Linhas Borradas escrita por Iulia


Capítulo 25
Por todas as imprecisões


Notas iniciais do capítulo

Olá! Espero que vocês estejam bem, amorzinhos. Então, eu planejava postar mais cedo pra agradecer essa recomendação incrível que o Willian THG deixou, mas meio que não deu certo. Eu espero que vocês me desculpem, que o Willian saiba que eu sou muito grata e que vocês gostem c:
P.S: Tem também uma história bem confusa sobre uma recomendação que não aparece porque quem fez deletou a conta, mas se você ainda ainda está aqui, eu consegui ler e também sou muito muito grata. Eu tentei te mandar uma MP na hora, mas acho que não deu certo. De qualquer modo, obrigada mesmo, eu amei cada coisinha.



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Cato

Essa mudança de regra até me faz gostar um pouquinho mais de Clove. Não muito, porque essa menina é folgada demais, mas eu enfaixo um machucado no braço dela. Ela não fala nada, mas uma pessoa que tem uma vareta no lugar do braço se machuca fácil.

É que nem quando o pai dela encontrava ela. Ela fica calada como se eu não visse que ela fica caindo em cima de mim. Agora é porque ela está cansadinha.

– Consegue mexer, cravinho?

– Você não fez um trabalho tão porco assim.

Olho bem pra cara dela. Não falo nada porque essa porra é resmungona assim mesmo e nós vamos voltar pra casa daqui a pouco. Eu fiz tudo certo. Tudo aquilo vai ser meu. E vai ser como na Colheita; Clove do lado levantando os braços, olhando pra mim com cara de quem venceu.

Volto a afiar minha espada. Pro casalzinho. Mais tarde vou gastar mais tempo com o 11.

– Eu acho que eles estão perto do riacho. Se você desgraçou a perna do Conquistador que nem está dizendo.

– Eu fiz – paro pra olhar pra ela. Fuhrman tem que mudar isso. Ela tem que saber que eu sempre faço o melhor. – Você sabe que eu fiz.

Mas essa vadia fica só me olhando.

– Sei. Quem vai ficar com a guarda?

Parece uma idiota falando. Como se eu não tivesse escutado ela ofegando lá atrás. Ela é tão burra que não sabe que eu sei tudo sobre ela. No que ela é ridícula, no que ela tira nota melhor que a minha. E eu sei que ela deixaria a gente aqui fácil pra morrer se pegasse a primeira.

– Eu vou te livrar hoje, garotinha. Daqui a pouco eu te acordo.

– Bom pra mim.

Ela apaga. Nem mais agarrada numa faca. Ela é tão imbecil que me dá vontade de gritar. Eu odeio quando ela fica assim, parecida com uma garotinha de verdade. Sem facas ao redor, relaxada como se eu não estivesse aqui. Isso faz aquelas coisas queimarem. Quando ela fica assim, Fuhrman para de ser a pedra parada no lugar certo e vira essas peçinhas que eu tenho que tirar pra vencer essa porra. Bom que eu não tenho mais que matar essa menina. Eu ia ter que arrancar os olhos dela antes porque ia me dar raiva demais a carinha de medo dela.

Desse jeito do capeta, do jeito que ela se encolheu no dia que eu disse pra acabar com o 1 e com o 3, ela me faz querer acabar com cada pessoa nesse mundo. Essa vadia fica com medo de mim. E isso me deixa irritado. Eu rio querendo dar um tapa na cara dela. Clove não pode ter medo de mim. Os outros devem. Ela não.

Cravinho começa a se tremer como se tivesse onze anos e nem fodendo que eu vou fazer uma fogueira só por causa disso. Só que ela está ficando roxa, porque não aguenta nem se esquentar sozinha. Entro no saco com ela.

– Cato, cacete.

– O quê?

– Vai embora agora.

Ela agora vai ficar falando merda até acordar. Fuhrman não cala a boca nem dormindo. Essas histórias estranhas que só ela lembra sobre o pessoal de casa. Eu não conto pra ela o tanto de coisa que ela fala. Eu nunca quero perder minha diversão, mas hoje estou cansado desses falatórios de bêbada.

