Chamem os Bombeiros escrita por Juliana Rizzutinho
Notas iniciais do capítulo
Ooooooooooi! Vamos dar uma de Felipe e iniciar a história. Mas antes, queria dedicar esse capítulo ao fofo do Lucão, que surtou com a resposta do último comentário!^^ Ah, Lucão, ao final tem a sua pergunta para o Felipe! Beijos! Bora?
— Bom-dia a todos! Hoje a equipe está bem desfocada! Portanto, peço a colaboração do pessoal aqui da sala, perfeito? – indaga a Lilian.
A sala ainda está um alvoroço e aqui eu estou, sentadinha, quieta e só observando. Olho ao redor, parece que voltei ao colégio. E o que pior, a Melissa se acha a musa da torcida. E daí, ela solta uma gargalhada alta que a faz jogar a cabeça para trás. Maldita, bem que poderia a cadeira se desequilibrar, ela cair, bater a cabeça no chão e morrer imediatamente.
E aí, o vejo. Ele parece que voltou ao estágio que bancava ser autista para não se meter nas confusões. Sentou-se perto da janela e com o olhar perdido. Do nada me dá uma vontade de ir lá, abraça-lo e perdoa-lo. Quer saber? NÃO! Morra, Júlio Sardinha!
— Giovanna?
A Lilian me chama com tal propriedade que até me assusto. Quando olho, o povo da sala mantém a atenção para mim. Será que ficou tão claro que estava o olhando?
— Sim?
— Você se incomoda que a Juliana te acompanhe hoje?
— Oba! Voltarei a campo, então? – indaga a redatora.
— Pode ser só por hoje? – pergunta a Lilian.
— Manda bala!
E escuto a sapato cheiroso perguntar:
— E ela vai aguentar trabalhar em campo chegando perto do 112 anos?
Os “coleguinhas” perto dela começam a rir e do nada, me vejo falando:
— E qual é o problema, Melissa, da Juliana ir a campo hoje?
Todo mundo se vira de novo para mim, inclusive o Júlio que me encara ao longe.
— Oi? Falei com você, garota? – a maldita periguete indaga.
— NÃO! Mas será que você não cansa de ser inconveniente?
— Como que é?
Agora ela se vira totalmente ainda sentada.
— Exatamente! Se você reparar se conta nos dedos quem te suporta, sua...
— Oh, Oh! Vamos parar? – interfere a Lilian.
Ela se volta para frente e diz:
— Ah, não liguem, guys! Ela tá assim porque brigou com namorado!
Por sua causa, não, sua vaca? Minha raiva é tanta que pego o meu celular para tacar na cabeça dela! Mas alguém segura meu braço.
— Nem pensar, Giovanna Strambolli! – aí dou de encontro com o olhar rápido e inquisitivo da Juliana. Ela sacou na hora que eu iria fazer.
— Vaca!
— Não ofenda as vacas, Gi! Elas são sagradas! Pelo menos na Índia.
Volto o meu rosto para redatora com olhar de reprovação.
— Mas ela me ofendeu! Te ofendeu!
— Deixa! Ainda essa encardida vai sair do nosso caminho. – e finaliza com uma piscada.
*****
Descemos, e o motorista que irá nos levar é o Carlos, um senhor muito gente boa e que adora comida japonesa. Ele sabe de todos os pontos da cidade para comer bem e barato.
— Opa! Estou bem acompanhado hoje! – sorri.
— Né, rapaz? – e a Juliana dá um tapinha nas costas dele. – Bora hoje comer lámen na Liberdade na hora do almoço?
— Nossa, me deu até fome!
— Calma, né? Tá parecendo o Décio!
— Mas perai! Você não vai mais a campo! O que aconteceu? – indaga o Carlos.
— Desfalque, rapaz!
Enquanto eles conversam de forma animada, vejo o Júlio olhando para mim. E quando retribuo o olhar, disfarça e entra no carro com o Jura e a Loreta. Se até outra redatora entrou na dança... é que a coisa tá feia.
— Gi? Bora?
