Amnésia escrita por Dreamer


Capítulo 31
Capítulo 31 - Vitória?


Notas iniciais do capítulo

E aí galera! Tô postando todo dia agora, eu posso dizer que estou animado com a fic, já que estamos entrando no clímax da história :) okay, mais um capítulo para vocês:



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O que Alex sentiu ao ouvir essas palavras? Bem, pode ser definido como tentar coçar o interior do ouvido com a ponta de uma faca bem afiada e após isso alguém enfiar uma batedeira no seu cérebro para transforma-lo em mingau e servi-lo em um jantar de zumbis. Definição nojenta, com certeza, mas era o que Alex sentia.

O garoto não reagiu. Sua mente pareceu se dissipar por alguns segundos. A sensação era de estar navegando em um barco em águas desertas e subitamente cair do transporte caindo na escuridão enquanto seu oxigênio acabava e a pressão esmagasse você.

O chão abaixo de Alex – se é que existia um chão sob ele, já que tudo que podia ser visto era a escuridão – começou a rachar, assim como um espelho que cai e se quebra, em vários cacos.

A verdade dói, né? É o seguinte Alex: você nunca sequer existiu, você não passa de uma fachada para eu me infiltrar na S.I.O.R.C. e destrui-la. Sua família, seus amigos, sua vida, nada disso foi real, apenas memórias embutidas na minha cabeça para completar minha missão. Aquele dia, no incêndio da escola, se lembra? – David abriu um sorriso provocador – Fomos nós que provocamos aquilo, e você ainda tenta buscar o culpado... Foi tudo esquematicamente organizado. No início do ano eu apareci fingindo ser um otário qualquer chamado Alex Smith, fingindo ser amigo daqueles fracassados, e depois implantaram você em minha mente após o incêndio começar para iniciar o seu trabalho. A partir daquele dia você começou a “existir”. Eu sempre estive aqui, na espreita... Adormecido para acordar assim que você terminasse seu trabalho, e esse dia chegou! Fui eu quem te emprestei aquelas habilidades que você buscava descobrir de onde vinham. Porque implantar alguém tão estúpido quanto você na minha mente brilhante? Digamos que sou um bom agente, mas era uma missão arriscada demais até para um profissional, nós não podíamos nos arriscar.

A reação de Alex era uma salada de emoções: medo, desespero, surpresa, ódio, tristeza e desilusão. O rapaz sentiu algo lá no fundo de sua mente ser despertado: uma memória. Era realmente verdade o que David dizia, aquele que acabara de falar era o verdadeiro filho de Edward, Alex não passava de uma farsa, uma mentira, uma fachada criada para realizar uma missão maligna, ele era tudo que ele mais odiava: ele era quem acabara com a vida de Paul, Chris e mais uma porrada de pessoas, Alex era o traidor, essa era a verdade.

Então era tudo mentira? Alexander Smith nunca existira?

O chão perto de Alex rachou mais. Alex olhou para o braço direito e se espantou. Seu braço também estava rachando em vários pedaços assim como o chão abaixo de seus pés, e Alex sabia que aquilo definia em seu fim. Ele, junto de suas memórias e identidade iria sumir, iria se fragmentar em milhões de pedaços e então ele seria varrido pelo vento como pó, como o nada que ele era. O braço trincou mais, e depois a perna, o outro braço, o peito que doía...

Alex se ajoelhou, ele se sentia... Sumindo.

David se aproximou.

Sabe, eu deveria ter pena de você, mas não dá, você nem sequer existe.

O corpo de Alex trincou mais, logo ele ia sumir, logo Alex ia deixar de existir... Alex... Quem era Alex? Não! As memórias dele já estavam sumindo! Paul, Clara, Jennifer, Chris Sarah! Eles estavam sumindo, a imagem deles começava a desbotar na mente de Alex.

Mas Alex fechou os olhos e se concentrou, pela primeira vez em sua aparentemente curta vida ele se concentrou de verdade, não deixou nada vir à sua mente se não o seu objetivo. Ele não ia deixar aquele canalha tomar o seu lugar.

– Não, – disse Alex levantando-se e encarando David – eu sou Alex Smith. Você não merece ser nem metade do que sou. Você é apenas uma pessoa fútil que elaborou tudo isso. Eu sou o dono da minha mente. E como a mente é minha, eu ordeno: saía daqui.

David deu um sorriso zombeteiro, mas logo o sorriso se desfez quando ele olhou para a própria mão. Ela estava começando a trincar.

Alex e o chão onde ele estava voltou ao normal, porém ao redor dele a escuridão se dissipou e tudo ficou claro em uma luz branca intensa. O corpo de David começou a rachar cada vez mais enquanto ele gritava de dor. Alex ia se aproximando de David enquanto a luz o seguia dissipando todas as trevas de sua mente.

David corria para o único lugar ainda com escuridão que já começava a trincar, sumindo igual a ele.

Não... – disse David – Não, você é quem deveria sumir...

Porém David parou de falar e gritou quando seu braço finalmente se quebrou em vários pedaços.

– Parece – disse Alex – que quem teve seu tempo esgotado aqui foi você.

O último rastro de escuridão que havia se quebrou e acabou sumindo, assim como David, que se dissipou em uma explosão de luz, que quase chegou a cegar Alex.

Quando o garoto abriu os olhos de novo ele estava no pátio, onde estavam as celas. O garoto ainda tinha as memórias de sua suposta vida e da vida de David, porém a voz desse último parecia que não iria mais perturbar Alex.

Foi então que Alex se lembrou: A Organização, Chris, Sarah, Jason... O PLANO!! Ainda não havia acabado, A Organização ainda tinha que cair. Alex se aproximou da cela número 73, a cela de Chris, e a abriu com a senha que Jason o dera. E lá estava o rapaz, sentado no chão frio da cela. Chris olhou para Alex agradecido, como se não mais aguentasse ficar sentado ali, e realmente não aguentava mais.

– Pensava que não ia mais vir – disse ele se levantando.

– Ah, desculpa, vou embora então – disse Alex fechando a porta.

– Não! Alex! Me deixa sair, droga!

Alex abriu a porta de novo, rindo de Chris.

– Muito engraçado – disse ele abrindo um sorriso.

– Vamos – disse Alex sorrindo também – ainda há muito a ser feito.


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Notas finais do capítulo

Comentem, pessoal!

Próximo capítulo já disponível!