Linhas Borradas escrita por Iulia


Capítulo 4
Sobre os Monstros do Lado de Fora


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente. Então, esse é uma espécie de mini capítulo, qualquer um pode ver o quão pequeno ele é. Mas há uma explicação muito sagaz: Eu só o postei assim porque vim aqui unicamente para lhes dar um "aviso". Bom, e fazer uma pergunta também. Pra não ficar muito grande, vocês podem ler o resto lá embaixo.



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Clove

Faço o melhor que posso para não parecer segura ou grata, mas é uma tarefa muito difícil quando tudo que há na sua mente remete a essas duas coisas. Caminhando pelas ruas do anoitecido Distrito 2 com Cato Ludwig, eu analiso as opções. É ridículo demais pensar em tentar matar uma pessoa que você passou a vida toda defendendo da morte.

– Me desculpa, Cato – falo relutantemente, incomodada com essas palavras vulneráveis. – Eu ficaria.

– Mas não vai ficar! – ele grita. Como sempre, o encaro de volta por um longo tempo agindo feito gente decepcionada e desacostumada. Funciona. Ludwig sacode a cabeça, permanecendo com essa carranca idiota. – Para de falar disso, Fuhrman. Não tem mais chance, lá nós resolvemos isso.

A casa dos Ludwig é um bom lugar. Há outros três filhos aqui e os pais deles são quase sadios da cabeça. Eles assustam os filhos com o inferno manhã após manhã, mas quando eles chegam da Academia, os bajulam que nem pessoas da Capital.

– Ah, Cato, querido! – a mãe enorme e loira dele guincha, correndo para a porta. – Eu estava tão preocupada com a sua demora, mas eu estava sentindo que era por uma boa causa. Você venceu quantos no ringue hoje?

Eu os respeito em função da gratidão que tenho por eles, mas não deixo de notar o modo como seu tom muda quando vai cobrar o filho mais velho. Suas mãos ao redor dos braços de Cato passam a apertar ainda mais e o seu sorriso dissimulado some.

– Quatro – ele responde secamente, agarrando meu pulso e me puxando rumo à escada.

– É um bom número. Como vai, Clove?

– Bem, obrigada – respondo, quase sumindo de sua vista.

– O seu irmão, Cato, ele...

– Eu sei.

Cato bate a porta do seu quarto atrás de mim e tem sua habitual avalanche de xingamentos. Como se houvesse algo para se esperar, me sento na sua cama bagunçada e passo os olhos pelos os livros de estratégia em sua mesa.

Penso intricadamente sobre suas chances. Sobre as minhas. Sobre a morte. Só eu poderia matá-lo. Se eu decidisse assim, só ele poderia me matar. Traição.

Prestes a me irritar com a falta de respostas, alguém bater à porta me fornece o pretexto necessário para pensar em outra coisa e adiar isso até haver facas com sangue na minha mão e Cato na minha frente.

– Pode deixar. É o Hector – ele fala, indo abrir a porta na minha frente. Enquanto fala qualquer coisa que eu não posso ouvir com o irmão, joga um cobertor do armário em minha direção e aponta para sua cama.

Mas eu fico parada no mesmo lugar. Não há nada que você precise saber entre Cato e eu, o que não quer dizer que eu vá me deitar com ele.

Enobaria gostaria de me matar agora. Sentada na mesa de cabeceira do cara que eu vou matar sem saber ainda como. Eu poderia envenená-lo, o que seria indigno, mas então se eliminaria a preocupação com o corpo-a-corpo que eu nunca fui capaz de vencer se ele era o concorrente. Armadilhas seriam vergonhosas. Escondida em uma moita aguardando a morte levar quem sempre te livrou dela.

Cato termina a conversa e bate a porta no momento em que meus sentidos me traem e eu estou passando a mão na dolorosa fratura em meu braço.

– Se você não me deixar ver isso, eu vou quebrar o resto.

Como ele já está sentado ao meu lado e puxou meu braço, o deixo apertar os olhos para a marca como se não fosse visível o bastante.

– Quando eu vencer, vou matar ele assim que chegar – Cato anuncia displicentemente, se levantando e pegando uma caixa de remédios.

– Se você vencer, não vai precisar. Ele já vai estar morto – argumento, enquanto ele executa a mesma sequencia de ações de sempre, amarrando forte demais o curativo.

Ludwig só associa o que eu disse depois de empurrar a caixa para o canto da mesa. Fica parado por um tempo e finalmente ergue as sobrancelhas.

– Vai dormir, Fuhrman. Eu vou resolver uma coisa com o pirralho. A cama é sua hoje.

Depois da asseguração, passo a ficar sentada na sua cama o observando pegar uma pilha de livros. Eu não me intrometo na vida de Cato, mas isso me envolve um pouco.

– Você vai sair de casa?

– Vou estar no quarto ao lado – responde, sorrindo como se eu tivesse feito alguma pergunta muito inconveniente. – Não se preocupe. Os monstros não entram nessa casa.

Cato bate a porta e meu corpo cede à enorme cama. Meu nariz inala todo o cheiro familiar e meus olhos estão fechados, mas essa imagem que não se forma de fato jamais pôde ser vista. Nunca há nenhum sangue ao redor dele. Eu estou sempre desarmada. Minha boca está cerrada como as portas da morte, mas isso soa como se eu dissesse o que só agora me dei conta: Eu não posso matá-lo. Eu não consigo matar Cato Ludwig.


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Notas finais do capítulo

Por favor, tirem sete segundos pra ler isso, hã? c: c:
Eu acho que vocês não gostaram muito da parte do Cato, não é? Quer dizer, ninguém comentou. Bom, eu vou adorar saber o que está terrivelmente ruim lá, se alguém puder se dar ao trabalho c:
Ah. Eu já ia me esquecendo. Tudo isso se refere ao seguinte fato: O autor, o Willian, quer parar de escrever. E aí ficaria só eu. E eu tenho algumas opções. Eu poderia excluir isso aqui de vez. Ou eu poderia continuar a escrever só a parte da Clove e do Cato. Ou eu poderia ser a Faz Tudo. Ou eu poderia... Bem, eu não tenho mais opções. Mas se eu ficasse, também teria que saber acerca do trabalho do Willian. Eu reescreveria? Só deixaria? E a capa? Foi ele que fez, então seria indelicado deixá-la.
Enfim. Eu não sei de nada. Se vocês sabem, por favor, apareçam aqui nos comentários pra me contar. Se ninguém se manifestar, é porque estou falando para o vácuo, o que eu faço muito, mas que não é agradável de se fazer aqui, então vou excluir de uma vez. De qualquer modo, obrigada por lerem e tenham uma ótima semana c: