Mistake escrita por Fidelity


Capítulo 8
Entrando Numa Fria Maior Ainda


Notas iniciais do capítulo

DUAS PESSOAS QUE VEEM SESSÃO DA TARDE ENTENDERAM A RELAÇÃO DESSE TÍTULO COM O OUTRO ASASFDSDAS
oi gentchyyyyy
A LINDOSAAAAA DA Hufflepuff Pride fez uma imagem lindissima pra fic, mas eu não sei colocar imagem no capitulo então... aqui o link: http://imgur.com/arChmc6
Fun fact: Morgana = eu. Criei meu OTP (Tenrose) no The Sims e fiz eles casarem.



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Ah, como eu adoro segundas-feiras pela manhã. Frio congelante, ruas lotadas e um tornado se aproximando.

Ok, talvez não tenha um tornado se aproximando. Mas está ventando como um ventilador gigante estivesse ligado e virado para nós.

Ou apenas virado para mim, que tive que levantar cedo e pedir para minha avó desligar o aspirador.

Uma notícia importante: minha avó e meu avô estão aqui por alguns dias. Depois do desastre de ontem, minha mãe ficou preocupada e impediu os pobres coitados de voltarem para casa. Você não quer imaginar como foi colocar todos os seis dentro do carro.

Depois, pude comer algo que só temos em casa quando minha vó está aqui: Waffles. No café. Comi como um homem das cavernas até perceber que iria me atrasar para a escola. Aí eu saí correndo.

E cá estou eu.

– Tive waffles no café da manhã. – Comentei, aleatoriamente, enquanto Morgana encarava a prova de matemática que tinha sido entregada a poucos minutos. Estávamos esperando a professora chegar na sala.

– Que ótimo. - Respondeu, resmungando.

– Quanto você tirou?

– C .– Suspirou. – E você?

– A-. – Falei, ainda surpresa. – Não sei o que eu fiz, mas que bom que eu fiz. Será que estão me dando notas maiores por que eu estou grávida? A professora de geografia me fez umas perguntas bizarras.

– Isso é ridículo. Escolas nem testam sua inteligência. Testam sua memória!

– Testa minha paciência.

– Testa minha habilidade de não entrar numa briga!

– Testa minha habilidade de segurar o xixi... – Suspirei.

A professora entrou na sala, esparramando pacotes de provas sobre a mesa e anunciando que iria entregar. E lá vamos nós de novo.

***

Último horário. Aula de artes. Graças a Deus.

– Muito bem, pessoal. – Anunciou a professora. – Daqui a duas semanas é o interescolar de xadrez da cidade. Sabemos que será na escola e vocês são a turma encarregada de fazer os cartazes.

– Nós nem vamos participar! – Falou um auno aleatório.

– Na verdade, eu vou. – Respondeu uma menina, já levantando e indo pegar as cartolinas. – Kate vai, Joseph vai, Angelina vai...

– Só os nerds vão, corrigindo. – Caçoou o mesmo garoto.

– Talvez mais inteligentes que você? – Ela respondeu.

– Crianças, chega. – interrompeu a professora. – Toda turma terá função. Sempre é assim na escola e vocês sabem. Kate vai entregar uma planilha do que cada equipe precisa fazer, e ... vocês farão.

A garota chamada Kate começou a entregar os papéis. Já temos esquipes definidas para qualquer trabalho, então um garoto pegou a da nossa e começaram a juntar as cadeiras, enquanto fui pegar alguns materiais.

– Tem tudo a disposição de vocês. Qualquer dúvida, estou aqui. – Ela falou. Peguei diversas cores de glitter e tinta. Uma vez aprendi a escrever usando tinta e glitter, nunca mais esqueci. Todos os meus trabalhos tem isso desde então.- Cuidado com essa purpurina, Amanda. Eu costumo dizer que glitter é a herpes dos materiais. Depois que você usa, está em todos os lugares. No seu cabelo, nas roupas, nos livros...

Dei uma risadinha com a comparação. Fazia sentido.

Um tempo depois, estava concentrada tentando –e falhando miseravelmente - fazer uma leitura labial do que Morgana estava sussurrando para mim, já que não somos do mesmo grupo. Ao mesmo tempo, estava forçando a tampa de um pote de glitter branco, transparente, tanto faz, que estava muito apertada.

E o que vou descrever agora é exatamente o desastre que você está pensando que aconteceu.

Meu telefone, do nada começou a tocar no volume mais alto possível. Não, ao menos o meu toque não era Anaconda, mas ao mesmo tempo não era um simples “triim”.

