Chris andava na frente sendo seguido logo atrás por Sarah, Alex e Pablo.

– Para onde a gente estava indo mesmo? – perguntou Pablo bocejando.

– Para a saída, oras! – disse Chris.

– Eu... Acho que estamos no caminho errado, só acho.

– Eu também – disse Alex – eu acho que já andei por aqui, talvez a gente tenha ido pelo lado errado...

Alex ia falar mais, porém parou ao perceber a cara de preocupação de Chris. O rapaz já estava sob bastante pressão guiando aquele grupo e se responsabilizando por ele, Alex não queria pressionar o amigo, então se calou.

Nesse momento os agentes chegaram a um ponto onde o corredor se dividia em três caminhos: pela esquerda, que dava a um lugar sem saída; em frente, onde uma poeira havia subido impedindo a visão – mas dava para ver vagamente que o corredor estava bloqueado por destroços logo à frente – e pela direita, que estava livre.

Logicamente os quatro agentes se dirigiram ao caminho da direita, mas logo pararam ao ouvir um gemido vindo do caminho onde havia poeira. Alex logo reconheceu a voz.

– Tio Paul! – gritou Alex correndo para o corredor.

Chris tentou para-lo, mas não conseguiu, logo os outros três seguiram Alex.

Ao se aproximarem eles puderam ver mais claramente a cena. Como eles haviam visto, os escombros tinham bloqueado a passagem, mas agora eles podiam ver que o corpo de Paul Spencer estava jogado de bruços no chão com os escombros cobrindo seu corpo da metade do tronco para baixo. Ao seu lado o agente Michael segurava os destroços para que não esmagassem Paul completamente enquanto a agente Amy freneticamente tirava as pedras de cima do tio de Alex.

– Oi... Alex. – disse Michael com dificuldade por causa do peso dos escombros.

– Oh, Deus!! – disse Alex – o que houve?

– Estávamos nos dirigindo à linha de frente para nos juntar à defesa – disse Amy com um tom de pânico na voz sem parar de tirar as pedras de cima de Paul – e não percebemos que uma bomba foi implantada no teto. Ao explodir, Paul empurrou a mim e Michael quando o teto desabou logo acima de nós.

– Err... Uma ajudinha? – disse Michael.

Chris e Pablo se juntaram ao agente e o ajudaram a segurar os destroços. Sarah levou a mão à boca e começou a perguntar:

– Ele... Ele está...?

– Não – respondeu Michael aliviado pela ajuda de Chris e Pablo, se é que se pode estar aliviado quando a qualquer momento um homem pode morrer esmagado – apenas está desacordado.

Alex se ajoelhou junto de Amy e começou a tirar as pedras de cima de Paul, logo Sarah se juntou a ele. Porém logo Paul se moveu mexendo a cabeça para olhar para Alex.

Seu rosto estava pálido pela poeira grudada em sua pele, um filete de sangue escorria de sua boca e uma grande ferida estava em sua testa. Alex viu que ele não conseguia respirar.

– Levantem essa pedra!! – ordenou ele – ele não consegue respirar!

Chris, Pablo e Michael se juntaram e tiraram uma grande pedra de cima de Paul permitindo que ele respirasse. Ele arfou e após restaurar a respiração olhou com pesar para Alex e disse:

– Alex... – sua voz soava rouca – agora eu me lembro...

– Não fale tio – disse Alex – isso só piora as coisas.

– Não... Eu tenho que lhe falar. Antes eu não pude por que eles estavam me controlando, mas agora... Agora tudo está claro, sobrinho.

Ele parou por uns segundos para respirar e disse:

– Esses homens que estão invadindo a agência... Eu sei como eles nos encontraram.

Todos olharam com espanto para o tio de Alex. Logo Chris disse:

– O que quer dizer com isso, senhor Spencer?

Paul olhou para Chris.

– Ah, Chris... Você deve se perguntar o porquê de ninguém se lembrar de você na agência. Não é de se admirar, afinal, você só ficou aqui por uns dias. Mas eu me lembro de você muito bem, pelo menos agora.

Chris arregalou os olhos.

– O senhor... Se lembra de mim?

– Sim, Chris. Você foi um dos melhores agentes que eu tive na época e também mais um dos vários que sumiram por conta dos mesmos responsáveis pela perda de sua memória: A Organização.

Nesse momento Chris soltou um berro e se jogou no chão se debatendo. Sarah foi até ele para ajuda-lo, mas Paul disse:

– Deixe-o – o homem pigarreou e prosseguiu – ele ficara bem, meio zonzo, mas bem.

Assim como Paul disse, Chris parou de se debater e com a ajuda de Sarah logo se levantou meio grogue.

– Sim – disse ele – foram eles que tiraram as minhas memórias. Agora me lembro do nome – ele fez uma cara de decepção – mas só do nome.

– É normal você se sentir assim quando uma memória volta, eu já passei por isso várias vezes, mas eles me fizeram esquecer.

– Do que você está falando tio? – perguntou Alex.

– Alex, eles me manipularam – disse Paul olhando para Alex com desespero – enquanto eu investigava o porquê de meus agentes desaparecerem eu encontrei A Organização. Eles me raptaram e apagaram as minhas memórias sobre todos os meus agentes desaparecidos. Eles fizeram o mesmo com todos os no comando. Inclusive vocês, Michael e Amy – os dois agentes se espantaram – eles não queriam que nós ficássemos fuçando os seus projetos, nós estragaríamos tudo... Nós estragamos tudo! Toda a vez que minhas memórias voltavam eles me capturavam de novo e faziam a limpeza de memória de novo. Eu não contava a ninguém, antes porque eles chegavam antes que eu pudesse ter as memórias completamente de volta, porém mais recentemente por medo de que alguém fosse o infiltrado.

– Infiltrado? – disseram Chris, Alex, Sarah e Pablo ao mesmo tempo.

– Sim – continuou Paul – há um infiltrado da Organização entre nós, como um agente jovem, por isso eles nos encontraram. E esse traidor é um de vocês quatro.

Todos fizeram silêncio por um tempo até que Alex com raiva disse:

– E quem é esse traíra? Diga! Que eu irei acabar com a raça dele!

Paul começou a fechar os olhos pesadamente e balbuciou:

– Alex, ele é... Ele... Traidor... Pai...

Logo Paul revirou os olhos e inclinou a cabeça perdendo a consciência.

Alex serrou os dentes e disse:

– Não se preocupe tio, vamos dar um jeito nisso.

Alex se levantou deixando Paul aos cuidados de Amy e Michael. Ele olhou para Chris, Sarah e Pablo e com ódio no olhar disse:

– Vamos dar o fora daqui e acabar com a raça daqueles desgraçados. E se eu descobrir que um de vocês é o traidor eu mesmo vou esmagar seus miolos com as minhas próprias mãos.