japonesas! Humana, você está cada vez pior!”, mio e vou embora.

Suspiro e volto a deitar. Mas, me dá um frio na barriga. Hoje é o dia da maldita reunião. Bora, Giovanna, que hoje vai ser chumbo grosso ou não. Quando tomo coragem de colocar os pés para fora da cama, chega uma mensagem do whatsApp. E adivinha de quem é.

“Bom-dia, minha princesa! (^^) Daqui a pouquinho estarei aí para te pegar!”.

Suspiro, porque, né? Que pique o Júlio apresenta de manhã.

“Bom-dia! Mas calma que acabei de acordar! >.< Estou nervosa!”.

“Mas, poxa! Para que ficar nervosa? Vai ficar tudo bem! ;) E aí? Gostou de ser acordada pelo Nightmare?^^”.

“Sim, sim! Até sonhei que estava dirigindo o clipe deles *___*”.

“Sério? Não gostei ¬¬'”

“Mas por quê?”

“Tenho ciúmes! ¬¬'”

“Então da próxima vez, só de pirraça, vou pedir para que você edite Cockroach do The Gazette! (-◦)

“Você não é Nossa Senhora, mas é cheia das graças... ¬¬ Só porque você quer... Bem, vá lá se arrumar que passamos em uma padaria antes e vamos para reunião, certo? ^^”.

“Perfeito! *___*”

“Daqui a uns 45 minutos tô aí! Beijos ♥”.

Mas assim? Tá bom, vá! Também se deixarmos para mais tarde, vai ser um trânsito infernal e não chegaremos a tempo. Mas cá para nós, em São Paulo, toda hora é hora de rush, agora.

“Tá bom! Beijos :*”.

****

Não consigo comer mais o omelete e olha que gosto, hein? Também deixo chá e as torradas. Meu estômago não está bem hoje.

— Você não vai comer? – ele me pergunta com a boca cheia.

Aperto meus olhos porque não gosto disso. Sei, sou fresca.

— Não!

— Posso pegar?

Estranho, afinal o Júlio não é tão esfomeado assim. E raramente pega as coisas do meu prato.

— Pode! – responde não muito certa.

— Oba! – ele diz enquanto retira com o garfo e a faca o omelete para transportar para o seu prato.

— Júlio, aconteceu alguma coisa? – indago.

— Hum... por quê? – ele devolve a pergunta.

— Porque você está muito diferente...

— Eu? Estou ótimo! – e me oferece um sorriso.

— Júlio, você sabe que corremos o perigo de perder o emprego...

— Relaxa, minha pequena! Vai dar tudo certo.

Alguns minutos depois...

Quando chegamos no jornal, já há um alvoroço. Gente do marketing, do comercial, para lá e para cá.

— Estranho, né?

— É! Mas acho, Gi, que vai vir mudanças...

— Você quis dizer demissões. – digo.

— E por que nos demitiriam? – pergunta.

— Jú, então a troco do ...

— Oiiiiii, Bees! – o Felipe nos cumprimenta.

Trocamos três beijinhos e ele cumprimenta o Jú com aquele gesto que nunca entendi direito. Hoje, ele está todo, todo, com blazer jogado em cima da uma calça jeans e uma camiseta.

— Até parece um hipster. – brinco.

— Jura, Bee? – aí ele se vira para o Jú e diz: - Então se cuide, barbudinho porque seu reinado será meu!

Meu namorado só deixa escapar uma gargalhada e nem liga.

— Então comece a deixar a barba crescer, hein? E substitua as camisetas por camisas xadrezes!

— Hum, engraçadinho!

Ele está muito de bom-humor. Aí, tem! O Felipe vai conversando com a gente em direção ao elevador e nisso, encontramos o Décio e a Bárbara.

No elevador, a Bá diz:

— Tá sem comer, Décio! Que milagre é esse? – indaga.

— Ah, Bá! Ontem fui ao médico e ele disse que vou ter sérios problemas se não emagrecer.

— Mas não precisa morrer de fome, né, Bee?

— Eu sei! Vou começar a comer barrinha de cereal.

— Barrinha de cereal? – debocha a Bárbara. – Então o negócio tá feio.

— Por isso, não, Bee! Você pode muito bem viajar de avião.

Todo mundo se vira para o Felipe sem entender.

— Oras, gente! Não acredito que vocês não entenderam a piada! Tem uma certa companhia de voo aí que só oferece isso durante a viagem!

