Ottery St. Catchpole - Toca, 22 de julho de 1992.

Olá, Mione! Tudo bem com você?

Resolvi fazer esta carta logo antes que você me envie um berrador dizendo que sou mal-educado, pouco atencioso com os amigos etc. e tal. Eu acho esse negócio de carta estranho... A pessoa escreve porque quer saber uma coisa e, quando chega a resposta, tem outra pergunta a fazer, mas aí precisa gastar mais tinta e pergaminho e esperar novamente o outro responder... Muito complicado e demorado, não é não? Melhor se comunicar por lareira ou então conversar quando encontrar a pessoa.

Acho que não foi muito educado dizer que você tem poucos amigos, mas eu também não tenho muitos. Melhor que sejam poucos, mas bons e verdadeiros, é o que mamãe sempre diz.

Fiquei pensando nesses artefatos trouxas de que falou nas suas cartas... Televisão é igual a uma bola de cristal, mas as imagens que a gente vê são inventadas, não acontecem de verdade, é isso? Papai me explicou assim.

Ele disse que telefone é algo bem engraçado e tem duas partes, numa você fala e na outra escuta. Não dá para ver a pessoa, só ouvir a voz. Meu pai contou ainda que cada telefone tem tipo um código secreto, com números.

Você sabe (deve ter lido em algum livro) que o Ministério da Magia fica de olho em todos os bruxos, especialmente nos menores de idade, e falaram para papai do Harry. Ele está em segurança, mas, como você mesma adivinhou, foi proibido de sair de casa por aqueles bobalhões dos tios dele.

Tinha combinado com ele de passar uns dias aqui n’A Toca, mas, se Harry continuar isolado assim, vou até lá buscá-lo. Fred e Jorge disseram que irão comigo. Antes que pergunte de novo, já comprei o presente dele!

Chega, Hermione! Estou com a mão doendo. Depois escrevo sobre os outros assuntos que você falou nas suas cartas.

Até!

Ron