Amnésia escrita por Dreamer


Capítulo 32
Capítulo 32 - Lembranças


Notas iniciais do capítulo

E aí galera! Ontem não postei porque eu estava resolvendo umas coisas e não pude postar. Queria agradecer ao pessoal que sempre me dá apoio e elogia a fic, vocês são demais, pessoal! Agora vamos a um capítulo com respostas a perguntas que vocês com certeza tem :)



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O problema de ter a memória de duas pessoas em sua cabeça é que você se sente perdido. Agora que Alex, além de ter as suas memórias – que na verdade nunca foram reais, mas foram feitas para parecerem reais – também as memórias de David, ele queria explorar o seu verdadeiro passado. Porém quando ele tentava encontrar uma memória de David, Alex acabava encontrando a própria memória, era como se David ainda estivesse pregando peças com ele, mas o rapaz sabia que não era aquilo, ele só tinha que se concentrar – porém parecia que ele tinha gastado toda sua concentração para acabar com Seu álter ego.

Alex andava com Chris pelos corredores da Organização. Eles não se atreviam a correr, com medo de fazer barulho e serem detectados. Eles queriam ir para o Setor B, onde estariam Jason e Sarah, e após isso irem desativar a fonte do local.

Enquanto andavam por aí, os dois muitas vezes encontraram agentes da Organização e tiveram que tomar um caminho alternativo. Agora eles estavam na toca do inimigo, eles precisavam ser cuidadosos se quisessem chegar ao seu destino sem serem capturados. Alex tinha que se focar em ser cauteloso, mas também não aguentava de curiosidade e tentava de qualquer forma ver as memórias de David.

E foi nisso que os olhos de Alex começaram a arder, e quando ele piscou os olhos, ele não estava mais nos corredores da Organização. O lugar parecia ser um quarto de criança e Alex estava sentado na cama azul-celeste. As paredes eram da mesma cor da cama e tinham estantes e prateleiras com brinquedos roupas. Alex logo identificou onde estava, era o quarto dele, o verdadeiro da sua casa verdadeira onde ele morara há quase dez anos.

A porta se abriu e de lá entrou um homem alto, cabelos bagunçados, barba grande e óculos de grau. O homem se aproximou pesadamente e se sentou na cama ao lado de Alex. O rapaz se moveu sem a própria permissão – logo Alex percebeu que, mesmo estando assistindo tudo em primeira pessoa, ele não controlava o corpo por estar em um flashback – e pegou um livro em cima do seu travesseiro. O rapaz – não tão rapaz agora – mostrou o livro para o homem e disse com uma voz infantil:

– História?

O homem virou o rosto para Alex e deu um sorriso sofrido. Este pôde ver quem era que estava sentado com ele. Era seu pai.

O homem pegou o livro, mas não o abriu, apenas disse:

– Filho, você é muito novo para entender, mas terei que fazer isso – ele suspirou e continuou com um tom meio alterado – Nós faremos eles verem... Você fará eles verem. Você irá me ajudar, não vai David?

O pequeno David não entendia, mas por amor ao pai ele disse:

– Sim, papai.

Os dois se abraçaram e tudo se escureceu. Alex estava em outra memória, estava em um parque, um que ficava perto de sua casa, ele deveria ter uns seis anos na época. Uns garotos com mais ou menos a idade dele se aproximaram para convida-lo a brincar com ele, porém David os expulsou dizendo que não se juntava a idiotas.

O pai de David se aproximou.

– Boa, David – disse ele – você não precisa deles, tem que se concentrar em sua missão.

O tempo mudou, Alex agora tinha oito anos, ele estava em uma sala, talvez uma enfermaria, e estava cheio de arranhões e machucados. O pai entrou na sala e disse ao filho:

– David, David... Tem certeza que vai fazer isso? É arriscado demais para você.

O garoto percebeu que seu pai falara em um tom zombeteiro, como se quisesse provoca-lo.

– Eu posso fazer isso! – disse ele – Você me confiou a sua pesquisa assim que eu crescesse. Não posso ser fraco se quiser liderar seu projeto.

David se levantou, mesmo que todos seus membros doessem e continuou a dizer:

– Vamos, estamos perdendo tempo.

David saiu da sala antes que seu pai, mas ele podia sentir o sorriso que o homem tinha de ponta a ponta do rosto.

A memória mudou outra vez. O rapaz agora tinha onze anos, ele estava em uma quadra jogando paintball. Porém David era mais experiente. Ele chegou silenciosamente por detrás de um garoto e deu seis tiros nas costas dele. O garoto deu um gritou de susto, e ao se virar David acertou mais dois tiros no rosto do menino, que caiu no chão gritando de dor. O rapaz deu um chute na cabeça dele e este desmaiou, David sorriu e foi correndo buscar sua outra vítima.

Quando a memória mudou de novo, Alex conhecia o lugar onde estava, era a mesma sala que ele vira em seus sonhos, mas essa sala tinha apenas adultos também sendo analisados por médicos e cientistas. O rapaz se aproximou de uma maca aonde estava... Paul Spencer! Sim, era o tio de Alex!

