Amnésia escrita por Dreamer
Notas iniciais do capítulo
E aí galera! normalmente eu posto os capítulo um dia sim e um dia não, mas nesse final de semana eu não vou poder postar, então eu estou postando o capítulo de amanhã logo hoje, okay? Queria também agradecer ao nosso novo leitor Robson Jackson Fictionist por ter comentado nos últimos capítulos. Certo, chega de enrolação, vamos para a história!
Alex acordou, olhou ao seu redor e viu que a aula no laboratório já havia acabado, já que ninguém além dele estava lá. O garoto se espreguiçou e se levantando olhando pela janela e vendo que já estava anoitecendo.
Ele decidiu sair logo da sala mesmo que ainda estivesse meio grogue, mas para o azar de Alex a porta estava trancada. O garoto olhou o corredor pela janela da porta: não havia ninguém. Ele já ia pegando seu celular para ligar para Chris ou Sarah quando se lembrou de que havia esquecido o aparelho no seu quarto do dormitório.
As janelas também estavam trancadas, fazendo Alex se sentir inútil por ninguém ter notado nele enquanto ele dormia.
– Não grite – disse uma voz metálica.
– AH! – gritou Alex virando-se para trás.
– Eu disse para ficar quieto!
Não havia ninguém onde Alex estava olhando, apenas uma câmera...
– Sim, eu estou lhe observando por aqui – disse mais uma vez a voz e Alex percebeu que além dela vir da câmera, a voz também estava modificada, fazendo parecer mais grossa.
– Quem é você?
– Alguém que irá lhe ajudar. Escute. Você está preso na sala, eu vi uns caras lhe trancando após todos irem embora.
– Como sabe disso?
A câmera se moveu fazendo um círculo.
– Ah, entendi – disse Alex.
– Ótimo. Vá até a mesa do professor, lá tem uma gaveta no lado esquerdo, abra-a.
Alex fez o que a voz mandou e lá dentro encontrou uma chave com uma etiqueta que dizia “chave reserva do laboratório”.
– Okay – disse a voz – agora basta você abrir a porta e você estará livre.
– Espera, mas como você está comandando essa câmera?
– Digamos que eu consegui hackear o sistema da S.I.O.R.C., assim eu posso comandar alguns equipamentos conectados à interface de comando daqui. Eu estava vasculhando o sistema, já que eu estava ficando entediado, e vi você dormindo aí. Eu voltei a gravação da câmera e vi quando dois garotos te trancaram aí. Você... É um daqueles novatos, certo? “Alex”?
O garoto assentiu.
– Esses veteranos... – continuou a voz – sempre estão pregando peças nos novatos.
Os dois fizeram silêncio por um segundo. Alex perguntou à pessoa da câmera:
– Como você sabia que a chave estava aqui?
– Caramba, você ainda não entendeu? Eu não comando apenas essa câmera de onde está saindo a minha voz; eu comando todas as câmeras da S.I.O.R.C.! Eu vi o Sr. Carrot esquecer a chave aí.
– Mas como você faz isso sem ser detectado?
– Você fala como se fosse difícil. Hunf! É moleza!
Alex dirigiu-se à porta e a abriu. Ele voltou-se mais uma vez para a câmera.
– O que está esperando? Uma despedida?
– É só que... Qual é o seu nome?
O garoto ouviu um ruído em segundo plano vindo da câmera. Seriam passos?
– Não posso falar agora. Pode me chamar de Hacker, até mais...
Logo a voz sumiu e a câmera se desligou.
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Após procurar por certo tempo, Alex encontrou o agente Michael e, entregando a chave a ele, explicou o que havia acontecido – claro, sem mencionar o tal de “Hacker”.
– Peculiar – disse Michael – não é normal o Sr. Carrot se esquecer dos seus alunos – o agente tirou do bolso uma pulseira e deu a Alex – aqui, pegue.
O rapaz analisou o objeto em suas mãos. Aparentemente era uma simples pulseira de prata, como um relógio - sem a parte do relógio – e perto da fivela havia um pequeno botão preto.
– Use isso para se comunicar comigo, se necessário. Ao apertar o botão ele irá mandar um alerta para o meu relógio – Michael mostrou o seu relógio digital – e eu irei localiza-lo.
– Obrigado Sr. McKen – disse Alex agradecido.
– Mas não ligue entre o as nove e onze horas, pois estarei no fliperama, fui claro?
– Err... Sim senhor...
– Certo, então até mais! – Michael fez uma reverência e se retirou.
“Esse cara não bate bem”, pensou Alex.
O garoto andou pelo prédio até parar na entrada da quadra de basquete. Alex suspirou e entrou no local. Ele pegou uma bola e tentou fazer uma cesta de três metros.
Não conseguiu.
Alex se perguntou o que teria ocorrido naquela partida que aconteceu mais cedo. Com toda certeza não foi apenas aquela raiva – antes reprimida – liberada, ele sentia que algo a mais havia acontecido, como se todos os passos e movimentos que ele fez já tivessem sido meticulosamente calculados.
Mas o garoto só tinha jogado basquete uma vez na vida, era impossível ele fazer uma cesta – ainda mais jogando contra o melhor jogador do lugar – porém mesmo assim ele conseguiu.
