Mistake escrita por Fidelity


Capítulo 3
Coragem e Café da Manhã


Notas iniciais do capítulo

Can you meet me halfway, right at the borderline... Gentchy, dessssssculpa a demora, sério! eu me atrapalhei toda essas últimas semanas e não tive como escrever! Mas hoje eu estava ouvindo Black Eyed Peas (pois é) e aí só sentei e escrevi. Momentos.) Desculpa pelo título meio "ahn?" e sem mais delongas... ah sim, e leiam as notas finais. Serião. Agora vai:



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Quando eu contei isso pra minha mãe, simplesmente... saiu. Mas quando eu tive que contar para o resto da minha família... Não foi uma das melhores experiências da minha vida.

Aqui vai um resumo rápido do que aconteceu.

– Amanda, espere os seus avôs saírem da sala. – Disse meu pai.

– Michelle, não quero ouvir um pio. De nenhuma das duas. – Disse minha mãe.

– Amanda, eu estou realmente feliz por não ser você.

– Obrigada, priminha. – Isso rendeu um olhar raivoso da minha mãe após a fala da minha prima. Mas foi pra mim.

– Não se preocupe, Amy, vai dar tudo certo. Eu conheço uma terapeuta que me ajudou muito quando eu tive depressão pós-parto, eu vou te indicar, ela deve saber ajudar com isso... – Isso foi a minha tia.

– Viu, Morgana? Você deu depressão para a minha tia. – Respondi, pronta para começar a discutir com a minha prima, mas Michelle me deu um empurrão antes que desse tempo da mamãe brigar comigo.

– Legal. – Nunca pensei que ia gostar tanto do fato do meu tio falar pouco.

– Eu aconselho parto normal. – Foram as palavras da minha outra tia. Ela nunca teve filhos! Mas é hippie pra caramba, era de se esperar.

Minha madrinha ficou calada.

Aí algum dos primos da minha mãe que estava calado deixou escapar algo que eu não ouvi direito, mas pareceu ofender ela ao extremo, e a todos começaram a discutir do nada. Minha prima, Morgana, que tem cabelos pintados de vermelho-cereja e olhos verdes, veio falar comigo. Ela me lançou um olhar meio risonho, meio de compaixão, e me abraçou. Nós nos damos bem, de qualquer maneira. Ela disse:

– Altas emoções. Seu pai te bateu?

– Provavelmente ia tentar, mas mamãe não deve ter deixado.

– Você tá grávida, cara.

– É. Eu tive que repetir isso na frente do espelho olhando pra minha barriga algumas vezes pra aceitar. – Ela ficou me encarando. Sei que queria rir, mas se compadeceu da minha situação. – Pelo menos não perguntaram do pai. Ainda.

– Amanda! – Era a minha tia, mãe da Morgana. – Quem é o pai? Você vai se casar?

Eu e minha boca grande.

– Um moleque, Mariah. Um moleque que eu nem conheço ainda! Essa menina não me obedece, eu quero o endereço desse pivete que eu vou...

– Não, pai, você não vai. – Falei alto e com convicção, evitando olhar para minha mãe, pois sabia do olhar que ela devia estar fazendo para mim. Mas eu tinha que ter coragem. – Não é culpa dele. É de nós dois. Minha e dele, por não termos nos cuidados. – Mordi a língua pensando em falar “E da Michelle”, mas não era hora para brincadeiras. – Sei que o senhor quer que eu saia da escola, mas isso não vai acontecer. Desculpa, pai. Eu vou de obedecer, mas eu não vou abandonar o meu futuro! O pai desse bebê não vai saber dele! Não tentem. Não irão me fazer ir atrás dele. Talvez ele saiba, mas só por saber. Não vou me casar. Não com ele. Isso não é uma historinha de romance dos filmes em que a gente se apaixona e fica feliz para sempre.

Engoli em seco. Todos me encaravam.

– Desculpa. – Falei.

Minha tias estavam com algumas lágrimas nos olhos e meu pai parecia irritado. Mas a expressão dele relaxou quando minha mãe passou a mão em seu ombro.

– Ok.

Esse foi o modo dele de dizer: Eu não concordo, mas estou feliz por ter convicção. Agora vamos jantar.

Todos se sentaram na mesa em silêncio. Família doida.

Minha avó apareceu magicamente com um peru na bandeja. Ela e o meu avô tem Alzheimer, então meu pai decidiu não contar nada para eles. Minha mãe me olhou e eu concordei em silêncio.

– Vovó, não é Natal. – Disse Michelle.

