Amnésia escrita por Dreamer


Capítulo 38
Capítulo 37 - Luta


Notas iniciais do capítulo

E aí galera! Vou direto ao ponto. Devido aos problemas que eu estou tendo para postar e pelas postagens irregulares, eu vou fazer o seguinte: as postagens de capítulos serão nos dias de terça-feira e sexta-feira. Assim, com dia marcado, vai ser mais fácil para eu postar e vocês acompanharem. Se eu puder, eu posto mais do que duas vezes por semana. Espero que entendam. vamos ao capítulo!



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Não, aquele não era exatamente David. Alex estava no controle de alguma forma que ele não compreendia. Era como se um último resquício da consciência de David, o seu instinto, ainda estivesse aceso. Alex deduziu que, já que o instinto ficava no subconsciente, ele não havia conseguido apagar essa parte da mente de David e sim apenas a parte consciente dele, portanto ele não iria mais interferir nas ações de Alex diretamente.

Nem precisava se preocupar. Alex podia sentir que seu “xará” tinha – agora que tinha escutado o que seu pai havia dito – o mesmo ódio por Edward que ele, logo os dois tinham os mesmos objetivo: fazer Edward Spencer pagar.

O homem na frente dos dois abriu um sorriso e disse:

— Olá David, agora sim a festa pode começar.

Alex, ao sentir que o instinto de David aparecera, decidiu fingir que toda a consciência deste tivesse voltado, assim Edward não iria mais “descartar” Alex por David não existir mais, dando tempo a ele para pensar.

Edward deu um disparo com a arma, mas antes Alex desviou para o lado guiado pela agilidade de David e se escondeu atrás de uma mesa.

Era como se o instinto daquele que um dia quis matar Alex agora estivesse tentando ajudar esse. Alex sentia um alerta vindo de David e agia segundo este mandava. O rapaz tentava confiar na ideia que David, por estar com ódio de Edward, iria ajudar o garoto a acabar com este.

O homem se aproximou lentamente da parte de trás do móvel e surpreendeu-se ao ver que Alex não estava mais lá... Mas sim atrás dele pronto para dar um golpe.

Rapidamente o homem desviou do golpe segurando o braço de Alex e o jogando contra um quadro cheio de coisas rabiscadas que caiu fazendo uma grande bagunça. O rapaz tentou se levantar o mais rápido possível. De repente ele sentiu um alerta e ele rolou para o lado. Edward havia tentado dar um chute nele.

Alex deu um chute no joelho do homem tentando faze-lo cair, mas ele apenas cambaleou um pouco, o que foi o suficiente para Alex levantar-se de novo e distanciar-se.

Eles tinham uma boa distância entre si. Edward apontou a arma para o garoto dizendo:

— Chega de brincadeiras.

Alex tinha que tirar aquela pistola dele, logo ele começou a correr na direção do homem fazendo movimentos em ziguezague escondendo-se atrás dos vários quadros que tinham na sala mais uma vez usando a agilidade dada pelo seu novo “parceiro”.

Alex percebeu – através de David – que a pistola só disparava uma bala por vez a cada dois segundos, o que dava tempo para ele se movimentar entre um tiro e outro.

Nesse momento o instinto chamou a atenção de Alex para um grande frasco verde em cima de uma mesa. Alex entendeu. Ele correu para de trás da mesa e Edward acertou em cheio o frasco, soltando um líquido que ao entrar em contato com a atmosfera começou a levantar uma cortina de fumaça esverdeada.

Alex aproveitou a distração para se aproximar de Edward. O homem disparou mais uma vez, mas Alex no mesmo segundo segurou a mão do homem, fazendo-o disparar logo ao lado do ouvido do rapaz, o deixando surdo por alguns segundos.

O garoto tentou tirar a arma do homem, mas este ao entender o que seu oponente pretendia, segurou mais forte a arma e acertou o estômago do garoto com o joelho.

Ao ver Alex cambalear para trás, Edward apontou a arma para este de novo, mas logo se surpreendeu ao ver que suas mãos estavam vazias.

— Procurando isso? – Disse Alex apontando a pistola para o homem.

Sem demonstrar nenhuma expressão, Edward apenas disse:

— O que pretende fazer? Disparar em mim com uma pistola sem balas?