Era Single Ladies, da Beyoncé, tocando no meio da aula. No último volume. Minha reação obviamente exagerada foi a de soltar o potinho que estava segurando, pegar o telefone e fingir que nada havia acontecido, mas eu já tinha conseguido abri e acabei derramando tudo no chão.

Sinto muito por te passar herpes, querida sala. Alcancei o celular e desliguei. Por sorte, não muitos tinha parado suas atividades para prestar atenção em mim. Passei o resto do horário tentando arrumar a bagunça que tinha feito. Assim que o sinal tocou, saí correndo.

Estava tocando de novo.

– Prepare-se para perder todos os seus dentes! – Resmunguei para Christian, do outro lado da linha. É, era ele.

– Mas o que foi que eu fiz de errado dessa vez? – Perguntou.

– Não se faça de santo, eu estava no meio da aula!

– Desculpa, eu não tinha como adivinhar!

– O que você quer? – Perguntei, sem paciência.

– Lembra que eu falei que ia contar tudo para o meu pai em um jantar?

– Não.

– Mas eu te falei!

– Mas eu não dei a mínima!

– Tanto faz. É hoje e você podia vir.

– Eu tenho opção?

– Tem.

– Eu não vou. Sério, não.

– Eu quis dizer que você tem a opção de ir. – Deu uma risadinha – Eu liguei para sua mãe.

– Você ligou para a minha mãe? – Parei bruscamente o meu caminho de volta para casa. – Você não tem esse direito!

– Ela disse que me achou muito simpático e atencioso. – Ele parecia realmente orgulhoso daquilo. Bom, minha mãe também achava que eu era responsável e olha onde eu estou. – Então ela achou uma boa ideia você ir. Vou te buscar, tudo bem?

– Não está nada bem!

– Te vejo as sete. – E desligou.

Droga. Droga. Droga.

***

– Mas por que você está tão nervosa? – Perguntou Morgana, sentada na escrivaninha, jogando The Sims no notebook sem me dar a mínima atenção.

– Eu não precisei da ajuda dele para contar para a minha mãe e a minha família! Por que ele quer jogar o peso nas minhas costas agora?

– Eu acho que você está aumentando demais os fatos. Agora dá para ficar quieta? Eu estou num momento importante aqui.

– O que você tá fazendo? – Fui até ela, que estava movimentando os bonequinhos.

– O meu OTP não é canon. – Respondeu. – Então eu criei eles no The Sims e fiz terem uma vida feliz e amável com os filhos e amigos.

– Quê? – Perguntei, confusa.

– Ah. – Suspirou – O meu casal favorito da série não fica junto. Aí eu criei eles no The Sims e fiz eles se casarem.

– Você não tá ignorando meus pedidos de ajuda para casar dois bonequinhos inspirados em personagens fictícios!

– São reais para mim. – Sorriu. – Eu tenho uma teoria de que sou tão ligada a personagens fictícios por que estava planejado sermos almas gêmeas mas acabamos nascendo em universos diferentes.

– Cale a boca e venha me ajudar! – Fechei o notebook com a mão e ela pareceu bem nervosa, mas se levantou em silêncio.

– O que você quer?

– O que eu quero? Alguns bilhões de dólares, um avião particular, uma máquina do tempo... Acha que consegue em vinte minutos?

– Acho que preciso de uma meia hora.

***

Quando a campainha tocou, eu pensei se dava tempo de mandar a minha mãe falar que eu estava passando mal, que o meu avô estava com “piripaque” de novo ou eu tinha acabado de fugir de casa.

Mas quando eu fui tentar fazer qualquer coisa para me salvar desse compromisso, ela já tinha atendido à porta, e eu fiquei parada no meio da sala procurando por que buraco dava para eu sair correndo.

– Seu pai não sabe que você vai para a casa dele, então trate de voltar cedo e não me arranjar problemas. – Advertiu minha mãe.

– Que tipo de problemas? – Perguntei.

– Não sei, mas não arranje.

Me despedi e entrei no carro de Christian, mal o cumprimentando.

– Você tá com raiva? – Ele perguntou. Sorri falsamente. – Você tá com raiva.

– Nota dez em interpretação. – Falei. – Zero em me deixar em paz.

– O que eu fiz dessa vez?

– Você me está me arrastando para um jantar contra a minha vontade! E você já foi na minha casa contra a minha vontade. Isso tudo em dois dias!

– Eu só estou tentando ser legal.

– O quão grossa eu preciso ser para você perceber que eu não gosto de você? – Um silêncio constrangedor tomou o carro, e por um instante eu me senti culpada. – Desculpe, eu não odeio você, eu só... estou com raiva! Nesses últimos três meses minha vida virou de cabeça para baixo e é tudo culpa sua!