— Sim!
Entramos no carro e o Carlos, de modo curioso, pergunta:
— Mas... quem vai tirar as fotos?
E para meu espanto, a Juliana levanta uma bolsa quadrada e sorri.
— Pensei que não teria fotos hoje. – digo.
— Hum! Gi, sou das antigas: entrevista, cobertura de eventos e até fotografia sobrava para uma pessoa. Digo, no começo de carreira, né?
— Esta sabe das coisas! – escuto o Carlos dizendo. Mas nem dá um tempinho, ele diz: - Aqui entre nós... Por que quase todo mundo faltou? – e termina a pergunta se contorcendo todo para nosso lado.
E a Juliana exprime um sorriso enigmático. E depois, fala:
— Ainda não sei exatamente, mas a gente descobre.
— Sabe... – começo. E dois mantém a atenção em mim. E mesmo ainda receosa, revelo: - Hoje, quando cheguei no jornal, vi o Murilo e o Décio na porta conversando com a Melissa.
— Como que é? – a Juliana se inclina em minha direção e com os olhos arregalados.
— É! Só vi que a Melissa berrava com eles, segurando um celular, os dois idiotas dando desculpas. Só que...
— Só que...
— Ela entrou no jornal, e eles esperaram do lado de fora e correram para o lado direito. – finalizo.
— Você disse que a periguete-mor segurava um celular?
— É! – afirmo.
— Não acredito que eles também... – as palavras saem entre um ranger de dentes.
— O que foi, Jú?
— Hum? Nada! Giovanna... Obrigada pela informação.
E mesmo assim fico sem entender.
******
Sugestão de trilha: R We Stealing – Ocean’s Twelve Soundtrack
Parece que o Romero não está de brincadeira e a Melissa, que é a petulância em pessoa, se mostra bem assustada no seu tom de voz.
— E está tudo bem com seu tio?
—Sim!
— Ótimo! Enquanto ele puder perdoar as nossas dívidas, sem escândalos, sem notícias “desagradáveis” sobre a sua patota.
Enquanto isso, a repórter fica em silêncio.
— Sabe que estamos apostando em você, né, Melissa? Afinal...
— Eu sei!
— Ótimo!
— À noite ligo para o senhor, pois estou em campo, mas prometo algumas notícias “agradáveis”.
O Décio me encara com os olhos arregalados.
Mal a Melissa acaba de desligar, começa a ter uma nova chamada. O fotógrafo dá uma cotovelada para indica com a cabeça quem é. Faço uma cara: “Claro que sei ler e não sou cego!”.
— Melissa? Vou precisar ir te buscar aí? – retruca o Alan.
— Eu já disse que vou resolver isso assim que sair de campo, posso?
E o Décio me atrapalha falando baixinho:
— Você tá gravando tudo isso?
Faço uma cara que: “Claro que estou!”. E sinalizo para que ele fique quieto. Para piorar acabo perdendo uma parte da fala da Melissa e só apanho:
— (...) estou tão preocupada quanto você, entendeu?
Logo depois o Alan retruca:
— Você sabe que The Big Friends estão esperando o meu depósito, né? Ou vou ter que gritar PARA VOCÊ ME OUVIR?
— Alan, porra! Quer esperar?
E ela desliga.
— The Big Friends? – o Décio repete como tivesse um sonho.
— Pois é, pede para o Felipe pesquisar sobre isso.
Vejo o fotógrafo enviar uma mensagem para o Felipe.
“Bicha, você tem que especificar o que é!”.
— Mas que porra de jornalista ele é? – retruco. – Fala para ele começar como organização.
— Tá bom!
Assim que se passa um tempinho, para não ficar tão evidente da minha próxima ação. Envio uma mensagem para o celular da repórter e ele volta a ligação para mim. Quem sabe consigo captar algo a mais. Mas os sons que nos chegam são coisas sem importância, portanto, desligo.
— Cara isso tá ficando cada vez mais sinistro.
— Pois é, Décio... Parece que a Melissa não é só movida a ciúmes.
