Amnésia escrita por Dreamer
Um tempo depois de Chris não conseguir mais prestar atenção por onde ele corria de tão exausto – embora a garota que acompanhava ele não parecesse nem um pouco cansada – eles finalmente ficaram distantes do ponto de partida e pegaram um táxi. Porém Chris aproveitou o tempo no táxi para comer uma pequena quantidade de comida que sua acompanhante trouxera em sua mochila e para ver se conseguia se lembrar de alguma coisa, qualquer coisa, que pudesse lhe dar uma pista de quem ele era. Portanto o garoto não prestou atenção em duas coisas: que ele ainda não sabia o nome da garota que estava com ele e que ele não viu o caminho que eles estavam tomando.
Quando finalmente o garoto voltou o olhar para a janela ele viu que estava em um lugar que simplesmente não podia existir.
O local era uma espécie de floresta tropical densa, mas que inexplicavelmente era um deserto em certas partes e tinha locais que eram cheios de neve. Chris ficou tão atordoado com tantos biomas juntos que pensou em dizer: “nunca entendi o porquê de o pessoal fazer esse efeito ao redor da sede”.
Porém ao ver o que ia falar ele se interrompeu.
– O que foi? – disse a garota sem nome.
– Hã... Nada.
Chris entendeu o porquê dele ter pensado nisso. Ver um local onde ele estivera há muito tempo fez com que, por um momento, ele agisse como se nunca tivesse perdido a memória misteriosamente.
– Me diga seu nome – disse Chris.
– O que?
– Qual é o seu nome? Se você me contar é possível que eu me lembre de alguma coisa, entende?
A menina refletiu por um momento, como que se pensasse se era uma boa ideia falar aquilo para Chris – mas afinal, era só um nome.
– Tudo bem – disse ela – irei lhe dizer, porém não aqui, é melhor quando chegarmos à central.
Chris assentiu, porém ele ficava nervoso ao pensar porque ela não podia contar seu nome nesse momento. Quando eles já podiam ver uma grande construção no horizonte o carro do taxista parou e a acompanhante de Chris disse:
– Qual é o problema?
– Não posso passar daqui – disse o motorista e ele apontou para uma placa que dizia:
Área restrita a 500 metros!
Por favor, tome o desvio à esquerda
Agradecemos pela compreensão!
– Querem que eu tome o desvio? – continuou o homem.
– Não, pode nos deixar aqui – disse a menina.
Chris quis protestar, mas acabou descendo do carro após terem pago o táxi. A menina começou a andar e Chris a seguiu até os dois chegarem a um prédio abandonado.
– Bem, aqui estamos.
– Sim.
– E o que isso quer dizer?
– Que estamos em segurança.
O garoto não compreendia como que um prédio tão velho que poderia desabar a qualquer momento poderia ajuda-los, mas ele decidiu acreditar na garota misteriosa.
Os dois tentaram entrar pelo portão, porém este estava fechado. Logo, eles virão uma pequena porta no canto do muro que cercava o prédio, eles entraram tendo que se abaixar um pouco para passar pela porta que media aproximadamente meio metro de altura.
Passando pelo muro, a garota foi ao encontro da entrada do prédio, que daria acesso à parte de dentro do local e o abriu.
– Está aberto? – perguntou Chris.
A garota o olhou como a resposta fosse óbvia.
– Sempre está aberto – disse ela e logo entrou no local.
Chris a seguiu e o que ele viu era o esperado: um local vazio, com nada além de caixotes, poeira, teias de aranha e velharias, mas o garoto se perguntou o porquê do local ser tão pequeno por dentro e tão grande por fora. Logo ele viu que aquilo era só uma sala das muitas que poderiam ter lá.
A garota moveu para o lado uma das caixas – que provavelmente estavam vazias, já que ela moveu esta com grande facilidade – e os dois se depararam com uma grande e velha porta de metal. A menina apontou para um painel na parede logo do lado da porta e disse:
– Coloque sua mão aí.
O garoto percebeu que aquilo se tratava de um painel em que a pessoa colocava sua mão por cima dele e a máquina lia as digitais. Chris fez o que a sua acompanhante tinha mandado e ele logo ouviu um “bip”, porém nada aconteceu.
– O que era para... – mas nesse momento a porta abriu-se pesada e automaticamente – ah, entendi.