– Eu não vou treinar hoje, imbecil. O Brutus vai te quebrar.

– Ninguém vai me quebrar, Fuhrman.

Essa desgraça estava congelando, mas continua a falar coisas com essa voz irritante dela. Jogando os braços em mim com essa cara de drogada.

– Ok, bebê, não se exalte. Eu estou indo.

Eu tento não ficar nervoso quando as horas passam e nada acontece. Saio do saco. Ando e volto. Eu não sou feito pra ficar entediado. As coisas acontecem quando eu estou perto, elas acontecem pra mim.

– Clove. Eu preciso de você agora.

– Cato. Vai se foder.

Sacudo ela de novo, porque eu sei que essa porra está acordada.

– Você já dormiu demais.

Quando eu levanto a mão pra puxar ela pra me olhar, a princesa se vira pra cima.

– O que você quer?

– Fazer alguma coisa.

– O quê, você está entediado, amorzinho? – Fuhrman com certeza quer me provocar. Olho pra cara dela pra que ela saiba que não tem graçinha aqui. – Aconteceu o quê? Lembrou do seu irmão mais velho de novo e ficou nervosinho?

Ela trata de se levantar, arrumando o cabelo pintado de carvão dela.

– Você acha mesmo que eu fico preocupado com ele, não é, Clove? – coitada dela. – Acha que eu perco meu tempo.

– Você que sabe.

– Não, Clove! Ele ia foder nosso distrito, porra, não ia dar conta! – eu grito porque toda vez Fuhrman volta nesse assunto, ronronando, fingindo que não sabe que ele ia acabar com a raça dela. – Ele não ia conseguir fazer isso.

Aí ela cala a boca. Cruza os braçinhos.

– Não provoca. Não tenta foder com tudo.

– Ele teria deixado o Marvel pra mim.

– Ele ia quebrar você na Cornucópia – ela sabe que eu falo mais alto que ela. – Cala a boca e me agradeça por ter salvado sua pelezinha de cobra.

– Você, seu filho da puta, ia me matar fingindo que errou a mira de um coelho atrás de mim.

Olho pra ela na mesma hora. Não é possível que seja sério. Clove não é estúpida.

– Eu ia te matar, é, Clove? Eu ia pegar essa lança aqui e enfiar no seu coraçãozinho? – falo bem baixinho pra ela, alcançando a lança.

– É. Você ia. Sem ter coragem de olhar na minha cara.

Eu devia mesmo. Eu ia até gostar do gritinho dela, do jeito que ela ia perder o ar pra pagar por todas as vezes que me chamou de covarde. Uma mão minha e o pescoçinho dela ia sumir até sua vozinha esganiçar.

– Olha aqui na minha cara e fala que esse vagabundo não encostou em você.

Clove está toda bagunçada, cinco marcas roxas no pescoço. Ela acha que eu sou idiota.

– Isso não é da sua conta. Vai embora logo.

– Então fala. Fala, Clove – forço mais a porta, ficando com raiva dessa situação escrota. Por que inferno ela fica fingindo que consegue lidar com isso? Cacete, eu estou vendo os vidros quebrados atrás.

– Ele não encostou em mim, Cato.

Ela levanta as sobrancelhas pra parecer que eu sou o idiota da vez, mas ela nem consegue acabar de mentir. O filho da puta desce a escada carregando um cinto. Essa raiva que me faz querer matar o mundo volta, me joga contra essa porra de porta, me faz querer gritar. Ninguém encosta nela. Esse miserável faz ela sangrar toda vez.

– Eu estou entrando.

Alcanço Aaron. Empurro essa nojeira numa parede e aperto até eu saber que vou ver as mesmas marcas no pescoço dele. Vejo as veias querendo pular.

– Que porra você fez com ela, seu merda? Hã? Essas marcas, você baixou seu cinto nela?

– Eu vou matar ela. Se você não...