Chega uma nova mensagem do Felipe.
“Bicha! Nada! O que faço?”
Suspiro para não manda-lo à merda. E antes que dou um parecer, vejo o fotógrafo enviar a mensagem.
“Cara, se for necessário, procura na Deep Web”
— Rapaz, agora me surpreendi. – elogio.
— Caramba, Murilo, onde mais a gente encontra de tudo?
— De tudo e mais um pouco... – completo.
******
De vez em quando, a Juliana fica checando o celular. E até estranho, porque não é do feitio dela.
— Não acredito!
— O que foi, Jú?
Ela se distancia de mim e fica atenta com os foninhos nos ouvidos e com uma expressão cada vez mais assustada. Os olhos dela arregalam de tal maneira que parecem ter saído de um anime.
Tento chegar perto, ela espalma as mãos. O que será que tá acontecendo?
Enquanto isso, vejo o Carlos conversar com um taxista para tirar algumas dúvidas da próxima coordenada.
A redatora se distancia um pouco mexendo a cabeça num não. E aí do nada, ela fica com boquiaberta.
Viro mais uma vez para o Carlos e quando percebo ele está do meu lado.
— Vou chamar a Juliana. – informo.
Ele segura meu braço, dá um sorriso e fala:
— Espera só um pouquinho que ela está investigando...
— Investigando?
— Pois é...
— Ela te contou que é?
Com o seu jeito bonachão e gente boa, o Carlos sorri como estivesse cúmplice das artimanhas da redatora.
— Só posso te garantir que não é para prejudicar, viu?
Suspiro indignada. Terminamos o trabalho e vamos voltar para o jornal.
Gosto de trabalhar com a Juliana, ela é como uma raposa: viva, rápida, mas no fundo tem um bom coração, apesar de birrenta. Redação pronta, fotos, ok, e a redatora se espreguiça:
— Pronto, agora só falta mandar ...
E não a ouço terminar a frase, pois vejo o Júlio passar do outro lado da redação. Está cabisbaixo e desinteressado. Será que ele tem sofrido tanto quanto eu? Mas, onde estava com a cabeça por dormir com aquela vagabunda?
— Gi? Alô, chamando planeta Terra! Gi?
Viro-me para a redatora e ela me encara:
— Quer saber o que acho?
— O quê?
— Bem, Gi, talvez você não me olhe mais na cara depois o que vou te falar...
Não consigo exprimir uma palavra. E ela continua:
— Na boa? Eu acredito que ele não dormiu com a Melissa.
— Como você sabe? – não adianta, minha voz sai irritada, quase alterada.
Ela contorce a boca, olha do lado e volta-se para mim:
— Bem, Gi, eu não sei, só sinto, beleza?
Suspiro e desvio o olhar.
— Já que a senhorita está com uma cara de cansada e meio que suicida, quer uma carona? O Carlos leva a gente.
— Mas...
— Gi, o Carlos mora na Mooca, é caminho. Vai por mim. – ela pisca.
Pego a minha mochila, ela envia os arquivos e desligamos os computadores.
******
Estou me dirigindo com o Décio para onde a Melissa vai se encontrar com o Alan. Vamos ver se conseguimos algumas fotos. E o que precisarmos de provas, vai ser melhor para nós.
— Bichas! Vocês estão aí? – ouço a voz estridente do Felipe do outro lado da linha. O Décio está com ele no viva-voz.
— Fala, Felipão! – diz o Décio.
— Achei!!! Uhuuuuu! – e ele é acompanhado por outra voz masculina.
O fotógrafo me olha com ar de deboche e não tem como evitar, reviro os olhos.
— So! Achei o que são The Big Friends.
— Opa, aí sim! – solto com entusiasmo. – E então?
— Well! The Big Friends é uma organização religiosa que quer recuperar a fé na humanidade, eles prometem contato com extraterrestres!
— O QUÊ?
— Calma, Bicha! Posso terminar?
O meu amigo glutão mexe a cabeça como dissesse: “Isso não faz o mínimo sentido”.