– Mas hoje é domingo... e todos vocês estão aqui... – ela estava com uma aparência cansada. O que o Natal tem a ver com domingos?

– Sabemos, mamãe, mas hoje é só... domingo. – Falou a minha mãe, sorrindo compreensiva.

– Vamos esquecer que hoje não é feriado e aproveitar o peru. Tenho certeza que está delicioso, tia. – disse a minha madrinha, que tinha ficado calada. Ela é filha de uma das incontáveis irmãs da minha avó.

Assim que terminamos de jantar, meu pai nos arrastou para casa, sem falar uma palavra comigo. Fiquei um pouco chateada quando começou a tocar Michael Jackson e eu queria muito cantar com a Michelle, como costumávamos fazer. Mas fiquei quieta.

– Amanda – Olhei para a minha mãe – Nós ligamos para a escola. A diretora e a coordenadora disseram que se você precisar de alguma dispensa das aulas, caso passe mal ou algo do tipo, elas conseguem para você...

– Obrigada. Eu vou agradecer a elas.

Não falamos mais nada depois disso.

Cheguei em casa e fui dormir tranquilamente, sem me sentir mal por que o bebê resolveu se comportar.

Mentira.

Saí correndo para o banheiro e acabei colocando para fora o peru delicioso da minha avó, mas que agora, só de pensar no cheiro, já me sentia enjoada.

Depois eu consegui dormir umas duas horas no máximo, por que estava ansiosa para a segunda feira.

Quem é que fica ansioso para ir estudar sete horas da manhã numa segunda feira?

Entrei de cabeça baixa, passando literalmente correndo pelo jardim, onde vários alunos conversavam e se divertiam.

A coordenadora estava resolvendo alguma coisa no corredor e isso envolvia um garoto com sangue no nariz, mas parou para me pedir para ir à sal dela mais tarde. Concordei e peguei um OB dentro do meu estojo, pois ainda os guardo. Entreguei a coordenadora e ela entendeu, mandando o garoto colocar aquilo no nariz. Sempre quis ver alguém fazendo aquilo.

– Obrigado – Falou ele, mexendo com a cordinha.

Balancei a cabeça. “Não preciso mais deles, de qualquer maneira”

Corri para a sala e me sentei ao lado de Morgana, que tinha um primeiro horário comigo.

– Por que esse desespero? A sua barriga nem está aparecendo, ninguém vai simplesmente pegar na sua barriga e sentir um bebê aí. – Ela sussurrou para mim.

– Fale mais alto, ninguém ouviu ainda.

– Você está ficando neurótica que nem a minha mãe. Vamos beber água?

– Você tem duas pernas e sabe usá-las.

–Vem comigo! – Ele me puxou pela mão, e caminhamos até o bebedouro, cheio de alunos no corredor.

Por um segundo, eu vi uma cabeleira loira de costas, conversando com alguns garotos. Me desesperei no mesmo instante. “Christian? Ah não, fala sério. Isso aqui virou High School Musical? Em que parte nós começamos a cantar e eu namoro o Zac Efron?”

Quando o garoto virou, ele não tinha simplesmente nada a ver com Christian Bell, o que me fez respirar aliviada e continuar seguindo Morgana atrás do bebedouro.

Ela parou para beber a água e eu fiquei olhando um casal se agarrar logo ali, perto dos armários. Ela me encarou.

– Que foi? – Disse, também olhando para o casal.

– Isso me faz querer vomitar todo o meu café da manhã.

– Você mal começou a gravidez e...

– Pare de falar alto!

– Não estou falando alto! Deixa eu terminar. E já está ficando neurótica! Está igual minha mãe. Ela ficava de madrugada esperando meu pai chegar do trabalho com uma faca na mão, e quase se separou dele por que se atrasou 15 minutos. Sinceramente, não fique assim.

– Eu não tenho um esposo, lembra? Ninguém para atirar facas.

– Tanto faz.

– Aqui continua querendo me fazer vomitar todo o meu café da manhã.

– Não acho que seja aquele casal se beijando, e sim o bebê.

– O que não está me fazendo querer vomitar todo o café da manhã, afinal?

Eu e minha boca grande. De novo. Entrei correndo no banheiro mais próximo e só tive tempo de trancar a porta da cabine. Blergh.


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Notas finais do capítulo

*insira música do plantão da globo por que sim.* Gentchy, uma pergunta para vocês: Querem menino ou menina? Eu meio que já fiz minha escolha, mas vamos fazer uma pesquisa do Ibope feat. Datafolha e ouvir a voz do povo. Então respondam! ;) Desculpa a demora gente >