Tomorrow Heroes — The Heirs of Avengers escrita por Lady Twice


Capítulo 4
Chapter III- May Parker


Notas iniciais do capítulo

Hey, peoples! Viram o trailer de Avengers 2- Age of Ultron?



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Meus pais são realmente muito confusos.

Quero dizer, quando eu e Benjamin contamos à mamãe sobre o Campo, ela não surtou. Uma grande evolução, devemos admitir. Eu e Ben ficamos de bobeira, comendo pizza, até tarde da noite. Afinal, na manhã seguinte, iríamos para a S.H.I.E.L.D. treinar, não para a escola.

Certo? Errado.

No dia seguinte à grande conversa, acordei com minha mãe me sacudindo.

–Mais cinco minutos, mãe.- eu disse, e pude sentir ela arqueando a sobrancelha.

–May, você não tem nem meio minuto.- ela respondeu. -Você e Ben tem que tomar café da manhã nesse segundo. Estão atrasados para a escola.

–Escola?- perguntei, mas acabou saindo mais alto do que eu planejava. Limpei a garganta, ao passo que minha mãe me tacou uma roupa qualquer. -Pensei que íamos para a S.H.I.E.L.D.

–Só nos fins de semana, Mayday. Primeiro as primeiras coisas.- ela disse, saindo do meu quarto. -Vista-se logo.

Me enfiei na blusa roxa que ela tinha pego, assim como na calça jeans azulada. Peguei uma blusa de moletom no meu armário. Olhei pela janela, e vi que era o primeiro dia de neve. Iria precisar de mais agasalhos.

–Quando exatamente foi decidido que iríamos para a escola?- ouvi Benjamin perguntar para meu pai, aparecendo na cozinha.

–Ontem à noite.- minha mãe devolveu, e ouvi a cadeira se arrastar. Fui para a cozinha também. -Todos vocês vão.

–Menos Josh e Kate, claro.- meu pai a completou. -Eles já acabaram a escola.

–Queria ter a sorte deles.- eu resmunguei, me sentando.

–Bom dia, ruiva.- meu pai me disse, tomando um gole de café.

–Bom dia, pai.- eu devolvi. -Bom dia, Ben.

–Qual é, May?- meu irmão respondeu, mordiscando seu pão. Fiz o mesmo.

–Por que exatamente temos que ir?- perguntei, ainda chateada. Eu realmente não queria ir para a escola.

–Porque vocês tem 17 anos, Mayday. Têm que terminar a escola.- Peter respondeu, e minha mãe assentiu.

–Deveríamos ir treinar, não?- Ben perguntou, esperançoso.

–Menos, pessoal.- meu pai disse. -Acatamos seus pedidos. Agora, vão ter que fazer as coisas do nosso jeito.

–E que ótimo jeito, não?- resmunguei.

–Vão chegar atrasados se não descerem agora.- minha mãe beijou a minha testa, e a de Ben. -E, aliás, seu tio Bruce está esperando com Elizabeth.

Me levantei bruscamente, dando um "tchau" para Mary Jane e Peter. Afinal, não podíamos deixar o pobrezinho do tio Bruce nos esperando. Eu e Ben corremos escadas abaixo, às vezes pelos degraus, às vezes pelo corrimão, às vezes pelas paredes.

De fato, o carro de tio Bruce estava do lado de fora. A porta de trás se abriu, e nós pulamos lá dentro. Tio Bruce estava no banco do motorista, e Elizabeth no do carona. No banco de trás, Alyss assobiava alguma canção em nórdico. Mereço.

–Desculpem pela demora.- eu disse, colocando o cinto. Meu padrinho arrancou, enquanto Elizabeth se virou para trás. -Não sabíamos que teríamos escola hoje.

Lizzie riu.

–Típico de vocês.- ela disse, e Alyss assentiu.

–Ei, não é nossa culpa.- Ben alegou, resfolegante. -Era para treinarmos, não para irmos estudar.

–Primeiras coisas primeiro.- Alyss disse, cética.

–Minha mãe é mesmo sua madrinha.- eu brinquei, tentando recuperar o fôlego.

Nós quatro descemos assim que meu tio parou em frente à Stuyvesant High School, vulgo Stuy, vulgo nossa escola. Era uma construção grande, mas sempre me pareceu escola de filme. As paredes eram amareladas e o telhado era aberto. Na frente da escola, além da escadaria, tínhamos o estacionamento e algumas árvores. Era o ponto de encontro dos alunos antes da aula.

Infelizmente, os babacas da escola também ficavam lá.