— O líder espiritual, Faustus Falsus tem um lema: I know the Truth. E, diga-se de passagem, com tê maiúsculo.
— Beleza, mas qual seria finalidade do Alan colaborar tanto com eles? – indago em voz alta.
— Pera, bicha afobada! Posso falar?
— FALA! – eu e o Décio praticamente dizemos juntos.
— Oh, eles parecem como à Maçonaria. Ou seria como fosse aquelas pirâmides. Se você estiver necessitado de dinheiro, eles te emprestam, mas assim que você ganhar alguma grana deve reverter a outro necessitado. Entenderam, amores?
— Ou seja, o Alan pediu emprestado dinheiro por alguma razão e agora, com o plano da Melissa, ele recebeu uma grana e iria retribuir para eles, certo? Mas depositaria tudo? – pergunto.
— Oh, Mu, eles pedem que a pessoa deposite ao menos 10% do valor do salário ou quando recebem uma quantia vultosa.
— No fundo é um dízimo. – conclui o Décio.
— Isso mesmo! Estou dispensado? – indaga o fotógrafo.
— Por hoje é só, meu caro Felipe. Amanhã tem mais e se tiver alguma novidade...
— Call me! Bye!!! – me completa o fotógrafo. E detalhe, o bye é dito também por quem o acompanha. — É... A coisa tá feia... – diz o Décio.
Sugestão de trilha: Lifting the Building – Ocean’s Twelve Soundtrack
Chegamos ao local que a Melissa se encontrará com o Alan. É uma cafeteria badalada no Jardins. A sorte é onde estacionamos o carro nos dá um ângulo do local de certo modo cômodo. O Alan chega primeiro, olha ao redor e entra. Em 15 minutos, a Melissa chega e faz o mesmo.
— Faz assim, Murilo, vou lá naquela loja do outro lado da rua, finjo que estou comprando algo e tiro as fotos com celular.
— Mas Décio...
— Sim?
— Seja discreto, sim?
— Não, não! Vou dançar Macarena no meio da rua pelado. – ironiza e sai.
Vou acionar o celular da Melissa, mas... Droga! Ela colocou em cima da mesa. Já era! Qualquer movimento que possa fazer no rastreamento agora, posso ser descoberto. Droga! Eles conversam um pouco e o Alan se inclina aparentemente nervoso. Fazem os pedidos e mal olham no cardápio. Algo estranho.
Assim que o garçom se afasta, a periguete passa um envelope branco para o rapaz. Ele apanha, abre e franze o cenho. Ótimo, o Alan parece que não gostou nem um pouco. A Melissa gesticula pedindo calma. E me contorço procurando o Décio. Provavelmente ele está com um ângulo melhor do que eu. Pois bem, essas fotos vão nos salvar, eu acho!
Eles discutem, e assim que o pedido chega, o Alan se levanta e a Melissa o segura. Pede para que ele se sente de novo. Droga! Logo agora que queria ouvir a conversa? Melissa se gesticula, fala, fala e o Alan só ouve. E do nada, ele abre um sorriso. Acho que ela o convenceu.
Alguns minutos depois, o Décio chega.
— Tirou?
— Várias! E vamos embora que logo eles vão sair.
— Como você sabe? – indago.
— Eu leio lábios. – me informa.
Levo o fotógrafo para casa, ansioso para que chegue logo em casa. Afinal, faltam mais algumas peças nesse quebra-cabeça. Ou melhor, confirmar definitivamente que a Melissa é uma espiã dentro da Folha da Manhã. O Décio mora na Mooca e como sempre é um bairrinho complicado para se chegar. Ameaça a chover e me preocupo, porque afinal, lá enche de água quando isso ocorre.
— Então, hoje descobrimos que o Alan está envolvido com The Big Friends, a Melissa é uma espiã e...
— Décio, calma que ela precisa falar algo mais concreto para que...