– O quê? Você vai matar ela?

Bato ele de novo na parede. Aperto mais, até eu conseguir ver seus olhos esbugalhados, o roxo.

– Fala, caralho! Você vai matar a Clove?

Ele começa a se sacudir que nem o insetinho de merda que ele é. Olho direito pra cara porca dele e afrouxo um centímetro. Quero ele vivo pra ouvir, quero que ele se esforce quando eu falar baixo. Meus dentes começam a doer de tanto cerrar. É bom. É gás que elimina gente imunda que nem ele.

– Tenta. Eu quero que você encoste nela de novo que nem o inferno vai doer igual o que você vai ter. Fala pra ela que você vai matar alguém se ela não aparecer e você vai desejar morrer antes de eu começar.

Me viro pra Fuhrman lá atrás, me olhando com nada nessa cara dela. Ela pegou o nome da mãe.

– Sai. Me espera lá fora.

Ela obedece. Eu solto esse desgraçado pra que ele caia no chão imundo da casa dele e eu o chute. Eu passo mais um tempo descontando tudo. Espero os olhos arroxearem e a perna fazer o “crec”.

– Tenta de novo e eu te acho no inferno.

Eu saio e encaro Clove.

– Por que você fez isso? – ela tem a coragem de falar, querendo parecer valentizinha.

– Porque você é uma cria do capeta e entrou lá.

Eu puxo o braço dela pra começar a andar.

– Deixa eu ver esse pescoço.

Ela ia ficar com as mesmas marcas. Ia ficar com medo. Ela me deixa nervoso, mas eu não vou encostar nessa garotinha. Ela quebra fácil.

– Eu não ia encostar um dedo em você, cravinho.

– Não ia? Era só brincadeira, Cat Cato?

– Não se atreva a ficar com medo de mim, Fuhrman.

Ela levanta o nariz empinado do inferno dela.

– Eu não tenho medo de você, Ludwig.

– Bom. Porque sou eu quem vai te levar pra casa. Não tenta me deixar nervoso.

– Eu não vou, bebezinho.

Clove fica rindo. Joga o corpo pro meu lado, fica me beijando como se fosse burro pra esquecer a vadiazinha que ela é quando quer atentar alguém.

– A Enobaria ficou com raiva de você, foi? Porque ela não mandou porra nenhuma.

Fuhrman só dá de ombros.

– Não que eu precise da peninha deles. Mas nem tentaram me fazer rir.

Agora ela olha pra mim, revirando os olhos.

– Menos. Eu acho – ela para no meio pra esticar as pernas de princesinha dela – que a gente não está fazendo porra nenhuma. Por isso eles não mandaram nada. Você nem caça mais.

– Vai tomar um banho. Dá uma jogada no cabelo, faz uma vadiagenzinha que funciona.

– Isso parece mais com você, putinho. E vai se foder que a gente não precisa de nada.

Mas eu não fico quieto porque eu quero alguma coisa que não consigo ter. E nem sei que porra de coisa é essa.

– Eu estou cansado, Clove.

– Vai dormir, então.

– Eu estou cansado dessa desgraça aqui. Eu já estou a fim de ir pra casa.

– Eu sei. Eu também.

Fuhrman fica me olhando como se achasse que eu vou começar a chorar.

– A gente só tem que derrubar os 12. O Thresh e a ruivinha são o de menos.

– Vamos agilizar esse processo, então, princesinha. Vamos logo atrás dos nossos amiguinhos.


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Notas finais do capítulo

Meu Deus, eu estou tão feliz com os comentários! Sério, vocês são tão legais que eu fico sem ar quando vejo que vocês realmente tiram esse tempinho pra me dizer o que pensam porque eu sempre acho que nunca frisei o suficiente o tanto que isso é importante pra mim. Mas vocês aparecem e ai mds. Eu fico desmaiada. Obrigada mesmo por tudo e espero que vocês não me abandonem, porque a hora está chegando e eu preciso de bastante apoio. Que vocês tenham a melhor semana do mundo c: