Amnésia escrita por Dreamer


Capítulo 34
Capítulo 34 - Amigo


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, a fic está perto do fim :'( eu sei, é triste, mas não se preocupem, pois ainda vai durar alguns capítulos. Eu só dei esse aviso para dizer que, provavelmente, daqui há dois ou três capítulos eu dê uma breve pausa para sintetizar o final, pois eu infelizmente perdi o capítulo final quando meu computador foi formatado (sim, sou azarado pra caramba), porém vai ser melhor, pois o final havia sido feito quando eu não narrava direito e ficou um lixo, logo eu farei um final especial. Mas enfim, vamos parar de falar de final, vamos aproveitar enquanto ainda tem estrada pela frente :) aproveitem o capítulo!



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– Chris, eu... – Alex começou a dizer.

Chris avançou em Alex o empurrando. O rapaz esbarrou na mesa da sala enquanto o amigo – não mais tão amigo agora – disse:

– Seu filho da puta! Eu confiei em você! Eu pensava que você era meu amigo! Seu nome nem sequer é Alex!

– Espera, Chris – Alex tentou dizer de novo, porém mais uma vez Chris avançou.

Alex desviou do soco de Chris, as habilidades de David ajudavam um pouco, porém, de certa forma, Alex não era David, e não queria machucar seu amigo, por mais que este quisesse fazer isso com Alex.

Chris girou o corpo para dar um soco em Alex, ele desviou, mas o rapaz com a outra mão deu um gancho em Alex, que caiu para trás sentado no chão.

– Espere Chris – Alex tentava dizer – Eu sou seu amigo.

– Mentira! – dizia Chris – SEU MENTIROSO FILHO DA PUTA!!

Chris olhava para Alex com um olhar sanguinário, os punhos serrados poderiam destruir o crânio de Alex se Chris quisesse, e ele queria! Chris se preparou para dar um chute em Alex, este rolou para o lado, mas antes que pudesse se levantar completamente Chris chutou o joelho do garoto, que mais uma vez caiu.

Alex tentou se afastar de Chris, mas esse pegou Alex pela camisa o levantando, e o jogou com toda a força na mesa da sala, que se quebrou quando Alex caiu nela.

O corpo de Alex doía, mas Chris não havia acabado, mais uma vez ele pegou Alex e o jogou na parede, onde começou a espancar ele.

Alex sabia no que iria dar, ele já vira Chris com raiva e sabia que quando com raiva de alguém de verdade ele queria e podia matar a pessoa. Se o rapaz não fizesse algo esse seria o seu fim.

O garoto se abaixou e empurrou Chris, que deu dois passos para trás, o suficiente para Alex escapar das mãos deles e se dirigir à porta. Porém Chris foi na frente de Alex e fechou a porta. O rapaz tinha os cabelos loiros bagunçados, os olhos cor de caramelo inflamavam de ódio, assim como sua face. Pela primeira vez, Alex sentiu medo de Chris.

– Você não vai a lugar algum – disse ele.

Chris pegou um pedaço de madeira da mesa quebrada e avançou em Alex numa tentativa de acerta-lo. O tempo pareceu parar, a mente de Alex agiu mais rápido, ele desviou para o lado, Chris passou direto e o rapaz rapidamente acertou o joelho do amigo, fazendo-o cair e soltar o pedaço de pau.

Chris se levantou novamente, mas Alex lhe deu um soco no rosto e o rapaz cambaleou para trás. Um filete de sangue saía da boca que balbuciava:

– Essa... – Chris dizia – Essa é a prova de que você não é o Alex que eu conheço.

– O que? – disse Alex – Só por que lhe acertei um soco? Queria o que? Que eu fosse um fracote? – o rapaz sentia raiva – Eu sempre estive atrás de você Chris, na sua sombra, todos olhavam para você, eu tinha a ideia e congratulavam você pelo que eu fazia! Caí na real Chris! Eu sou mais do que você acha que sou, eu posso ser mais do que qualquer um acha que sou!

– Não – disse Chris – Não quis dizer isso. O verdadeiro Alex nunca teria uma arma apontada para um amigo.

Alex não compreendeu, mais ao olhar para mão direita ele viu esta estendida na direção de Chris. Um revólver calibre 38 pousava na mão do rapaz, o dedo indicador coçava de vontade de apertar o gatilho. A arma que outrora fora do agente que estava naquela sala e que Alex havia pego após este pôr em cima da mesa agora estava ameaçando Chris.

– Eu... – Alex balbuciou.

– Você não é o Alex – disse Chris – Aposto que “Alex Smith” jamais existiu, você... Você é David Spencer.

Alex olhou para o amigo com espanto. Teria David tomado conta do corpo de novo? Não... Esse era o extinto de Alex falando, o que teria mudado nele? O que o faria sequer pensar em atirar em um colega? Mais do que um colega, um amigo!

