Amnésia escrita por Dreamer


Capítulo 26
Capítulo 26 - Plano


Notas iniciais do capítulo

Como de costume eu vou postar os capítulos em dias consecutivos para recompensar o tempo sem postar. Aí está outro capítulo, espero que gostem! :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/552721/chapter/26

A casa de Jason não era lá muito agradável. Ele morava em um apartamento a duas quadras do supermercado em que eles estavam. Roupas estavam jogadas por todo lugar, restos de comida apodreciam na mesa de centro da sala e um cheiro um tanto desagradável de queijo podre e chulé pairava no ar.

Os quatro acharam o lugar repugnante, mas logo Jason abriu uma porta à direita e disse:

– Venham, essa sala é mais limpa.

Realmente era. O local era muito maior que o resto do apartamento, as paredes eram de um azulejo muito branco e várias lâmpadas estavam espalhadas pela sala que no começo deram uma dor atrás dos olhos de Alex. Nas paredes havia várias fotos penduradas e espalhadas com um fino fio vermelho que formava uma “teia-de-aranha” nas imagens. No centro havia uma mesa de madeira velha com papéis e plantas de construções nele e ao canto havia um cesto com ainda mais papéis. Jason dirigiu-se a essa cesta e de lá pegou um rolo de papel azul e ao colocar na mesa e o desenrolar os quatro jovens puderam ver que era a planta de algum lugar.

– O que é isso? – perguntou Alex.

– Essa é a planta da Organização – disse Jason – escutem, antes de eu contar o meu plano vocês tem que saber por que eu saí de lá. – ele fez uma pausa e prosseguiu – Há dois anos eu era um dos melhores agentes do lugar, mas com o tempo eu pude ver que o que eles faziam era errado.

– E o que eles faziam? – perguntou Chris, mesmo que já tivesse uma ideia da resposta.

– Eles tinham um projeto, ele se chamava “Projeto Amnésia”, tinha como objetivo encontrar um método de induzir a perda de memória na pessoa, mas era um processo delicado e muito arriscado, muitas cobaias morreram no processo de testes e isso resultou na escassez de cobaias voluntárias. Logo o líder... Digo, o meu ex-líder, abordou para outra tática: sequestrar pessoas para usa-las como cobaias e, se elas sobrevivessem, libertar elas. Muitas vezes foram usadas cobaias jovens, com a média de idade de treze a dezenove dezessete anos, raramente usávamos cobaias adultas pelo simples fato de que, por serem mais velhos, a mente deles já era mais fácil de sucumbir à amnésia, e isso não trazia resultados para a pesquisa; portanto os jovens sempre eram o alvo, principalmente os de treze e catorze anos.

Alex raciocinou e percebeu que Chris tinha 14 anos quando perdeu a memória e Douglas, que a perdera mais recentemente, tinha apenas 13 anos.

– O nosso líder na época – continuou Jason – estava obcecado pela pesquisa, nós nunca entendemos o porquê, mas percebemos o quanto isso era doentio. Ele começou a nos dar várias horas de trabalho forçado para a pesquisa prosseguir, e isso foi a gota d’água, eu me reuni com um pequeno grupo de agentes e nós tentamos fugir da sede... Todos eles morreram.

Jason abaixou a cabeça e um silêncio pairou no ar, restando apenas o eco da frase que o homem acabara de falar, mas logo esse momento desagradável se quebrou quando Jason ergueu a cabeça de novo e continuou:

– A artilharia da Organização pegou todos eles, eu me escondi, como um maldito covarde, devia ter morrido com eles, mas eu sabia que devia viver para vingar os meus colegas. Como eu estava escondido eles não perceberam que eu era um dos que haviam fugido e eu aproveitei para sair da área e buscar uma nova vida; eles me perseguem até hoje, mas eu consigo despistar eles. Antes de sairmos de lá nós roubamos essa planta da Organização que ficava na sala do líder, e entrar lá era uma infração grave, mas nós assumimos os riscos.

Jason pegou outra planta da cesta e disse:

– Aquela era do primeiro andar, e esta... – ele desdobrou a segunda planta e pôs ela na mesa - ... É do andar subterrâneo. Vejam aqui. – ele apontou para uma pequena parte no grande pedaço de papel que ocupava toda a mesa e os jovens se reclinaram para ver – Estão vendo essa sala? Pois bem, nela tem um gerador que serve para alimentar todas as máquinas utilizadas no processo de pesquisa e de apagar a memória das cobaias, se nós formos até lá e destruir o gerador, todas as máquinas terão um curto-circuito e não funcionaram mais. Eles levariam anos para conseguir reconstruí-las e readquirir as informações perdidas, eu sei, eu já vi os penduricalhos que eles usam e eles necessitam de uma grande quantidade de material, tanto para as máquinas quanto para manter toda a estrutura do local. Mas chegar até lá é arriscado, como eu já havia dito, eles estão bem armados e preparados.

– Nós não podemos simplesmente chamar a polícia ou algo assim? – falou Douglas.

– Não, o líder comprou a polícia do estado, a polícia trabalha para ele.

Então Alex percebeu que a carteira que o agente da Organização mostrara ao guarda no supermercado talvez fosse uma identificação da Organização, e não uma carteira de autoridade.

– Então nós cinco, quatro adolescentes e um adulto contra dezenas de caras armados? – disse Sarah.

– Na verdade vocês não precisam ter muito medo com esses homens que carregam armas; o líder é muito cuidadoso, mas todos cometem deslizes. Ele colocou pessoas com nem o mínimo de conhecimento de armas para serem a artilharia, afinal, encontrar bons atiradores para um projeto tão vil não é tão fácil, vocês já devem ter percebido que os agentes são meio desastrados.

Realmente eram, e agora Alex podia entender o porquê do sniper ter acertado a sua perna na perseguição, se fosse bem treinado teria acertado a cabeça de Alex.

– Mas mesmo assim são caras armados – disse Sarah – só porque eles mão sabem mexer direito em uma arma não significa que eles são menos perigosos, na verdade isso só os deixa mais perigosos ainda, pois não podemos prever seus movimentos.

– Você está certa menina – disse Jason e Alex pode ver que Sarah teve um leve ódio quando Jason pronunciou “menina” como se ela fosse uma criança – por isso vamos preparados.

Jason se dirigiu a um pequeno armário de madeira tão velha quanto da mesa e ao abrir os jovens puderam ver um arsenal de armas.

– Eu sei que não devo deixar crianças tocarem em armas, mas isso é uma exceção. Escolham a sua e vamos pôr o plano em prática.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Falou galera! Não esqueçam de deixar um comentário, façam isso como o meu presente de natal kkkkkkkkkkk

Próximo capítulo já disponível!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amnésia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.