Senti um formigamento na minha nuca, e isso só podia significar uma coisa. Eu me abaixei rapidamente, no momento em que uma bola de basquete teria acertado as costas da minha cabeça. Ao me levantar, olhei para trás. Não deu outra: Valentin LeBleau e companhia haviam chegado.

–May Parker!- Valentin gritou, e eu torci o nariz. -Que bom te ver.

–Ou não.- disse Noah Howlett, melhor amigo de Valentin.

–Ah, é você, Valentin?- perguntei, cerrando os punhos. -Caçando briga logo no início do dia?

–O quê? Briga? Eu?- ele se fez de inocente. -May, entenda: quem causa as brigas é você.

Eu tinha uma resposta à altura para dar, como sempre, mas Alyss se intrometeu.

–Valentin, deixe-nos em paz. Não é um bom dia para piadinhas.- ela disse, e eu me perguntei de onde ela tirava tanta firmeza. Eu simplesmente me descontrolava perto de Valentin.

–Está bem, princesinha.- ele ironizou, e saiu andando. Alyss o acompanhou com os olhos, enquanto eu relaxei minhas mãos. Elas estavam doloridas de tanto apertar.

–Cara, tem como ser mais idiota que isso?- eu perguntei, torcendo o nariz.

–Quer mesmo a resposta?- Ben devolveu.

–Calminha, ruivos.- Lizzie disse, e eu sorri. -Que tal nós só entrarmos?

–É. Não podemos destruir a escola antes de 30 de fevereiro, se lembram?- Alyss brincou, lembrando algo que eu falara com 4 anos.

Eu revirei os olhos.

–Só vamos entrar logo.- disse, e nos dirigimos para dentro do edifício.

–--

Eu sei que, com tantas escolas em New York, a última coisa que você imaginaria é que todos os filhos dos Vingadores acabaram em uma escola só. Mas é a verdade.

Eu sempre tive aula com Gabrielle, Logan e Benjamin, porque somos os únicos com 17 por aqui. James, os Stark e Alyss estavam um ano na nossa frente, no último da escola, e Lizzie estava um atrás. Passávamos praticamente todos os intervalos juntos.

Naquele dia não foi diferente. Cheguei no refeitório e procurei meus "primos", como sempre faço. Eu esperava encontrar Alyss falando com Owen sobre alguma coisa de nerd, enquanto Howl e James riam da cara deles, ou jogavam footbag com uma maçã.

Em vez disso, no meio do refeitório, há um aglomerado de estudantes. Assim que ouço a palavra briga, penso James está lá dentro. Odeio estar certa.

Eu, pequena que sou, consegui me enfiar entre as pessoas. Lá no meio de tudo, James e Valentin trocavam socos e palavras rudes. Meu Deus, como eu quis sentar e assistir o James socar ele até sangrar. Mas não. Como boa garota, eu tinha que apartar a briga.

–Ei, ei, ei, pessoal. Sem briga.- eu falei, colocando as mãos entre os dois. James me olhou, como se perguntasse: Por que não me deixa acabar com ele? Eu queria poder dizer que precisávamos dele, mas não precisávamos. Ok, eu estava sem argumento. -Deixem isso para depois. O refeitório é um péssimo lugar para se trocar ideias de forma bem... Hm, acalorada.

James abaixou os braços. Ele tinha um corte no rosto, provavelmente feito pelo anel de rubi no dedo de LeBleau. Fora isso, era o mesmo James de sempre: os olhos claros, os cabelos castanhos que ninguém sabia de onde ele havia puxado, os braços fortes para um cara de 18 anos.

Valentin não havia se dado tão bem. Ele podia ser grande e um às do basquete, mas não tinha do soro super-soldado nas veias. Seu rosto sangrava em dois ou três focos, seu olho estava roxo. Mesmo assim, ele olhava para James com raiva. Não sei como conseguia. Mas mantinha a cabeça erguida.

–Ei, Valentin.- Noah o cutucou no braço. -Talvez devêssemos ir na enfermaria.

–Não, nós não devemos.- ele devolveu, enquanto James segurava o riso.

–É sério, cara.- alguma outra pessoa não identificada falou. -Você está... Péssimo.

Valentin torceu o nariz. Ele fora chamado de fraco depois de tomar uma surra. Os comparsas dele eram realmente mais estupidos do que eu imaginara.

–Isso não acabou, Rogers. Ainda não.- ele disse, quando a multidão se dispersou.

–Agora eu estou com medo.- James brincou. -Quer dizer, ser ameaçado por Valentin LeBleau? É algo que aterroriza qualquer um.

LeBleau só se virou de costas e foi atrás de Noah.