— Aaaaaaaaaaaahh – e olha, se nós combinássemos não iria sair tão bem.

— Bem, chegamos! – avisa o Décio.

Assim que descemos do elevador nos dirigimos à Sala de Convenções. Parece até que vai ter uma festa! Até recepcionistas estão lá para nos orientar.

— Bicha, isso é o quê?

— Não sei, mas parece que não é treta, né? – opina Décio.

— Acho que não... até porque olhem para o lado direito da gente. – indica a Bárbara.

E não é que há um pessoal de buffet preparando uma mesa? Olho para o Júlio intrigada e ele mexe os ombros tão atônito como eu. Adentramos ao local e mais à frente, encontramos a Juliana conversando animadamente com o Murilo, a Loreta, o Roberto, enfim, a trupe do editorial. Sentamos pertinho da Jú, que me apresenta um sorriso. E o Murilo acena com a mão. Na boa? Ninguém parece tão nervoso. Mas então... o que raios vai acontecer aqui?

Nem se passa mais uns 15 minutos, o chefe entra no palco com a Lilian. E ele parece que vai dar aquelas aulas-palestras. É, ele saiu da docência, mas a docência não saiu dele.

— Booooom-dia! – e ele nos cumprimenta com aquele tom tão característico só dele.

— Bom-dia! – e todo mundo retribui.

Olho em volta, mas parece que a maioria está um tanto apreensiva como eu. Será que eles estão sabendo de algo e não me contaram?

— Bom, primeiramente gostaria de agradecer a presença de todos aqui. Não esperava essa recepção toda.

“Tá certo, chefe! Agora fala pelo amor dos Deuses! E não me enrola!”, penso.

— Talvez estejam se perguntando o porquê os chamei aqui. Pois bem, é que estou prestes a dar algumas novidades a vocês.

“Sabia! Sabia!”, penso.

— Algumas agradarão, outras nem tanto. Enfim, nem tudo que a gente decide, contenta a todos. Nem Jesus Cristo conseguiu.

— Lá vem com esses papos de profeta ou pastor quando ele vem com bomba. – o Felipe retruca baixinho.

— Aposto e ganho que ele vai fechar o jornal... – o Décio diz.

— Tá louca, bicha? Ele não é dono dessa espelunca. – o fotógrafo retruca. Mas depois continua o raciocínio: - Sei que a influência dele é espantosa. Mas não precisa tanto, né?

— Shhhhhhuuuuuu – faz a Cordélia, diretora de marketing. E o povo do editorial entorta a boca.

— Ah, vá te danar, sua celíaca! – reclama bem baixinho a minha amiga Bee.

E o chefe continua um discurso que começa a dar sono. Mas em determinado ponto, começa a fazer sentido o que ele fala.

— Resumindo tudo que disse até aqui, vou ser direto e reto.

E o Felipe faz um movimento com corpo como dissesse: “Até que enfim!”.

— Estou me aposentando do meu cargo de chefia. – o chefe declara com um sorriso no rosto.

Murmúrio na plateia, bochichos em cada canto da sala. O Décio dispara:

— Preciso voltar a comer já!

— Bicha, mal começou a fazer dieta!!

— É a ansiedade, gente! – explica o rapaz.

— O que vai ser da gente sem o chefe? – pergunta assustada a Bárbara.

— Mas que velhinho insolente! Ainda é cedo! – reclama a Juliana. – Oh, Murilo, diz alguma coisa! – e dá uma cotovelada no rapaz.

— Mas... Mas...

— Você sabia disso? – ela indaga.

— Não! E ele não me disse nada!

O Júlio até se encosta mais na cadeira como procurasse algo para ancora-lo.

— Mas não é só eu que precisa de férias... – o chefe diz como divagasse para o nada.

— Não? – quase a maioria pergunta. E oh, em coro!

— Não! A Lilian também!

— Puta que pariu, bicha! Agora sim isso vai ladeira abaixo! Me sinto um dos violinistas do Titanic!

A nossa querida sósia de Penélope Garcia nos mostra um sorriso triunfante e suspira toda feliz. Caramba, será que só eu que estou com coração pesado?

— Por isso, nos convidamos vocês para nossa despedida. Foi magnífico trabalhar com cada um. Cada artigo montado, nossos fechamentos, as matérias especiais, os furos de reportagem. – e o chefe nos encara com olhar de gratidão. E continua: - Quantos sanduíches de mortadela devorados entre um artigo e outro para fechar. Uma manifestação de última hora, o desmantelamento de casos complicados e intrigas que poderia a colocar todo nosso trabalho a perder. Enfim, meu muito obrigado!

