Amnésia escrita por Dreamer


Capítulo 39
Capítulo 38 - O último combate


Notas iniciais do capítulo

Cada vez mais perto do fim :(



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Um trovão ressoou na tempestade que acontecia na escuridão da noite lá fora ao mesmo tempo em que Edward gritou em um:

– AAAHHH!!

Alex, no desespero, mordeu a mão do homem, este mesmo assim continuava tentando degola-lo, porém o rapaz continuou a morder até a mão do homem começar a sagrar e este soltar o garoto.

Ele avançou no homem agoniando de dor com sua adaga e conseguiu acertar o ombro deste, que logo devolveu o ataque trocando a lâmina para a mão boa e acertando o peito de Alex rasgando sua camisa. Mais uma vez Edward investiu, mas Alex conseguiu bloquear o ataque com sua adaga. O homem forçou a mão de Alex e com sua arma conseguiu jogar a de Alex para longe o desarmando.

Antes que seu oponente pudesse atacar outra vez, o rapaz pegou uma prancheta jogada no chão e a pôs em sua frente, onde a adaga de Edward atravessou, mas não foi longe ficando presa na prancheta cheia de papéis.

O homem tentou retirar a adaga, e no momento em que conseguiu, deixando-a voltada para cima, Alex o empurrou e este caiu puxando o rapaz junto de si.

O dois se levantaram. Alex correu para onde sua adaga havia sido jogada e a pegou um segundo antes de Edward acerta-lo na cabeça. Ele virou-se rapidamente e defendeu-se com a lâmina dessa vez jogando a adaga de Edward para longe, mas para longe mesmo, caindo em uma das passarelas em cima, que ficavam na grande cúpula de vidro do lugar.

O homem tentou dirigir-se à escada que levava até lá, mas Alex acertou a lâmina em seu calcanhar. O homem gritou e deu um chute nas pernas do rapaz, que cambaleou dando tempo para Edward correr até a escada de degraus.

O garoto não podia deixa-lo pegar a adaga. A verdade era que Alex já estava cansado, e em breve daria a breca para seu adversário o acertar em cheio.

Ele correu até a escada e tentou um tiro de sorte.

Usando toda sua concentração e pouca habilidade – sua habilidade, não a de David – jogou a faca no oponente e acertou em cheio as costas deste, que estremeceu o corpo e caiu para frente apoiando-se nas mãos em meio a gritos.

Silenciosamente Alex comemorou ter acertado. A adaga tinha sua lâmina fincada nas costas do homem, que gritava de dor.

– Bem, Edward – disse Alex – parece que seu fim está próximo.

Porém algo inesperado aconteceu.

Os gritos de dor que o homem emitia aos poucos foram se tornando... Risos, e depois gargalhadas.

Alex não compreendeu, pois afinal, ter uma adaga enfiada nas costas não é algo muito prazeroso a não ser se a pessoa for um masoquista. Mas logo tudo foi explicado. O homem despiu-se de seu jaleco e de sua camisa social que vestia e Alex pôde ver que embaixo das vestes, Edward usava um colete a prova de balas. A facada só havia atravessado as duas camadas de roupas, e logo a lâmina caiu junto das demais vestes.

Alex pôde ver que em seu jaleco, o homem tinha um bolso especial para carregar adagas.

– Bem, eu pensava que você viesse até mim armado – disse Edward – e sinceramente eu acho melhor prevenir do que remediar.

Dizendo isso o homem também tirou o colete, agora vestindo apenas uma camiseta branca para cobrir o peito, e pegou uma cadeira jogada no meio da passarela jogando-a em Alex.

Vendo o que o homem havia feito, Alex abaixou-se e a cadeira acertou a parte de vidro do lugar, estilhaçando ela e deixando a chuva entrar. O rapaz virou-se para ver o estrago, mas o homem avançou nele o segurando e o derrubou perto do buraco que havia ficado na cúpula de vidro, deixando os pingos de chuva cair na rosto do rapaz.

O homem estando em cima de Alex, pegou um caco de vidro pontudo e preparou-se para acertar o garoto, mas este inclinou a cabeça para frente e acertou a testa do homem, que em um momento de desorientação, deu tempo para o rapaz lhe dar um soco no rosto e desviar para o lado levantando-se.