–O que você pensa que estava fazendo?- Gabi quase gritou quando nos sentamos. -Finalmente conseguimos uma chance e você estraga tudo na primeira oportunidade, Rogers?

–Ele estava pedindo.- James alegou.

–Eu tenho que concordar.- Alyss disse. -Valentin estava impossível.

–Isso não justifica.- Logan falou.

–Pelo menos, devia ter me chamado.- Ben brincou, mas Gabrielle o fuzilou.

–Cara, vocês deviam ter visto. -Howard falou, engolindo um pedaço de seu sanduíche. -Alyss não deixou eles brigarem por três vezes. Mas quando eles caíram na porrada, não podíamos fazer nada. Chamar a funerária para o LeBleau, talvez.

–É.- Owen concordou, parecendo sem fome. -Alyss não podia usar a super-força, eu e Howl estamos sem armadura...

–Mas foi uma linda briga, podem falar.- James disse.

–Só pra você.- eu me meti na conversa. -LeBleau saiu todo sangrando.

–Tá na chuva, é pra se molhar.- Howard disse. -Ele parecia mesmo achar que conseguia brigar com James.

–É claro.- Lizzie disse. -Ele é um idiota.

–Praticamente ninguém consegue brigar com James.- Logan concordou.

–Estamos inflando o ego dele.- eu disse, tirando o alface do meu sanduíche.

–Eu acho que tem algo de errado com o Valentin.- Howard disse, e Owen assentiu.

–Algo diferente. Como em nós.- o Potts disse.

–Não, não mesmo. Não pode ser verdade.- eu disse. -É só mais um idiota com megalomania, não?

–Espero que sim.- Alyss disse. -De qualquer forma, aquela briga vai pegar mal.

–Nem me fala.- James devolveu. -A Srª Lammar já me chamou na sala dela. Vou ver se consigo fazer com que ela não diga nada.

–Duvide-ó-dó.- eu respondi. -Lammar é cruel.

–Não, não é. Ela só odeia vocês.- Owen disse, e Ben fez sua melhor imitação da voz da diretora.

–Baderneiros. Eu já lhes avisei, Parker, que devem se comportar. De outra forma, terão que sair da Stuy.

Eu ri.

–Ela disse isso mesmo?- Gabi pasmou.

–Três vezes, só esse ano.- eu respondi. -Ela nos quer longe, mas não consegue nos pôr para fora.

–É muito amor.- meu irmão complementou.

Meus amigos riram, juntos. Logan e Owen nos fitavam, incrédulos.

–Como vocês conseguem tirar ela do sério assim?- Owen perguntou, e Logan assentiu.

–Ela costuma ser tão gentil comigo...- disse Fitz-Simmons.

–Porque vocês e Howard são os primeiros alunos da escola.- eu respondi, cética. -Aliás, porque continuam aqui?

É uma vivência única.- Howard fez uma imitação da voz de sua mãe, e Owen riu. -O trabalho em grupo e tudo o mais... Torna vocês pessoas diferentes de seu pai.

–Okay.- Alyss disse. -É oficial: vocês são estranhos.

–Sempre fomos, priminha.- James respondeu, irônico. Alyss revirou os olhos. -Mas para andar com a gente, você deve ser tão estranha quanto.

–Ou eu só não quero ficar sendo chamada de princesinha todo o tempo.- ela retrucou.

–Você tem um ponto.- Howard disse, mordendo seu sanduíche. -Mas com quem mais você andaria?

–Valentin LeBleau, só talvez?- ela respondeu, e James se boquiabriu.

–Você não faria isso.- disse Rogers.

–Por que não, Rogers?- ela o desafiou.

–Você não nos trairia dessa forma, Alyss.- James devolveu.

–Foi só uma hipótese, de qualquer jeito.- ela levantou os braços, dando o assunto por encerrado. -Eu também poderia andar com Theodore Smith.

–Ninguém anda com Theodore Smith.- James levantou uma sobrancelha, jogando sua maçã para o alto.

–Ei!- Logan protestou. -Teddy é legal, okay?

–Voltando, só o Logan anda com ele.- James quase o ignorou.

–James, são teorias.- Elizabeth se intrometeu, vendo que os dois iriam começar a brigar. -Alyss não está falando que vai andar com eles.

–Eu sei, Lizzie.- ele sorriu, um sorriso amarelo. Alyss olhava para longe dele, provavelmente porque iria gritar com ele caso se virasse. Ele suspirou, revirando os olhos. -Eu sei.


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Notas finais do capítulo

Nada a declarar. Até os comentários, meus queridos.