Tomorrow Heroes — The Heirs of Avengers escrita por Lady Twice


Capítulo 11
Chapter X-May Parker


Notas iniciais do capítulo

Cara, eu sou um fracasso para notas. Sério, eu desisto disso.



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Chegar em seja-lá-onde-estávamos doeu.

Primeiro porque as náuseas me acometeram assim que senti meu corpo sendo elevado do chão. Depois porque quando caímos eu bati as costas no joelho de alguém e a cabeça no chão. E, então, quando eu finalmente acordei, o dourado da sala simplesmente me cegou.

Quero dizer, não literalmente. Mas aquele lugar reluzia tanto que tive de semi-cerrar os olhos e colocar a mão na frente do rosto.

–Ela acordou, Owen.- ouvi alguém falando. Quando finalmente consegui enxergar vi Howard em pé ali, do lado da maca onde eu estava(como eu cheguei ali?), enquanto Owen se encaminhava em nossa direção. Alyss e James estavam em outras duas macas, e Ben estava em pé de meu outro lado.

–Onde estamos?- perguntei, a voz mais esganiçada que o normal.

–Essa é uma pergunta comum a nós todos, Mayday.- Owen respondeu.

–Chegamos todos desmaiados, e acordamos aqui.- Howard completou. -E o cara grande e forte do outro lado da porta disse que só devemos falar com ele quando todos estiverem acordados.- o tom debochado com que ele falou me fez rir, mas mesmo rir doeu.

–Você está com um belo hematoma nas costas.- meu irmão disse, e eu fiz uma cara de 'como você sabe?'. Quero dizer, meu pudor em relação à Ben é pequeno, mas Howard é Owrn estavam na sala. Ele quase riu da minha cara. -Ou foi isso que a enfermeira lilás nos contou.

Olhei para as minhas roupas, e vi que eram as mesmas que eu usava antes- uma blusa listrada até depois do cotovelo, legging preta e botas de inverno. Elas estavam, agora, sujas, e minha calça rasgara na panturrilha, mas eu não tinha tempo nem cabeça para isso.

–Enfermeira lilás?- perguntei, estranhando.

–É. Parece um duende, só que é lilás.- Howard disse. -É mau-humorada e chata.

–Insuportável.- Ben concluiu. -Está se sentindo bem?

–Fora os fatos de que esse lugar parece uma prisão dourada e que vocês três em cima de mim estão me deixando sufocada estou perfeitamente bem, Ben.- debochei, e Howl soltou uma risadinha irônica.

–Claustrofóbica.- Owen acusou.

–Socialmente retraído.- eu devolvi, e ele levantou as mãos em rendição.

Me sentei na cama e coloquei os pés para fora, com o objetivo de me pôr de pé.

–Eu não tentaria isso se fosse você.- Howard alertou, imediatamente à minha direita. Levantei as sobrancelhas para ele, e pus os pés no chão.

Senti a sala girar sob meus pés e me arrependi de não ter ouvido o Stark. Ouvi Ben soltar o ar ironicamente atrás de mim quando cambaleei, e Howard suspirou antes de me colocar na cama de volta.

–Você é teimosa como uma mula, ruiva.- Howl disse depois de me acomodar.

–Ela teve de onde puxar.- Ben brincou, se referindo à mamãe. Eu só consegui sorrir fracamente, uma vez que a sala ainda rodava como um carrossel.

–Até quando eles vão ficar inconscientes?- Owen perguntou. -Nós podemos estar em outro mundo e só saberemos quando eles acordarem.

Ao som dessas palavras, ele e Howl trocaram um olhar significativo. Olhei para Ben, querendo saber se ele tinha visto o mesmo que eu- a ponte. Seu olhar dizia que sim, mas ambos sabíamos mais que bem que ela estava, de alguma forma, fora de funcionamento. Então nós não poderíamos tê-la usado, podíamos? Seus olhos azuis(sortudo. Por que eu não podia ter podia ter puxado a mamãe nisso?) me indicavam a mesma dúvida, então, suspirei.

Normalmente, as pessoas acham esquisito quando eu e Benjamin conversamos com os olhos, mas eu sempre me esqueço disso. Daquela vez, porém, não havia porque me preocupar- qualquer um que tenha um gêmeo entende como é poder ler e ser lido assim. E os Stark são gêmeos. Na verdade, conversam assim.

Então foi estranho quando eu olhei para Howard e Owen e nenhum dos dois estava com cara de interrogação.

–O que vamos fazer até que eles acordem?- perguntei. -Podíamos tentar falar com nossos pais.

–Já tentamos.- Howard me informou. -Nossos celulares parecem estar numa espécie de curto. Não ligam. E, quando ligam, dão choque e desligam de novo.

–Fora que nós, Mayzita, estamos sem celular.- Ben acrescentou, debochado, e eu me lembrei do último para a advertência da escola. Ele acabaria amanhã.

–Não me chame assim.- repliquei. -E Ally e James?

–O Galaxy da Alyss já não estava funcionando direito em casa, May.- Howard disse. -E nem sabemos se eles estão com eles. Se estiverem, esperaremos que acordem.

–Devíamos achar um jeito de falar que estamos bem.- dei de ombros.

–Não é como se nossos pais fossem mandar uma agência secreta pra nos achar, May.- Owen brincou.

–Na verdade, é exatamente o que eles vão fazer.- Ben devolveu. -A SHIELD não vai parar até nos achar.

–Belo consolo.- Howl bufou. -Nem mesmo nós sabemos onde estamos. Como a SHIELD saberia?

Minha vez de bufar. Cada um se afundou em seus próprios pensamentos, Ben sentado ao meu lado na cama, Owen coçando o queixo em uma cadeira e Howard andando em círculos. Quando não consigo mais ficar sentada ali, pensando, vou para perto de Alyss. E é quando eu reparo em seu cabelo.

Entendam, o cabelo dela é preto como a noite, e é virgem. Nunca recebeu tintura ou qualquer tipo de tratamento, porque nunca precisou. Nunca teve luzes ou mechas, nem nada que destoasse do preto. Às vezes, ele parece azul de tão preto.

E, nesse exato momento, ele está castanho-claro, meio puxado para o cobre, meio puxado para o louro. Como uma nórdica.

Ela vai ter um treco quando acordar.

Se alguém olhasse para Ally como ela é, diria que é filha da Branca de neve. Lábios naturalmente vermelhos, pele branca como a neve, cabelos escuros como a noite. O nariz fino e as feições delicadas dão à ela um toque de nobreza- da qual ela faz parte, se bem me lembro. Quero dizer, ela é a princesa-herdeira de Asgard. Não é?

Mas, então, por que ninguém a reconheceu?

Ela não parecia tão princesa agora, usando uma calça jeans que ganhara um rasgo no joelho, uma blusa meia-estação colorida e uma jaqueta do time de Lacrosse por cima- a jaqueta da Stuy, reconheci.

Tentando afastar os pensamentos da nobreza de Ally, olhei para James. A jaqueta deveria ser dele, por que ele só usava uma blusa de malha azul com mangas até os pulsos, sem nenhum agasalho- isso não existe no inverno de New York, entendam -, e, ainda por cima, tinha um rasgo em seu cotovelo. Sua calça jeans parecia ter saído de um brechó, mas seus tênis estavam normais. Ele franzia a testa, como se estivesse tendo um sonho ruim.

Fiquei sentada ali, observando os dois e, às vezes, olhando para os garotos despertos. Ben se sentara com Owen e pareciam discutir algo quanto à Química(Ben puxou esse gosto de papai. Eca), enquanto Howard estava recostado na parede oposta à minha, de forma que eu o via sempre que olhava para frente.

Seu jeans, de um tecido já rude, ganhara um rasgo no joelho esquerdo e outro na panturrilha direita. Sua blusa preta até os cotovelos aparentava estar suja, e seu cabelo estava ainda mais bagunçado que o normal. Seu rosto portava arranhões e estava meio sujo, mas, de alguma forma, ele ainda parecia o Howard de sempre.

A certa altura ele reparou que eu estava- mesmo que involuntariamente -olhando para ele. Ele levantou as sobrancelhas, debochado, e apontou para si próprio, como que em dúvida. Eu lhe mandei um olhar cético que fez ele rir e balançar a cabeça, os olhos fechados. Quando ele levantou as pálpebras novamente o sorrisinho debochado estava deixando seu rosto, o olhar mais sério. Me senti estranha- Howard sempre leva tudo na brincadeira, assim como eu. Mas parecia que ambos estávamos sentindo que tinha algo muito sério acontecendo, sério demais até mesmo para nossas brincadeirinhas. Howl pareceu perceber a preocupação em minha expressão, deu um sorrisinho e piscou para mim. Sorri de volta, e fiz um sinal para que ele se sentasse ao meu lado. Ele franziu a testa, cético, mas acabou por abrir outro sorriso e se sentar comigo.