E quando me viro, me arrepio. O carro ao lado é do Carlos, um dos motoristas do jornal. No banco traseiro quem me encara? Ela mesma, a Juliana. Viro para frente e finjo que não é comigo. Vai ver que ela está sem óculos, está escuro... Caramba, será que ela sabe a placa do meu carro?
— O que foi, Murilo que você está pálido?
— Não olhe agora!
— O que foi? Ele mexe a cabeça para os lados.
— Quieto, Décio e só encare a frente.
— É algum tipo de brincadeira?
— Não, sua besta! A Julian...
O sinal abre e saio em disparada com carro. Preciso despista-la.
*****
A redatora me pergunta antes de sair:
— Você vai ficar bem, né?
— Sim!
— Promete que não irá chorar?
Tento segurar o meu choro que aperta a minha garganta.
— Prometo.
— Ótimo! E se precisar você irá me avisar, né?
— Sim!
Ela me beija o meu rosto e diz:
— Se cuida, garota! E vou indo que a chuva tá apertando.
E para sorte da Jú, o elevador chega.
Fecho a porta e o Ernesto só me acompanha com os olhos.
“Humana? Oi, humana? Não vai falar comigo?”
Não sei o porquê e o que me dá, avanço e abraço o meu gato.
— A mamãe te ama, viu? Mas promete que nunca irá me trair?
“Claro que não!”, mio. “Enquanto você me dar todas as regalias que mereço, jamais!”.
Sugestão de trilha: Turn off Camera 3 – Ocean’s Twelve Soundtrack
Sirvo comida para o Ernesto, troco a água e limpo a caixinha de areia. Tomo um banho e faço um lanche. Quero me recolher cedo, ler um livro, e deixar o rádio baixinho. Estou cansada e ainda dolorida por dentro. E a chuva cai de modo impiedoso. Fecho as cortinas e avisto... Um cara lá embaixo encarando o meu apartamento. Abro as cortinas novamente e volto a olhar. E o homem desaparece. E sem brincadeira, é a silhueta do Júlio.
******
Cara, me sinto Adam Levine naquele clipe Animals do Maroon 5. Com a diferença que não uso óculos, não estou de capuz e não sou stalker. No meio da chuva fico com os olhos voltados para o prédio da Gi. Aliás, para o apartamento dela. E como será que está a minha pequena? Tem se alimentado direito? Dormido bem? Caramba, eu sou um tremendo de um idiota. Falei uma monte de baboseira e... Ah, nem vem, ela também chutou o pau da barraca.
Mas mesmo assim quero ir lá. Quer saber? Vou pedir desculpas. Chegar na portaria, a minha pequena pede para subir, ela abre a porta, a agarro, arranco um beijo, pego-a no colo e vou fazer amor com ela a noite inteira.
É isso que vou fazer! E quando decido que vou lá pedir desculpas, me bate uma insegurança. Insegurança, não, medo mesmo. Ele é tão forte que me prende as pernas, os braços e não consigo mexer um músculo. Sabe o que vai acontecer? Até a parte de subir tudo bem, aí ela vai abrir a porta, me tocar com a vassoura e o Ernesto, aquele gato demoníaco vai voar por cima da dona e atacar os meus olhos.
Pensando bem... Cacete, ela tá mexendo nas cortinas!! Num impulso me escondo atrás de uma árvore mais próxima. A chuva aperta. Agora sim, só falta ter trovões. Árvores atraem trovões, não sei se você tá ligado. Coloco o meu capacete e espero.
Passa um tempinho e penso: “O que mais pode acontecer?”. Escuto sirenes, vai ver que é uma ambulância. Quer saber? Vou voltar para casa...
— Mãos na cabeça, agora!Vamos!
Putz, não me diga que... São duas motos de policiais e o que pior, eles vão me dar um enquadro.
— Para parede! Para parede! – diz o outro.
Faço o que eles mandam e repentinamente olho para cima. Tem uma senhorinha com a janela de casa aberta bem de pouquinho.
Meu, ela pensou que iria roubar. E esse é primeiro enquadro do fotógrafo Júlio Sardinha para coroar o dia.
*****
Sugestão de trilha: Plating the seed – Ocean’s Eleven Soundtrack
Chego em casa esbaforido e assim que jogo a mochila, escuto o celular tocar. Ou seja... Finalmente, a Melissa está ligando para o Romero. Quase me embanano para colocar os foninhos, caminho até a porta e tento fecha-la sem que faça barulho.
— Chefe?
— Boa menina, ligou, hein? Podemos conversar tranquilamente? – ele pergunta.
— Sim! — Pois bem, quais são as novidades?
— Primeiro, chefe descobri em quando vai ser aquela reportagem especial com Haddad.
— Ótimo!
— Será no próximo domingo e há uma equipe e uma repórter que irá o acompanha-lo. E adivinha quem está no meio.
— Não me diga, minha garota!
— Pois é, consegui tirar a outra repórter da jogada. Ela está fragilizada com final do namoro, apesar de que... tive que tomar algumas atitudes e precisei fazer um pequeno investimento....
Tudo começa a criar lógica! Melissa tirando a Giovanna do caminho poderá ter acesso a quase todas as informações do prefeito e aí criar um gancho para que a reportagem “encomendada” de denúncia caísse como uma bomba. Mas o que me intriga é a última palavra. Mas, logo depois:
— Investimento? De quanto?
— 10 mil reais, mas...
— Tudo isso, Melissa?
— Calma, chefe! Chego lá! – ela o acalma. – O Alan, um amigo do jornal foi o escolhido para esse investimento. E por duas razões.
— Quais? – indaga Romero.
— Primeiro, ele se faz de sonso, mas sabe muito bem como agir no caso de separar casais apaixonados. E com dinheiro, bem... Com dinheiro, um cara como Alan fica caladinho.
— E a segunda razão?
— Chefe, o Alan é integrante do The Big Friends, aquela organização que podemos criar nosso caixa dois. Lembra?
— Ah, sim. Senão seu tio...
— Teria problemas para investir em nossos trabalhos, entende?
— Perfeitamente!
Boquiaberto, escuto tudo. Quer dizer que o senhor presidente da Câmara dos Deputados que está beneficiando o jornal concorrente, sua sobrinha infiltrada nos vigiando e meu tio nem desconfia. Hum, interessante!
A conversa se estende mais um pouco e depois de um tempo:
— Melissa, qualquer novidade...
— Ligarei! Uma boa-noite!
Tiro os foninhos. Vejo pelo relógio da cozinha que horas são. E é hora de ligar para o meu tio. Um, dois, três e no quarto toque:
— Alô! – ele atende bem bronco.
— Tio?
— Em casa, né?
— Claro! Posso te dar uma bomba?
— Uma bomba? – me pergunta o Edgar.
— Sim e não é de chocolate!
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Está vivo(a) ainda? Em choque? Quer que jogue um balde de água? Meus sais, meus sais! Bora para o Glossário?
Glossário – Chamem os Bombeiros
Lámen – Também é conhecido como Ramen, é uma iguaria japonesa, com origem na China. Em um tigela é servido um caldo que contém verduras, legumes, carnes bovina ou suína (há também aqueles que vêm com frutos do mar. Hum...). Esse caldo pode ser feito com shoyu ou missô. E lógico um macarrão para acompanhar.
Deep Web – seria o submundo da World Wide Web. Ela não faz parte da Surface Web, que é uma indexação pelos mecanismos de busca padrão. Originalmente entidades como a NASA, FBI, grandes bancos a usam para passar informações ultrassecretas. But... hoje, a Deep Web é usada por coisas mais ilícitas e tenebrosas, como por exemplo, tráfico de bebês e crianças.
Macarena – é uma canção da dupla espanhola Los Del Río e virou uma febre entre os anos de 1995 a 1997.
“(...) Adam Levine naquele clipe Animals do Maroon 5”. – Animals do grupo Maroon 5 é um clipe arrojado e um tanto chocante. Adam Levine, vocalista da banda, faz a vez de protagonista. Ele é um açougueiro stalker! Confesso que o Júlio tem um pouco do Adam... (não do clipe, o vocalista mesmo^^).