– Faz tempo que não usamos essa entrada, ela está meio que enferrujada.
A menina fez um sinal para ele entrar, porém os dois escutaram um barulho de carro no lado de fora. A garota se aproximou da saída aberta e ao ver o que se encontrava lá fora ela imediatamente entrou e fechou a porta de madeira.
– Droga! - ela disse - Nos encontraram!
– Quem nos encontrou? – disse Chris, porém ele ouviu um barulho de tiro e o mesmo perfurou a porta bem ao lado da cabeça da garota.
– AI! – exclamou ela, porém foi apenas um susto; a bala não havia acertado ela, mesmo tendo passado perto.
– Se afaste da porta! – avisou Chris.
A garota se distanciou e os dois viram vários buracos surgirem na porta e nas paredes. Eles se esconderam atrás de um caixote de metal se protegendo do tiroteio. Após os tiros pararem a garota tentou sair do esconderijo, mas outra bala foi disparada acertando-a no pulso e fazendo ela gritar. Após ela voltar para onde Chris estava os dois ouviram uma voz de megafone vindo de fora do prédio.
– Saiam agora ou não serão poupados!
– O que vocês querem? – gritou Chris.
– Vocês já viram demais, não podemos permitir isso! Rendam-se ou iremos botar o prédio a baixo!
Chris engoliu o seco.
– Eu nem sequer me lembro de quem eu sou! Para que vocês nos querem?
Houve um pequeno instante de silêncio e logo a voz voltou.
– Acontecerá o seguinte: o garoto poderá ter sua vida poupada, mas a garota terá de ser executada.
– Nada disso! – gritou Chris – ou nós dois, ou nenhum de nós!
– Nossa paciência está acabando! Os explosivos já foram instalados no local! Essa é a sua declaração final?
"Explosivos?", Chris olhou para a garota sem saber o que fazer ou dizer. De um jeito ou de outro ela morreria, mas ele poderia sobreviver, era simples. Então por que a escolha parecia tão difícil?
– Vá – disse ela – você não tem escolha.
– Mas e você? – disse Chris.
Ela fez silêncio por um momento, mas logo disse:
– Chris, meu nome é Mary.
E com essas palavras Chris sentiu vários pensamentos na sua cabeça brotando ao mesmo tempo. O nome dela Mary! Sim, ele se lembrava dela! Lembrava-se dos tempos em que eles treinaram, quando eles viraram amigos e também do dia em que ele se despediu dela pela última vez e logo depois ele perdera a memória de alguma forma.
Porém logo ele acordou de seus pensamentos. A voz começou a dizer:
– O tempo de vocês acabou e nós decidimos que você já não tem nenhuma utilidade para o processo de... – a voz se interrompeu, e depois de uma pausa logo voltou a falar – o que acontece é que os explosivos já vão detonar, e se vocês quiserem sair do prédio terá a nossa grande artilharia para receber vocês.
Assim a voz parou de falar e logo os dois ouviram um estrondo vindo de perto que fez o teto tremer.
– Temos que sair daqui – disse Chris indicando a porta de metal.
Porém, antes que os dois pudessem entrar, o teto cedeu na frente da porta e a única opção virou sair do prédio.
– O prédio está caindo – disse a garota chamada Mary – você pode sair, deve ter poeira demais das explosões para algum deles conseguir lhe ver.
– Não vou sem você – protestou Chris.
A garota sorriu e deu um beijo na bochecha dele – que fez Chris corar.
– Tem outras pessoas no prédio, preciso alerta-las.
Chris fez uma pausa antes de ir e disse:
– Não se preocupe, vou conseguir recuperar minha memória e lhe encontrarei de novo.
– Com certeza, agora vá.
Assim Chris saiu do prédio e – como Mary disse – as explosões tinham levantado poeira, permitindo que ele escapasse sem deixar rastros.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
E aí galera! Vou aproveitar aqui para fazer uns agradecimentos: agradeço ao meu pai e a minha mãe que não me ajudaram em coisa nenhuma... Brincadeira, queria agradecer a "Caio Castro" e "Viole Baam" por terem acompanhado a fic e comentado sempre dando apoio, e a você leitor anônimo por sempre ler os capítulos dessa bagaça.
Comentem o que acharam, Até mais!
Próximo capítulo já disponível!