Por um segundo Alex pensou que ele estivesse blefando, mas ao prestar mais atenção na arma que segurava ele identificou mais uma vez através de David que aquela era uma pistola de cartucho com espaço para 12 balas, e contando quantos tiros Edward tentara dar nele, o rapaz deduziu que provavelmente ela estava vazia.

Enquanto Alex raciocinava, Edward pegou uma prancheta em cima de uma mesa e jogou em Alex, que por reflexo apertou o gatilho, mas a arma apenas fez soar um “click”, que revelou que ela estava realmente sem balas.

O homem avançou no rapaz. Alex desviou, mas Edward girou o corpo em uma tentativa de acertar Alex com uma adaga que tirara do jaleco.

Alex tentou desviar, mas mesmo assim ele foi acertado no braço esquerdo, e logo o sangue começou a fluir. Edward tentou outra investida, e mais uma vez Alex se desviou mais outra vez sendo acertado, agora de raspão no rosto. Ele era rápido, e não importava o quanto o instinto de David lhe guiasse, Edward continuava mais rápido que Alex.

O garoto tentou se afastar do homem, mas esse outra vez investiu.

Alex teve uma ideia.

Ele rapidamente tirou o casaco cinza – que por estar com ele há um bom tempo já era seu favorito – e jogou na frente de Edward enquanto este avançava. O homem quase caiu na armadilha do oponente, mas desviou do casaco do rapaz, forçando a se distanciar dele.

— Você é bom – dizia Edward limpando a lâmina da adaga cheia de sangue com um lenço tirado do bolso da camisa social – mas lembre-se que fui eu quem lhe treinou, logo posso prever seus movimentos – ele largou o lenço e para a surpresa de Alex, jogou a adaga em sua direção, não para acerta-lo, mas como se estivesse lhe dando – pegue essa – ele continuou a dizer pegando outra lâmina um pouco maior do bolso de dentro do jaleco – odeio lutas injustas. Agora podemos testar se você não amoleceu nesse tempo que esteve fora.

Alex olhou para a lâmina da adaga e lembrou-se da faca que usara como arma no trem – uma memória desconcertante – e como se saíra mal. Ele pensou em usar o instinto de David, era algo automático, lógico que ele usaria, ele tinha que usar, ele precisava...

Alex balançou a cabeça. Ele percebeu algo estranho na curta luta enquanto usava David, era como se ele estivesse fazendo as coisas no automático. Pensando bem não era como se o instinto de David o guiasse, mas sim como se ele tomasse o controle do rapaz.

Então era isso, nada de David dessa vez, o safado mesmo não existindo mais em grande parte, ainda queria voltar. Mas não, Alex não deixaria, e no momento que pensou nisso pôde sentir o instinto dele se calar pouco a pouco. Agora era apenas Alex, ele tinha que provar seu valor, ele tinha que largar David e ser... Ele mesmo.

O rapaz olhou para seu oponente. Aquele não era seu pai, aquele era o pai de David Spencer, e Alex não era ele, por mais redundante que pudesse soar, Alex era Alex.

Empunhando a adaga Alex avançou no oponente.

Ele iria conseguir, era só ter fé, não se diz por aí que a fé move montanhas? Alex sempre achou mais prático usar um trator, mas isso não era o caso. Ele provaria àquele homem que não era apenas uma ferramenta, que ele não era só empregado dele, ele provaria que valia alguma coisa, ele provaria que era Alex Smith.

Ao chegar mais perto, Edward simplesmente deu uma rasteira em Alex, que caiu no chão. O homem o levantou o segurando por trás e colocando a adaga na garganta de Alex fazendo-o sentir a lâmina fria e disse:

— Bem, isso prova a minha teoria: David nunca lutaria tão mal assim. Achou mesmo que me enganaria, Alex? Bem, por mais interessante que tenha sido lutar com você, é como eu disse antes: já que você conseguiu apagar David, que era o único motivo de não ter lhe matado até agora, para ganhar meu empregado de volta, você não é mais útil para mim, então morra.

Ele apertou cada vez mais a lâmina fria como gelo no pescoço do rapaz e este soube que era seu fim.


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Notas finais do capítulo

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