Haddad – Fernando Haddad, atual prefeito da cidade de São Paulo.
(Trilha sonora de background – Lady Gaga – Just Dance)
— Ooiiiiiiii, Bee!
— Oi, Felipe!
— Oooooi!
— Dudu! Hoje estamos em dose dupla, hein?
— Hum, Hum!
— Lógico!
(três beijinhos para cada bee)
— Bicha, você me chamou de novo aqui para que, hein?
— O Lucão queria te fazer uma pergunta.
— Então isso significa que estamos começando...
— Solta a vinheta, Deejay! (Felipe encara o Dudu)
Seção Q & A – Chamem os Bombeiros
— Bicha que produção! Até tem vinheta?
— Claro,né, Dudu?
— Então, bora! Solta a pergunta!
“Se ele pudesse criar um homem perfeito juntando uma parte de cada um (tipo o Frankstein, só que gostoso), qual parte de cada um ele usaria e se não for pedir demais, por quê?”
— Uhuuuuuuuu! Arrasou na pergunta! (dá voltinha em si mesmo).
— Bicha, para! Só para!
— Duduzinho, para de reclamar e me ajude nessa tarefa árdua!
— Belê, flor!
— Hum... começamos com..
— As pernas?
— Isso, Dudu!
— Então, Felipe, quem?
— Ah, como chama aquele gostosão que faz o Thor nos Vingadores!?
— Bicha, para tudo!!! É muita areia...
— Para seu caminhãozinho, né, Dudu? Pois eu aguento!
— E por quê?
— Minha querida autora, porque gosto de carne. Apertar, apalpar...
— Próximo! Então bora para os braços!
— Não terminei!
(Dudu só olha)
— Felipe, vai que a gente não tem lááááá muito tempo!
— Lady Gaga ao fundo?
— Sim, Dudu. Felipe, por favor...
— Hum... Pode ser os braços de... Quem, flor? Me ajude!
— Pode ser o carinha que interpreta o Capitão América?
— Dudu! Ele é muito branquelo!
— Posso dar uma sugestão?
— Fale! (as duas bees gritam juntas)
— Bem, que tal Javier Bardem!?
(gritos histéricos! Dudu fica dando pulinhos!)
— Boa, boa!
— Imagina ser abraçado...
— Uuuuuuuuuuuuuuuuiiiiiii! Me deu arrepio!
— Bees!
— Oi! (as duas falam juntas)
— O tórax?
— Bicha, me ajuda! E me fala um bem apalpável!
— Fefê, tem tantos...
— Brad Pitt, bicha!! O Brad!!! (cutuca a amiga)
— Aaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhh
— Vamos parar? Daqui a pouco vão pensar que estamos num hospício!
— Bicha, simplesmente pare! (as bees falam juntas)
— Eu? Só estou coordenando... Bom e aí a cabeça?
— Hum... Hum... (um cutuca o outro)
— Bicha, a cabeça de cima!
— Aaaaaaaahhhhhh (decepcionadas)
— Bom, eu ficaria com Leonardo Di Caprio com cara de mau!
— Bicha, eu ficaria com Tom Hiddleston! Aqueles olhos penetrantes...
— Dudu! Sou eu que estou sendo entrevistado!
(autora suspira e revira os olhos)
— Mas por que isso agora? Só uma opinião?
— Porque...
Bem, pessoal então até o próximo...
— Bicha! Você esqueceu uma parte?
— Qual? Os pés? Mas eles vêm com as pernas!
— Nãããããããoooo!
— Então, qual, Felipe?
— Autora bobinha... E a piroc...
— Tchau! Tchau! Até mais! (empurra as bees)
— Tá louca? A melhor parte você esquece! ( Felipe gritando lá atrás)
Bem, garotada! Espero que vocês tenham gostado desse capítulo. E na próxima semana... Hora de abaixar as cartas!
— Abaixar o quê?
— Vai à merda, Felipe!
Então até semana que vem com... Chamem os Bombeiros!