– Não é culpa minha, Amanda.

– É sim!

– Quer parar? Parece uma criança!

Ficamos em silêncio até chegar na casa de Christian.

Era grande. Não era enorme, mas era uma casa bem grande. E tinha uma piscina com luzes coloridas.

– Minha mãe detesta essas luzes coloridas. Diz que é cafona. Meu pai adora.- Ele comentou.

– Sabe o que eu acho? Pessoas que conseguem nadar com os olhos abertos na piscina não são pessoas confiáveis.

– O que isso tem a ver com o que estávamos falando?

– Só estava tentando quebrar o gelo...

– Eu acho que pessoas sem senha no celular são as mais aterrorizantes que você pode conhecer.

– Nossa, isso foi aleatório.

Caminhamos até a entrada da casa, entramos e seguimos para a sala de jantar.

– Pai, mãe, Jessie. – Tinha um garotinha relativamente pequena, sentada ao lado da mãe. Uns cinco anos, eu daria.

– Oh, você tem uma irmãzinha! – Falei, tentando ser simpática.

– É minha tia. – Desfiz o sorriso e não falei mais nada, constrangida. – Bom, essa é Amanda. Minha amiga. – Sorri novamente.

– Bom. – A mãe dele anunciou. – Acho que Chris tem algo para falar, mas vamos comer primeiro.

Me sentei na mesa, de um lado, a pequena Jessie (Ou será que ela tinha mais idade do que aparentava?), na minha frente, o pai de Christian, com ele sentado ao seu lado.

Serviram a comida e eu percebi, depois de 16 anos, que talvez não soubesse usar o garfo e a faca corretamente: Todos na mesa usavam o garfo na mão esquerda. Imediatamente troquei, embora tenha derramado um pouco de – seja lá que comida bizarra era aquela – que eu estava comendo.

– Então, Amanda. – Começou o pai de Christian. – Você está no segundo ano?

– Caham. – Pigarreei, levantando os olhos do prato. – Sim.

– E já sabe qual faculdade vai fazer?

“Nenhuma? Eu tinha planos dos meus pais ganharem na loteria e eu não precisar trabalhar?”, pensei.

– Sinceramente, não sei. – Olhei para o celular, na mão da garotinha. – A tela desse celular é mais brilhante que o meu futuro.

Christian quase engasgou com a comida, enquanto sua mãe ria.

– Você é muito engraçada, querida. – Ela falou.

– Tenho que ser, já que ser bonita não é bem uma opção. – Dei de ombros.

– E você namora? – Ela perguntou.

– Não. Já namorei, mas não por muito tempo. Sabe, nunca tive um beijo de ano novo ou um embaixo do visco no natal. Mas eu comi um beijo da Hershey uma vez, aqueles de chocolate e foi espetacular.

Ela, um tanto quanto sem reação, riu.

– Onde está a sobremesa? – perguntou a garotinha. Christian apontou para um bolo no canto da mesa. Ela se levantou para cortar um pedaço. – Por que vamos comer bolo hoje?

– Comemos bolo por que é aniversário de alguém em algum lugar do mundo. – Falei.

Naquele momento, Christian se levantou rapidamente e falou

– Tudo bem, chega. Se eu não falar agora eu vou explodir.

Continuei caladinha no meu canto, esperando passar despercebida nesse momento.

– Você é gay? – Perguntou o pai dele, parando o garfo no ar.

– Não, meu deus do céu. Pai, Mãe. – Olhou bem para mim, depois desviou o olhar. – Amanda está grávida.

Silêncio.

Ele apertou os olhos como se estivesse esperando a bomba explodir.

– Bom, eu já sabia. – Falei, tentando quebrar o gelo.

A mãe sorria com uma boba. A garotinha não deu a mínima. O pai estava confuso. Ele tinha um bigode, o que fazia aquela expressão parecer muito engraçada.

– Isso é fantástico! – Falou o pai, sorrindo.

Mas o quê?

– Sempre quis ter outro filhinho, para poder educar. Por que acha que a minha irmã mora aqui? – Disse a mãe.

– Mas... – comecei.

– Não é bem um filho, mas é um netinho e vamos ajudar a criar do mesmo jeito. – O pai se levantou e deu um abraço na espoca. Levantei e fui até Christian.

– Não contou a verdade para eles! – Sussurrei. – Você sabe que ele irá para adoção!

– Não tive coragem, desculpa. – Dei um monte de tapas em seu braço.

– Seu grande idiota! E ainda me falou para não mentir para os meus avôs!

Meu deus, eu só atraio gente louca.


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Notas finais do capítulo

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