–Isso é loucura, não acha?- ele perguntou, depois de algum tempo em silêncio. -Quero dizer, primeiro o treino frenético, como se nunca tivéssemos feito aquilo. Depois a primeira missão, do meio do nada. E agora isso: somos magicamente teleportados para uma terra estranha que não sabemos qual é e perdemos a comunicação com a Terra.

Franzi as sobrancelhas.

–E você, como bom Stark, tem uma teoria.- disse, por fim.

–Claro.- ele debochou por um segundo. -Mas não é exatamente uma teoria completa. Meio rudimentar. Talvez você consiga complementar. Ah, claro, Owen me ajudou com isso. E você já sabe, mais ou menos.

–Sobre o prelúdio de catástrofe.- eu disse, mirando seus olhos escuros, e ele assentiu.

–Isso.- falou, também me olhando nos olhos.-Mas é como se estivessem peças faltando. É como se estivéssemos deixando coisas obvias passar, sabe?

–Sei.- eu afirmei. -E eu acho que a próxima peça está por vir.

–Tirou as palavras da minha boca, ruiva.- Howl falou, sério. -Mas o que será?

Se Ally não tivesse subitamente arqueado as costas e arquejado por ar, eu teria continuado pensando no que responder. Todos viraram os olhos para ela, inclusive James, agora também acordado.

–Ally?- perguntei.

–Mayday.- ela disse, e olhou em volta.

–O-onde estamos?- James indagou.

–Ótima pergunta.- Howard disse, já na beira da cama de James.

Alyss ainda olhava em volta, tentando absorver aquilo.

–E-esse lugar.- ela disse. -Me parece familiar, mas... Por quê?

Eu e Ben trocamos um olhar preocupado. Não, não, não. Não podia ser verdade.

Owen abriu a boca para falar quando as portas foram bruscamente abertas. Um cara inteiramente vestido de dourado fez sinal para que o seguíssemos, e fizemos sem hesitar. Junto à ele estavam vários outros caras de armadura dourada, e eles não calavam a boca um segundo- provavelmente debochando de nós, pelo tom de voz. A questão é que eu não conseguia entender. Eles falavam norueguês, ou sueco, ou alguma coisa estranha assim. De vez em quando, eu ouvia Ally, ao meu lado, resmungar na mesma língua que eles. Por bem ou por mal, eles a ignoravam.

O lugar onde estávamos se mostrou um grande e belamente ornamentado Palácio- mas eu só via nele as cores dourado, raramente, prata. Meus olhos estavam começando a doer com tamanha luz refletida pelas paredes. E cortinas. E cadeiras. E enfeites. Bom, você entendeu.

Os caras de armadura(dourada) nos conduziram para fora do Palácio, para um imenso jardim(Ah, adivinhem? As plantas também era douradas), e Alyss fez uma careta.

–Hvorfor er alt gull her?- perguntou, e eu fiz cara de interrogação. Os caras de armadura riram.

–Det er en grunn til å bli kalt "Den Gylne Byen", liten dame.- o que nos chamara, que parecia ser o líder, devolveu. Um outro fez um barulhinho sarcástico.

–Liten dame? Dette er det ? Er nærmere en-ele foi cortado pelo líder:

–Yorh, kjeft. Er hun.

–Hun?- um outro perguntou, ao passo que o líder confirmou. E enquanto Ally ficou com cara de estupefata, eles voltaram para sua conversa. -Ah, e só pra deixar registrado, falamos inglês.-o mesmo acrescentou.

–É, falamos.- o da risadinha resmungou, subitamente saudoso. -Só que o Khoisan ali não gosta disso.

Eu revirei os olhos, e então olhei para Alyss.

–O que eles disseram?- perguntei, e vi os meninos esticarem as orelhinhas curiosas.

–Eu perguntei porque tudo aqui é dourado, e o cara A respondeu que é porque esta é a Cidade Dourada.- ela começou. -E me chamou de pequena dama. Aí o cara B foi debochar, dizendo que eu não estava mais para outras coisas, mas o cara A cortou ele e falou que eu era Ela. Ai chegou o cara C e perguntou se eu era mesmo Ela, e o cara A confirmou.