– Mais uma vez aqui, hein Paul? – disse uma voz ao lado do rapaz, era o pai de Alex – Quantas vezes eu já lhe disse para não abrir a boca quando lembrar da verdade? Ah, é, você não se lembra, que pena...

Paul não demonstrava emoção, ele olhava para o nada enquanto era analisado pelos médicos. Nesse momento David disse:

– Por que você não apaga a mente dele por completo logo?

– Paul tem uma mente bem resistente e complexa para alguém da sua idade. Com o conhecimento que temos agora não podemos apagar a memória dele por completo, apenas deixa-lo no transe temporário que usamos para analisar as cobaias. Além do mais não teria sentido faze-lo, já que a mente dele é uma ótima fonte de pesquisa para o nosso projeto.

Alex olhou para seu tio pela última vez, ele estava sem camisa, usava uma calça tactel branca e estava magro, muito magro. O olhar dele estava morto, como se a vida tivesse saído de seus olhos.

Mais uma vez a visão de Alex se apagou e ao se reestabelecer ele estava em outro lugar, um lugar que ele conhecia bem: James Grayson Highschool, o colégio que Alex estudara. Lá estava o garoto, na entrada do colégio, quando um garoto mais alto e musculoso que ele esbarrou nele e derrubou uma pasta de inscrição que ele trouxera para começar o ano.

– Ops – disse o rapaz que esbarrara em Alex em um tom zombeteiro.

David sentiu o extinto sanguinário de arrancar os miolos dele – coisa que já havia feito antes – mas se conteve, ele tinha que manter o disfarce do estúpido Alex Smith. Ele fora mandado para lá para ficar de olho em um garoto: Chris Parker, que fora vítima da organização e estivera perto de encontrar seu objetivo. David tinha que impedi-lo. Segundo as instruções, Chris teria entrado naquele colégio através de documentos falsos por causa de uma pista falsa que o próprio David colocara para encontra-lo. Só faltava o rapaz encontrar o outro no meio daquela multidão de alunos desanimados em começar mais um ano letivo.

– Precisa de ajuda? – perguntou Chris.

“Mais fácil do que pensei” pensou David.

– Ah, não, obrigado, eu estou bem – disse David fazendo o papel de bobo que Alex deveria ser.

Foi aí que Alex percebeu que o motivo dele ser estúpido em algumas horas era por que ele foi criado para ser assim.

– Aquele cara só sabe infernizar a vida dos outros. Se você olhar o boletim dele você com certeza ache a única nota A em “bullying com alunos novatos”. Prazer, sou Chris Parker.

– Alex Smith.

Os dois apertaram as mãos e a memória mudou outra vez.

Alex tinha um galão de gasolina na mão, ou melhor, David tinha. O rapaz se dirigiu para a arquibancada do campo de futebol do colégio e despejou a gasolina em um entulho de coisas inflamáveis perto dos assentos de madeira. O garoto acendeu um fósforo, mas o vento apagara ele e os outros três fósforos que ele acendera. Porém David era preparado, ele trouxera um isqueiro e usara ele para pôr fogo no local.

Ele colocou a caixa de fósforo e o isqueiro no bolso do casaco cinza e pegou o galão de gasolina. Ele se aproximou de uma van preta perto do campo e ao lado dela estava em homem de terno e óculos escuros que disse:

– Você demorou.

– Cale a boca – disse David – E por que você saiu do carro?

– O outro agente vai leva-lo, por que pelo visto você esqueceu de deixar o galão onde deveria.

– Eu não me esqueci, seu idiota. A mochila do Parker está na sala do clube de futebol, ele passou lá e esqueceu a mochila. Eu não tenho permissão de entrar lá, pois tem um velho que vigia as coisas dos atletas. Então pegue essa merda e leve para lá. E tenha certeza de silenciar aquele velho. Minha mochila também está lá já que quando eu ia colocando o galão na mochila do Parker o velho me expulsou, então pegue as duas mochilas e coloque na minha sala, entendeu?

– Sim, David... Digo, Sr. Spencer.

– Ótimo, o processo de substituição de memória que vão fazer em mim vai ser rápido, então trate de ser rápido!

O homem se despediu e foi embora enquanto David subiu na van e foi embora. A visão de Alex mudou de novo, só que ele estava na Organização de novo, junto de Chris.

– Alex? O que houve? Por que você parou?

– Não... Não é nada, vamos continuar.

Os dois continuaram o caminho. Alex entendera, eles queriam incriminar Chris, e não ele mesmo, o homem com certeza confundira a bolsa e colocara o galão de gasolina na mochila de Alex, assim o incriminando. Eles iam incriminar Chris e faze-lo ser preso, assim o tirando do caminho de encontrar A Organização.

Respostas apareciam para Alex, as memórias de David estavam abertas para ele, mas de nada adiantariam se ele não conseguisse destruir A Organização. Logo ele balançou a cabeça para afastar aqueles pensamentos e continuou seu caminho.


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Notas finais do capítulo

Comentem o que estão achando! Um pouco mais de ação no próximo capítulo!

Próximo capítulo já disponível!