Antes que o pessoal começasse a bater palmas, o chefe pede calma com a mão espalmada.

— Calma que não terminei, pô!

Esse sim é o chefe! Ele não poderia ir sem deixar sua marca.

— Posso falar?

E o Felipe baixinho:

— O Silvio Santos fala ou não fala?

A Juliana escuta e dá uma gargalhada acompanhada do Murilo. O Edgar naturalmente dá uma olhada por cima para os dois e eles fazem um gesto do tipo: “Tá bom! Paramos!”.

— Bom, enquanto o buffet nos prepara alguns quitutes. – E dá para ver claramente que a maioria esfrega as mãos e comemora com isso, o Edgar vira e nos solta uma: - gostaria de pronunciar algumas mudanças na área editoral.

Prendo a respiração porque sabia que iria rolar alguma degola. Mas parece que o Edgar escuta meus pensamentos e diz:

— Essas mudanças vão ser interessantes à maioria ou não. Pois bem, vamos lá. Queria chamar no palco, o Júlio Sardinha primeiramente.

Encaro meu namorado que engole seco. E com olhar vidrado, todo mundo fica à espera que ele se levante e vá até lá. Do nada o Felipe inicia uma salva de palmas que a gente nem sabe o porquê. Mas o povo vai na onda e o Júlio caminha até o palco e vira por duas vezes em minha direção. Só aceno com a cabeça dando apoio moral.

— Diga bom-dia ao pessoal, Júlio. – ordena o chefe.

A Lilian entrega um microfone sem fio para ele. Ainda perdido e um pouco confuso, obedece ao mandamento do Edgar e diz:

— Bom-dia!

— Sabe por que está aqui? – indaga o chefe.

Ele mexe os ombros e com um sorriso amarelo diz:

— Nem imagino.

— Então vou ser direto e reto com você, posso?

— Claro que pode.

— Pois bem, entrego a partir de hoje todo o departamento dos repórteres-fotográficos.

O Júlio deixa cair o queixo. Fico com a respiração presa e o Felipe dispara:

— QUE TUDO, BEE!!

Ele se levanta e grita:

— Aeeeeeeeeeeeee

E todo mundo começa a aplaudir o Júlio. O meu namorado ainda em choque começa a dar um ataque de risadas.

— Você que vai mandar na bagaça, agora, Júlio! E espero que você faça o seu melhor! – exige o Edgar.

— Pode deixar, chefe.

O nosso editor-chefe chega mais perto do fotógrafo e o surpreende com um abraço. Enquanto isso, o Décio assobia, o Murilo fala: “Boa, garoto!”. E o Felipe grita: “Beija! Beija! Beija!”.

O chefe pede calma para todos e volta a falar no microfone.

— Ainda tenho alguns cargos a passar, não é mesmo? Pois então... Giovanna, você poderia subir aqui no palco?

Sou pega de surpresa com a chamada. E o Felipe de novo puxa a turma batendo palmas. E o Décio volta a assobiar. Quando estou à beira do palco só escuto o fotógrafo pronunciar:

— Arrasa, cachorra!

— Júlio, você poderia entregar o microfone à sua namorada? – solicita ele. E repete de forma maliciosa: - eu disse: entregar o microfone, viu?

E todo mundo cai na risada. Ele me passa com um sorriso de certo modo maldoso e faço não com a cabeça.

— Sabe por que está aqui, Giovanna? – indaga o chefe.

— Nem faço ideia. – minha voz sai tremida e insegura.

— Hum... Você sabe que é uma ótima repórter de campo, não sabe?

— Acredito que sim.

— Pois bem, a senhorita vai tomar conta dos repórteres.

Sou ovacionada, mas no fundo não gostei lá muito. E entre insegura e preocupada, digo:

— Mas... Mas... Vou continuar a cobrir algumas matérias, né? Porque... Porque...

E o chefe me encara com ar divertido. E diz:

— Isso a senhorita vai ter que perguntar para seu novo chefe.

— Novo chefe? – parece que estou perguntando a mim mesma. E aí continuo: - Ah, é! O senhor vai sair.

— Pois é. Mas acho que se você fizer algumas negociações vai ser mais fácil do que se imagina.