–Uou.- Ben comentou. -Então você é Ela.

–Cale a boca, Weasley.- Alyss riu, nervosa.

–Uou 2. Faz um bom tempo que alguém não me chama assim.- ele devolveu, e eu senti nostálgica.

–Vocês têm ideia do que é a Cidade Dourada?- Alyss perguntou, com tom de quem já sabia a resposta.

–Fica onde, no Japão? Na Índia, talvez?- perguntou Howard.

Alyss negou com a cabeça.

–Em nenhum país que possa ser nomeado.- disse minha amiga.

–Então onde raios fica?- James estava prestes a perder a paciência.

–Não exatamente onde.- Alyss disse. -Fica na Grande Árvore, como todo o resto, mas é um lugar na Grande Árvore. Não um lugar em um lugar na Grande Árvore.

–Uou, uou, uou, mocinha.- o Cara B a cortou, com um carregado sotaque nórdico. -Está falando demais. Não me importa se você ser mesmo Hun ou não ser, eles são mortais de Midgard. Nunca vai entender isso.

Alyss decidiu falar na língua esquisita deles, já que sua fluência na nossa era evidentemente inexistente.

–De er mine beste venner. Slektninger. Vet sjefen din. Så hold kjeft og la meg snakke med dem.- ela disse, e ele fez cara de ofendido.

–Skarp tunge for en prinsesse, ikke sant?- ele debochou(não que eu tenha entendido, só senti que ele debochou).

–Prinsessen vil du stikke en kniv en du-vet-hvor neste gang du kaller det så.- minha amiga devolveu, irônica. O cara esboçou uma gargalhada, mas o cara à sua frente parou subitamente.

(N/A: Tradução literal dessa conversa notas finais, ok?)

Todos havíamos parado. Reparei que estávamos num espaço aberto no jardim, sem plantas. Uma mulher bela, vestida de guerreira estava de pé em nossa frente. Ela tinha espessos cabelos castanhos, presos em uma trança, e profundos olhos azuis. Atrás dela, duas garotas e um garota. Um a das meninas era quase a cópia da mulher, fora o fato de que seus cabelos eram negros e suas bochechas, salientes. Ah, e ela era infinitamente mais bela-não que a mulher não fosse. A outra, totalmente diferente, carregava longos cachos louros, e olhos verde-mel. E o menino era genuinamente lindo, com os olhos azuis e os cabelos castanhos que faziam ele parecer um xerox masculino da mulher.

–Da última vez, Alyss, sua língua não era tão afiada assim.- a mulher disse, brincalhona mas de cara séria.

–Da última vez eu tinha doze anos, madrinha.- Alyss devolveu, e eu me assustei. -Convivi muito com eles- ela nos englobou em um gesto -desde lá.

A mulher sorriu e abraçou minha amiga.

Cara de interrogação, modo on.

–Uou, uou, uou, uou.- Howard disse, as mãos levantadas. -O que raios está havendo?

Ally suspirou.

–A Cidade Dourada, pessoal. É Asgard.- disse ela, tentando ser compreensiva. -Minha madrinha, Sif. Já devem ter ouvido falar dela.

Numa fração de segundo, olhei para Ben. Então estávamos mesmo em Asgard. Mas, segundo tudo o que sabíamos, Bifrost estava fechada.

Estávamos em outro mundo e não tínhamos como voltar.

Cara. Mamãe iria ficar furiosa por não termos chegado para o jantar., foi tudo o que consegui pensar antes de me sentir caindo nos braços de alguém atrás de mim- Howard, eu sabia. Heroizinho de merda.


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Notas finais do capítulo

(Tradução
Alyss:Eles são meus melhores amigos. Parentes. Conhecem seu chefe. Então cale a boca e me deixe contar a eles.
Cara C: Língua afiada para uma princesa, não?
Alyss: A princesa vai enfiar uma lâmina em você-sabe-onde se chama-lá assim novamente)
Queria agradecer ao Thiago Laufeyson Stark e à Black Swan, dois ex-leitores fantasmas que vieram me dar um oi. E ao anônimo do Tumblr que anda fazendo perguntas pra Katherine. E à Lady América, você é demais. Sério, Gabi.
Leitores fantasmas, venham me dar um oi. Sou só uma autora carente de comentários, eu garanto.
Bom, é só. Chequem o Tumblr. Até os comments.



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