Seu oponente também se levantou e os dois se encararam por um tempo deixando a chuva entrar pela cúpula e atingir eles. Alex estava cansado. As feridas ganhas nas investidas de Edward doíam e isso deixava o rapaz mais lento e despreparado.

– Bem, estou surpreendido – disse o homem, como sempre sem demonstrar expressão alguma.

– Por quê? Por um garoto “não-treinado” ter lhe dado uma surra? – falou Alex.

– Não abuse da sorte. Justamente por não ser devidamente treinado é porque eu não consigo prever seus movimentos. Nunca pensei que inexperiência pudesse ser uma vantagem. Agora David... Ah, uma luta contra ele seria espetacular, bom para lembrar os velhos tempos de treinamento. E é claro, ele se deixaria levar pela nostalgia e assim eu acabaria com ele. Sinceramente estou começando a duvidar se deveria ter deixado você ficar no lugar de David, é como se meu soldado tivesse sido... Rebaixado.

– É, mas eu não sou David.

O homem fez um gesto de desdém.

– Claro, claro que não é – disse ele – mas você está no corpo dele, sabe? As limitações que ele tinha são as suas limitações e as habilidades que ele tinha são as suas habilidades.

– Isso é mentira! Eu... – Alex começou a dizer.

– ... Abriu mão das habilidades dele? – completou Edward – Sim, sim. Mas só de suas habilidades mentais, não físicas. Você tem a mesma capacidade dele de correr, atacar, se esquivar, só não tem a agilidade mental para utiliza-las.

– Como sabe que eu abri mão delas.

– Ora, vamos lá Alex, eu lhe criei para ser lerdo, mas não tanto assim! – o rapaz sentiu-se ofendido – Achou mesmo que eu estava deixando vocês progredirem tudo isso sem a minha permissão? Olhe só isso.

Ao dizer essas palavras, ele pegou um pequeno controle remoto do bolso da calça e apertou um botão que ligou todas as telas da sala. As imagens que apareciam eram de câmeras de segurança gravando Alex e seus amigos. Eles no refeitório quando foram atacados, eles fugindo da S.I.O.R.C., eles no supermercado fugindo dos agentes da Organização, eles chegando à suposta entrada secreta para a sede da Organização e outra mostrava Alex brigando com Chris na sala de segurança.

– Estive acompanhando seu progresso Alex – disse Edward – tudo foi calculado. Você se infiltrava na S.I.O.R.C. e deixava todos despreparados com o seu “acidente” na corrida. Nós chegávamos e destruíamos o lugar e então você, buscando justiça, viria até mim para que eu pudesse acabar com você. E olhe o resultado: você está prestes a sucumbir e todos seus amigos estão capturados como mostrado naquela tela!

O homem apontou para uma tela em que mostrava o local que ficavam as prisões das pessoas. Mas Alex sabia que aquilo estava errado e quase deu um sorriso, mas se conteve.

– Quer saber de uma coisa Alex? – continuou Edward – vejo que ficou abalado ao saber que era o... Como vocês chamam? “O traidor”. Quero que saiba de mais uma coisa: lembra-se daquela historinha que Chris contou sobre o que aconteceu com ele um ano atrás? – Alex surpreendeu-se ao saber então que Edward o observara desde aquele tempo – Ah, não se preocupe, era verdade o que ele disse, mas lembra-se do que o fez perder a memória?

– Ele disse que foi investigar aquela casa com outro agente da...

Alex arregalou os olhos ao entender.

– Sim, aquele agente que atraiu Chris e que foi o responsável por ele perder suas memórias foi ninguém mais, ninguém menos do que você!

O rapaz ficou espantado por um segundo, mas logo se acalmou.

– Não – disse ele – aquele era David, não eu. Eu nunca faria isso com meu melhor amigo.

O homem deu uma risada.

– Ainda tentando se convencer de que você não é David? De que pode “começar uma nova vida”? Ah, faça-me um favor e veja se esquece disso, você...

Mas o homem foi interrompido quando todas as telas da sala começaram a chiar e as imagens foram substituídas pelo símbolo da S.I.O.R.C. em todas as telas. Edward ficou sem entender, mas Alex sabia muito bem o que se passava e enfim pôde abrir um sorriso ao ouvir uma voz feminina e conhecida ressoar pela sala toda dizendo:

Olá! Você deve ser Edward Spencer, certo? Bem, deixe-me apresentar: pode me chamar de Hacker. E para sua informação você está bem ferrado.


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Notas finais do capítulo

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