— Ah, é? – e instintivamente indago: - Então, quem é ele?

E aí o chefe se vira para plateia e o encara. É... Só poderia ser ele.

— Murilo, por favor!

O Felipe bate nos ombros dele e diz toda histérica:

— QUE TUDO! QUE TUDO! VAI LÁ E ARRASA, BONITÃO!

E não sei de onde vem uma onda fazendo: Uhuuuuuuuuuuuuuuu!

Ele é bastante ovacionado e vem com uma cara de “como assim, cara?”. Então, o Murilo não sabia dos planos do tio? Para minha surpresa, o Edgar não me pede para que entregue o microfone, mas resolve dividi-lo com o sobrinho.

— Não sei se vocês sabem... O Murilo fez um trabalho de formiga aqui. Ele saiu do Estado como um simples redator. Afiado, ele tem uma boa percepção do trabalho todo de um jornal.

E ele fala baixinho:

— Que isso, tio! Que isso!

— Posso falar, pô?

— Eu mesmo o preparei para continuar o meu legado, então... se gostam de mim, os deixo em boas mãos. Murilo, passo o cetro para você!

— Uhuuuuuuuuuu! ARRASOU, BEE! – grita o Felipe. E todo mundo de novo assobia, bate palmas e por aí vai.

O chefe pede calma novamente e surpreende o Murilo com uma pergunta:

— Murilo, ainda você deixará a Giovanna sair em campo?

Fico na expectativa, encarando o Murilo. O redator, aliás, meu novo chefe diz:

— Mas é claro!

E só posso dizer:

— Obrigada! – quase como um sussurro.

— Mais você vai precisar de uma secretária, não? – indaga o chefe. Aliás, o Edgar.

— Pois é...

— Posso chama-la aqui no palco?

— Por favor!

Perai, eles já tinham combinado? Porque parece algo até treinado antes do anúncio.

— Bem... – o Edgar faz um suspense e depois dispara: - Juliana, por favor, venha para cá.

Ela faz uma cara como quem dissesse: “Que encrenca!” Tudo bem, que sempre achei que a Jú merecia um cargo de chefia pela audácia, facilidade de lidar com situações difíceis e tudo mais... Mas, como secretária do Murilo? Ai,ai.

Ela deixa a bolsa em cima da cadeira e anda com ar desconfiado e não lá muito contente.

— A JUJU E O MURILO JUNTOS? QUE TUDO!!! – é... hoje, o Felipe está bem histérico.

A redatora fica ao lado do Murilo que demonstra um sorriso de satisfação. Ela retribui com um sorriso sem dentes. Será uma dupla de trabalho ou uma nova guerra? Por mais que eles tenham uma atração entre si, no fundo, competem com trabalho. Até porque os dois são muito bons no que fazem.

O Edgar, então, faz uma pergunta fatídica para ex-redatora, agora, secretária.

— E aí, Juliana? Feliz?

Ela demonstra um ar de deboche e responde:

— O senhor nem imagina quanto!

— Daremos muito bem, né, Juliana? – indaga o Murilo.

Ela responde com uma simplicidade irônica:

— Ah! Sem dúvida!

Olho para o Júlio que mexe as sobrancelhas para me informar: “sente a dupla”. Dou uma risada disfarçadamente. É... com certeza, a redação ficará divertida.

****

Agora estamos nos servindo da mesa de quitutes e o Décio definitivamente aboliu sua dieta.

— Ao menos, por enquanto. – ele afirma.

O Júlio me diz:

— Viu, só? Agora você que manda nos repórteres. Seja boazinha com eles!

— E alguma vez fui má?

— Claro que não! Forma de falar, minha pequena. – e dá uma piscada.

Escuto o Felipe todo curioso perguntando para o chefe... aliás, o Edgar:

— E agora? O que o senhor pretende fazer da vida?

— Hum... tenho planos... tenho planos! Mas Felipe, meu caro. – e coloca a mão no ombro do fotógrafo. – Por enquanto vou deixar isso em segredo. Até porque... Bem, dá azar falar dos seus planos antes de concretizarem.

— É, tá certo! – o fotógrafo diz não muito convicto.

Na mesa de doces, esbarro com a Lilian que está mais radiante do que nunca.

— Ah, Li! Vou ficar com saudades.

— Eu também, meu anjo! Eu também! – e encosta a cabeça contra a minha. – Mas você não vai sumir, né?