De repente o rapaz ouviu a porta da quadra se abrir e do lado de fora surgiu uma silhueta que ia entrando na quadra, mas ao ver Alex, a pessoa se conteve.
– Alex? – disse a silhueta que tinha o rosto coberto pelas sombras, já que as luzes da quadra estavam apagadas.
– Quem é... Henry? O que você faz aqui?
– Eu que te pergunto! Todos estão lhe procurando!
– O que? Por quê?
– A competição vai começar logo, vamos!
Henry pegou Alex pela gola da camisa e o empurrou para fora da quadra.
– Espera! – disse Alex – que competição?
– É uma corrida – explicou Henry – e precisam de mais uma pessoa: VOCÊ!
– Mas...
Henry foi empurrando e arrastando Alex até a parte de fora do prédio, onde Alex encontrou uma pista de corrida com grandes refletores iluminando a pista à noite e vários expectadores e corredores impacientes nas arquibancadas.
– Pessoal!- disse Henry para todos – aqui está o outro corredor!
Todos da plateia começaram a aplaudir e a gritar “finalmente!”. Henry pegou o casaco de Alex e jogou em uma cesta vazia ao lado da arquibancada. Logo os dois chegaram à terceira linha de corrida, onde estava Chris, que disse:
– Onde diabos você estava, cara?
– Longa história – disse Alex.
Henry continuou a guiar Alex pela pista até chegar a uma linha de corredores a alguns metros à frente da primeira, onde estava Leo.
– Finalmente – disse ele.
– Já estamos quase lá – disse Henry.
Logo os dois chegaram à última linha de corredores, onde os espaços do quarto e sexto corredores estavam vazios. Henry pôs Alex na quarta posição e disse:
– É o seguinte: Chris vai pegar o tubo e começar a corrida; logo ao chegar a Leo ele vai passar o tubo para ele e Leo passará para você, que terminará a corrida, okay?
– Mas... – disse Alex.
Henry rapidamente se posicionou no sexto lugar e todos os outros corredores ficaram preparados. Alex fez o mesmo e ouviu uma voz dizer pelo alto-falante:
– Três... Dois... Um... VÃO!
Alex partiu, mas ao dar cinco passos se deu conta de que o sinal era para os primeiros corredores e todos começaram a rir dele. O garoto voltou para o seu lugar. O que ele menos queria era parecer um idiota, e ele havia acabado de fazer isso. “Já vi que hoje não é o meu dia”, pensou ele.
Mas ao voltar à realidade ele ouviu Leo dizer:
– Alex! O que você está esperando??
O rapaz se tocou de que a linha dos terceiros corredores já tinha largado. Ele pegou o tubo e inutilmente começou a correr.
Alex xingou a si mesmo por ter viajado em pensamentos enquanto era a sua vez. Isso vinha ocorrendo muito nos últimos tempos. Ora, ele realmente ficava assim às vezes, mas desde quando houve o incêndio da escola – fato que ainda o fazia se perguntar quem teria sido o verdadeiro incendiador – isso vinha acontecendo mais frequentemente, como se o raciocínio rápido que ele sempre teve tivesse sido subitamente desacelerado.
Ele tentou correr mais rápido e ultrapassou o sétimo colocado – um cara magricelo que com certeza não corria nada – que virou o último, mas mesmo assim ele não conseguiria chegar sequer em terceiro.
O sexto corredor, Henry, estava em primeiro lugar. Alex se perguntou como ele conseguia manter aquele ritmo.
O rapaz decidiu prestar atenção no próprio corpo para não forçar demais, ele se sentia cansado, porém ao olhar para Henry assustadoramente Alex começou a ouvir os batimentos cardíacos do rapaz, sua respiração e sentia sua condição física: levemente cansado, mas sem demonstrar isso. Alex sentiu o tempo passar mais devagar e começou a analisar esses aspectos em todos os corredores, mas as informações foram demais para a sua cabeça. Ele sentia que iria desmaiar, mas ao invés disso Alex começou a correr mais rápido e mais facilmente.
Logo ele ultrapassou o sexto colocado, o quinto, o quarto, o terceiro e o segundo, ficando lado a lado de Henry.
– Você é uma caixa de surpresas, hein? – disse Henry ofegante.
– Eu... – Alex viu que sua voz saía nem um pouco cansada – pois é...
– Então vamos jogar sério – disse Henry disparando cada vez mais rápido.
Mas Alex também era rápido. Ou pelo menos estava rápido...
O rapaz acelerou mais até ficar à frente de Henry. Ele via tudo se passar mais lento do que o normal e isso deixava espaço para vários pensamentos: “Eu vou conseguir!”, “Como eu estou fazendo isso?”, “ Céus! Eu estou e primeiro lugar!”, “Espera, isso nas minhas pernas é...?”, “CÂIMBRA!!!”
Alex desandou com a dor nas pernas e caiu no chão da pista vendo os pés dos outros competidores passarem por ele. O rapaz ouviu Chris e Sarah gritando o nome dele surpresos igual aos gritos dos expectadores.
Então o mundo se desfez em um clarão branco e Alex desmaiou.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Comentem aí galera! Espero que gostem e nos vemos semana que vem! - se bem que vocês não vão bem "me ver", mas tá okay :)
Próximo capítulo já disponível!