Não, aquilo não era ele, eram as memórias de David agindo sobre ele, Alex tentava se convencer disso, mas então por que ele ainda sentia vontade de apertar o gatilho tendo consciência disso? No fundo Alex sabia que Chris, se tivesse a chance, iria mata-lo, seu instinto dizia para Alex mata-lo primeiro, mas não... Simplesmente ele não poderia...

– Vamos, atire David – disse Chris em desafio.

Essa frase agiu como uma alavanca no subconsciente de Alex, o rapaz sem querer – ou quem sabe, no fundo, querendo – apertou o gatilho e este acerto o ombro de Chris, que cambaleou para trás batendo a cabeça na ponta de uma cadeira ao cair inanimado.

Lágrimas escorreram no rosto de Alex. O que... O que diabos ele havia feito? Ele se perguntava isso enquanto se aproximava do corpo de Chris.

Alex pegou o corpo do amigo e o pôs em uma cadeira. Ele tentou estancar o sangramento do jeito que pôde, não iria deixar seu amigo daquela forma, ele não o deixaria à beira morte, mas não havia nada que pudesse fazer, não daquele jeito.

Alex agradecia aos céus por ter a pior mira do mundo, ele mirou em seu coração, mas ao ver a ferida de perto ele percebeu que havia atingido Chris de raspão, ele iria sobreviver.

O ódio veio subitamente, Alex queria espancar o responsável por aquilo, mas sabia que era ele mesmo. Ele buscou a consciência de David em sua mente, e se ele não tivesse morrido? Mas Alex sabia que o único vestígio que ele tinha de David eram suas memórias. Alex então percebeu que teria que abrir mão delas, assim como seu verdadeiro passado e suas habilidades especiais.

O garoto tentou se concentrar. Era como se a mente de Alex fosse um pequeno barco flutuando no mar calmo e as memórias de David fossem uma âncora que puxassem o barco para a escuridão do oceano. O rapaz tentou se concentrar na corda que conectava os dois, era apenas um pequeno barbante, firme, porém frágil. Seria fácil cortar o fio, mas Alex queria isso mesmo? Sem suas habilidades ele voltaria a ser o mesmo ninguém que ele sempre fora...

“Não!”, Alex pensou, “Daqui pra frente eu farei a minha própria identidade!”. A corda se rompeu e foi como se o rapaz ficasse mais leve ao sentir a velha âncora que o prendia cair no oceano deixando-o livre para viajar à terra firme.

O rapaz olhou para a tela principal, uma mensagem de texto aparecera nela, era da Hacker:

Consegui hackear o sistema de celas da Organização, agora é possível abri-las. Se estiver vendo essa mensagem Alex, insira o código ‘extraorg’ na janela no canto superior direito da tela. Até mais.”

Logo abaixo havia também um pequeno aviso da mesma, e o rapaz deu um leve sorriso ao ver aquilo. Alex fez o que a mensagem pedia, acessou a rede de informações da Organização e pôde ter acesso às câmeras de segurança onde ele viu as celas serem abertas e os prisioneiros saírem. Alex procurou Jennifer na multidão, mas só encontrou dois agentes: Mary e Henry, que por alguma razão estavam abraçados.

O rapaz achou algo estranho naquela cena – não o que alguns iriam pensar – e rapidamente acessou a ficha dos dois e viu nos nomes algo peculiar:

Nome: Henry J. Cameron

Nome: Mary J. Cameron

Os sobrenomes eram iguais, isso significava que os dois eram...

A tela do computador escureceu antes que Alex terminasse seu raciocínio. O emblema da Organização apareceu nas telas da sala e uma voz familiar ressoou pelo local:

– Olá Alex. Por favor, vá para a sala central no andar superior.

– O que? – disse Alex – E por que eu faria isso?

A voz fez uma pausa e prosseguiu:

– Não se preocupe, dei uma ordem para meus agentes não lhe atacarem. Quer respostas? Quer saber quem sou eu e você? Então venha até mim, se quiser negar pode relaxar e morrer em paz.

A voz sumiu, o símbolo da Organização ainda estava na tela, impedindo Alex usar o computador. O garoto tentou descobrir de quem era a voz, ele a conhecia e sentia que deveria ir até lá, por mais arriscado que fosse.

Alex olhou para Chris, o rapaz ainda estava desacordado. Ele se aproximou do amigo e disse:

– Chris, você foi mais do que um amigo, foi um irmão para mim, me ajudou quando eu não sabia o que fazer... Espero que um dia você me perdoe.

O rapaz deu as costas para o velho amigo e foi embora da sala ao mesmo tempo em que se lembrou a quem pertencia aquela voz...

Era seu pai.


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Notas finais do capítulo

Primeira imagem que eu coloquei até esse capítulo :P eu coloquei pra vocês terem uma ideia de como é o símbolo da Organização. Talvez em outro capítulo eu coloque o símbolo da S.I.O.R.C., okay? Comentem o que estão achando!

Próximo capítulo já disponível!