— Você que deve esse favor! – digo.

— Ah, bobinha! Não vou, não! Até porque quero que você vá a meu futuro estabelecimento.

— Sério? Mas você vai trabalhar com quê?

— Vou ser dona de um restaurante...

— O quê? – me pego quase gritando.

— Shiuuuuuuuu, Gi! Ainda é cedo para espalhar por aí!

— Sério isso? Quando você inaugurar...

— É claro que chamo vocês. Aliás, a senhorita e o Júlio!

— Que legal! Isso é demais!

— E não é, menina? O chef é meio arrogantão, mas darei um jeito nele! – e finaliza com uma piscada.

Quando dá um tempinho sento perto do Júlio que fica brincando com meu cabelo e me indaga:

— Amanhã, então?

— Amanhã? – fico tentando me lembrar o que seria.

— Nosso jantar... Ou já se esqueceu?

— Ah sim! Não, não me esqueci. É que...

— Estava nervosa por hoje, né?

— É...

— Então espere para ver amanhã... – conforme ele fala sua voz quase some.

— O que foi, Jú?

— Nada! Nada!

— Então pode ser...

— Às 7! Às 7 vou te buscar, tudo bem?

— Você está tão formal. O que aconteceu?

— Ah! Eu? Nunca fui formal...

— Júlio! Me diga!

Ele se levanta e vai andando com as mãos nos bolsos como quem não quisesse nada.

— Júlio! Não disfarça! – e o sigo.

— Não fiz nada!

— Júlio!

E conforme ele anda, vou atrás, tentando ao menos descobri o porquê estar tão misterioso.


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Notas finais do capítulo

Caramba! Murilo, rei da porra toda! Hahahahahaha Não quero nem ver! E o Júlio virou chefe^^

Muito bom! Bora para o glossário?

Glossário – Chamem os Bombeiros.

O título do capítulo é referência ao filme de terror cult (ou não) dos anos 80: Pague para entrar, reze para sair.
Mad Black Machine do Nightmare – Uma das músicas da banda J-pop Nightmare. Tenho certeza que você já a ouviu antes... digo, as músicas da banda. Eles foram responsáveis pela opening e ending de Death Note, a opening do anime Claymore e muito mais. Tá a fim de assistir o clipe? Anote aí o link: https://www.youtube.com/watch?v=RqAQEb4F3oE
visual kei – É movimento musical que surgiu no Japão, nos anos 80. As bandas misturam várias vertentes do rock e em algumas vezes utilizam violino, cravo, piano, ou seja, instrumentos próprios para música clássica. A aparência de seus integrantes é algo muito bacana: eles chegam a ser andróginos munidos de maquiagem, vestimentas coloridas e chamativas. Sou suspeita porque os adoro!
Cockroach do The Gazette – Uma das músicas mais bacanas do grupo The Gazette. Não os conhece? Assistiu KuroshitsujiII? Pois é, eles são responsáveis pela a opening do anime. O som deles é visceral e cheio cadência. Ficou curioso(a) em assistir o clipe? Aí vai o link:
https://www.youtube.com/watch?v=8GegRo1CIRo

“— Por isso, não, Bee! Você pode muito bem viajar de avião.
Todo mundo se vira para o Felipe sem entender.
— Oras, gente! Não acredito que vocês não entenderam a piada! Tem uma certa companhia de voo aí que só oferece isso durante a viagem!” – aqui é uma piada sobre uma companhia aérea que só serve isso de lanche: barrinhas de cereais. Quem é ela? Te respondo por MP ;) (Oras, não estou a fim de encrenca, né?).
Celíaca – pessoa que é alérgica a glúten. Qualquer alimento com farinha de trigo deve ser evitado e/ou ser substituída.
“Me sinto um dos violinistas do Titanic!” - há uma informação corrente, que enquanto o famoso Titanic (barco que foi a pique, em abril de 1912, depois de bater em iceberg) afundava, os músicos contratados para entreter os passageiros, começaram a tocar para “acalmar” os ânimos. Evidente que eles morreram, afogados.
Bem, garotada, o próximo será o último... Também estou muito triste, mas ao mesmo tempo, feliz e com sentimento de dever cumprido: fazer você rir à beça! Mas... nem tudo é tristeza, logo teremos mais algumas surpresas! Afinal, vocês merecem ;) Beijos e até sexta-feira que vem com... CHAMEM OS BOMBEIROS!




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